Bárbara Antônia Souza da Silva


RELAÇÃO PROFESSOR-ALUNO: A INFLUÊNCIA DA AFETIVIDADE NO PROCESSO DE APRENDIZAGEM DA DISCIPLINA DE HISTÓRIA


De acordo com OCPE o último questionário do Programa Internacional de Avaliação de Alunos [Pisa] em 2015 indica que os jovens interessados na carreira de professor do ensino básico são de 2,4%. Essa porcentagem mostra o desânimo que há na juventude em relação à profissão. Podemos então perceber o tamanho do desinteresse em relação ao ofício, há um conjunto de fatores responsáveis pelo desânimo, como as más condições de trabalho, a violência, a baixa remuneração, e a desvalorização dos governantes e da sociedade. Esses são apenas motivos que revogam a atratividade da profissão. 

E quando alguém decide desconsiderar tais fatores e mesmo assim ingressar na profissão se depara com mais dificuldades, tanto durante a graduação, o que resulta no alto número de evasão, quanto principalmente após a formação. As expectativas acabam em frustrações ao se depararem com a realidade da sala de aula. Ensinar se torna um desafio muito maior que deveria ser. Por esse motivo muitos professores optam por didáticas diferentes e atrativas, afim de despertar o interesse dos alunos. Para isso existe um fator muito importante que deve ser compreendido pelo profissional, a Relação Professor-aluno, o professor como membro responsável e mediador da relação deve saber e entender os pilares desse vínculo. A relação deve conter um limite seguro para não ultrapassar a afetividade genuína e se tornar um problema. Que muitas vezes parte dos alunos na fase da adolescência em que seus sentimentos estão confusos.
A admiração é um fator importante, falando como aluna, sempre admiro os professores que despertam em mim a curiosidade de aprender e de buscar compreender o quê das questões. Aqueles que me instigam a sair da zona de conforto. E é esse professor que eu desejo me tornar. Não que tenha um modelo ideal para ser seguido, Morales [1999] afirma: “O que convém lembrar, em primeiro lugar, é que, felizmente, o tão pesquisado professor ideal não existe. É um consolo, porque podemos aspirar a ser excelentes professores sem ter de chegar às alturas de um modelo não executável”. Nesse contexto, acredito que possamos nos dedicar a ser o professor ideal a nossa maneira. Mesmo que o resultado seja uma espécie de mosaico, afinal estamos condicionados a absorver comportamentos de nossos mestres. Ou rejeitar os que são contrários à nossa conduta.

Geralmente pesquisas apontam as características do professor “ideal” aquele que carrega um conjunto de competências como o de ensinar, controlar a classe e manter uma relação agradável com os alunos. Porém não é tão fácil quanto parece. É necessário entender a realidade social que o aluno vive. Para isso é necessário que haja uma conversação na sala de aula com os alunos e com os pais para facilitar a compreensão das condições de cada estudante. Nem sempre é uma tarefa fácil, mas julgo ser extremamente necessária.
Os professores em geral tendem a ter muitas dificuldades na sala de aula por diversos motivos. O professor de História, na minha concepção, é um gladiador que precisa estar disposto a lutar todos os dias para vencer as barreiras que a profissão carrega. É uma disciplina desvalorizada e vista com desdém muitas vezes. Não é difícil encontrar alguém dizendo: “pra que estudar o passado?” “História é chata”. E com a era da tecnologia onde tudo se tornou instantâneo, é mais difícil ainda fazer com que os alunos entendam a importância desse conhecimento. A esse respeito Monteiro [2007] declara: “o ensino dessa disciplina, mais do que necessário, torna-se cada vez mais essencial, por contribuir para auxiliar os alunos a compreender a historicidade da vida social, superando visões imediatistas”.
Como supracitado, os professores encontram desafios no momento de repassar os seus saberes. Frequentemente por causa da falta de interesse na disciplina, cabe então ao educador desenvolver habilidades que despertem a curiosidade dos alunos para o conteúdo a ser estudado. Com a pouca experiência que retenho já posso afirmar que nem sempre as metas que o professor almeja alcançar são realizadas, dentre os motivos, creio que o mais comum seja a falta de recursos. Para desenvolver uma metodologia diferenciada da tradicional é preciso tempo, material, espaço etc. e a ausência desses recursos prejudica o trabalho que o docente pretende elaborar. Então o que fazer nessa situação? Não sei dizer se é porque ainda estou na graduação que a ânsia de mudança toma conta de minhas expectativas. Mas a cada dia me vejo intrigada e incomodada com as condições de trabalho do professor, e para que essas mudanças venham a ser tomadas é importante saber estabelecer uma relação afável com os alunos.

Suponhamos que em uma sala de aula do ensino fundamental, o professor precisa passar aos alunos um conteúdo referente a origem da História. Primeira hipótese: o professor passa o conteúdo do livro didático de forma tradicional, explicando o assunto para as crianças e solicitando os exercícios que se encontra no livro. Segunda hipótese: o professor faz uso do livro didático, porém de maneira diferente. Utiliza de uma dinâmica para incluir os alunos de forma ativa nessa aula. Em qual dessas situações os alunos vão se mostrar mais interessados pelo conteúdo? Pelo professor, pelo o que ele tem a dizer? De certo que a segunda. Então por que os professores não fazem isso com mais frequência? Não seria mais proveitoso para ambos envolvidos?!

A questão aqui é o comodismo, é tão mais fácil se render e deixar as dificuldades dominarem. Não culpo os professores, não existem muitos amparos que proporcionem meios para o trabalho. A carga horaria chega a ser insuficiente e exaustiva. O salário do professor é 25% menor do que o de profissionais com o mesmo nível de formação. Isso reflete na qualidade de vida.  E para “satisfazer” financeiramente, o professor precisa trabalhar em mais de um turno. Com isso o aumento de alunos, e consequentemente de trabalho. Tornando dificultosa a disposição de atenção e tempo que as turmas deveriam ter. Por esse motivo os docentes acabam se deixando levar pela comodidade. E consequentemente acaba refletindo nos alunos.
Deixando de lado por um instante as dificuldades, ]que não conseguem passar despercebidas aos olhos de um historiador], vamos concentrar atenção para uma questão tão pouco trabalhada nas graduações de História. O lado pedagógico do professor com disciplina específica. Por ter seu foco de trabalho alunos da fase fundamental II, negligenciam o papel que possuem no desenvolvimento pessoal deles. O professor age como uma referência, influencia os pensamentos e atitudes que as crianças/adolescentes tem. Por isso a importância da afetividade. Manter um ambiente favorável ao aprendizado depende da relação que o professor tem com seus alunos. É necessário que haja respeito mútuo. Quando o mediador de conhecimento passa confiança e consegue assegurar sua autoridade sem ser ríspido está desenvolvendo maiores chances de sucesso.
Essa relação vai determinar o clima da sala de aula, será um clima positivo se o relacionamento for afável, no entanto será um ambiente hostil se o professor é extremamente crítico e intolerante. Santos e Silva [2002] falam a respeito:

Porém, se o aluno teme constantemente a crítica e a censura do professor, se o relacionamento entre eles é permeado de hostilidade e contraste, a atmosfera da sala de aula é negativa. Neste caso, há o aumento da ansiedade do aluno, com repercussões físicas, diminuindo sua capacidade de percepção, raciocínio e criatividade. 

O aluno se desenvolve com problemas emocionais, alguns já vivem num âmbito desestruturado em suas casas e buscam a escola como um refúgio, afinal, aquele é o seu espaço social. E se nele não pode se sentir à vontade, vai crescer com traumas, e limitações. Augusto Cury [2003] apresenta cinco pecados que os professores cometem, dos quais vou citar dois. O primeiro é corrigir publicamente: quem não se sente envergonhado por ser chamado atenção perante pessoas alheias? É constrangedor e humilhante. Ter defeitos apontados em alto e bom som prejudicam a evolução dessa pessoa, imaginem um adolescente que já se vê como inferior aos demais, sofrer uma crítica da pessoa que possui maior autoridade na sala de aula se torna uma abertura para que os colegas também a façam. Aumentando as chances desse aluno desenvolver baixa autoestima e consequentemente desinteresse pelos valores que farão parte de sua personalidade. Tratando agora de um ponto mais sistemático, o aluno também se sentirá confortável para contribuir com a aula. Dificilmente irá responder um questionamento ou fazer um apontamento, mesmo que tenha conhecimento do assunto.
O segundo pecado que o professor pode cometer e assim prejudicar seu trabalho é o de expressar autoridade com agressividade. Esse ponto é muito semelhante ao anterior, nesse o aluno sente temor e perde total afeto que poderia vir a sentir, a relação fica baseada no medo e isso afeta o aprendizado desse aluno e consequentemente o desenvolvimento pessoal dele. O aluno se sente oprimido e fisicamente desconfortável com a presença do professor, sempre que ele se dirigir ao aluno vai lhe causar apreensão. Digo isto por experiência, quando aluna do ensino básico passei por constrangimentos que me causaram problemas, um professor usava de sua autoridade para manter a classe sob controle. Funcionava. Todos obedeciam e seguiam suas regras, porém nenhum se sentia confortável em sua aula. O ambiente era hostil, mesmo que em silêncio. Não estou falando que o professor deve obter um comportamento “bonzinho”, o camarada, manipulável que os alunos desrespeitam. Mas é necessário que haja uma interação entre os alunos e o professor, ser amigo do aluno não significa permitir insubordinação.

É importante que o professor entenda o que é uma classe indisciplinada, em seu livro Antunes [2017] aborda a questão e explica que uma sala silenciosa não é uma classe disciplinada. É importante que exista diálogo, “saiba fazer dessa notável qualidade humana uma “ferramenta” de ensino.” conversar é uma ação humana e necessária para o amadurecimento. O professor de História precisa incitar seus alunos a questionar e como fazer isso se preservar uma classe amedrontada?

Costumo me questionar frequentemente acerca do tipo de professora que serei, tenho muito a aprender e acredito que a experiência da sala de aula é o que vai fazer toda a diferença. Quando ingressei na graduação, desejava trabalhar com os alunos do ensino médio, hoje, após o início do estágio, passei a me interessar pelos alunos do ensino fundamental, e quais metodologias poderei utilizar para ensinar a História. Os alunos dos anos iniciais do fundamental II são, geralmente, muito agitados e ansiosos. E a maioria dos professores fazem o mau uso de sua autoridade para controlar a classe. A meu ver não devemos fazer isso, a melhor estratégia para envolver os alunos na aprendizagem é elaborar métodos que facilitarão a didática. Nesse caso podemos utilizar a interação da História com as demais ciências.

A aproximação com outras disciplinas permite o aprofundamento dos conhecimentos que proporcionam novas reflexões e abordagens. A BNCC abrange a questão da Interdisciplinaridade. E o professor deve fazer uso dela para melhor desenvolver as habilidades que os alunos vão necessitar no seu processo de aprendizagem. A História pode ser ligada a qualquer outra disciplina, pois todas possuem uma história de si mesma. Pensando nisso é possível que o professor desenvolva diversas atividades interativas, que vão facilitar a aprendizagem e despertar maior interesse do aluno sobre a História.

Com isso temos inúmeras possibilidades, ensinar História com Música é uma das opções. A música é uma fonte histórica, e é muito divertido utilizar esse recurso na sala de aula, através da produção de paródias, composição musical e interpretação. Uma outra opção é o uso de jogos lúdicos, as brincadeiras na sala de aula proporcionam uma comunicação social entre os alunos e uma maior facilidade em assimilar o conteúdo. Não podemos esquecer das TICs. A utilização das tecnologias também são importantes para manter uma aula diversificada e atraente. Estamos vivenciando a era digital e precisamos acompanhar a ligeira mudança da comunicação. Kenski [2007] nos diz: “as últimas décadas garantiu novas formas de uso das TICs para a produção e propagação de informações, a interação e a comunicação em tempo real, ou seja, no momento em que o fato acontece.”  Isto nos remete ao caso da grande importância e do grande desafio que é ensinar História ns dias de hoje. O professor deve está apto para ensinar o aluno da Educação 4.0. e conservar o caráter filosofico que a disciplina de História compreende.

Referências
Bárbara Silva. Graduanda do 5º período de Licenciatura Plena em História da Universidade Nilton Lins – Manaus/AM

ANTUNES, Celso, 1937. – Professor bonzinho = aluno difícil: a questão da indisciplina em sala de aula / Celso Antunes. – Petrópolis, RJ: Vozes, 2017.
CAI percentual de estudantes que querem ser professores, diz OCDE. Agencia do Brasil, 2018. Disponível em:
<http://agenciabrasil.ebc.com.br/educacao/noticia/2018-06/cai-percentual-de-estudantes-que-querem-ser-professores-diz-ocde>. Acesso em: 11 de out. 2019.
CURY. Augusto Jorge, 1958 - Pais brilhantes, professores fascinantes /Augusto Cury, - Rio de Janeiro: Sextante. 2003.
KENSKI, Vani Moreira. Educação e Tecnologias: O novo ritmo da informação / Vani Moreira Kenski. – Campinas, SP: Papirus, 2007. – [coleção papiros educação].
MONTEIRO, Ana Maria F. C. Professores de História: entre saberes e práticas / Ana Maria Ferreira da Costa Monteiro. – Rio de Janeiro: Mauad X, 2007.
MORALES, Pedro. A relação professor-aluno: o que é, como se faz. São Paulo: Loyola, 1999.
SANTOS, Roseane; SILVA, Andréa. Relação professor aluno: uma reflexão dos problemas educacionais. Trabalho de conclusão de curso. UNAMA. 2002.

48 comentários:

  1. Prezada Bárbara, parabéns pelo trabalho. Identifico em você uma boa vontade para com a função professor, e, além do mais, uma preocupação sua em procurar uma “saída” para um ensino de História atraente. Vc fala em afetividade, e para mim é uma CHAVE chave de entendimento essencial. Vc se preocupa com “passar conteúdo”. Será que o professor “passa conteúdo” mesmo? Por que passar conteúdo dá a ideia de que, de um lado, está o conteúdo pronto e de outro o aluno que, não sabendo nada, recebe este conteúdo. O “clima afável” é uma relação afetuosa dentro de sala, para que haja um “ambiente favorável ao aprendizado”. “Respeito mútuo”. Não se repreender o aluno publicamente, e nem ser agressivo, porque isso tudo pode inibir uma relação de mútuo respeito. Não há ensino se o prof for “extremamente crítico e intolerante”. Minha questão é: COMO VOCÊ TRATA A AFETIVIDADE. Tudo que vc falou da relação prof-aluno é básico. Mas básico para qualquer relação entre pessoas. Não só no ensino de História! Vc não acha que a afetividade deve ser voltada para o afeto, identificação, respeito, afabilidade COM A HISTÓRIA? Vc não acha que o historiador já tem uma postura crítica excessiva, que obriga o aluno saber o que ele, professor, exige que o aluno tem de saber? Vc fala de passar conteúdo. Mas como vc sabe que vc passou conteúdo? E como é possível apurar, avaliar que o conteúdo que vc passa é mesmo o mais importante para o aluno? Vc não pensa que o afeto tem de ser com a história, acima de tudo? Vc não acha que somos formados para desprezar o afeto com a história, porque a história é só para ser crítica e negar? Bruno Flávio Lontra Fagundes (UNESPAR PR)

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    1. Primeiramente, agradeço sua parabenização. Quando me refiro a afetividade, que inclui o afeto, identificação, o respeito e mais, acredito que sejam todos relacionados a História. Porque afinal a História abrange um leque de ideias que podemos trabalhar sem estar apontando exclusivamente determinado episódio. Quando eu crio um ambiente seguro onde meu aluno vai poder se expor sem receios, estou trabalhando História. É uma ciência que nos permite questionar, expor, refletir. E tudo o que nos faz pensar e duvidar nos traz conhecimento. Uma pessoa que possui oportunidades de se posicionar vai carregar esse recurso por toda a vida. Vai saber se expressar quando lhe couber, numa entrevista de emprego, nas redes sociais, em um debate sobre qualquer assunto social. E esse é um dos papeis mais fascinantes da História, do historiador, do professor, mostrar que o mundo é muito mais do que vemos. Que cada pessoa tem seu lugar na sociedade e que as diferenças merecem respeito e solidariedade. Quanto a “passar conteúdo”, eu ainda estou no 5° período da graduação e digo isto pelo que presenciei nas minhas poucas experiências na sala de aula. Eu estimo muito o lado pedagógico e social, filosófico da História e como professora pretendo trabalhar ativamente esse ponto com meus alunos. Porém existe um “cronograma” com os assuntos que o professor precisa aplicar na sala de aula.

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    2. Bárbara, seu texto está bastante importante e mexeu com muita gente. Isso é um indicativo que, no mínimo, ele levanta questões importantes. Parabéns. Bruno Flávio Lontra Fagundes

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    3. De que modo podemos evitar que uma sala de aula se torne um ambiente indisciplinado? Levando em conta que na maioria das familias brasileiras, a educação familiar não tem um estrutura de comportamento semelhante ao comportamento que os alunos deveriam ter em sala de aula?

      José Ramon Vieira Soares

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  2. Olá, quero parabeniza-la pelo artigo, acredito que refletir sobre tal assunto é de extrema importância. Enquanto o lia, lembrei da relação que tive com meus professores da educação básica e como isso afetou meu aprendizado, de fato absorvi muito mais daqueles em que o vínculo não era pautado na autoridade arbitrária e no medo. A questão que me inquieta é, contudo, a linha tênue que separa as relações genuínas dos sentimentos confusos da adolescência dos discentes. Desse modo, quais seriam, então, os meios mais adequados ou, pelo menos, as possibilidades para lidar com os limites dessa afetividade?
    JÉSSICA DE SOUZA DANTAS

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    1. Olá, agradeço muitíssimo sua gentileza. A questão da afetividade se confunde e até pode se perder quando o professor não sabe dá os limites e se posicionar. O aluno do 6º, 7º ano é um aluno mais carinhoso, mais atencioso e o professor precisa se comportar de maneira adequada, corresponder esse afeto, mas sem ultrapassar as fronteiras dessa relação. E é exatamente da mesma forma com o adolescente, quando a criança chega, por exemplo, aos 14 anos (que podem ser com menos ou mais idade) surgem mudanças no seu comportamento, sentimento e etc. essas mudanças vêm acompanhadas de sentimentos românticos, ou agressivos, que o professor por sua vez deve estar atento a essa mudança. O limite é algo particular. Eu acredito que o contato físico, mesmo que mínimo, e as relações em redes sociais devem ser evitadas. Porém você pode achar irrelevante. Penso que o ideal é que haja um diálogo com a turma para estabelecimento dos limites necessários para que a relação do professor-aluno não seja prejudicada. Vou deixar a referência de um artigo que aborda o assunto com mais propriedade.

      Macêdo, J. A.; Souza, E. C. (2009). Adolescência e o limite. HOLOS, 3, 207-217. Disponível: http://www2.ifrn.edu.br/ojs/index.php/HOLOS/article/view/236/269

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  3. Muitas vezes, quando o professor, além da figura de "líder" da sala, torna-se amigo do alunado, de fato, estabelecendo relações de afetividade, perde também o respeito por parte dos alunos na figura simbólica do professor, pois não possuem consciência dos limites entre as aulas e momentos de conversas paralelas com o docente. Como o professor pode dialogar com o alunado, em momentos de aulas, sem que se perca a afetividade e o conteúdo seja aprendido? É possível estabelecer limites nessa relação?
    Ana Clara Pontes de Araújo

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    1. Bom, eu acredito que nesse cenário o professor deve estabelecer regras. Na verdade, considero interessante que haja uma conversa com os alunos em que possam elaborar junto com o professor determinados limites. Dessa maneira os alunos não vão enxergar as regras como impostas, mas construídas, com a participação deles. Consequentemente o professor já estará exercendo a democracia e dando abertura para que os alunos se expressem. Assim proporcionando o respeito e atenção que a relação exige.

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  4. Este comentário foi removido pelo autor.

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  5. Boa tarde. A questão da afetividade, e sobretudo do "se colocar no lugar do aluno" sem dúvida se fazer muito importante em nossa práxis em sala de aula, e de fato não pode ser negligenciada. Além da pergunta que se segue, como uma veterana, gostaria de lhe indicar algumas leituras acerca do Ensino de História que poderão enriquecer ainda mais sua experiência em sala de aula. Em primeiro lugar, gostaria de indicar os textos da professora Margarida Maria Dias de Oliveira, assim como dos professores Itamar de Freitas e da professora Crislane Azevedo [todos de fácil acesso no próprio google], além desses três autores destaco a professora Circe Bittencourt como uma primorosa fonte acerca do assunto.
    Enfim, no que concerne as perguntas.
    Você afirmou continuamente as dificuldades enfrentadas pelos professores, sobretudo quanto sua exaustiva carga de trabalho, porém trouxe como solução para um ensino mais interessante, o trabalho interdisciplinar. Levando em conta tais dificuldades, principalmente a falta de tempo, qual a sua sugestão para tal trabalho interdisciplinar ser executado? E de que forma este se faria tão atrativo para os alunos (principalmente os dos anos iniciais do ensino fundamental II)?
    Tenha uma boa tarde, parabéns pelo seu artigo!
    Krishna Luchetti, mestranda em História pelo PPGH da Universidade Federal do Rio Grande do Norte.

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    1. Muito obrigada, tenha certeza que vou conferir suas indicações, pensando nessa faixa etária (alunos dos anos inicias do fundamental II) em que os alunos são mais agitados e inquietos, creio que uma abordagem interdisciplinar com artes visuais seria assertiva. A metodologia através de fotografia, vídeos, pinturas, artesanatos etc. chamam mais atenção desse aluno. Um exemplo seria a utilização desses meios para uma aula sobre cultura regional, patrimônio histórico e outros. Podemos levar esse material já pronto pra sala de aula, ou solicitar a elaboração, de colagens, curta-metragem, histórias em quadrinhos, maquetes e muito mais.

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  6. Parabéns pelo trabalho... sou seu colega de Instituição de ensino acadêmico, como discente em história.
    A pergunta que faço estruturasse na didática freiriana entre opressor e o oprimido... Ou seja, o professor e o aluno... que correlaciona e muito a sua pesquisa.
    Pois pelas vivências que temos ao longo de nossa vida acadêmica, percebesse que é preciso sair da esferas das conjecturas e teorias, para ir para labores mais práticos e objetivos. Pois percebesse que muitos professores ainda se utilizam de premissas de retribuidade, ou seja, se ele sofreu em tempos passados como aluno, agora como Professor o alunado irá sofrer.

    Nesse aspecto na sua opinião, hoje em dia a excelência da docência não está seguindo mais opção de se tornar professor, do que ter amor por essa profissão?
    E parabéns pela excelente publicação.
    José Fábio Bentes Valente Prof. Me. Em Ciências das Religiões. Faculdade Boas novas - Am.

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  7. Boa noite,colega de acadêmia Barbara Silva contemplando desde já, com as felicitações pelo grande trabalho desse artigo abordando as questões de professor e aluno em sala de aula.

    As diversidades entre professor e aluno são crescentes ao longo do tempo,podemos notar que lá no primário,somos disciplinados na questão de aprendizado ,façamos as perguntas aos nosso país,porque ir a escola? Na mesma sequência a resposta "para você aprender e ser alguém na vida" isso já vem de casa com as doutrinas pacíficas de pais, que almejam o sucesso do filho ao futuro bem próximo,esse viés venha a ser uma forma tão qualitativa quanto destruidora,para ambos assim como posso ter minha alicerce em casa ,também não pode existir já entra o fator barreiras entre pais e filhos ,uma referência de pais que se entregam as ilusões do cotidiano mundano,isso abala as características de uma criança futuramente assimila o devido respeito e disciplina com o professor, pouquíssimos buscam o mencionado refúgio ,que muitas das vezes se descreve como forma de o aluno se solucionar como pessoa, se identificar da maneira mais difícil o por que de ir a uma escola ou sala de aula.

    O professor se perceber,é o aluno que teve as características dos pais ou não,mundana ou disciplinada,mas corresponde o seu ofício de fato que é o ensino das diversas camadas da educação,o professor também passar por essa metamorfose de lapidar o melhor conteúdo para seus alunos,seria louvável que cada professor entrasse não só com a afetividade, mas também com sua própria lição ,seria o emocional se mostrando que todos são os mesmos jamais vão ser diferentes,o psicologico é o que deve ser reconstruído para as análises perante ao processo.

    O Ensino da História nesse ambiente entre o professor e o aluno, se torna a melhor metodologia que possamos ter em campo,o conhecimento trocado formarão as dinâmicas necessárias pela absorção da disciplina,embora que surja várias metodológicas em grande escala, não temos campo físico e muito menos materiais para uma elaboração que faça que o aluno se interesse pela Disciplina História e que faça o professor fomentar metodológicas ainda mais eficazes para que supra o conhecimento de forma abrangente e satisfatória.

    Quais seriam as metodologias baseadas nessas transformações de legitimar esse afeto entre professores alunos,viabilizando apenas a reconstrução desses dois pontos em sala de aula? Embora que saibamos que há um uma atmosfera totalmente diferente do ambiente educacional.

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    1. A relação professor-aluno é flutuante e requer uma serie de quesitos. Acredito que para uma relação afetiva de cunho positivo seja necessário um diálogo verdadeiro e honesto para que ambas as partes sejam beneficiadas. Para que o professor não permita desordem. E que nenhum dos integrantes não se sinta oprimido. A relação deve conter um limite seguro para não ultrapassar a afetividade genuína e se tornar um problema. Uma metodologia que pode ser aplicada é a elaboração de um conjunto de regras que o professor e os alunos vão criar juntos. Assim a relação ganha confiança e respeito mútuo.

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  8. Boa noite eu chamo Fabiana vieira lobato o professor que é dinâmico, professor pra ele ser excelente ele tem que gostar do ele faz, ele tem que ter amor pela sua profissão, ele vai dar uma excelente aula por exemplo: O médico tem que ter amor em sua profissão se não vai perder vidas, assim é o professor tem que ter amor no que faz pra ter uma aula maravilhosa

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    1. Concordo que o amor pela profissão é um ponto de extrema importância, afinal quem não gosta de sua profissão acaba sendo um profissional frustrado e consequentemente realiza um trabalho com péssimos resultados. Porém não podemos dizer que isso torna um professor “excelente”. A meu ver o professor precisa conter uma serie de conhecimentos, não digo apenas do conteúdo que irá ministrar, mas sim de respeito, diversidade, inclusão.

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  9. Olá Bárbara! Fiquei muito feliz quando vi o tema que seria trabalhado, e mais ainda quando eu li o seu trabalho. Como você disse no texto, muitas vezes o professor precisa trabalhar com uma grande quantidade de alunos, em diferentes realidades, para poder obter uma renda satisfatória. Minha pergunta é como o professor poderia lidar com a construção da afetividade e dinâmicas de conteúdo,por exemplo, tendo um número considerável de alunos que podem não possuir a mesma realidade?
    Agradeço desde já!

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  10. Olá Bárbara! Fiquei muito feliz quando vi o tema que seria trabalhado, e mais ainda quando eu li o seu trabalho. Como você disse no texto, muitas vezes o professor precisa trabalhar com uma grande quantidade de alunos, em diferentes realidades, para poder obter uma renda satisfatória. Minha pergunta é como o professor poderia lidar com a construção da afetividade e dinâmicas de conteúdo,por exemplo, tendo um número considerável de alunos que podem não possuir a mesma realidade?
    Agradeço desde já!
    (Comentando novamente porque esqueci de assinar :D)

    Aissa Fernanda Pereira Santos

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    1. Olá Aissa, fico feliz por meu trabalho ter te agradado.

      Nessa situação, é importante está atento para a inclusão. Numa sala de aula com 40/50/60 alunos possui uma diversidade imensa e distintas realidades. E isso é um grande desafio, imagina um professor que precisa dar aula em 3 horários, a quantidade de alunos que ele tem é ilógica. A qualidade do ensino que esse professor vai passar é miserável. Por e outros motivos que a metodologia é falha. Como esse professor vai desenvolver uma didática atrativa? Como ele vai participar nessa relação? Ser professor tem inúmeros desafios e ser um professor de destaque tem mais ainda.

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  11. Boa tarde,Barbara Silva,primeiramente parabéns pelo artigo.Toda causa tem uma consequência,o papel do professror é fundamental para propagar o conhecimento principalmente em sala de aula aos alunos que estão compromissados em aprender e,os que não estão,percebi em meu estagio que nem todos os docentes tem o mesmo objetivos de ensinar,cada aluno vive um contexto social diferente porém muitos dos professores não percebe esse desconforto social,os profissionais de educação estão preocupado em comprir a sua carga horária e retorna para o conforto de seus lares,percebesse que deixam uma grande lacuna aberta as lições aplicadas em sala de aula não alcançando todos os alunos.Pergunta-se devido a mal remuneração e grande quantidade de alunos em sala de aula que muitas vezes chegam entre 50 a 60 estudantes,isso seria uma das causas por parte de alguns dos professores de não assumir o papel de semeador do conhecimento? Evandro Conceição da Silva.

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    1. Oi Evandro, muito obrigada!

      Esse com certeza é um dos problemas que o professor enfrenta, a remuneração é inferior do que seria o ideal para os profissionais, em consequência muitos encaram três horários, com turmas superlotadas. O que interfere no resultado da qualidade de ensino, como esse professor vai ter disposição pra elaborar uma dinâmica diferente, uma metodologia atrativa, pra fugir da educação tradicional? São desafios que prejudicam a relação professor-aluno.

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  12. Boa tarde Bárbara, parabéns pelo texto!

    Me interessei pelo seu artigo pois sempre tive muita expectativa e idealizações com a profissão. Ainda estou no primeiro período da graduação, mas aos poucos, muitos aspectos da utopia que eu mesma criei já estão sendo desmistificados.

    Tive um excelente professor de história que me acompanhou do ensino fundamental até dois anos do ensino médio. Eu o admirava muito, foi ele que despertou meu interesse pela história e por ser professora. Meu sonho era ser um profissional como ele. Suas aulas eram no equilíbrio certo entre a ordem e a descontração. Um professor rígido, mas ao mesmo tempo divertido, não éramos limitados em livros didáticos e ele sempre trazia seus próprios materiais que complementavam nosso conhecimento. Entretanto, em certos dias, era possível ver o desgaste em seu semblante, resultado de cargas horárias que decorriam em mais de um turno e em diferentes instituições.

    Acredito que a desvalorização do professor seja um dos fatores que mais pesa e leva o profissional a uma rotina monótona em sala de aula. O Estado não valoriza seu trabalho, os alunos duvidam da sua importância e como qualquer outro ser humano muitas vezes é inevitável não se abalar com esses fatos. Tanto amor em ensinar e sem incentivos para que você leve o conhecimento de forma limpa e completa.

    Minha pergunta é a seguinte: De quais maneiras podemos quebrar a imagem desvalorizada que as pessoas têm do professor desde a educação infantil? Como mostrar para as crianças que o trabalho desse educador é realmente importante?
    - Letícia Freitas Britto.

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    1. Olá Letícia, obrigada!
      Essa é uma questão social, nos como professores temos que conscientizar, não só nossos alunos, mas também qualquer pessoa, que não é uma profissão ruim. Existem sim inúmeros desafios, mas se você escolheu essa profissão é porque se identificou com ela de alguma maneira. Nossa área de trabalho começa com os alunos da segunda fase do ensino fundamental. Se tivermos atenção em lhes mostrar que ser professor é, apesar dos altos e baixos, gratificante. É uma profissão que exige muita responsabilidade, tudo que fazemos gera impacto na vida de nossos alunos.

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  13. Olá, Bárbara!
    Primeiramente, gostaria de parabeniza-la pelo artigo, achei de uma sensibilidade incrível e vai muito de acordo com meus pensamentos.
    Um ponto interessante que você tocou foi a interdisciplinariedade da história, tento em vista todas as minhas experiências e aqui falo como aluna, a maioria dos professores que tive/tenho gostam de dar a sua aula de maneira isolada, o que do meu ponto de vista é um erro enorme, uma vez que podemos ligar a história a tantas outras áreas.
    Minha pergunta gira entorno dessa discussão, já que muitos professores preferem dar sua disciplina isoladamente, qual seria uma possível solução para a quebra do paradigma na sua visão?
    Desde já agradeço.

    Claraelisa Martins Mariano

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    1. Oi Claraelisa, muito obrigada.

      Sua questão traz um assunto que me intriga muito, não são poucos os professores que excluem essas possibilidades, eu mesma tive um professor que me repreendeu por utilizar como referência um teólogo. E geralmente esses profissionais são assim por virem de uma formação mais tradicional. E acabam influenciando seus alunos a também agirem assim. Para que esse ciclo seja quebrado é importante que saibamos como praticar a interdisciplinaridade e não apenas falar sobre.

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  14. Boa noite! Primeiramente gostaria de parabeniza-lá pelo belo trabalho e ainda mais por gerar em seus leitores uma reflexão frente a escolha de ser doar a licenciatura; eu pelo menos me senti muito tocada pelas palavras sinceras. Eu estou no 4° período de Pedagogia graças ao meu ensino médio que despertou esse sonho de ser um pouquinho daquilo que meus mestres foram pra mim e no seu trabalho encontrei respostas para a minha escolha. Então Bárbara, logo no início do texto me surgiu um questionamento que vou até procurar saber se há estudos sobre mas talvez você já tenha buscado saber. Percebo que ao longo do tempo/ dos anos a desvalorização da educação vem aumentando, há 2 décadas uma criança respondia que queria ser professora hoje as respostas são bem diferentes. Saberia dizer o motivo dessa desvalorização por parte da sociedade e do governo tendo em vista que é a profissão mais importante já que todos obrigatoriamente devem ter uma vida acadêmica para que se formem médicos, engenheiros e advogados. Agradeço desde já!

    Cauana Mayrink de Oliveira

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    1. Oi Cauana, agradeço.
      Eu acredito que seja porque a educação é uma arma. Os governantes não investem na educação porque se a sociedade possuir conhecimento de qualidade vai desestabilizar o sistema. As profissões, hoje desvalorizadas, são as mais essenciais. Como auxiliar de limpeza, gari, empregada doméstica. Se esses profissionais soubessem a importância do seu trabalho não aceitariam tão facilmente as condições que possuem. E o professor se inclui nessa situação. A sobrecarga e as dificuldades em exercer nosso tralhado reflete na visão da sociedade.

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  15. Bárbara Antônia Souza da Silva.

    Boa noite e parabéns pelo artigo.

    Como citou no artigo,"o professor ideal não existe."pois "a realidade social do aluno e o professor vivem em sala de aula não é facil."então,em meio a tantas dificuldades em ser um bom professor.qual seria a melhor didática e método a ser aplicado ao aluno,a influencia-lo e o torná-lo afetivo ao ensino de história?


    Josemeire Alves Pinto figueredo.

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    1. Olá Josemeire, muito obrigada!

      Creio que a metodologia com artes visuais são a melhor opção. Vivemos na era digital e a instantaneidade se tornou algo comum. Ensinar história nesses tempos, em que o aluno não sabe esperar, não possui paciência, é uma tarefa importante. É necessário despertar o “eu crítico” do aluno, pois assim esse vai buscar o conhecimento com mais ânimo.

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  16. Parabéns, Bárbara Antônia, o seu trabalho aborda questões muito importantes na relação professor-aluno e são questionamentos que eu também me faço como aluno do 1°período de Licenciatura em História, são muitas perguntas, medos, desafios, etc, e creio que todos nós passamos por isso. Mas em relação ao seu texto, tenho uma pergunta:"Você não acha o comodismo de muitos professores em manter uma relação agradável com seus alunos, utilizando metodologias que incentive o interesse de toda a classe está relacionada com o comodismo da coordenação pedagógica da escola que não procura inovar?"
    Universidade Nilton Lins, 1° Período Licenciatura Plena em História.
    Alison Rodrigues Corrêa.

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    1. Oi Alison, obrigada!

      Com toda certeza, toda a comunidade escolar possui responsabilidade no resultado dessa relação. O professor que se deixa levar pelo comodismo, muita das vezes, é o que se deixa vencer pelas dificuldades. Te dando exemplo de uma experiencia minha, desenvolvi um projeto durante minha participação no PIBID porém não tive apoio da coordenação e isso levou minhas expectativas a frustação. Resultando no fracasso do projeto. Então sim, considerado parte desse comodismo sendo da coordenação escolar.

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  17. Olá, Bárbara. Boas colocações você fez em seu texto. Fiquei feliz e contemplada com a leitura. Algumas questões tenho a apontar.
    A preocupação com questões de afetividade devem de fato existir. Elas são essenciais para um aprendizado significativo e existem pesquisas no campo da neurociência que tem comprovado isso. A boa relação docente-discente pode inclusive gerar mais resultados que utilização de tecnologias ou outras estratégias. Ou melhor dizendo, diversas estratégias de ensino podem perder seu efeito se houver uma ambiente afetivo de hostilidade entre as partes envolvidas no processo de aprendizagem. Você fala em seu texto sobre, o posicionamento de comodismo de alguns professores. Comodismo é uma palavra perigosa. Talvez até inadequada em seu texto, já que você mesma aponta que muitas vezes essa inércia docente para realização de atividades inovadoras se dá em função de condições de trabalho, a questão salarial que leva a dupla jornada, o esgotamento psicológico devido à violência nas escolas. Penso que ás vezes é perigoso dizer que professores que vivenciam tal realidade são "acomodados" em suas didáticas. Algumas questões que tratamos como meramente pedagógicas, perpassam por questões trabalhistas e dependem de luta e organização coletivas para serem superadas, e não somente esforço individual dos docentes para superação de dificuldades e construção de melhores práticas de ensino. É preciso atentar também para esse fator, ou reproduziremos discursos até "opressores", que partem inclusive de instâncias pedagógicas superiores, que apontam que o fracasso escolar se dá em função do mau preparo pedagógico docente nas licenciaturas, desconsiderando fatores infraestruturais e conjunturais da realidade educacional como um todo.
    Jannaiara Barros Cavalcante/ Professora assistente na Universidade Estadual de Alagoas.

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    1. Olá, agradeço suas colocações e considero ser um ponto de vista válido. Não tive a intenção de passar essa ideia quando abordei a questão do comodismo. De fato não podemos colocar essa culpa somente sobre o professor, toda a comunidade escolar possui responsabilidades, incluindo também os governantes e a sociedade. Penso que não é sensato definir somente o docente como total responsável por qualquer assunto educacional.

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  18. Olá Bárbara, gostei muito do texto

    Minha pergunta é:

    Você considera que a metodologia tradicional de ensino está ultrapassada? Considerando que essa possa ser a causa dos alunos não demonstram mais tanto interesse por esse método de ensino? É quais outros métodos de ensino os professores poderiam utilizar-se nas salas de aula?

    Daniel Augusto Pereira Garcia

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    1. Olá Daniel,

      Eu não diria ultrapassada, mas sim improdutiva, o método de ensino que gira, exclusivamente, em torno do livro didático é justamente um dos fatores que implicam na falha da educação tradicional. Ela funcionou por muito tempo, mas hoje vivemos em uma era que essa didática não se faz suficiente. Os alunos dessa geração possuem recursos que os de décadas atrás não tinham. E os professores precisam acompanhar essas modificações, visando isso, acredito que uma ótima metodologia seja a que envolva artes visuais. Como a utilização de slide, vídeos, colagens, cartazes, redes sociais etc.

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  19. Boa noite.
    Primeiramente, parabéns pelo seu texto.
    Também sou estudante do curso de História, do sétimo semestre. No próximo semestre irei fazer meu estágio presencial, o que me gera dúvidas e ansiedades em como me portar com os alunos para que seja uma boa professora mas sem perder o respeito deles em sala de aula.
    Com certeza concordo com o que você disse que a profissão não é valorizada. Podemos ver isso em vários âmbitos: seja na sua remuneração, seja no espanto que as pessoas fazem quando falamos que fazemos uma licenciatura.
    Nos é cobrado para sermos dinâmicos em sala de aula, trazermos metodologias interativas, porém, a realidade da grande maioria dos professores é uma sobrecarga em seus horários. Fora isso, além das horas aulas em sala de aula, deve-se mencionar no tempo gasto para a preparação de aulas, correção de trabalhos e provas.
    Pergunto: Como você acha que o professor pode se portar para ter o respeito dos alunos sem perder o afeto deles por nós? Quais metodologias e ou trabalhos com os alunos você considera as mais eficientes para criar uma boa relação entre aluno-professor e fazer com que eles se interessem na disciplina sem fazerem a famosa pergunta: mas qual a necessidade de se estudar história ou para que serve a história ou este conteúdo abordado?
    Obrigada.
    Att. Patrícia Vieira

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    1. Oi Patrícia, obrigada, é sempre um desafio ter que encarar algo novo, e uma sala de aula não é fácil. Existem diversas personalidades naquele local e você com certeza não vai agradar a todos, mas se conseguir se comunicar e envolver a maioria deles já é o bastante. Não existe uma formula certa que indique como conquistar o afeto da turma. O respeito é conseguido de duas maneiras: através do medo ou do amor, se você gosta de uma pessoa, vai respeita-la, principalmente na sala de aula, onde você é a autoridade, o “mais velho”. Quanto as metodologias que podem auxiliar na aproximação do professor com a turma, creio que uma voltada para o lado pessoal dos envolvidos. Quando eu estava no 8° ano do fundamental, um professor desenvolveu uma gincana onde tínhamos que interpretar uma figura histórica que nos identificássemos, dessa forma expressávamos particularidades nossas e o professor as dele. Depois desse episodio ele se transformou em uma das minhas inspirações. Um outro método interessante é usar comparações com a atualidade, algo que eles entendam, por isso a importância de conhecer a turma, seus gostos, interesses etc.

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  20. Olá Bárbara, primeiramente parabéns pelo trabalho.
    Bom, também sou graduanda em história e me identifiquei demais com seu texto, até por que ele reflete diretamente em situações que já vivi. Mas bom, é indiscutível que deve existir uma boa relação entre professor e aluno, ambos são beneficiados quando existe um afeto verdadeiro, digo isto por experiência, quando aluna da educação básica construí amizades com alguns professores que me são caras até hoje. Nesse sentido, julgo importante o estabelecimento de uma relação amigável e verdadeira dentro da sala de aula, uma vez que o trabalho do professor é para além de explicar conteúdo, é um trabalho que envolve relações humanas e lidar com o seu humano por si só já é bastante complexo e difícil, mas o professor também não deve esquecer que ele não é amiguinho de seus alunos, em sala de aula ele é o adulto e também a autoridade e deve existe um limite na relação com os alunos. Nesse contexto, até que ponto um professor deve ser amigo de seu aluno?

    Josefa Robervania de Albuquerque Barbosa

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    1. Oi, agradeço seu interesse por meu trabalho.

      O professor não pode de maneira alguma ultrapassar os limites da ética profissional. É importante que haja a interação afetiva com os alunos, afinal ele age como um influenciador muita das vezes, é uma referência, e suas atitudes vão definir se vai ser positiva ou negativa. Por isso eu discorri sobre os limites dessa relação. Principalmente com os adolescentes, que passam por fases complicadas e podem expressar os sentimentos de maneiras entusiasmada.

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  21. Ivanize Santana Sousa Nascimneto20 de maio de 2020 às 21:06

    Boa-noite,Bárbara!
    Exalto a sua coragem em escrever este artigo em pleno pique de quase conclusão do seu curso, porque dá entender que é isso que busca viver com seus alunos...uma História viva, efetiva e afetiva.Vou aqui lhe passar brevemente uma das minhas experiências com turmas do 6º ao 9ºanos nas redes pública e privada. Como gosto de fazer cordel, criar peças de teatro e parodiar,eis o caminho para me aproximar deles e descontrair as aulas.Quando eu também utilizo a metodologia "ENTREVISTA COM GENTE MORTA", NOSSA! Riem, ficam se perguntando como fazer e, diante do lúdico a seriedade vem acompanhada de afeto e respeito. Na rede privada, destaco o caderno de desenho que vira DIÁRIO DE BORDO.Nesse diário, devem fazer os trabalhos de pesquisa que eu proponho,por exemplo,VIAGEM HISTÓRICA CULTURAL. Nesses dias,a turma do 6º,"viajou" pelo mundo das ORIGENS DA HUMANIDADE..."falaram com os HOMOS,ENTREVISTARAM A NIÈDE GUIDON, WALTER NEVES,CHARLES DARWIN e o papa,viram pinturas rupestres...etc...foi uma loucura,mas valeu! passavam mensagens tirando dúvidas, postavam os rascunhos para a correção e chegaram a dizer...Pró, que massa! Amei! Estou gostando de História! ENFIM...SE A HISTÓRIA É A CIÊNCIA DOS HOMENS NO TEMPO...TEM QUE TER AFETO! PARABÉNS, BÁRBARA E ABENÇOADO FIM DE CURSO!

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    1. Oi Ivanize, muito obrigada, eu adorei a ideia de metodologia: “ENTREVISTA COM GENTE MORTA”, deve ser muito gratificante ver o entusiasmo dos nossos alunos. eu vou me esforçar ao máximo para ouvir essas palavras. Quero fazer a diferença na vida deles.

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  22. É certo que as condições de trabalho na maioria das vezes não são favoráveis e que o professor é desafiado dentro de seu contexto. Contudo, não é vergonhoso para um professor usa isso como desculpa, uma vez que, outros professores em situação igual ou/e pior estão fazendo um trabalho excelente. Como você enxerga isso?
    Parabéns pelo seu artigo.

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  23. É certo que as condições de trabalho na maioria das vezes não são favoráveis e que o professor é desafiado dentro de seu contexto. Contudo, não é vergonhoso para um professor usa isso como desculpa, uma vez que, outros professores em situação igual ou/e pior estão fazendo um trabalho excelente. Como você enxerga isso? 
    Parabéns pelo seu artigo.
    Railton de Assis.

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  24. O que o professor pode fazer para aquele aluno mais distante, tímido, de difícil aprendizagem possa ser mais mais participativo e possa aprender?
    Railton

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  25. Quanto a didática. Até que ponto a tecnologia, dinâmicas podem ser usadas dentro da sala de aula?
    Railton de Assis

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