Kenia Gusmão Medeiros e Álvaro Ribeiro Regiani


O PALIMPSESTO DA CIDADANIA E A EDUCAÇÃO HISTÓRICA: REFLEXÕES SOBRE ENSINO E APRENDIZAGEM DE HISTÓRIA



Trabalharemos neste artigo com alguns conceitos amplamente difundidos na sociedade brasileira sobre o ensino de história. Parte do senso comum acerca da função social do ensino de história ainda faz ressoarem ecos da Ditadura do Estado Novo e da Ditadura Civil-Militar. Esses ecos demonstram a permanência de concepções de um ensino de história ligado a ideais patrióticos e ufanistas. Nessa concepção a cidadania é entendida como uma prática de admiração aos símbolos nacionais e adesão a ideologias tradicionais. Exercer a cidadania se efetivaria então, em posturas pouco críticas em relação a problemas sociais e pouco atuantes no cotidiano. Paralelamente a essa perspectiva concorre outra que advoga de maneira algumas vezes simplista, em favor de aulas e livros de história como solução pronta e infalível para a construção de uma noção de cidadania constituída de maior profundidade.

Em diferentes medidas e de modos também distintos, ambas são problemáticas. A cidadania atrelada ao civismo cego e aos valores tradicionais não propicia a construção de atitudes de respeito e tolerância na cultura escolar, ao contrário, ajuda a promover e perpetuar exclusões, sendo ainda um entrave ao desenvolvimento da consciência histórica do aluno. Essa idealização pode formar alunos que acreditam que seus posicionamentos alinhados a valores conservadores os definam como merecedores de uma maior parcela de direitos, um selo de cidadão exemplar que na verdade, corresponderia a uma vivência de alienação perante a complexidade das sociedades contemporâneas.

No simplismo que defende a necessidade de aulas de história e a leitura de livros da área como fórmula para a construção da cidadania, encontra-se doses generosas de boa vontade para com as alteridades presentes na sociedade. Essa perspectiva, entretanto, esbarra na realidade que comporta diferentes noções e práticas de ensino de história; formação precária; cultura escolar excludente e ainda na recepção enquanto fenômeno incontrolável, que faz parte da leitura de qualquer documento.

Essas duas noções do ensino de história mantêm focos em idealizações presentes na cultura histórica sobre as lições ofertadas e transmitidas pela história. Tanto a história formalmente ensinada, quanto a de apreensão informal permitem que essas duas concepções ainda tenham força no imaginário social. Sendo ambas constituídas por ideias que tratam a história ciência mais como discurso portador de lições sobre o passado e menos como um tipo de pensamento orientado por critérios de cientificidade. Uma acaba se apegando ao passado como temporalidade da segurança e da ordem, a tradição e o conservadorismo seriam suas dádivas ao presente que se impõe. A outra insiste num passado que contém todas as repostas para que se construa hoje uma sociedade menos desigual. Nenhuma delas, entretanto, dedica atenção suficiente a composição complexa da história, enquanto prática, profissão e discurso embasada por pressupostos científicos e também atravessada por relações de poder e pessoalidades:
[...] o conhecimento histórico escolar resultaria de um processo de didatização da cultura histórica nas tramas da cultura escolar. A didática da história pode ser entendida nessa abordagem como um campo discursivo que articula em uma mesma cadeia de equivalência sentidos de história com objeto de investigação e como objeto de ensino [Gabriel, 2015, p. 93].

Dialogando com o comentário da autora Carmen Tereza Gabriel, entendemos que o conhecimento histórico ensinado e produzido nas escolas depende de compreensões específicas acerca da didática enquanto campo de conhecimento e investigação histórica. A didática da história se observada para além de uma definição superficial, configura-se como conhecimento que articula a discussões sobre a cultura histórica dominante, desenvolvimento da consciência histórica e percepção sobre os usos públicos do passado. O momento da didatização do conhecimento histórico é também necessariamente organizado com bases teóricas da ciência histórica, tornando o cotidiano da sala de aula, espaço de pesquisa e validação ou questionamento desses mesmos pressupostos teóricos, reforçando assim as relações entre ensino e pesquisa. A didática da história consiste então, num movimento da história científica na direção de uma investigação sobre os processos de recepção dos discursos históricos. Essa distensão analítica envolve a apreciação de procedimentos teóricos e de seus impactos numa produção que tem como um de seus meios de recepção e divulgação o ensino. Esse momento de atenção que a história ciência volta para os usos do passado.

Em diferentes níveis e modalidades de ensino, numa mesma turma, um professor pode receber estudantes com diferentes estágios de consciência histórica. Dito de outro modo, o docente precisa utilizar seus conhecimentos históricos, didáticos e pedagógicos para na construção da aprendizagem para sujeitos que se encontram nos níveis de consciência histórica, genética, exemplar e tradicional. “De certa maneira incumbe à didática da história retomar os resultados da teoria da história no desempenho da consciência histórica.” [Rüsen, 2015, p. 253]. Assim, o conhecimento didático longe de constituir apenas um saber sobre práticas e instrumentalizações, requer domínio e atualização teórica permanente, a fim de permitir ao docente investigar e mediar conexões entre a teoria da história, a história ensinada, a história aprendida e seus usos públicos.

É a sofisticação do pensamento critico que permite o avanço de um nível de consciência histórico a outro, não num movimento que impõe necessariamente o abandono de todas as incorporações do estágio inicial, mas trajetória de aprofundamento. Não apenas na escola tais aprofundamentos podem ser realizar, mas pertencem ao ensino formal a incumbência e a capacidade de uma orientação amparada em métodos e conhecimentos cientificamente validados. O professor não pode perder de vista que a caminhada rumo a um novo estágio, pode por vezes conter interpretações que expõem ao aluno divergências entre as mesmas e seus valores, muitos relacionados a tradições e certezas que lhe foram transmitidas desde sua primeira socialização. Por esse motivo, é interessante que, as relativizações e desconstruções de pensamentos autocentrados e unilaterais ocorram de maneira gradual, de modo que o conhecimento histórico seja utilizado para oferecer sentidos para o presente e para o cotidiano. Esse processo de ensino e aprendizagem deve ser uma construção que envolva não uma negação total da validade das vivências e representações do aluno, mas parta das mesmas para demonstrar que essas são experiências históricas desenvolvidas no tempo e, portanto, também interessantes para a educação histórica.

Não pretendemos defender que o ensino de história deva ter como intuito exclusivo uma tomada de consciência que leve os estudantes a mudanças de comportamento em suas relações sociais. É preciso também trabalhar com constantes tentativas de fazê-los descobrirem interesses cognitivos sobre o passado e suas escritas. Na acepção de Rafael Saddi destacada a seguir, para que se possa além da empatia que a compreensão de alteridades e processos históricos pode permitir a depender da ação docente, a prática de ensino deve ser atravessada por noções estéticas e motivadoras a fim de obter-se o interesse dos estudantes. Para o autor, as aulas de história devem ter momentos abruptos, repentinos nos quais o aluno se depara com a força de um conhecimento novo, oferecido de maneira que possa causar comoção e um verdadeiro abalo crítico no que se pensava no tocante a um determinado assunto até então, esse instante o autor denomina”estado de suspensão”. Não seria uma revolução em totalidade, mas em temas determinados para cada aluno já de acordo com suas próprias subjetividades.

Sem essa força estética com a qual a subjetividade dos sujeitos é interpelada, a História jamais alcança influência sobre as disposições mentais profundas do agir. É nesse nível estético que as interpretações do passado atuam sobre os alunos de modo a não só reinterpretarem o presente, mas também a se sentirem motivados para o agir. É nesse momento que a consciência histórica atua de modo efetivo, com uma interpretação do passado que produz orientação temporal para o agir humano em sua vida prática [Saddi, 2016, p. 121].

Entendemos que a concepção de cidadania a ser desenvolvida na efetivação de uma aprendizagem histórica deve envolver a promoção do reconhecimento e do respeito pela diferença através do despertar do interesse cognitivo. A problematização das diferenças percebidas no conhecimento histórico formal é uma atitude capaz de politizar o ambiente escolar impregnando de sentidos o cotidiano e as alteridades presentes nesse espaço. O conhecimento histórico trabalhado por uma perspectiva da história integrada e em consonância com uma pedagogia intercultural, pode propiciar uma aprendizagem que permita aos estudantes a realização de análises e questionamentos de seus próprios valores enquanto únicos possíveis. A percepção de questões muitas vezes naturalizadas, como frutos de processos históricos e culturais de longa duração, é um dos pontos chave para esse avanço do pensamento crítico, citamos como exemplo, a demonstração do sistema capitalista como resultado de escolhas e visões de mundo possíveis e não únicas ou ainda as relações de gênero, imposições sociais amparadas numa percepção da diferença sexual. É preciso destacar que a ocorrência de aulas de história ou a leitura de livros da área não são garantias de uma aprendizagem histórica significativa, nem de um aprofundamento da consciência histórica.

O desenvolvimento da consciência histórica ocorre por meio de conhecimentos adquiridos dentro e fora do ambiente escolar. O aluno ao chegar numa aula de história traz consigo uma consciência e uma orientação temporal baseadas em vivências prévias. Ser receptivo e demonstrar interesse pelas protonarrativas trazidas pelos estudantes, facilita o diagnóstico do nível da turma, forma de avaliação globalizante, e o estabelecimento de uma relação de confiança necessária para que os alunos se sintam envolvidos no processo de ensino e aprendizagem. Ao final de um período de ensino e aprendizagem planejado, o professor terá a seu dispor condições mais favoráveis e específicas para realizar uma avaliação individualizada, atividade que sirva não para estigmatizar, mas para garantir o direito à oportunidade de aprender.

Priorizar os aspectos desse desenvolvimento em busca de sentidos de humanização e de orientação temporal adquiridos através do estudo da trajetória humana no tempo desemboca numa perspectiva de avaliação diferenciada. Não somente o ensino de história, mas de modo geral, a educação no Brasil e no mundo, tem aderido a discursos de validação baseados em análises quantitativas. Oferecer uma orientação temporal objetiva com a finalidade de um bom desempenho em exames, não pode excluir a construção de uma orientação temporal referencialmente amparada numa construção coletiva de um modo de pensar historicamente, modo esse que extrapola os simplismos das periodizações e tem como ponto de chegada, a metacognição, ou seja,  a análise por parte do docente de como os alunos relacionam os novos conhecimentos adquiridos aos que já possuíam e como percebem possibilidades de aplicação dos mesmos na vida prática e na atuação em sociedade [Schmidt, 2015, p. 40]. Nesse sentido, o professor deve entender que a verificação, estratégia de aferição estática e pontual, típica dos exames e seleções, não pode constituir o fundamento de sua prática, necessitando essa, da incorporação de um processo avaliativo que acompanhe o crescimento do aluno ao longo de um período de aprendizagem. 

Cria-se uma representação de qualidade com base na tradução de discursos que por vezes aproximam-se dos objetivos da avaliação, ora visando à produtividade do ensino, ora por uma educação que promova transformação social. [...] As avaliações são tomadas como indicadores de qualidade. Nesse processo, num alinhamento discursivo que articula qualidade à igualdade, aqui vista como o mesmo, há que se pensar estratégias para que se atinja a qualidade e daí a defesa de uma centralização curricular[...] [Frangella; Oliveira, 2017, p. 29].

Conhecimentos curriculares e saberes pedagógicos, assim como experiência profissional acumulada devem ser articulados com o intuito de construir na sala de aula um ambiente de ensino que favoreça a participação do aluno por o mesmo entender que é também sujeito da história. Revisões, criatividade, novos métodos e epistemologias, devem estar em diálogo com o que há de mais sólido no conhecimento histórico, sua condição de saber adquirido e repassado em diferentes suportes, mas sempre construído a partir de categorias científicas. Um ensino que desvele no cotidiano escolar tais características, promove o diálogo entre conhecimento formal e a cultura histórica presente na sociedade, favorecendo desse modo, avanços no nível de consciência histórica de cada estudante e a efetivação de uma educação histórica eficaz. Essa educação histórica constitui um caminho para que os estudantes percebam-se em relação a história de suas comunidades e do mundo, adquirindo compreensões acerca das forças sociais, culturais e políticas que interferem em suas próprias trajetórias.
[...] a dimensão política não fica de fora por uma razão evidente: o estado e a sociedade sempre tiveram interesse em tornar a cultura política útil para o futuro, para as sucessivas gerações, reforçando, assim, os critérios determinantes de legitimação histórica do poder [Rüsen, 2015, p.250].

A utilidade do discurso histórico continua sendo alvo de grupos que visam alcançar poder na sociedade brasileira. Distorce-se fatos e contextos, questiona-se a credibilidade das pesquisas por meio de estratégias de difamação dos pesquisadores e assim promove-se uma noção e um uso da história em nome de uma suposta cidadania. Na prática institui o seu contrário, alija-se dessa noção de cidadania, todos os que representam diferenças e discordâncias em relação a um modelo de cidadão adequado e conformado com a lógica que privilegia formação para atender o mercado em detrimento de uma educação emancipatória. A negação de processos históricos que desfavorecem determinados segmentos e grupos sociais e informam sobre a necessidade da ampliação dos benefícios da cidadania aos mesmos, por meio do reconhecimento das desigualdades sociais, é um dos operadores fundamentais da concepção de ensino de história que defende hoje parte da sociedade brasileira.

Defendemos que é urgente que por meio de pesquisas sobre ensino e didática da história, bem como através de estratégias de divulgação e responsabilização científica, os professores e pesquisadores da área aumentem o raio de impacto de suas próprias atuações. Sabemos que uma atuação docente bem planejada, numa determinada realidade escolar, tem capacidade para impactar por vias diretas e indiretas a comunidade na qual a escola está inserida. Ainda sim, a compreensão e o diálogo com os usos públicos do passado presentes nessa cultura escolar, pode configurar-se uma importante estratégia de ensino visando o desenvolvimento de uma cidadania crítica e capaz de articular passado, presente e futuro na aprendizagem histórica.

Chamamos a cidadania de palimpsesto por causa das tantas transformações dos seus sentidos ao longo da história do Brasil de acordo com sucessivos projetos de poder. A cidadania do Império, a da República, a pregada pelos governos de tendência nacional desenvolvimentista, a imposta pela Ditadura Militar e mesmo a buscada pelos movimentos de redemocratização, todas são versões de uma concepção de cidadania ainda bastante verticalizada na qual a participação popular é regulamentada pela defesa das garantias das classes dominantes. Na cultura histórica, ecos de todas essas cidadanias circulam e instituem práticas e discursos.

Como um palimpsesto, a noção de cidadania tem sido apagada e reescrita na cultura histórica nacional, em função desses contextos políticos. Desde a reorganização do código disciplinar da história após anos de oferta escolar dos chamados “estudos sociais” e disciplinas como OSPB,  o avanço em renovação temática e metodológica foi significativo, permanece, contudo, uma fragilidade no que tange ao imprescindível para esse ensino, não no que diz respeito ao campo curricular, mas no tocante ao próprio conceito de história oferecido aos estudantes.

Destacamos a necessidade de um aprofundamento da noção de cidadania no ensino de história, prática essa, como demonstramos aqui, elegida numa apreciação social com tendência dicotômica, como saber responsável pela sua difusão e apropriação. Mas é preciso que a sociedade se questione sobre alguns pontos fundamentais. A cidadania que se espera numa aula de história repleta de civismos promove sentidos de democratização social ou respaldo para a intolerância em nome de uma suposta ideologia moralizante?  A cidadania composta por ampliação de direitos e da consciência de si enquanto partícipe de processos históricos e ocupante de lugares sociais, pode ser obtida por qualquer tipo de aula ou conteúdo histórico?

O ensino de história, como toda educação deve ser entendido como prática social transformadora e assim sendo, dependente da ação pedagógica e política de docentes comprometidos com a construção coletiva de uma cidadania na qual o estudante esteja envolvido num projeto de humanização de si e do outro. Assim, mesmo apagado e reescrito o palimpsesto, ao longo de processos políticos, estaria preservado na cultura histórica, pela ação da educação histórica, o valor de uma cidadania inalienável: perceber na existência e na alteridade do outro, a importância social e poítica de uma diversidade construída ao longo dos processos e lutas históricas.

Referências
Dra. Kenia Gusmão Medeiros, professora do Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia - IF Goiano.

Me. Álvaro Ribeiro Regiani, professor da Universidade Estadual de Goiás.

FRANGELA, Rita de Cássia Prazeres; OLIVEIRA, Meyre-Ester Barbosa de. [orgs.] Currículo e formação de professores: Sobre fronteiras e atravessamentos. Curitiba, CRV Editora, 2017. [livro]

GABRIEL, Carmen Teresa. Cultura histórica nas tramas da didatização da cultura escolar [ou Para uma definição de didática da história]. In ROCHA, Helenice Rocha; MAGALHÃES, Marcelo; GONTIJO, Rebeca [orgs.]. O ensino de história em questão: Cultura histórica, usos do passado. Rio de Janeiro: FGV Editora, 2015.  [livro]

SADDI, Rafael. O estado de suspensão na aprendizagem histórica - a força estética do conhecimento histórico na instauração de um movimento sublime de consciência histórica in Revista História Hoje, v. 5, n. 9, 2016. P 113-130. [artigo]

SCHIMIDT, Maria Auxiliadora. Consciência histórica e aprendizagem: teoria e pesquisa na perspectiva da educação histórica. [In] ROCHA, Helenice Rocha; MAGALHÃES, Marcelo; GONTIJO, Rebeca [orgs.]. O ensino de história em questão: Cultura histórica, usos do passado. Rio de Janeiro: FGV Editora , 2015. [livro]

RÜSEN, Jorn. Teoria da história: uma teoria da história como ciência. Curitiba: Editora da UFPR, 2015. [livro]



33 comentários:

  1. No palimpsesto de percepções sobre cidadania, vocês demonstram muito bem como seus sentidos são moventes, além de pontuarem sobre a importância de se considerar o respeito e o debate sobre as “diferenças” na elaboração dessa noção. Achei interessante pensar na questão de se considerar a estética e a criatividade nessa abordagem, que visa inclusive uma aproximação entre professores e alunos por meio de um diálogo ativo, que toma a atenção. Tudo isso me encaminha para uma questão que o texto inspira: não deveríamos, como professores e pesquisadores, dar mais atenção aos debates sobre linguagens, sobre a escrita e a dimensão narrativa da história?

    Mateus de Andrade Pacheco

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    1. Obrigada, Mateus! Com certeza. Vejo com entusiasmo o crescimento do campo que se dedica a pensar essas linguagens, especialmente no ensino de história. Acredito que a atenção para com as linguagens e a experiência estética a ser oferecida, são fundamentais para a aprendizagem histórica.

      Kenia Gusmão Medeiros.

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    2. Obrigado pela resposta e pelas contribuições que o texto traz!

      Mateus de Andrade Pacheco

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  2. Obrigado pela pergunta Mateus de Andrade Pacheco. O ensino e a pesquisa que enveredam pela interpretação da linguagem como via da dimensão representativa, mediadora e crítica contribuem para a orientação histórica e da consciência histórica.
    Álvaro Ribeiro Regiani

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    1. Verdade Álvaro! Agradeço pelo texto que faz pensar muito em algumas questões desse nosso fazer. Vocês inspiram questionamentos.

      Mateus de Andrade Pacheco

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    2. Obrigado!
      Álvaro Ribeiro Regiani

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  3. Aprecio como o texto traz de maneira tão lúcida um problema que se impõe cada vez com mais força, que está ao mesmo tempo tão evidente mas tão mal-compreendido. Acredito que um dos elementos fundamentais desse momento seja a desonestidade, nada ingênua, como foi bem apontado, que impera, como num vale-tudo, que se fundamenta sobretudo na desqualificação da ciência como um argumento válido. Nesse sentido, tudo que dissemos como professores-pesquisadores é automaticamente desqualificado, sem qualquer debate sério. Acredito, por isso mesmo, que é preciso sempre pensar na sala de aula como o lugar onde devemos instigar ao máximo os debates, já que a distorção parece prevalecer nos outros espaços, em especial nas mídias virtuais. No entanto, sabendo que estamos cada vez mais confinados na escola, vocês acreditam que nós professores podemos/devemos estender nosso espaço de influência?

    Larissa Leal Neves

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    1. Obrigado pela leitura Larissa Leal Neves, acredito que sim, neste contexto, de mídias plurais e de pós-verdade devemos ocupar espaços de poder e saber.
      Álvaro Ribeiro Regiani

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  4. Obrigada, Larissa. Sim, concordo com sua visão sobre a atual situção do ensino e da docência. Acredito sim que devemos estender nossos espaços de influência e atuação. Precisamos ocupar mais espaços no que se refere à estratégias de divulgação e responsabilização científica, bem como atentarmos para os usos públicos do passado. A didática da história pode funcionar como ponte para a investigação acerca da validade das nossas teorias, bem como sobre as aprendizagens, metodologias e processos de metacognição, desse modo o ensino de história se edifica em uma base de conhecimento e cidadania.

    Kenia Gusmão Medeiros

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  5. Olá, boa tarde.
    Primeiramente, gostaria de elogiar o trabalho, possuí uma ótima temática, excelentes reflexões, e está muito bem escrito. Parabéns.

    O ensino de história é constituído através de várias narrativas, e tem como dominante uma historiografia tradicional, positivista e política, que precisa realmente ser repensada.
    Por mais que a história seja o estudo do passado, ela não faz parte do mesmo, pois tem grande influência e atuação no presente.

    Vocês afirmam que o ensino de história depende de ações pedagógicas e políticas dos docentes. E partindo da ideia de que os docentes não são seres neutros, pois ao produzirem conhecimento, carregam uma carga ideologia, que influencia no método didático com os valores pessoais. É possível eliminar as ideologias do processo de conhecimento histórico, e fazer com que sujeitos que antes eram ocultos ganhem destaque ?

    Samara Alves de Oliveira

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    1. Obrigada, Samara. Fico feliz com suas palavras. Não acredito na neutralidade nem na pesquisa, nem no ensino de história Acredito na docência e no ensino de história como prática social transformadora e orientada por compromissos políticos de inclusão e de visibilização das diferenças presentes na cultura escolar. Nesse sentido, a Didática da História, área de conhecimento histórico que investiga a validade das teorias e a didadatização do conhecimento do conhecimento histórico no contexto das especificidades da cultura escolar, pode auxiliar na mediação das posições políticas e demandas sociais que são parte dessa prática de ensino. De toda forma, acredito que buscando levantar debates pautados pela ética, uma suposta neutralidade não se faz necessária, pois uma educação histórica democrática, se sustenta também na abertura ao debate que ocorrem pelas das diferenças.

      Kenia Gusmão Medeiros.

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    2. Olá Samara Alves de Oliveria, muito obrigado pela leitura, por suas considerações e a sua pergunta. Diante desta, respondo que a história por seu regime disciplinar pressupõe um nível básico de entendimento sobre determinadas categorias, conceitos, métodos e epistemológicas. Dentre estas elencadas uma que integra é a critica a noção de neutralidade. De forma clara, não há neutralidade nos discursos e o carácter ideológico, como disse Paulo Freyre, tem uma função ideológica: a inclusão ou a exclusão. Por isso, a questão do discurso na história não se reduz a formulação de meras opiniões, há um sentido em produzir e divulgar o conhecimento e os saberes históricos: o "amor mundi". Ou seja, que na pluralidade humana é necessário que tenhamos direito a ter direitos em um lar que é o nosso mundo em comum. Ao meu ver este é o sentido ideológico da história em sala de aula, construir a nossas humanidades em espaços públicos que respeitem o direito a vida.
      Álvaro Ribeiro Regiani

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    3. Obrigada pelas respostas. O artigo me gerou grandes reflexões, mais uma vez, Parabéns!

      Samara Alves de Oliveira

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    4. Nós que agradecemos, Samara. Que bom saber disso!

      Abraço

      Kenia Gusmão Medeiros.

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    5. Nós que agradecemos o debate Samara.
      Álvaro Ribeiro Regiani

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  6. Muito interessante a forma como a temática foi abordada. O texto desperta uma série de questionamentos e reflexões com relação a prática docente e sua influência no processo de ensino aprendizagem.

    A sala de aula é um espaço democrático, espaço este, que inevitavelmente deve ser associado a ideia de cidadania, uma vez que, os atores envolvidos nessa relação vivem em sociedade e são dotados de direitos e deveres.

    Nesse sentido, e levando em consideração o atual momento politico do nosso país, como trabalhar temas sensíveis aos diversos olhares presentes em sala de aula?

    Jéssica Lopes Maciel

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    1. Muito obrigada, Jéssica! Fico contente por você ter gostado do texto. Acredito que o que se considera "temas sensíveis" ou "polêmicos" como preferem alguns, diz muito sobre os desafios que enfrentamos enquanto professores e enquanto sociedade. No atual momento político, debates sobre racismo, neoliberalismo, machismo, feminismo, são considerados temas "perigosos". Essa desconfiança sustenta-se no discurso da ameaça comunista que circula desde o início do século passado, no pânico moral que difunde a ideia de uma suposta "ideologia de gênero" e de modo geral, na cultura histórica pouco madura de grande parte da sociedade. Assim, acredito que problematizar o motivo desses temas serem problemáticos, seria um primeiro passo. Fora isso, usar exemplos do cotidiano dos alunos; ouvir suas protonarrativas e investigar seus processos de metacognição historiográfica, demonstrar que suas vivências e experiências fazem parte de processos históricos, muitas vezes naturalizados. Toda desconstrução, especialmente as operacionalizadas no nível de consciência histórica tradicional, tem um custo social e as vezes afetivo, nesse sentido, é preciso desvelar tais debates de modo que o aluno se sinta envolvido e não excluído, ao perceber tais relações históricas em sua trajetória.

      Kenia Gusmão Medeiros.

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    2. Olá Jéssica Lopes Maciel, muito obrigado pela leitura, considerações e pela pergunta. Há no ensino um debate sobre a tensão gerada entre a protonarrativa do alunado e o conhecimento histórico. Ou seja, entre as experiências individuais e o conhecimento histórico produzido por historiadores, somados é claro a mediação realizada pelo professor. Neste âmbito, a mediação entre as experiências e o conhecimento é sempre uma relação sensível, mas superar esta sensibilidade pelo conhecimento investe na orientação histórica uma construção dialógica da consciência histórica. Assim, a compreensão de um determinado tema parte de um olhar que se soma a múltiplas perspectivas (olhares) para se conjulgar como um conhecimento. Neste sentido, o nosso trabalho é construir um saber-poder de forma retórica, mas sobretudo ético, para a construção de um conhecimento que sirva para criticar opiniões e percepções preconceituosas.
      Se não me engano você foi minha aluna, não é?
      Álvaro Ribeiro Regiani

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    3. Obrigada pelos direcionamentos, acredito que o texto de vocês é um excelente meio para pensarmos os desafios da docência, principalmente para aqueles que estão dando início a carreira, como é o meu caso.

      Sim, fui sua aluna ano passado.

      Jéssica Lopes Maciel

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    4. Jéssica eu fico muito contente com sua fala, o que mais gosto nesse evento desde as edições anteriores em que comecei a participar, é essa troca de ideias,especialmente com jovens profissionais. Saber de suas experiências, desafios e percepções, me ajuda muito a pensar minhas pesquisas e práticas de ensino. Obrigada mais uma vez pela leitura.

      Kenia Gusmão Medeiros.

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    5. Nós que agradecemos a leitura Jéssica!
      Álvaro Ribeiro Regiani

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  7. Olá, Kenia e Álvaro!
    Destaco a seguinte passagem do texto para propor um questionamento que ultrapassa a sua proposta, mas creio que seja pertinente considerarmos:
    "Defendemos que é urgente que por meio de pesquisas sobre ensino e didática da história, bem como através de estratégias de divulgação e responsabilização científica, os professores e pesquisadores da área aumentem o raio de impacto de suas próprias atuações. Sabemos que uma atuação docente bem planejada, numa determinada realidade escolar, tem capacidade para impactar por vias diretas e indiretas a comunidade na qual a escola está inserida".

    Noto que, nesse argumento, reside um ponto-chave da Educação Histórica e da Didática da História, quando pensamos, de fato, no que pretendemos quando ensinamos sobre o passado – causar impacto no presente. Creio que a História, como ciência e como componente curricular, já tem avançado muito nesse esforço de se ‘autoconhecer’, buscando construir metodologias que evidenciem e valorizem as suas especificidades, limites e potencialidades na formação dos sujeitos. Porém, algo que me intriga nas escolas é a dificuldade de entendimento por parte de outros campos do conhecimento (não generalizando, pois conheço vários profissionais de outras disciplinas preocupados com esse ‘autoconhecimento’ disciplinar na trama do currículo). Na educação, quando falamos em interdisciplinaridade ou transdisciplinaridade, percebo que um dos entraves é essa dificuldade de comunicação entre as diferentes áreas e até mesmo distanciamentos e disputas por espaços, quando deveríamos planejar e atuar em conjunto para que esse impacto na comunidade ou na realidade seja efetivo.

    Pergunto: Vocês percebem que esse processo de definição das especificidades da História como componente curricular pode potencializar o diálogo inter ou transdisciplinar, ou corremos o risco de, fortalecendo essas particularidades, nos distanciarmos ainda mais das demais áreas? Ou, perguntando de outra forma: como podemos, no planejamento e na prática docente, potencializar os impactos que tanto desejamos nas nossas aulas de História, pensando na perspectiva da inter ou da transdisciplinaridade?

    Obrigado pelo excelente texto e por nos fazer pensar além.

    Abraçs

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    1. Obrigada pelas palavras, Cristiano. Fico muito feliz por você ter gostado, ainda mais por ser uma área que você conhece tão bem. No meu entendimento, essa questão que você levantou é fundamental para a sobrevivência do código disciplinar da história, especialmente num momento onde aventa-se com frequencia, a dissolução de cursos específicos em grandes matrizes de humanidades. Obrigada por uma pergunta que nos faz refletir sobre isso.
      Acredito que essa reflexão passa pelo conhecimento profundo da própria área, não apenas do conhecimento histórico, mas da teoria que auxilia em sua produção e organização. Pensando com Rusen, essa teoria se desdobra em 3 dimensões: 1)disciplinar – o saber da história como ciência especializada, em que ela se distingue de outros modos de lidar com o passado 2)interdisciplinar – como a disciplina científica história se articula com esses outros modos, como eles se distinguem em seus espaços de contribuição 3) transdisciplinar – conexão do pensamento histórico científico com a vida humana prática.
      A partir dessas dimensões teóricas, podemos refletir sobre nossa própria prática de pesquisa, escrita e ensino. Se utilizo, por exemplo, categorias da sociologia, não o faço embasada nos mesmos pressupostos metodológicos, nem com o mesmo objetivo de síntese. Dito de outro modo, a incorporação de elementos de outras ciências, acrescenta na medida em que não se torna uma desconstrução vazia. A criatividade e aceitação de novas epistemologias, não pode servir para que se dissolva o código disciplinar num relativismo sem propósito, assim ela precisa ser feita, em consonância com o método de averiguação que faz da história uma concepção de sentido crível e específica ao lidar com o passado.
      Na educação histórica, especialmente, podemos utilizar da didática da história para analisar o desempenho dessas teorias, no desenvolvimento da consciência história. Em que medida a articulação do conhecimento histórico com o saber curricular e com o pedagógico tem sido suficiente, para o ensino oferecido tenha componentes específicos da história em diálogo com saberes vizinhos? Que tipo de trabalhos, oficinas, projetos, leituras, pode mostrar ao estudante o fazer da história na aula de história? A aula de história deve ser demonstração do olhar crítico para o passado e para processos históricos com evidências no presente, a partir da análise e do questionamento de documentação diversa, se para isso, houver a conveniência do empréstimo de categorias, que o seja feito, com debates também sobre isso.
      Pra concluir meu pensamento sobre essa conversa boa que você puxou, cito Thereza Negrão: “O espírito interdisciplinar, passando ao largo de tais censuras, logra transpor esses impasses, [...] para os que naturalizam que a devoção cotidiana a Clio pode também iluminá-la com velas de outros altares”
      Ao que complemento, Clio continua no centro do altar, as velas são diversas em cores e tamanhos.
      Abraço.
      Kenia Gusmão Medeiros.

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    2. Olá Cristiano, muito obrigado pela leitura, considerações e pela pergunta. De fato, a questão colocada é bem complicada, mas "se tudo é história, a história não é nada", como disse Paul Veyne. Em certo sentido a escrita da história feita pelos historiadores e a mediação dos conhecimentos pelos professores de história são discursos que necessitam estarem situadas em entre-lugares, permeados por diversas narrativas e percepções temporais. Mas, acredito que o nosso discurso é uma compreensão particular sobra a ação humana no tempo e espaço que resulta na impossibilidade de nós compreendermos uma totaliadade, por isso o auxílio de outras formas de pensar o passado torna-o público, mas carecendo sempre da nossa interpretação. Assim, é possível que sempre teremos esses dilemas e por isto a história se faz um discurso possível.
      Álvaro Ribeiro Regiani

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  8. Gostaria de agradecer aos autores, Kenia e Álvaro, por compartilharem esse texto tão coerente, lúcido e inspirador.
    Como professora recém-formada, tenho me dedicado bastante ao Ensino de História e estratégias pedagógicas para facilitar a troca com meus alunos, para que os conteúdos sejam contextualizados e façam sentido em suas vivências, para que eles sejam protagonistas no processo do ensino-aprendizagem. Digo isso pois na minha graduação me preocupava muito mais com a teoria do que com a prática, e hoje vejo o quanto esta é indispensável.
    Como mencionado, o ensino de história deve ser entendido como prática social transformadora, que devemos dar importância as protonarrativas de nossos alunos, para construirmos uma cidadania plural e mais humanizada.
    No entanto, me sinto angustiada e um pouco frustrada, quando vejo nossos pares reproduzindo e reafirmando esse projeto excludente de cidadania. Questiono: Como lidar com nossos colegas que defendem o modelo estereotipado do "cidadão de bem"? Como dialogar com os pares que não respeitam a alteridade, a diversidade e não compartilham desse projeto de humanizar a si e o outro?
    Grande abraço de uma ex-aluna.
    Amanda Cristina Souza dos Santos.

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    1. Olá Amanda! Tudo bem? Que bom te ver por aqui! Fico feliz em saber que você tenha se tornado uma professora tão consciente do seu papel social. Bem, vamos por partes. Primeiramente, gostaria de discutir com você a questão da teoria e da prática. Apesar de serem coisas distintas, não devem ser encaradas por uma perspectiva dicotômica, o que infelizmente ocorre, mesmo na formação docente. A relação teoria-prática teoria, pode funcionar da seguinte maneira: você estuda as teorias, se apropria das mesmas, ao exercer sua prática docente, as aplica e percebe se funcionam ou não, volta para a instância teórica para repensar ou validar as teorias por meio de sua experiência prática. Elas se retroalimentam. Sobre sua questão de como lidar com colegas que defendem um modelo de cidadania excludente, a meu ver, essa é a tarefa mais difícil do cotidiano de uma professora já sofrida rs, enfim, já passei por diversas situações de conflito e é difícil dizer uma fórmula. Muitos colegas, tiveram experiências escolares enquanto alunos, moldadas por um ensino tecnicista e esvaziado de qualquer discussão política. Eles reproduzem o ensino que tiveram, como Freire ensinou, se a educação não é libertadora, o oprimido torna-se opressor. Pessoalmente, penso que o diálogo é um caminho, mas o foco deve ser a transformação dos estudantes pela educação histórica, concentre-se em ser a professora que você queria ter tido quando aluna. Ofereça seu conhecimento, mas também sua escuta atenta, incentive as narrativas deles, faça que as aulas de história sejam o momento esperado, no qual eles sintam que o que eles pensam importam, que a alteridade não é uma ameaça. Para isso, use recursos diversos, leve fontes diversas, aproxime-se dos interesses deles. A cultura escolar é uma rede complexa, é espaço de batalhas de significação curricular e pedagógica, se coloque pela via do conhecimento, inclusive do acumulado na docência. Educação se desdobra em questões políticas em seu cotidiano, assim sendo, os conflitos são parte desse processo, mas tenho a mais absoluta certeza de que você assumiu o compromisso social de uma prática de inclusão e respeito às diferenças. Precisando, conte comigo! Abraço.

      Kenia Gusmão Medeiros

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    2. Olá Amanda, fico muito grato pela sua leitura, consideração e a sua pergunta. Mas antes de responde-la, gostaria de expressar o meu sentimento de alegria em ver você e a Jéssica participando deste evento, queria muito que vocês publicassem parte do TC ou mesmo outros trabalhos num futuro próximo aqui ou em outro simpósio. Sobre a sua questão é um pouco do que eu escrevi acima, para se formar uma comunidade escolar por exemplo é necessário uma condição básica de cidadania que passa pelo reconhecimento dos direitos humanos e do mundo como moradia. Essa comunidade que vem necessita de esforço intelectual e também de ações para a cidadania, infelizmente o discurso do ódio é poderoso mas como todo o discurso pode ser rebatido e combatido. Por isso a educação enquanto utopia possível é a única saída deste entrave que você relatou.
      Álvaro Ribeiro Regiani

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