Lais Isabelle Rocha de Souza e Jakson dos Santos Ribeiro


OUTRAS PÁGINAS DA HISTÓRIA LOCAL EM SALA DE AULA: UTILIZANDO JORNAIS COMO RECURSO DIDÁTICO PARA AS PROBLEMÁTICAS TRATADAS PELOS PERIÓDICOS CAXIENSES ACERCA DO ALCOOLISMO DURANTE A PRIMEIRA REPÚBLICA [1889-1930]



Introdução
O presente texto busca fazer uma reflexão acerca da metodologia do uso de jornais nas aulas de História, direcionando o olhar para o período da Primeira República, na cidade de Caxias/MA. A proposta é pensar como os jornais podem ser utilizados em sala de aula, para análise do contexto republicano, mas também para abrir possibilidades de inserção da história da cidade nas aulas de História do Brasil, aos aluno/as do 9º Ano da Educação Básica.

Desse modo, no texto nos atentaremos para os jornais de Caxias/MA da Primeira República, pois a partir deles podemos capturar diversas temáticas pertinentes, afim de pensar práticas dos sujeitos do período. Em vista das diversas possibilidades, as atenções do texto, estarão centradas no combate que a imprensa caxiense realizava em torno do ócio, visto como fator degenerante da sociedade, assim como a ingestão de bebidas alcoólicas e todos os seus efeitos.

Trabalhar com documentos e fontes históricas na sala de aula pode levar a formação do indivíduo de maneira crítica e com consciência histórica. Nesse caso, os jornais, apontados por nós como foco de nossas análises, podem tornar essa via mais acessível para esse processo de conhecimento e formação dos alunos.

Desse modo, devemos lembrar, o quão o jornal, é uma fonte que é abre muitas possibilidades para realizar pesquisa sobre diversas questões, como disputas políticas, questões sociais, culturais, econômicas, entre outros assuntos, mas também é um documento/ fonte, útil para perceber as diferentes versões de um mesmo fato. Assim, a importância da pesquisa e entender que a história contada hoje não está acabada [DCE, 2008, p.70] todos esses elementos podem ser percebidos a utilizar os periódicos na sala de aula.

Então, aqui se pretende pensar a utilização de jornais em aulas de história pelos alunos e professores da Educação Básica. Por essa via, foram analisados exemplares do Jornal de Caxias e do Jornal Gazeta Caxiense [ambos de Caxias no período da Primeira República].

O trato metodológico para escolha desses periódicos, partiu da premissa, que os exemplares apresentavam expressiva circulação na cidade, no contexto, e também pela diversidade de notícias acerca dos elementos chave destas reflexões, os efeitos do alcoolismo, enquanto doença, provocando questões, como desonra.
Outro, aspecto que influenciou a escolha dos periódicos, devido, as possibilidades de acesso pelos professores e alunos, pois os mesmos encontram-se digitalizados na Hemeroteca Digital da Biblioteca Nacional.
O intuito de usar jornais em sala, além claro, de ter uma nova perspectiva sobre o fato é tornar as aulas de História mais atrativas e “reais” e tornar mais real a parceria de aula/pesquisa para alunos e professores, principalmente quando está em jogo é aprendizagem da história local, pois isso viabiliza a construção do conhecimento por ambos e uma assimilação com a realidade.

Como esclarece Rüsen “[...] agir, enfim, é um processo em que continuamente o passado é interpretado à luz do presente e na expectativa do futuro, seja ele distante ou imediato.” [RUSEN, 2001, p.33], ou seja, quando deixarmos de ler a história como algo longínquo e ver como algo que interfere no hoje, é nesse momento que irá se consolidar uma consciência histórica que levara a um entendimento crítico do passado.

Nessa via, o intuito desse texto é ainda, demostrar como esses jornais formavam seu discurso e ao perceber isso os alunos poderão entender sobre o contexto [que no caso aqui é a Primeira República] e todas as outras questões envolvendo o álcool.  Em relação a essa questão, Luz aponta:

“[...] e esse trabalho com as fontes faz com que o aluno compreenda melhor o mundo em que vivemos e entenda alguns acontecimentos da atualidade, ou mesmo repense práticas do nosso dia a dia. Portanto as fontes ajudariam a formar no estudante uma postura mais crítica tanto em relação a construção da história quanto em relação a atualidade.” [Luz, 2019, p. 02]

Algumas questões a se pensar ao trabalhar os jornais em sala de aula
Ao pensar nos desafios que os docentes podem encontrar ao trabalhar um documento histórico em sala de aula é importante buscar entender, primeiro o que aluno como protagonista do processo de ensino aprendizagem compreende acerca dos elementos que constituem uma fonte histórica. Corroborando com essa questão, Schimidt e Cainelli apontam que:

“Essa pedagogia [fazendo referência a pedagogia da escola nova] deslocou para o aluno o centro do processo ensino-aprendizagem. Assim, passou a ser recomendado ao professor que se tornasse, principalmente orientador do aluno” [Schmidt e Cainelli, 2009, p. 115].

Desta forma, perceber o aluno como um sujeito único é de suma importância, lembrar que esses indivíduos eles têm vivencias próprias, assim sendo essas atividades precisam ser planejadas de acordo com o grupo de aluno que aquele docente tem na sua sala.

Entendido o aluno como sujeito é relevante pensar como suas experiências fora de sala podem ajudar a compor o conhecimento de determinada aula; é aquela questão de aproximar o passado do atual, que é tão útil para os alunos compreenderem determinadas questões, como aponta Lima “O educador deve, sempre que possível, aventurar-se pelo universo das atividades e questões que extrapolem os limites dos livros didáticos” [Lima, 2014, p. 02], ou seja, aproximar a realidade do aluno a realidade escolar.
Assim, reforçando essa questão, Maria Auxiliadora Schmidt e Marlene Cainelli, apontam que: “o documento passou a ser instrumento didático para o professor porque ajudaria a tirar o aluno de sua passividade e reduziria a distância de suas experiências e seu mundo de outros mundos e outras experiências descritas no discurso didático.” [Schmidt, 2009, p. 115]. 

Nesse compasso, pode-se ir aproximando o aluno da história através de suas experiências de mundo [e fornecendo provas para os alunos que aqueles fatos realmente ocorreram, pois é algo que os alunos sempre desejam] e o professor servindo de auxiliador, mediador na construção da aprendizagem.

Outro ponto a ser debatido em sala juntamente com os alunos é a diferença ente jornalista e historiador. Para isso, Kátia Abud, aponta que: “não significa que jornalistas são historiadores; estes estudam o passado baseado em conceitos e métodos específicos, os jornalistas, por sua vez, produzem narrativas que são registradas e lidas em jornais, revistas, sites, rádio e televisão” [Abud, 2010, p. 27]; o jornalista escrevem sobre temáticas importantes para o hoje que futuramente podem não ter nenhum valor histórico, enquanto que o historiador pode estar a procura de uma notícia que teve pouca relevância no passado dessa forma ter poucos escritos da mesma.

Isso não significa que o material produzido pelo jornalista não seja importante, muito pelo contrário, essas matérias quando trabalhados por historiadores pode “falar” muita coisa, revelar muitos segredos do passado, esses periódicos estão à espera de alguém que os descubra em bibliotecas e acervos e os use como fonte de pesquisa. Como destaca Espig:

 “[...] um dos mais frequentes problemas no tratamento dado aos jornais pelos historiadores, porém, é a ausência de uma crítica interna ao conteúdo jornalístico, e sua utilização como se este fosse uma fonte precisa, no qual a informação é válida por si mesma.” [Espig, 1984, p. 274.]

Um fator, por exemplo que deve ser lembrado é a influência que os jornais sofrem de determinas instituições e do mercado, esses são alguns elementos que os historiadores deve se atentar ao ler determinados periódicos. Esses elemos citados ao longo desse subtópico são de importância para aluno e professor entender a dinâmica da utilização de jornais em sala de aula como elemento de ensino/aprendizagem.


Os periódicos “Jornal de Caxias” e do “Jornal Gazeta caxiense”
Os jornais que foram escolhidos iniciam suas atividades, no tenso cenário nacional da consolidação da República e no momento que o país estava se modernizando e se “civilizando”. Era um momento que os ideais republicanos estavam sendo pregados, o ócio era visto como fator desviante que aquela nova sociedade estava tentando formar. [Rago, 1985]

Isso nos leva ao sujeito e ao aspecto da sociedade que buscamos trabalhar; o sujeito alcoólatra que atrasava o desenvolvimento do país, uma vez que, tais sujeitos formavam uma mão de obra inferior [rendendo menos] e ainda causado a degeneração de sua prole [posto que, se acreditava que tal vício era passado de forma hereditária]; gerava gastos ao Estado, por essa questão as campanhas antialcoólicas eram muito fortes, para reprimir a completa desonra que o álcool trazia, pois, um homem honrado devia ser forte, saudável, disciplinado e viril eram assim que deveria ser um homem-provedor [ideias pregadas pelas campanhas antialcoólicas].[Matos, 2001] 
Desse modo, ao buscarmos compreender o contexto, identificamos que os periódicos da Primeira República eram os periódicos que formavam e difundiam os discursos “válidos” da nação, que conduziam a ideia do que era socialmente aceito, à vista disso esse discurso levava a formação do homem que aquele período histórico precisava para melhor desenvolvimento da modernidade, desse modo o “ser homem” se adapta a masculinidade hegemônica que é moldada pelo poder vigente. [Foucault, 1999]

E era exatamente isso que os Jornal de Caxias [tinha circulação semanal] e Gazeta caxiense [circulação trimensal] faziam, quando começaram sua circulação na década de 80 do século XIX.

Cabe salientar que esses periódicos eram jornais que por causa de sua frequência podiam contar e influenciar muito na sociedade caxiense. Eles e outros periódicos que Caxias possuía no período, eram responsáveis pelas ideias e ao observar essas matérias a fundo é perceptível que muitas delas tinham um caráter discriminatório em relação a sociedade que se tinha antes da “civilizada” que o período queria formar. Manchetes com títulos como “Educação Moderna” ou “Contra a embriaguez”; não eram incomuns todas falavam sobre o novo perfil de uma sociedade ideal, aos moldes do ideal republicano.

Como os periódicos devem ser usados na sala de aula?
Jornais em sala de aula leva ao desenvolvimento do senso crítico do aluno e formar sujeitos mais atentos a sua realidade social; além que os de outro contexto histórico pode ter essa mesma função, basta o docente direcionar o discente para o caminho “certo”. Por esse viés, Schmidt e Cainelli, respondem que existem três passos:

Primeiro identificar a fonte é primordial, visto que estados falando da educação básica, o aluno precisa entender que fonte estar sendo trabalhada [é uma fonte primária, escrita e que consiste em um texto de opinião no caso dos jornais] e logo depois ele deve se perguntar “O que essa fonte me fala?” [um primeiro olhar crítico]; feito isso entra-se na fase do professor “traduzir” o que diz o documento “Nesta fase, o professor esclarece questões acerca do documento, como palavras cujo os significado seja desconhecido, construções gramaticais e frases que possam ser mal compreendidas” [Schmidt; Cainelli, 2009, p. 120].

Segundo passo seria explicar o documento trabalhado, seu contexto para assim o aluno entender a escolha desses determinados exemplares de jornais e preparar o aluno para fazer uma leitura crítica. Nesse momento, “[...] o aluno precisa aprender a relacionar os fatos estabelecidos pelos historiadores, os apresentados pelo professor em classe, os pesquisadores em livros ou outras fontes, como a internet, e o conteúdo do documento” [Schmidt; Cainelli, 2009, p. 123], percebido isso é a hora do aluno se questionar se aquele documento é útil para o desenrolar do conteúdo.

E por último uma discussão sobre o documento e o conteúdo até então “descoberto” sobre a fonte, trazer os dois primeiros passos realizados para essa discussão e por fim fazer uma espécie de conclusão, como falam as autoras os alunos devem “Estabelecer o grau de interesse pelo documento, discutir as ideias nele contidas e abrir questões ou temas com elas relacionados” [Schmidt; Cainelli, 2009, p. 125]. Esses são procedimentos que as autoras sugerem, porém devem ser adaptados à realidade em sala de aula.

Entendendo algumas notícias do periódicos “Jornal de Caxias” e do “Jornal Gazeta caxiense”
Contextualizada no período, os periódicos e fonte desta questão na primeira República, Primeira República [1889-1930], na cidade de Caxias-MA, momento esse em que o país começou a se modernizar. Essa modernização ocorreu em boa parte através da industrialização dos grandes centos do país como: Rio de Janeiro e São Paulo e em pequenas cidades interioranas como Caxias.

 A Princesa do Sertão como é conhecida, Caxias construiu um discurso de modernização, principalmente: a construção da primeira têxtil caxiense, a implementação do telegrafo, a construção da linha férrea, a tentativa de higienizar a cidade entre tantas outras medidas para levar a cidade aos “novos tempos”.

Para viver essa modernização, era necessário a construção de um novo modelo de comportamento e vida, começando pela nova classe trabalhadora desse período, mantendo a ordem fabril e a modernidade a todo vapor, o sujeito corrompido pelo álcool não tinha espaço nessa nova sociedade, então o Estado e a Igreja começaram uma verdadeira cruzada contra o álcool, usando de um meio de comunicação que ganhava força no momento a imprensa escrita [Matos, 2001].

Entendidos esses aspectos, ao realizar o mapeamento e leituras na integra de jornais do período perceptível à desonra e os perigos que a ingestão do líquido alcoólico traz a sociedade. Por exemplo, o Jornal Folha de Caxias retrata em uma de suas diversas manchetes que tem o título “O alcoolismo”.

Assim o jornal aponta:

“Bem sei que cada um é livre de beber quando pode o lhe apraz, do fumar quando quer, mas todo o mundo também reconhece que o vício da embriaguez é um dos maiores flagelos da humanidade e que o habito de beber e fumar é pelo menos um hábito inútil ente nós, bárbaro e mesquinho imoral, sob o ponto de vista social.” [Jornal de Caxias, 17 de fevereiro de 1906, Ano XI, número 521, p. 01.]

A notícia reflete sob o fato da utilização tanto da bebida, quanto o do fumo ser livre, na continuação da publicação eles reafirmam o fato da liberdade do consumo, porém são cogitadas medidas que os governos podem tomar para restringir essa utilização como: mudar o foco dos aumentos dos impostos, de alimentos para a bebida e o fumo; medida essa utilizada nas campanhas antialcoólicas nas grandes cidades do país.

Seguindo essa linha de combater o alcoolismo e a vagabundagem, os jornais eram força essencial para o sucesso dessas campanhas; exemplo que será exposto a seguir do Gazeta Caxiense, sob o título de “Repressão a vagabundagem”; que trata de um projeto de lei para punir a desocupação e tudo que é consequência da mesma.

Art. 1°. O governo mandara proceder em todos os districtos de paz do império pelo os impectores de quarteirão, sob a direção dos juizes de paz, ao arrolamento de todas as pessôas que não tenham ocupação honesta e útil de que possam subsistir. [Gazeta Caxiense, 01 de setembro de 1888, Ano II, número 37, p. 02.]
Art. 2°. Feito este arrolamento o juiz de paz, nos termos do art. 295 do cod, criminal, mandara intimal-as para dentro de um prazo livre, mostrarem-se ocupados, sob as penas de prisão com trabalho de um a trez mezes. [Gazeta Caxiense, 01 de setembro de 1888, Ano II, número 37, p. 02.]
Art. 3°. O processo para a cominação das penas será a dos temos do bem viver, especificados no art,. 12.7 do cod. De processo e o da sua imposição, e policial, do art. 205 seguintes do mesmo cod. [Gazeta Caxiense, 01 de setembro de 1888, Ano II, número 37, p. 02.]
Art. 4°. No caso de reincidência serão alistados forçadamente no exército pelo prazo de cinco anos. [Gazeta Caxiense, 01 de setembro de 1888, Ano II, número 37, p. 02.]

Nesse fragmento retirado do periódico é perceptível o medo que o ócio gera para o Estado, a desocupação significa que o homem não estar trabalhando, sendo assim ele não está contribuindo para o desenvolvimento do país e em consequência disso o ébrio/desocupado apenas gerava gastos ao país, através da luta contra o álcool, com as penitenciárias e manicômios; então era necessário encontrar uma solução útil, como a do projeto de lei citado anteriormente que busca a solução em um recrutamento forcado.

Através da análise desses jornais em sala o aluno juntamente com o professor será capaz de entender muito do contexto do período, da sociedade higienizada que era desejada e conceitos de como: de honra e moral que se aplicava ao período, tudo isso analisando de maneira crítica através jornal.

Considerações finais
Os jornais constituem uma fonte cheia de possiblidades, basta adaptar à realidade escolar, não é necessário se prender ao escrito, os professores podem trabalhar as imagens ou qualquer outro aspecto que se encaixe com a temática. Os jornais nesse caso servem para entender o período estudado, sobre a sociedade que queria formar nesse contexto e principalmente sobre a desonra que o álcool poderia causar.
Outro ponto positivo aqui apresentado é a facilidade de acesso a esses periódicos, que estão disponíveis na Hemeroteca Digital da Biblioteca Nacional, aqui foi analisado apenas duas notícias, todavia existe inúmeras notícias em variados jornais que podem ser usadas com a mesma função que os periódicos acima representaram, o papel do álcool nesse contexto.
Entendido isso o trabalho buscou entender sobre como o processo de utilização do jornal em sala poder ocorre e como jornais podem ser uma ferramenta didática bastante interessante para incentivar o aluno crítico e sujeito do conhecimento. E claro incentivar que alunos e professores possam desenvolver a pesquisa usando documentos.

Referências
Lais Isabelle Rocha de Souza é graduanda em Licenciatura Plena em História, pelo Centro de Estudos Superiores de Caxias, da Universidade Estadual do Maranhão –CESC/UEMA. Bolsista de Iniciação Cientifica - PIC/UEMA. Membro do Grupo de Estudos de Gêneros do Maranhão- GRUGEM/UEMA.
Jakson dos Santos Ribeiro - Professor Adjunto I, Doutor em História Social da Amazônia pela Universidade Federal do Pará [2018]. Mestre em História Social pela Universidade Federal do Maranhão [2014]. Especialista em História do Maranhão pelo IESF [Instituto de Ensino Superior Franciscano] [2011]. Graduado no Curso de Licenciatura Plena em História da Universidade Estadual do Maranhão [Centro de Estudos Superiores de Caxias-MA] [2011]. Coordenador do Grupo de Estudos de Gêneros do Maranhão- GRUGEM/UEMA Coordenador do Laboratório de Teatro do Centro de Estudos Superiores de Caxias – CESC – Campus /UEMA.
ABUD, Kátia Maria. Ensino de História. São Paulo: CENGAGE Learning, 2010. [livro]
ESPIG, Márcia Janete. O uso da fonte jornalística no trabalho historiográfico: o caso do Contestado. In PUCRS, vol. 24, n. 2, dez, 1998, p. 269-289.   [artigo]
FOUCAULT, Michel. Vigiar e punir: nascimento da prisão. Petrópolis: Editora Vozes, 1999. [livro]
GUIDI, Janete Aparecida. O uso do jornal como suporte à aprendizagem. EDUCERE. Curitiba, 2013. Disponível em:  
LIMA, Aline Mendes. Narrando o passado: o jornal nas aulas de História. Revista do Lhiste, num. 1, vol. 1, janeiro- dezembro de 2014. Disponível em: https://seer.ufrgs.br/revistadolhiste/article/view/49464. [internet]
LUZ, Dayane Medeiros. O uso de jornais como recurso didático no ensino de História sobre a Balaiada. ANPUH-Brasil. Recife, 2019. Disponível em: https://www.snh2019.anpuh.org/resources/anais/8/1565632773_ARQUIVO_Trabalhocompleto-DayanaMedeirosLuz.pdf. [internet]
MARCILIO, Daniel. O Historiador e o Jornalista: A História imediata entre o ofício historiográfico e atividade jornalística. AEDOS N° 12. 5, 2013. Disponível em: https://seer.ufrgs.br/aedos/article/view/36941. [internet]
MATOS, Maria Izilda Santos de. Meu Lar é o Botequim: alcoolismo e masculinidade. São Paulo: Companhia Editora Nacional, 2001.  [livro]
RAGO, Margareth. Do Cabaré ao lar: A utopia da cidade disciplinar e a resistência anarquista. São Paulo: Paz e Terra, 1985. [livro]
RUSEN, Jorn. Teoria da História: Fundamentos da ciência histórica. Editora de Brasília: Brasília, 2001. [livro]
SCHMIDT, Maria A; CAINELLI, Marlene. Ensinar História. São Paulo: Scipione, 2009. [livro]
SECRETARIA DE ESTADO DA EDUCAÇÃO DO PARANÁ. Diretrizes Curriculares da Educação Básica. Paraná, 2008.Disponível em:
Fontes
Gazeta Caxiense, 01 de setembro de 1888, Ano II, número 37, p. 02.]
Jornal de Caxias, 17 de fevereiro de 1906, Ano XI, número 521, p. 01.


6 comentários:

  1. Olá Lais e Jacson
    Parabéns pelo texto. Após a leitura fiquei pensando algumas questões, que penso serem importantes para ampliar reflexão, especialmente sobre "história local"...

    a) penso que uma das primeiras questões é a compreensão sobre o que é “Local” o que se entende por “local”, ou seja, “Local” para quem e em relação a quê?;
    b) ao colocarmos “História local” as mesmas questões precisam ser enfrentadas (O que se entende por “História local”; é “História local para quem e para quê?) Muitas vezes a chamada "história loca" é uma criação/invenção conceitual do professor/pesquisador. Quem define o que é "história local", por exemplo?
    c) O mesmo podemos refletir sobre o que seria um "jornal local"? Seria local porque é de uma cidade pequena? Por que ao fim e ao passo, todos os jornais são locais, pertecem a algum "local"
    d) Ligada à questão acima (letra “b”) algumas reflexões sobre os significados atribuídos à História local, precisam ser problematizados, como: (1) História local como “história pequena” – ou seja, é local, porque é de um bairro, uma escola, uma vila ou algo nesses termos... assim, seria “o tamanho” um elemento definidor?; (2) – É história local por que é “história do entorno”, uma história próxima. Todavia, é próxima a quem? Qual o referente para assegurar que essa “proximidade” é suficiente para defender a história local como tal?; (3) outro significado atribuído é que se “entende” a história local um tanto determinada pela dimensão geográfica, ou seja, tem uma delimitação espacial definida e por ela determinada, e sempre pequena; (4) outro significado é que, também costuma se pensar o que se chama de história local como um desdobramento da história “não local”(?), global, mundial, seja qual for o conceito, ou seja, ocorreu um determinado fato/acontecimento (considerado história nacional/mundial/global) e a história local seria um desdobramento – em “miniatura” dela... em síntese, como enfrentar esses desafios.
    d) Caso a discussão lhe interessa, deixo uma sugestão de texto (sobre essas questões colocadas e com algumas referências que podem também ajudar). História e história local: desafios, limites e possibilidades (artigo publicado na Revista História Hoje); NEVES, Joana. História Local e Construção da Identidade Social. Seaculum – Revista de história; CAIMI, Flávia Eloisa. Meu lugar na história: de onde eu vejo o mundo?; BARBOSA, Vilma de Lurdes. Ensino de história local: redescobrindo sentidos. SAECULUM – Revista de História.
    No mais, parabéns pelo texto...

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    1. Boa tarde.
      Muito obrigada pelas considerações.
      São considerações interessantes, visto que o "local" pode ser qualquer lugar, tudo depende da pesquisa proposta.Por isso, se mostra tão importante o recorte espacial, "local" só se define quando nos referimos ao local do recorte da pesquisa. Se for usar jornais locais como fonte de pesquisa, o "local" é a cidade que seu objeto está localizado.
      Obrigada pelas sugestão de leitura.
      Lais Isabelle Rocha de Souza.

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  2. O advento da modernidade provocou a adoção de novos hábitos da sociedade caxiense ( como vocês mesmo frisaram no texto), gostaria de entender como esses jornais além de proporcionar o conhecimento da história local dos alunas/os e aguçar o senso crítico dos mesmos poderiam ser utilizados em sala de aula?
    Marta Gleiciane Rodrigues Pinheiro

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    1. Boa noite!
      Obrigada pela pergunta.
      Ao se atentar aos jornais desse período e com a temática proposta no texto, você pode estudar inúmeras temáticas;por exemplo poderia ser discutido o padrão de sociedade ideal que a Primeira República desejava formar,poderia até mesmo usar notícias com essa temática para falar sobre a condição de vida das famílias dos segmentos populares nesse período, tudo depende da proposta do docente.
      Lais Isabelle Rocha de Souza.

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  3. Olá Lais e Jackson!
    Primeiramente Parabenizo os autores pelo excelente texto, utilizando os jornais como uma fonte de conhecimento histórico em sala de aula, isso é pertinente, pois aproxima os educandos com sua história local, além de enriquecedor também torna esses sujeitos ativos da sua história. Fiquei curioso se foi possível aplicar esse recurso em sala de aula dos 9 anos? E se utilizaram, qual a percepção dos alunos em relação a esse material?
    abraços

    Ayrton Costa da Silva.

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    1. Olá Ayrton!
      Ainda não tivemos a oportunidade de aplicação da ideia, mas temos excelentes expectativas em relação ao uso de periódicos em sala de aula.
      Lais Isabelle Rocha de Souza.

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