Jander Fernandes Martins e Vitória Duarte Wingert


OS EDUCADORES E SUAS FORMAS HISTÓRICAS NO ENSINO E APRENDIZAGEM HISTÓRICA




Para início de discussão
O presente trabalho versa sobre como se constituíram as distintas formas históricas de educadores ao longo da história da educação. Genericamente, objetivou-se identificar quais os grupos docentes concebidos como “detentores do saber educativo na história da educação”, dentre uma margem de período histórico específicos, a saber: primórdios ao Medievo. Para isso, buscou-se sistematizar uma classificação dos grupos docentes que predominaram em cada momento histórico, investigando suas características e funções. Tal pesquisa surgiu de paulatinas reflexões acerca do trabalho docente em nossos dias, a partir destas discussões, constatou-se na extensa produção acadêmica, a existência de duas vertentes as quais se debruçam sobre o estudo do trabalho docente.

Um lado se detém estabelecer estudos e discussões acerca das condições e características do trabalho docente e assim, apresentam as seguintes características: intensificação da jornada de trabalho, fragmentação, precarização, desvalorização social e econômica, proletarização, feminização, sindicalização, etc. como sustentam autores como Alves ]2005, 2006], Cação [2001], Lancillotti [2008], Oliveira [2004], Saviani [1997], Wenzel [1994].  Por outro lado, há também pesquisas sugerindo que este grupo docente [atual] seja reflexivo, competente e “pesquisador” como atestam autores como Libâneo [1998], Lüdke e Boing [2004], Pimenta e Ghedin [2008], Perrenoud [2000], Veiga, Araujo e Kapuziniak [2005], Veiga e d’Ávila [2008) dentre outros.

Desta forma, ao refletirmos sobre essas incongruências acima elencadas, parecerá paradoxal, pois, se de um lado há uma gama de obras e autores que denunciam o estado atual das condições e características do trabalho docente. Há por outro lado, obras e autores os quais clamam por um perfil e características que deem conta das necessidades sociais vigentes em nosso tempo, explicitando um anacronismo, o qual tem como locus a escola.

Assim sendo, para melhor captar os movimentos históricos do trabalho docente bem como, melhor compreender este paradoxo e o anacronismo vigente, considerou-se imperativo iniciar tais estudos a partir da constituição histórica do trabalho docente, e no interior deste, mais especificamente, aprofundar estudos sobre os diferentes grupos docentes que, historicamente, constituíram-se, nas diferentes épocas da História, como detentores do saber educativo. Para tanto, elaborou-se o seguinte problema: Quem foram os grupos docentes concebidos como detentores do saber educativo na história da educação?

Tais, argumentos se justificam no fato de que, independente da abordagem e/ou perspectiva histórica que se elenque como mote teórico-conceitual para a produção de conhecimento histórico, via Ensino de História, este, didaticamente, só se dará concretamente na escola, a partir de um entendimento claro acerca das diferentes formas históricas de trabalho didático realizado pelo grupo de sujeitos responsáveis pelo ato de educar/ensinar.

De detentores à reprodutores? educador no decorrer da história da educação
Primeiramente, entende-se por “detentores do saber” aqueles grupos que “[...] em vários períodos da história, propuseram novos modos de conceber a natureza e de interagir com ela. Portanto, produziram, conservaram e propagaram o saber” [Gingras, Keating, Limoges, 2007, p. VIII, grifos nossos] colaborando desta forma, para novas formas de interagir e compreender o mundo natural e social, suas instituições, as diferentes formas de organização social e o próprio entendimento de ciência e educação.

O objetivo desta pesquisa foi investigar, a partir de textos clássicos da educação, quais foram os grupos concebidos como detentores do saber educativo em cada época específica da humanidade. Buscando desta forma, identificar suas características e funções, elaborando, posteriormente, uma classificação desses grupos e, a partir disso, estabelecer discussões comparativas tendo em vista um maior esclarecimento sobre os movimentos históricos que perpassaram o processo de constituição destes grupos docentes, pois, parte-se da premissa que “cada época, concretamente, produz a relação educativa que lhe é peculiar. Isto é, produz uma forma histórica de educador” [Alves, 2005, p. 11, grifos nossos].

Para tal, optou-se metodologicamente, por utilizar uma “pesquisa bibliográfica” em obras da história da educação sendo este procedimento de caráter “exploratório” [Gil, 2008]. Para tanto, necessitou-se estabelecer uma margem de periodização histórica com fins de viabilizar a concretização do objetivo principal da pesquisa, identificar e classificar cronologicamente os grupos de docentes concebidos como detentores do saber. Desta forma, os períodos da história foram delimitados, a priori, da seguinte forma: Primórdios I [sem escrita], Primórdios II [surgimento da escrita], Antiguidade [Greco-romana], Idade Média, Idade Moderna e Idade Contemporânea [Cambi, 1999; Hobsbawn, 1982, 1996; Le goff, 1984, 1989]. Esta periodização tem como critério norteador, diferentes vertentes, porém, sem cair em um ecletismo.

Alguns resultados 
Os resultados desta investigação abrem margem para novos diálogos. Tal empreendimento, organizado a partir dos períodos históricos assinalados abaixo, possibilitou-nos classificar estes grupos da seguinte maneira: ágrafos-bardos [Primórdios I], escribas [Primórdios II], filósofos e sofistas [Antiguidade Grega], clérigos e retóricos [Antiguidade Romana], mestres-escola clericais e intelectuais [Idade Média], jesuítas e cientistas [Idade Moderna]. Constatou-se a partir desta classificação, que desde os Primórdios até a fase de transição para a Idade Moderna, isto é, do ágrafo-bardo ao mestre-escola clerical, estes diferentes grupos responsáveis pela detenção do saber, caracterizavam-se por pertencerem a um grupo sacerdotal, sacralizado e político:

O ágrafo-bardo: Este grupo consistia em ser, exclusivamente, integrados por indivíduos pertencentes a um grupo “sacerdotal”, sagrado, representante/porta-voz das divindades que, por sua vez eram da sua tribo/comunidade primitiva cultuava. [Aranha, 2006; Cambi, 1999; Giles, 1987; Gusdorf, 1963; Havelock, S/D; Larroyo, 1974; Luzuriaga, 1990; Monroe, 1976; Ponce, 2007)

O escriba mesopotâmico e egípcio: Este grupo surge com a escrita cuneiforme na Mesopotâmia e com o escrito hieróglifo no Egito. Neste sentido, o escriba está intrinsecamente ligado aos afazeres burocráticos das sociedades Mesopotâmicas e Egípcia. Deste modo, conforme o desenvolvimento destas sociedades tornou-se imperativo a formação e preparação de sujeitos instruídos com a função de gerir e administrar os aspectos econômicos das principais cidades-estados. Não obstante, esses grupos ainda herdavam o caráter “sacerdotal” dos seus antecessores, os ágrafos-bardos, já que as preparações destes sujeitos se davam por meio de instrução dos sacerdotes, os quais residiam em um templo dedicado ao culto aos deuses, estes locais eram chamados de zigurat. Além disso, caracterizavam-se por serem sujeitos de vida público-administrativos, gozavam de prestígios sociais, e no interior deste grupo havia subdivisões as quais, eram baseados nos diferentes ofícios existentes e necessários nestas sociedades. Porém, eram ofícios essencialmente de caráter prático ou destinados à vida literária. [Brunner, S/D; Giles, 1987; Gingras, Keating, Limoges, 2007; Gusdorf, 1963; Havelock, S/D; Larroyo, 1974; Lucas, S/D; Manacorda, 2006].

Do filósofo ao clérigo - da Antiguidade Greco-Romana ao Medievo: Este período pode-se afirmar sem hesitação, que foi um dos períodos do apogeu educacional, como atestam inúmeros autores da história da educação, tamanha é a produção de processos educativos e pedagógicos. Para Marrou [1975] a Educação Clássica Grega em seus dois períodos [homérico e helênico] são a prova cabal do nível que uma determinada civilização pode atingir ao dedicar-se, quase que exclusivamente, para a formação do homem [bildung]. Tão profícuo foi seu desenvolvimento que ainda hoje nos remetemos a esta civilização com muita admiração. É nesta paisagem que surgem os primeiros grandes detentores do saber, com um ingrediente novo, comparado com os seus dois ancestrais, supracitados. Que elemento é este? É o surgimento das ciências pitagóricas, a medicina hipocrática, a política, etc. o primeiro grupo estabelecido, em acordo com o referencial teórico subsidiador da pesquisa, apresenta os “sofistas” como os primeiros sujeitos a voltarem-se para o processo educativo dando-lhe um caráter profissional [Marrou, 1975, p. 84-88] e com eles a dialética, a retórica, a eloqüência, em uma palavra, a Paidéia. Não obstante, de outra perspectiva teórico-metodológica, W. Jaeger [2001, p. 335] assim se manifesta “foi com os sofistas que essa palavra [...] haveria de ampliar cada vez mais a sua importância e a amplitude do seu significado”.

Neste sentido, este grupo diferencia-se radicalmente dos seus antecessores, bardos e escribas, pois, elevam esse status de detentores do saber, de um caráter apenas sacerdotal e divino para um patamar político e profissional, isto é, “desde o começo a finalidade do movimento educacional comandado pelos sofistas não era a educação do povo, mas a dos chefes” [IDEM, p. 339]. Por fim, ainda em Jaeger [Idem, p. 347], “os sofistas são, com efeito, as individualidades mais representativas de uma época” e a “sua existência fundamentava-se exclusivamente no seu significado intelectual”.

No entanto, surgem os primeiros “filósofos” e como decorrência, seus mais significativos representantes, a saber, Sócrates e Platão. Não por acaso, ainda em Jaeger [Idem, p. 512] diz que “Sócrates é o mais espantoso fenômeno pedagógico da história do Ocidente”. Para tanto, nos detemos a explicitar que com este grupo específico de intelectuais, surgem a Academia e o Liceu e com estas, uma poderosa instituição educativa com fins de produzir, preservar e propagar o conhecimento através das descobertas das ciências da época, segundo Cambi [1999], é neste período que a Pedagogia/tradição pedagógica é inaugurada.

Estes dois grupos de detentores do saber perdurarão por alguns séculos, influenciando expressivamente a educação [e a pedagogia] na Antiguidade Grega e Romana. No que se refere a esta última, devido às condições materiais e exigências ao seu tempo, surge um novo grupo responsável pela organização, preservação e propagação do conhecimento, a saber, “o retórico”, pois, “na hierarquia dos valores profissionais e sociais, o reitor ocupa um posto visivelmente mais elevado que seus colegas” [Marrou, 1975, p. 436).

Assim durante um período estimado de quase mil anos, estes três grupos irão reger o mundo das ciências educativas, respectivamente [Jaeger, 2001; Manacorda, 2006; Marrou, 1975; Ponce, 2007]. Portanto, estes três grupos apresentando-se como soluções educativas, ao seu tempo, trataram de dar cabo às exigências no campo intelectual e prático, além de alavancarem o progresso educacional e pedagógico, inauguram um novo contexto o qual, marcado pela “escrita alfabética” [Havelock, s/d], não há lugar para os seus “ancestrais educadores” bardos e escribas, principalmente, o primeiro.

No entanto, este novo contexto, apresenta algumas peculiaridades, entre tantas, “resgatar” um elemento inaugurado desde os primórdios e que, durante a Paidéia grega e a patrística romana, encontrava-se há alguns séculos esquecidos no interior destes grupos responsáveis pelo conhecimento educativo, qual seja, o elemento “sacerdotal”. Tal aspecto, ganha vigor com o grande movimento de instituições religiosas as quais, tinham além da propagação da “palavra de Deus”, a formação de seu contingente clerical, isto é, a “formação de novos clérigos”. Evidencia-se também, que com o movimento de expansão religiosa, a qual perdurará por quase toda a Idade Média, através da construção de igrejas, paróquias, mosteiros, etc. anexados a estes estabelecimentos, havia um espaço destinado a instrução. As primeiras escolas, de acordo com os autores estudados, foram as escolas paroquiais e monacais, sendo que tal processo, como já enunciado, perdurou até a passagem para a Idade Moderna, deste modo, percebe-se que este grupo de detentores do saber educativo, irão através de sua instituição maior [a igreja], promover a expansão do saber educativo ao seu tempo. [Brunner, S/D; Cambi, 1999; Giles, 1987; Giordani, 1972; Havelock, S/D; 1996; Jaeger, 2001; Larroyo, 1974; Le goff, 1989; 2005; Lucas, S/D; Luzuriaga, 1990; Manacorda, 2000; Marrou, 1975; Nunes, 1980; Ponce, 2007].

O intelectual universitário: Após alguns séculos, a Igreja manteve-se predominantemente detentora do saber, em seu processo de elaboração, sistematização e veiculação. Continuou assim mesmo com a grande transição social, cultural, econômica e intelectual entre o séc. X-XIII. É imperativo compreender “[...] a clivagem entre a escola monástica, reservada aos futuros monges, e a escola urbana, em princípio aberta a todos, inclusive a estudantes que continuarão laicos, em sua maioria eram clérigos”, reconhecidos na história da educação como “intelectuais” [Le goff, 1989]. É nessa época que se produz o “livro clássico”.

Esta ferramenta, para Jacques Le Goff [Idem, p. 72], “[...] é um objeto completamente diferente do livro da Alta Idade Média. Ele se liga a um contexto técnico, social e econômico completamente novo. É a expressão de uma outra civilização”. E conclui “[...] O desenvolvimento do ofício intelectual criou a era dos manuais, isto é, do livro manuseável e manuseado [...] de instrumento, o livro se torna produto industrial e objeto comercial” [Idem, p.74, grifos nossos].

Assim, é com esses intelectuais e esse instrumento didático que se produz os primeiros centros de produção intelectual não só religiosa, mas também laica, as universidades. O ensino ainda se dava em caráter de Preceptorado, tendo sua forma históricas mais bem desenvolvidas nos chamados “Modus Italicus” e/ou “Modus Parisiensis” [Lancillotti, 2008].

O professor manufatureiro [e o manual didático]: Quase três séculos depois do surgimento das primeiras Universidades Europeias, emerge uma nova forma histórica de educador [que irá perdurar até a contemporaneidade], o professor manufatureiro. Assim nos reportamos ao professor surgido com a Reforma Protestante em meados do séc. XV. Tomando como molde a proposta de método de ensino de Comenius e sua Didática Magna ou a arte de ensinar tudo a todos, cristaliza-se uma forma de ensino coletivo, rompendo com o modelo anterior, de ensino individual. Com esse novo modelo, que o bispo morávio tomou como molde o sistema de funcionamento da manufatura, que emergia na mesma época. Um ensino sistematizado, compartimentado, vulgarizado e mediado por um novo recurso didático, que também perdura até nossos dias, a saber: o livro didático. Os grupos de maior expressão entre o séc. XV e XVIII, não há dúvidas, foram os jesuítas e seu Ratio Studiorum [Alves, 2005; Hisldrof, 2005].

Não obstante o que se refere aos condicionantes acima elencados, durante o séc. XX e XXI houve tentativas de superar o modelo anterior de trabalho didático, como o “ensino mútuo”. No entanto, pouco ou quase nada surtiu de efeito. Embora se testemunhe uma eclosão de postulados científicos e pedagógicos, concretamente, o instrumental didático e o local específico onde se dá esse trabalho didático, continuou o mesmo, a escola seriada, compartimentalizada separadas por níveis de complexidade de conteúdo, aos moldes do modelo da manufatura do séc. XV.

Professor-pesquisador, isto é, o mesmo sujeito histórico que, além de transmitir e socializar os conhecimentos produzidos social e historicamente, agora também é responsável por produzir novas concepções, ideários e ideias pedagógicas. Esses, exclusivamente, estabeleceram-se em Instituições de Ensino Superior. Seus instrumentais didáticos, atem-se à: artigos, livros, um quadro negro [ou branco], data show.

Professor-virtual: como fruto do avanço tecnológico na atualidade, surge o Ensino à Distância [EAD] e com ele uma nova forma histórica de educador. Segundo Possolli & Cury [2009, p. 3450), em EAD os materiais didáticos [MD] podem ser distinguidos em três tipos: “[...] impressos [como livros, apostilas e guias de estudo), audiovisuais [como transmissões radiofônicas e televisivas] e digitais [como os Ambientes Virtuais de Aprendizagem – AVA e recursos de informática e internet)”. Esses materiais determinam a relação educativa e acabam por si só, realizando a tarefa de mediar todo o trabalho didático. Atualmente, em Brasil, a oferta e a procura por cursos EAD crescem vertiginosamente.

À guisa de considerações
Como sugere o subtítulo, os resultados e as conclusões aqui esboçadas representam uma proposta de abertura de diálogos reflexivos acerca do fazer pedagógico, do trabalho docente, da formação de professores, enfim, da Organização do Trabalho Didático.  No que diz respeito a varredura feita entre a periodização estabelecida, constatou-se que desde o ágrafo-bardo ao clérigo, estes diferentes grupos detentores do saber educativo caracterizavam-se por pertencerem a um grupo sacerdotal, elitizado e político.

Estes grupos, à luz da categoria “organização do trabalho didático” [Alves, 2005], tinham em comum, enquanto forma histórica de relação educador-educando, “o preceptorado”.  No que diz respeito, ao instrumental mediador desta relação, houve uma variedade, pois, cada tempo e lugar, produziram o instrumento em acordo com os condicionantes materiais ao seu tempo, variando muito de sociedade para sociedade [por exemplo, os escribas usufruíam dos tabletes de argila, já os egípcios do papiro, os povos sem escritas era a fala ritmada]. Por fim, quanto ao local, estes também variam muito de acordo com o tempo e o lugar, eram utilizados desde um simples passeio à florestas [bardos], a ágora e as praças, as academias, os liceus, as escolas paroquiais, monacais, etc.

Deste modo, o que se defende a partir deste estudo à luz da categoria Organização do Trabalho Didático, é que tendo como forma histórica o preceptorado, estes diferentes grupos de detentores do saber educativo, promoveram e deram cabo às exigências educacionais e pedagógicas ao seu tempo. Constatou-se que o preceptorado perdurou durante um longo período, desde a antiguidade até a transição da Idade média para a Idade Moderna, quando surge uma nova relação entre educador e educando, surge um novo instrumental mediador e um novo local específico, fatores estes que modificarão e contribuirão para a queda desta característica peculiar da “detenção do saber” para a secularização, laicização da instrução, através de empreendimentos ideológicos, econômicos, filosóficos. Características estas que, enunciadas em meados do séc. XVII permanecem cristalizadas no processo educativo dos dias atuais.

Tendo em vista, uma melhor compreensão acerca dessas relações educativas, em uma perspectiva histórica, buscando privilegiar os sujeitos os quais, considera-se a polaridade imprescindível para promover a instrução das camadas jovens de nossa sociedade é que se traz esta humilde contribuição como reflexão sobre o processo de trabalho docente.  Além disso, ter clareza desses movimentos históricos, os quais não foram lineares, sem tensões dialéticas com avanços e retrocessos, contribui significativamente para o ensino e aprendizagem histórica.

Referências
Me. Jander Fernandes Martins: Mestre em Processos e Manifestações Culturais- Universidade Feevale. Doutorando em Processos e Manifestações Culturais. Pedagogo – UFSM. Especialista em TIC na Educação – FURG. Professor na Rede Municipal de Campo Bom. E-mail: martinsjander@yahoo.com.br.

M.a. Vitória Duarte Wingert: Mestra em Processos e Manifestações Culturais- Universidade Feevale. Especialista em Mídias na Educação [IFsul Pelotas] Licenciada em História - Universidade Feevale. Professora na Rede Municipal de Campo Bom. E-mail: vitoriawingert@hotmail.com

ALVES, G. Trabalho Didático: formas históricas. São Paulo: SP, Autores Associados, 2005. [livro]

BRUNNER, H. A Educação do Antigo Egipto. in Vial, J., Milaret, G. História Mundial da Educação, 1.º vol., Porto, Rés-editora, s.d. [livro]

CAMBI, F. História da Pedagogia. São Paulo: Ed. UNESP, 1999. [livro]

GIL, A. C. Métodos e Técnicas em Pesquisa Social. 6ª Ed.; 2ª Reimpr. SP: Ed. Atlas, 2009. [livro]

GIORDANI, M. C. História da Antiguidade Oriental. 3ª ed. Ed. Vozes, Petropolis, RJ, 1972. [livro]

GILES, T. R. História da Educação. SP: Ed. EPU, 1987. [livro]

GRINGAS, Y. KEATING, P. LIMOGES, C. – Do escriba ao sábio: os detentores do saber da Antiguidade à Revolução Industrial. Trad. Para língua portuguesa de Ângelo dos Santos Pereira. Ed. Porto, 2007. [livro]

HAVELOCK, E. A revolução da escrita na Grécia e suas consequências culturais. Trad. Ordep José Serra. São Paulo: Editora da Universidade Estadual Paulista. Rio de janeiro: Paz e Terra, 1996. [livro]
___________ A educação numa Sociedade sem Escrita, in Vial, J., Milaret, G. História Mundial da Educação, 1.º vol., Porto, Rés-editora, s.d. [livro]

HOBSBAWN, E. J. A era das revoluções: Europa 1789-1848; trad. de Maria Tereza Lopes Teixeira e Marcos Penchel. 4ª Ed. Rio de Janeiro, Paz e Terra, 1982. [livro]
______________A era do capital: 1848-1875. Trad. Luciano Costa Neto. 5ª Ed. Revista; Rio de Janeiro, Paz e Terra, 1996. [livro]

JAEGER, W. – PAIDÉIA: formação do homem grego. Trad. Artur M. Parreira [adaptação do texto para a edição brasileira Monica Stahel; revisão do texto grego Gilson César Cardoso de Souza]. 4ª Ed. SP: Martins Fontes, 2001. [livro]

LANCILLOTI, S. S. P. A Constituição Histórica do Trabalho Docente. Unicamp-SP. Campinas, SP: [s. n.], 2008. [Orientador: Jose Luiz Sanfelice, tese de doutorado-Universidade Estadual de Campinas, Faculdade de Educação]. [livro]

LARROYO, F. História Geral da Pedagogia. Trad. de Luiz Aparecido Caruso; rev. de Selma Cury; 12ª Ed. SP; Ed. Mestre Jou; 1974. [livro]

LE GOFF, J. Os intelectuais na Idade Média. Trad. Maria Lucia Goldwasser. 2ª Ed.; editora brasiliense, 1989. [livro]
__________A civilização do ocidente medieval. Trad. José Rivair de Macedo. Bauru, SP: Edusc, 2005. [coleção História] [livro]

LUZURIAGA, L. História da Educação e da Pedagogia. Tradução de Luiz Damasco Penna e J. B. Damasco Penna; 18ª ed. SP; Ed. Nacional, vol. 59; 1990. [livro]

MANACORDA, M. A. História da Educação: da Antiguidade aos nossos dias. 8ª ed. São Paulo: Cortez, 2000. [livro]

MARROU, H. I. História da Educação na Antiguidade. Trad. Mário Leônidas Casanova. SP: EPU, Brasília, INL, 4ª reimpressão, 1975. [livro]

NUNES, R. A. da C. – História da Educação no Renascimento. SP – EPU- Ed. Universidade de São Paulo, 1980. [livro]
_______________ História da Educação na Idade Média. SP - EPU- Ed. Universidade de São Paulo. 1980. [livro]

SANTONI RUGIU, A. Nostalgia do Mestre Artesão; trad. Maria de Lourdes Menon. Campinas-SP: Autores Associados, 1998. [livro]

2 comentários:

  1. Olá Jander! Interessante as categorias que se desenvolvem em tipologia acerca dos professores de história e do nosso trabalho, achei o texto interessante. Pessoalmente gosto muito da ideia do professor pesquisador! Gostaria de saber como você pensa essa relação do professor com a pesquisa, seria exclusivamente de cunho historiográfico ou relativa a todo trabalho docente e aos problemas enfrentados pelos docentes em sala de aula? Abcs

    Everton Carlos Crema

    ResponderExcluir
  2. Olá caro Everton, obrigado pela indagação. Indo direto, a análise realizada aqui, é fragmento de um "arcabouço teórico" maior. O estudo se dá, à luz de uma categoria analítica chamada Organização do Trabalho Didático. Como tal, ela busca, em um primeiro plano, estabelecer análises e conjecturas acerca do "trabalho docente" (em sentido lato). Visto que, o ofício de educar, transmitir conhecimento é milenar. No entanto, o "trabalho" de professor, é algo que surge com a Reforma Protestante. Assim, poderíamos mensurar que, fosse o historiador docente/pesquisador ou de outra área de conhecimento. Ambos estariam definidos dentro dessa tipologia, visto que tem a ver com: "relação educador-educando, tipo de instrumental didático utilizado" e local em que se dá a concretude desse ato de ensinar".
    Assim, partimos do entendimento que, o ofício docente também depende dos condicionantes em que está ocorrendo (rede privada, rede pública, educação básica - EF II, EM ou ES). Nesse sentido, a própria noção de "pesquisa" merece um olhar reflexivo, pois a pesquisa realizada na esfera escolar, não se dá nas mesmas proporções e, quiçá, a natureza da mesma é distinta da produzida nas IES por historiadores. Quanto "aos problemas enfrentados", levando em consideração a categoria analítica, a questão do instrumental didático é um "tendão de áquiles" do ensino historiográfico. Ainda que, estejamos cientes de que um "ensino tecnicista", como outrora fora a educação brasileira, não tem mais sentido de se vigorar.

    ResponderExcluir

Observação: somente um membro deste blog pode postar um comentário.