REFLETINDO SOBRE AS RELAÇÕES DE ENSINO E APRENDIZAGEM – REALIDADES E DESAFIOS
Se algum estudante do século XVIII ou XIX pudesse ser
transportado em uma viagem pelo tempo até os dias de hoje e, por acaso, caísse
numa sala de aula, ele se encontraria no que lhe pareceria um ambiente familiar
[Cordeiro, 2007, p.14].
Em sua obra “A Didática” Jaime Cordeiro, descreve a forma
como uma sala de aula veio sendo organizada e disposta com o passar do tempo,
observando que poucas coisas mudaram nos ambientes escolares atuais se
comparado às escolas dos séculos anteriores, o que torna importante refletir
sobre essa manutenção da gramática escolar atravessada pelo tempo. Segundo
Cordeiro a escola se tornou a primeira instituição realmente global,
apresentando as mesmas características formais e outras que vão além do aspecto
formal e remetem a uma gramática escolar, que envolvem seriação, currículos,
avaliações, controle da disciplina, rígidos horários entre outras
características [Cordeiro, 2007, p. 15].
Partindo das reflexões de Cordeiro, pensemos sobre o
ensino de história nas escolas da rede estadual de educação básica hoje. Quando
se transita pelas escolas, no acompanhamento de estágios ou na realização de
pesquisas, muitos dados vão emergindo. Os professores, de um lado, reclamam de
alunos passivos para o conhecimento, sem curiosidade, sem interesse,
desatentos, que desafiam sua autoridade, sendo zombeteiros e irreverentes.
Denunciam também, o acesso e a complexidade dos conteúdos a ministrar nas aulas
de História. [Caimi, 2007, p.18]
Para complementar as palavras de Caimi, eu diria que
quando transitamos pela escola hoje, encontramos também um espaço de alegria,
cheio de energia e barulho, ambiente onde se dão relações amistosas e
conflituosas devido à pluralidade de seus sujeitos. Em meio a essas relações
ocorre às aulas distribuídas por disciplinas curriculares, entre elas a aula de
História. De que forma a aula de História vem ocorrendo? Quais maneiras os
professores de história têm utilizado para atingir a aprendizagem histórica?
Estaria à escola e seus profissionais conseguindo acompanhar as transformações
pelas quais o mundo vem passando, não só no aspecto social e econômico, como
também as linhas historiográficas predominantes em diferentes momentos? São
questões que sempre me inquietam e me conduzem a uma reflexão sobre a minha
prática e de meus colegas, e quando falamos em prática falamos também da
didática.
Segundo Rafael Saddi, quando se trata de didática da
história no Brasil, não existe uma definição consensual [2012, p.212], apesar
de não ser um assunto recente, pois a palavra “didática” de origem grega foi
criada por Comenius em 1638 em sua obra a “Didática Magna”, onde disseminou a
sistematização do processo de ensino. Por muito tempo a didática esteve
atrelada a estudos tratados pela pedagogia, não havendo muito interesse pelos
historiadores em compreender o processo de ensino e aprendizagem em história,
ou seja, ela não era uma preocupação dos que produziam conhecimento histórico.
No Brasil o surgimento da História como disciplina ocorreu no final do século
XIX, com a criação do Colégio Pedro II 1837, que construiu o código disciplinar
de História no Brasil com um regulamento de 1838 e a criação do IHGB [Instituto
Histórico Geográfico Brasileiro] que instituiu a História como disciplina
acadêmica, influenciada pela história metódica e positivista, ressaltando a
linearidade dos fatos e o uso de somente documentos oficiais além da
valorização dos grandes heróis. [DCEs, 2008, p.38] e nesse momento a História
surge para atender aos interesses da nação, “Estado”. Flávia Eloisa Caimi explica sobre as
finalidades do IHGB:
Dentre suas
finalidades, estão, respectivamente, a produção e a disseminação da história
nacional, que resultaram na configuração de uma história pátria cuja função pedagógica
de “Mestra da Vida” exerceu o papel de orientadora dos jovens para a civilidade
e o patriotismo ao longo de muitas décadas. [Caimi, 2008, p.2].
No início do
século XX com a decadência do Império francês e o sucateamento de suas
universidades, em conjunto com a expansão das Universidades Federais
brasileiras que ampliou as pesquisas científicas no período de 2003 a 2016,
contribuíram para o enfraquecimento da influência francesa sobre as
Universidades brasileiras e proporcionaram aos historiadores brasileiros pensar
sob uma perspectiva brasileira ou latino-americana, buscando outras referêcias
internacionais, além da francesa. Tal fato contribuiu para que a didática da
história sob a perspectiva da escola historicista alemã começasse a ser difundiida
no Brasil [Cardoso, 2019, p. 83]. Até a década de 1970, o ensino da história se
resumia apenas na exposição de fatos do passado, transposto pelo professor sem
serem questionados. A partir da segunda metade de 1980 e no início dos anos
1990, novas historiografias passam a serem incorporados, diferentes pontos de
vista começam a serem considerados e os fatos do passado passam a ser
questionados, reconhecendo então as várias versões de um mesmo fato que podem
existir na história. É nesse momento que a didática se faz necessária e
presente ao ensino de história, como uma interlocutora [Cubas, Reichia, 2017,
p.15].
No Brasil hoje,
possuímos uma didática da história influenciada principalmente pela literatura
alemã, o que segundo Rafael Saddi é um problema, pois, temos um acesso restrito
às produções didáticas históricas dos alemães [2014, p.134], devido às poucas
obras traduzidas para o português e que acabaram culminando em alguns
equívocos, no entanto são inquestionáveis as mudanças que essa literatura gerou
no conceito de didática da história brasileira, segundo Saddi ela vai passar
por um processo de “despedagogização” e se fortalece enquanto campo de
investigação próprio [2014, p. 141].
Resgatando as
ideias de Schmidt [2006] e Urban [2009] Saddi nos traz que a didática da
história passa pela constituição de um código disciplinar que se materializou
ao longo do tempo em um conjunto de disciplinas, onde a didática da história
apresenta ao menos quatro reduções. A primeira esteve restrita a metodologia do
ensino de História, a técnica, demonstrando um caráter funcional de método de
trabalho e funções técnicas, como fazer um plano de aula, um plano de ensino e
o uso de recursos didáticos. A segunda redução se refere ao ensino escolar da
história e nesse aspecto ela negligencia a formação da consciência histórica
pela vida pública. A terceira vertente, vê a didática escolar como uma área
externa a história enquanto ciência, e busca em outras áreas como a pedagogia,
metodologias para ensinar história. A
quarta e última redução apresenta o caráter disciplinar e científico da
Didática da História como uma área de formação de caráter normativo, sem se
fundamentar como uma disciplina científica de procedimentos e conceitos
próprios. [Saddi, 2012].
Esse histórico de
como a Didática vem se relacionando com a história com o passar do tempo,
explica alguns reflexos nas escolas hoje, onde ainda observamos um ensino de
história dissociado da ciência histórica, e ainda bastante voltado para
transposição de conteúdos.
Por muito tempo
ensinar história consistia em um professor que conhece os fatos históricos
ocorridos transpondo de forma expositiva a seus alunos que os desconhecem, o
que lembra mais uma forma de transmitir informações do que propriamente
conhecimento. Como traz
Chevallard na dimensão didática à transposição tem como objetivo central o
ensino do conhecimento do passado, a ideia de que o conhecimento histórico é
previamente constituído e seria apenas transposto, tal pensamento desencadeia a
passividade, a repetição dos fatos e não o pensamento histórico [Chevallard,
1991].
Na verdade posso
dizer que vivi esse tipo de ensino de história tanto como aluna do Ensino
Fundamental e Médio, onde recebi aulas de História totalmente voltadas para a
memorização de fatos tidos como importantes, além de nomes de heróis e datas,
quanto como professora, quando
comecei a lecionar em 2003 percebia o quanto os alunos se impressionavam com a
quantidade de informações que um professor era capaz de guardar em sua memória
e transmitir, a comunidade escolar chamava isso de “domínio de conteúdo”. O
fato é que o mundo vive em constante transformação, às sociedades vêm vivendo
mudanças em virtude do desenvolvimento acelerado das tecnologias, e uma delas é
o acesso cada vez mais rápido e instantâneo as informações, são diversos os
meios que os alunos utilizam hoje para encontrar informações de variados
conteúdos, digamos que a internet popularizou essa transmissão de informações e
isso teria tornado o ensino de história na escola algo obsoleto? Cheguei a
ouvir de um aluno do 8º ano, certa vez “Não preciso de escola, posso aprender
tudo em casa na internet”.
Segundo Jorge
Larrosa Bondía, Informação não é experiência. E mais, a informação não deixa
lugar para a experiência, ela é quase o contrário da experiência, uma
antiexperiência. O autor aponta que a informação anula possíveis experiências,
pois nos atemos a receber e processar informações como se isso fosse sinônimo
de aprendizagem, por isso frequentemente em nossa sociedade onde a informação é
considerada algo primordial a todo sujeito, ela é equivocadamente confundida
como conhecimento. Experiência em português é o que nos acontece, todos os dias
se passam muitas coisas, no entanto, quase nada nos acontece [Larrosa, 2002].
Perceber que em
2003 ao começar a lecionar ainda se mantinha esse tipo de ensino de história,
voltado para a prática da transposição dos conteúdos e da habilidade de
“decorar” o maior número de informações possíveis, é um pouco assustador, pois
se trata de 2003, século XXI, nesse mesmo ano estava sendo iniciada a elaboração das Diretrizes Curriculares
Nacionais como documento normativo para a Educação Básica do Estado do Paraná,
que substituiu os PCNs em 2008 quando concluída. Esse documento buscava
refletir a respeito dos aspectos políticos, econômicos, culturais e sociais que
norteiam as relações entre o ensino da disciplina e a produção do conhecimento
histórico, afirmando que o ensino de história pode ser analisado sob duas
perspectivas: Primeiro estar a serviço dos interesses do estado ou do poder
institucional e segundo as contradições entre a História dos currículos e os
livros didáticos e a história ensinada na cultura escolar. O documento faz uma
análise do ensino de história a partir da década de 1970, observando o conflito
entre currículo e prática, tendo como objetivo criticar o ensino que precisava
ser superado e propor diretrizes curriculares para a História na Educação
Básica da Rede Pública Estadual [DCEs, 2008].
Mas, será que de
fato o documento realizou o que pretendia? Podemos dizer que o antigo ensino de
História foi superado e que ao menos todos os professores da rede estadual
conhecem e compreendem o documento e seus princípios? Eu me atreveria dizer que
não. Ainda há uma grande quantidade de professores que desconhecem os
documentos normativos e seus conteúdos, e mais, quando o conhece talvez não o
compreenda, e isso se deve a diversos fatores, entre eles estão à própria
formação acadêmica dos professores, o fato de ainda estarem nas escolas
professores com formações antigas, inclusive com licenciaturas curtas, criadas
a partir de 1972 para suprir a demanda de profissionais que o mercado exigia,
formando mais rapidamente professores de História [Fonseca, Zamboni, 2008].
A autora Caimi
aponta que até a década de 1960 os cursos de formação de professores
priorizavam conhecimentos específicos da disciplina, e negligenciava aspectos
pedagógicos e epistemológicos, acrescenta que é relativamente recente a
incorporação de disciplinas como Teorias da História, Metodologia da Pesquisa
Histórica e Metodologia do Ensino da História, que substituíram a disciplina de
“Introdução aos Estudos Históricos”, sem contar os efeitos das licenciaturas
curtas de estudos sociais, Educação Moral e Cívica, OSPB [Organização Social e
Política Brasileira], entre outras [2007, p. 27].
A concepção de
História presente nas diretrizes não permite verdades prontas e definitivas,
uma de suas principais bases teórico metodológico é o historiador Jörn Rüsen,
que propõe uma matriz disciplinar da história para que se compreenda a
organização do pensamento histórico dos sujeitos, partindo do pressuposto de
que o professor ao entender como se dá à organização do pensamento histórico
poderá proporcionar um aprendizado mais significativo aos alunos.
O aprendizado
histórico pode ser compreendido como um processo mental de construção de
sentido sobre a experiência do tempo através da narrativa histórica na qual as
competências para tal narrativa surgem e se desenvolvem [Rüsen, 2014, p.43].
Ou seja, nessa concepção não há espaço para o “decoreba”,
as Diretrizes Curriculares Nacionais vinculam o processo de aprendizado a
teoria de Rüsen, contemplando a matriz disciplinar, a relação presente e
passado, formas de narrativas e as carências, ou seja, para o autor o
aprendizado histórico pode ocorrer somente a partir de experiências de ações
relevantes do presente, essas carências de orientação são transformadas em
perspectivas questionadoras do passado [Rüsen, 2014].
Atualmente estamos vivenciando uma nova transição nas
escolas de Educação Básica a nível nacional, devido à criação da Base Nacional
Comum Curricular [BNCC], que teve sua versão atual aprovada em 15 de dezembro
de 2017. Após um longo processo de debate e contribuições envolvendo diversos
setores da sociedade, apesar das críticas com relação a seus aspectos
doutrinais, no que se refere ao aspecto didático a BNCC surge como um documento
de caráter normativo, que define o conjunto de aprendizagens essenciais que
todos os alunos devem desenvolver na educação básica, em conformidade com o PNE
- Plano Nacional de Educação, LDB – Lei de diretrizes de Base e DCN –
Diretrizes Curriculares Nacionais, serve de referência nacional para a formulação
dos currículos dos estados. A BNCC tem por finalidade garantir um patamar comum
de aprendizagem, bem como o acesso e permanência do aluno na escola,
assegurando aos estudantes o desenvolvimento de dez competências gerais [1.
Conhecimento, 2. Pensamento Científico, 3. Repertório Cultural, 4. Comunicação,
5. Cultura digital, 6. Trabalho e projeto de vida, 7. Argumentação, 8.
Autoconhecimento e Autocuidado, 9. Empatia e cooperação, 10. Responsabilidade e
cidadania.] Essas competências são definidas como mobilizadoras de conhecimento
e as habilidades são as práticas cognitivas e socioemocionais [BNCC, 2017].
No tocante à disciplina de História a BNCC destaca que o
exercício do “fazer história” é marcado pela constituição do sujeito, para
depois se ampliar para o conhecimento do “outro”, ressaltando que todo
conhecimento do passado é também um conhecimento do presente elaborado por
diferentes sujeitos, por isso o passado que deve impulsionar a dinâmica da
aprendizagem histórica é aquele que dialoga com o tempo presente. [BNCC, 2017,
p.395]. O documento enfatiza ainda que docentes e discentes poderão desenvolver
o papel de agentes do processo de ensino aprendizagem, assumindo ambos uma
“Atitude Historiadora”. Confesso que essa é uma proposta que me encantou, pois
apresenta professor e aluno como pesquisadores e produtores de conhecimento
histórico.
Bem, o fato é que como já dito anteriormente esse
documento serve de referência nacional para a formulação dos currículos dos
estados. Com o programa de implementação da BNCC em 2018 o Estado do Paraná
organizou a definição dos direitos e objetivos de aprendizagem para os
estudantes da Educação Infantil e do Ensino Fundamental, através do Referencial
Curricular do Paraná, que contém princípios, direitos e orientações pautados,
teórico e metodologicamente na Taxinomia de Blom
onde a prioridade do processo de ensino é sempre o objetivo de aprendizagem e o
conteúdo é utilizado para atingir esses objetivos.
Em 2019 o Paraná apresentou o Currículo da Rede Estadual
Paranaense [CREP], documento que teve como base para sua elaboração a BNCC, e
que subsidiaria as escolas na revisão de seus currículos e professores na
elaboração de seus planejamentos, com o objetivo de trazer para a docência
alguns possíveis encaminhamentos que levam ao desenvolvimento das competências
gerais da Educação Básica, que se aplicará apenas ao Ensino Fundamental I e II.
No entanto, há uma previsão de um novo documento norteador para o Ensino Médio
para o ano de 2021.
Esse é o atual contexto que temos vivenciado nas escolas
de educação básica do Paraná, um cenário de transição, onde professores correm
contra o tempo para estudarem o novo documento e adaptarem seus planejamentos,
suas práticas aos seus propósitos. Mas a final, a que se devem todas essas
mudanças? O que tem impulsionado o governo Federal e Estadual se debruçarem sob
a educação e lançarem novos documentos com novas propostas? As mudanças
geralmente são implantadas quando se busca por melhorias, e quando analisamos
os últimos indicadores educacionais do Estado do Paraná, compreendemos por que
tem se buscado por novas alternativas que trabalhem princípios, objetivos e
orientações no tocante à educação.
O Índice de Desenvolvimento da Educação
Básica - Ideb é calculado a partir dos dados de aprovação obtidos no censo escolar e das médias de desempenho obtidas no Sistema de Avaliação
da Educação Básica [Saeb]. Ao observamos os resultados e metas
fornecidos pelo site do Inep [Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas
Educacionais Anísio Teixeira] que mostra o Ideb observado e as metas projetadas
de 2005 a 2017, constatamos que desde 2013 as 8ª séries/ 9º anos do estado do
Paraná não têm atingido a meta pretendida.
Fonte: Portal do
Inep - Dados do Ideb séries finais do Ensino Fundamental II.
E a situação se agrava ainda mais no 3º
ano do Ensino Médio, com Idebs baixos e bem longe das metas projetadas.
Fonte: Portal do
Inep - Dados do Ideb 3º Ano do Ensino Médio.
Esses baixos
resultados têm motivado a busca por melhores formas de ensinar. Como atingir de
fato o aluno no processo de ensino aprendizagem para que este lhe tenha
significado e proximidade? Quais maneiras nós professores precisamos utilizar
para desenvolver em nossos alunos as competências e habilidades pretendidas
pela BNCC? Seria a aplicação da BNCC
suficientemente capaz de solucionar os problemas na aprendizagem histórica?
Sabemos que para
que o ensino e aprendizagem de fato aconteçam, são vários os aspectos que
precisam ser mobilizados, trabalhados e aperfeiçoados no que diz respeito à
relação professor aluno, aspectos que por vezes perpassam os muros da escola.
Por isso se faz tão importante refletir sobre essa relação, em busca de forma
que as viabilizem.
Referências
Janaina Piron
Branco. Professora efetiva da Secretaria de Educação do Estado do Paraná e
mestranda do Programa de Pós - graduação stricto
sensu em Ensino de História da Universidade Estadual do Paraná [Unespar-
Campus de Campo Mourão] Bolsista Capes. Email: jpironbranco@gmail.com.
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Oi Janaína, tô escrevendo o que já falamos por zap. Parabéns. Vc toma autores importantes para o Ensino de História. Vc toma a BNCC e outros documentos regulatórios, e vc sabe que há um “saber suposto” e um “saber ensinado”, que há uma distância entre eles. Ou seja, o professor não sabe exatamente aquilo que o aluno aprende, e para isso usamos um PROVA. Se tirou nota boa, apreendeu, se tirou nota ruim, não aprendeu nada. Conteudismo. Vc começa seu texto falando da escola como um lugar vivo, animado, de trocas. E cita Comenius, e quando parece que vc vai deixar esta questão mais em aberta, vc parece que a fecha, voltando para o Rusen e a Didática da História. Se vc somar a isso e fizer a pergunta: “para que o aluno vai à escola?” a coisa complica ainda mais, a meu ver, porque, vc não acha que o aluno muitas vezes não vai a escola pensando em estudar, mas pensando nos amigos, na namorada, na paquera, etc? Então, vc não acha que você pode estar muito preocupada em prever/ter como certo que, se vc fizer segundo a Didática da História, logo vc vai ensinar, logo vc pode ficar tranquila porque o que era para ser ensinado foi aprendido? Seu produto ele pode estar ensinando outras coisas, das quais vc não tem controle, vc não sabe? Claro que é “aula de história”. Quando vc pensa no Comenius, imagino que vc esteja pensando numa Didática em geral, e não numa com padrão curricular, currículo ideal, uso pensado do tempo e do passado para a vida prática. O processo educacional é mais aberto, e não será uma teoria só, mas uma variedade de teorias, que poderá jogar uma luz no que vc está ensinando, não acha? Há muita versão, exorcizando o Chevalard, mas ele sabe que, na transposição, há uma “distorção” do conhecimento enquanto ele está passando, exatamente porque, ele sabe que é impossível levar para o aluno exatamente aquilo que o professor quer. DICIONÁRIO DE ENSINO DE HISTÓRIA, o texto de Ana Maria Monteiro, sobre TRANSPOSIÇÃO DIDÁTICA. Pense no seu produto. Nele há muitos conceitos e noções sobre o processo de ensino-aprendizagem, vc não acha que não vem muito ao caso controlar o que ele vai aprender? Ao gostar de seu “produto”, ele de alguma maneira está aprendendo História? Vc não acha que vc ameaça no início de seu texto uma concepção de ensino mais plural, mais aberta, e depois vai fechando em cima da Didática da História fosse uma fórmula certa?
ResponderExcluirOlá professor, achei suas colocações extremamente valiosas, o professor já conhece minha pesquisa e que ela está em processo de elaboração, criação e estamos em conjunto tentando lapidar para que ao final possamos cumprir sua função, estou fazendo algumas adequação sob sua orientação, vou repensar essa questão da didática e ler o texto indicado da Ana Maria Monteiro. Mas uma vez muito obrigada por suas ponderações, são extremamente valiosas para a evolução de minha pesquisa.
ResponderExcluirAtenciosamente Janaina Piron Branco.
Boa noite Janaina, gostei muito do seu texto, parabéns! Didática da História me encanta, na sua escrita, você trata sobre as transformações, então vem minha pergunta, você acredita que as mudanças que ocorreram com o cenário atual de uma pandemia e as novas ferramentas de ensino, vão modificar a forma de ensinar história em um futuro próximo?
ResponderExcluirMuito obrigada.
Boa noite Ana, que interessante sua pergunta. Com certeza acredito que o que estamos vivenciando vai mudar com certeza a nossa forma de ensinar história. Isso por que a pandemia nos fez desenvolver habilidades que muitos nem sabíamos que eramos capazes. Esse cenário tem me despertado empatia, compaixão para com meu aluno que está enfrentando uma adversidade sem precedentes. Mas, o mais importante ao meu ver é que esse cenário nos mostrou a importância do ensino presencial que por tantos é negligenciado, nos mostrou a necessidade da mediação do professor para que de fato aconteça a aprendizagem em todos os aspectos, incluindo a histórica.
ExcluirJanaina Piron Branco.