Magno Francisco de Jesus Santos


“O FRUCTO DE NOSSAS ATURADAS INVESTIGAÇÕES”: RAPHAEL GALANTI, UM JESUÍTA EM DEFESA DO ENSINO DE HISTÓRIA PÁTRIA [1896-1917]


Com a proclamação da república, a divulgação dos saberes históricos pátrios havia se tornado um problema nacional, no qual a história deveria ser o cimento capaz de edificar a memória de novos mitos e heróis, de sedimentar a presença dos valores republicanos no âmbito do lar, enfim, de tornar a história da nação presente na memória nacional [Santos, 2013]. Era o momento de reescrita da história e de tentativas de firmar outras leituras do passado.

A invenção de um Brasil republicano mobilizou intelectuais, além de instituições culturais, científicas e educacionais. Os fazeres historiográficos reverberavam na construção de narrativas que buscavam atender às demandas de uma produção acadêmica e também do chão da escola. Nos bancos escolares, a disciplina história se tornou um palco privilegiado, no qual o passado da nação passava a ser visto a partir dos episódios de inspiração republicana e também onde deveriam desfilar os novos heróis da pátria.

Nos primeiros decênios republicanos, história e biografia se intercruzavam, conectavam passados e instruíam os jovens para a atuação no futuro. O passado era o cimento onde deveria ser erguido o futuro. Um passado monumentalizado na escrita e no concreto, respectivamente por meio de bustos e conferências. Monumentos que deveriam inspirar a construção do amanhã.

Raphael Maria Galanti foi um intelectual que transitou entre os diferentes espaços de produção dos saberes históricos no alvorecer da República brasileira: foi professor de duas das principais instituições escolares confessionais brasileiras da época: o Colégio São Luiz, em Itu e o Colégio Anchieta, em Friburgo. Duas instituições geridas pelos jesuítas [Mendonça, 2010] e que ficaram reconhecidas pela formação de importantes nomes da elite intelectual e política nacional. Entre o final do oitocentos e 1913, ele publicou inúmeros livros escolares de história universal e, principalmente, história do Brasil, campo de pesquisa preferido do pensador da história.

A apreciação da historiografia escolar como requisito para o ingresso no IHGB não era uma novidade. Um exemplo disso é o fato de dois dos principais autores de livros escolares do século XIX terem sido avaliados para a admissão como sócio do sodalício por meio de sua produção historiográfica escolar. Foram os casos de Agostinho Marques Perdigão Malheiro Filho e de Americo Braziliense, que tiveram os pareceres acerca de suas obras elaborados, respectivamente, em 1850 e 1876 [Reis, 2013]. Além disso, uma das principais polêmicas da instituição ao longo do século XIX também teve como epicentro a apreciação de um livro escolar, com o compêndio de História do Brasil, de José Inácio de Abreu e Lima [Santos, 2013].

Desse modo, a contribuição historiográfica de Raphael Galanti por meio da produção de livros escolares referenda a posição do sodalício como uma instituição que validava a produção historiográfica em diferentes espaços, indo das grandes interpretações acadêmicas à difusão dos saberes sobre o passado nacional em âmbito escolar. O necrológio escrito por Ramiz Galvão elucidou algumas questões relevantes para a compreesão sobre as qualificações de uma pretensa historigorafia didática:

Não satisfeito com este tributo de amor, legou-nos ainda a História da República e Biographias de Brasileiros illustres. Em todos estes livros, que o auctor dedicou à instrucção da nossa juventude, brilha a par da crítica muito sã um meticuloso cuidado na cosulta das melhores fontes: elles constituem precioso legado, que força a gratidão dos Brasileiros e a dos seus confrades deste Instituto, no qual foi recebido a 22 de novembro de 1896.

O benmérito padre Galanti a 2 de agosto proximo passado e já septuagésimo, despediu-se da vida, de seus caros companheiros e de seus amados discipulos, que se contam por milhares talvez. Na lembrança e no coração de todos elles perdurará o seu nome, cercado do mesmo  affecto e da mesma veneração que tributamos aos melhores mestres e aos mais devotados amigos e servidores do Brasil [Galvão, 1917, p. 848].

Na vida que emerge a partir da escrita sobre o morto, também é possível vislumbrar alguns elementos que eram considerados virtudes para um livro escolar de História: a crítica tida como sã e o meticuloso uso das fontes. Tais elementos, elucidados no elogio fúnebre, corroboram com as ponderações nos dois pareceres de ingresso no sodalício. Na construção mnemônica do pensador da história, início e fim foram coadunados para expressar a postura crítica do autor de livros escolares destinados à juventude.

Esse teor crítico do autor de livros escolares estava presente no Compêndio de História do Brasil, manual usado para a solicitação de ingresso como sócio no IHGB. No prefácio, Galanti defendeu a necessidade do historiador adotar uma postura crítica ao afirmar: “Nós, pelo contrário, somos sincera e profundamente convicto da nossa insufficiência; e, do outro lado, não ignoramos que a crítica conscienciosa e apurada para elucidar os factos, é sempre útil”. Neste sentido, a produção historiográfica escolar do padre jesuíta também pode ser entendida como uma pista acerca da sua concepção de história e também da função desta na constituição de uma sociedade.

O compêndio de Galanti dialoga com a produção dos historiadores do IHGB, mas não realiza uma apropriação passiva. Pelo contrário, expressa um frutífero diálogo crítico, mensurando as fontes e relativizando as interpretações historiográficas. Além disso, o jesuíta pensador da história também atuou como um defensor do ensino de história pátria, em um momento no qual o ensino da história universal ainda predominava no currículo escolar [Bittencourt, 2008]. Em um discurso pouco conhecido, que sequer aparece no índice da Revista do IHGB, Raphael Galanti expressou o seu compromisso na difusão da história pátria: “Eu, portanto, agradecendo do fundo d’alma esta bondade, declaro que apezar de reconhecer minha incapacidade, hei de fazer maiores esforços para corresponder aos desejos do Instituto, revelando ao mundo as glórias do nosso querido paiz” [Galanti, 1897, p. 319]. Além disso, reafirmou a sua familiaridade com o espaço nacional, ao dizer que vinha “do sertão de São Paulo, onde passei a maior parte de minha vida ensinando a crianças” [Galanti, 1897, p. 315]. Neste sentido, a sua contribuição para a construção da nação brasileira perpassava pelo crivo da escrita da história.

Na ótica do jesuíta historiador, honrar o país se dava por meio da escrita da história e do registro dos grandes feitos. Os historiadores do IHGB tinham como missão fomentar o patriotismo, edificar a glória da terra. A história poderia servir de esplho para evelar a grandiloquência da pátria. Uma pátria tecida por homens que usaram da inteligência, com a produção literária; da fé, com a conversão; da força, na conquista e defesa do espaço nacional unificado. O discurso de posse no IHGB foi proclamado como um canto para enaltecer as glórias do passado brasileiro, no qual os diferentes espaços deveriam ser contemplados como testemunhas, provas incontestes dos logros de outrora. Dessa feita, o jesuíta italiano convocou o olhar:

Lancae, Senhores, um olhar sobre esta immensa bahia de Guanabara. É difficil que nella acheis uma ilha, uma enseada, um rochedo que não revele alguma glória dos brazileiros. Ide ao norte, e pergunte: quem explorou pela primeira vez o Amazonas remontando com trabalho herculeo o curso do grande rio?Foram dois filhos do Brazil: um natural de Pernambuco; outro do Rio de Janeiro. Quem salvou a pátria repellindo a invasão estrangeira no Maranhão, em Pernambuco, na Bahia? Foram os filhos da Terra de Santa Cruz. Quem derramou o sangue pela pátria no Monte das tabocas, nas fortalezas de Nazareth e do Cabedelo, no Arraial do Bom Jesus, no Recife e em mil outros lugares? Foram os filhos deste paiz que à custa de tantos sacrificios  quizeram conserval-o unido e independente [Galanti, 1897, p. 317].

Na leitura de Raphael Galanti, os espaços revelam as glórias. A história era uma epopeia, a saga na qual desfilavam os herois, cantavam as conquistas, os feitos, ou seja, os grandes homens eram monumentalizados. Neste mesmo discurso, Galanti considera a sua aprovação de sócio do IHGB como um reconhecimento da instituição aos feitos da Companhia de Jesus na história do Brasil, por meio dos méritos, desde os tempos coloniais, na produção “de trabalhos scientificos, litterarios e sociais”. O olhar acerca do passado da ordem foi usado como argumento para justificar a ação no presente e o projeto de futuro, no qual,

Ella [a Companhia de Jesu] em nossos dias deseja revellar-se em benefício do Brasil não menos do que fez em outros tempos. Deseja a Companhia promover a boa educação da mocidade, porque a mocidade é a esperança da pátria; deseja promover o progresso das lettras e das sciencia, porque dellas em grande parte depende a prosperidade da nação; deseja em particular promover o estudo da História pátria afim de excitar os jovens a imitar as façanhas gloriosas de seus antepassados [Galanti, 1897, p. 316].

A leitura comum de passado, pautada no protagonismo da ordem na construção do país, tornou-se um artifício retórico para legitimar a ação no presente, com ênfase para o exércio da boa educação, ou seja, a instrução regida pelos princípios católicos, gestada por ordens religiosas. Um ensino católico com teor patriótico, como um canto para as chamadas “glórias do Brasil”, na qual ele defendia a tese de que “não há nação na Europa antiga ou moderna, que leve vantagem ao Brasil” [Galanti, 1897, p. 316].

Todavia, o reconhecimento de uma pretensa superioridade na história também expressava uma fragilidade: o pouco espaço destinado ao ensino da história pátria. Na tribuna da Casa da Memória nacional, Raphael Galanti lamentou:

Estas e infinitas outras são as glórias do Brasil. Vós bem o sabeis, Senhores, porém ellas não são assás conhecidas, porque o estudo da história pátria entre nós está pouco generalizado. Cumpre, pois, revelar ao mundo as glórias afim de que o estrangeiro aprenda a estimar e respeitar o nosso paiz, e a nova geração ache nas façanhas heroicas de seus antepassados um estímulo poderoso ao verdadeiro amor da pátria [Galanti, 1897, p. 317].

Na leitura do jesuúita italiano, a história era o cimento do patriotismo, a vitrine na qual eram apresentadas para as novas gerações os vultos de ontem. Contudo, o patriotismo fomento pelo ensino de história na versão de Galanti encontrava-se coadunado com o fortalecimento dos princípios católicos. Na visão do autor, o catolicismo era a base do verdadeiro ensino. No “Compêndio de História Universal”, ao indicar a leitura do livro congênere de Chantrel, Galanti afirmou que “era o melhor livro que conhecemos, para o ensino sério e sinceramente catholico. Nelle o professor acha quase todos os factos expostos claramente quanto basta de sobra para explicar com proveito e prazer dos alumnos” [Galanti, 1907, p. 489]. Ainda ao tratar sobre as fontes de informação usadas na elaboração do livro, ele alertou sobre a proliferação de livros escolares que destoavam dos princípios católicos:

Além destes, o auctor cosultou muitos outros livros de menor tamanho que não vale a pena mencionar, dos quaes se  valeu francamente e sem escrupulo todas as vezes qye o julgou opportuno; cumpre-lhe, porém, para cautela dos principiantes, declarar que hoje, no meio de tantos livros, livrinhos e livrescos, infelizmente são raros os trabalhos que sirvam para o ensino sério e sinceramente catholico [Galanti, 1907, p. 489].

O registro das fontes de pesquisa para a elaboração do livro cumpriram uma dupla função: primeiro, atendia aos cânones historiográficos, com a elucidação das orbas consultadas para a elaboração do seu manual. Revelar as fontes era uma orientação para o historiadores do final do oitocentos para cumprir o seu ofício. Segundo, de modo oportuno, o jesuíta historiador alertava a juventude para os riscos promovidos pela proliferação de livros que destoavam dos princípios católicos. Por sua vez, o compêndio de Galanti apresenta a história universal centrada na dimensão católica, aproximando-se do que Circe Bittencourt [2008] entendeu como história sagrada. O livro estruturou-se no modelo quadripartite da história. Os capítulos discutiam a História Antiga [hebreus, egípcios, babilônios, assírios, medos, persas, fenícios e cartagineses], Grécia, Roma, Idade Média [com ênfase para Roma, Grécia, França, Inglaterra, Vaticano e Império Otomano], Idade Moderna, Reforma, Primeiras consequências da reforma protestante [guerras na França e Inglaterra], Últimas consequências da reforma protestante [revolução francesa], Idade Contemporânea [com as revoluções eurpeias do século XIX, a América e a conquista da Argélia]. Trata-se de uma narrativa amplamente eurocêntrica e, principalmente, católica, na qual em cada momento histórico o autor elucidava a história eclesiástica.

Todavia, é justamente no “Compêndio de História Universal” onde Galanti melhor explicita a sua concepção sobre os fazeres historiográficos, por meio da definição, divisão e explicitação do método e objeto da história. No seu entender, a história era associada a concepção de verdade, ou seja, “é a narração authentica e bem ordenada dos acontecimentos memoráveis que pertencem ao gênero humano Dividi-se a história em universal, geral e particular” [Galanti, 1907, p. 1]. A definição apresentada pelo jesuíta historiador coaduna-se com as preconizações expressas nos apareceres do IHGB, na qual a história emergia como narrativa marcada pela autenticidade sobre eventos memoráveis. Neste sentido, a história diferenciava-se de gêneros menores, como a “memória”, quando a história “for muito resumida” [Galanti, 1907, p. 1]. Além disso, ele expôs a definição de “annaes:

Uma narração simples e concisa de factos dispostos por anno sem ornamento, nem ligação. Differem da história, porque esta omitte quase sempre os mezes e os dias e relata os factos, descrevendo logares, referindo discursos, tratados e cousas semelhantes; differem também das chronicas, que, por via de regra, contam os factos de um só povo, ao passo que os annaes os narram de muitos.

O texto escolar de Raphael Galanti pode ser visto como um importante registro acerca da definição das diferentes modalidades de escrita historiográfica vigente no Brasil entre o final do século XIX e os primeiros decênios do século XX. História, memória, anais e crônicas, estilos de narrativas amplamente divulgados em periódicos especializados, como a Revista Trimensal do IHGB, apesar de serem experiêncas de escrita histórica, não eram entendidas como sinônimos. As modalidades de escrita reverberavam uma hierarquia, pretensões literárias, profundidade analítica e diferentes graus de descrição dos episódios. Mas, afinal, qual era o objeto da história? O que deveria ser captado pelo registro atento do historiador? Para Raphael Galanti,

Objecto da história são os factos realziados pelo homem, e bem assim os que de algum modo lhe dizem respeito [...]. Em summa: todos os factos e as circunstancias que directa ou indirectamente teem alguma relação com a natureza physica ou moral do homem, entram como elementos modificadores na história. Sendo a história, na phrase do grande orador de Roma, a mestra da vida, segue-e que o historiador deve explicar  os factos comparando-os, apontando as relações que os ligam, investigando as causas e indicando os effeitos, para que das occorrencias particulares possa deduzir licções geraes de sabedoria, moral e política. Infere-se facilmente de tudo isto que a história é uma sciencia de alta importância e que a narração pura e simples, embora necessária para a constituição da sciencia, não forma, só de per si, o objeto da história propriamente dita. [Galanti, 1907, p. 4]

Ao definir o objeto da história, o jesuíta italiano também expressou uma leitura na qual os fazeres historiográficos emergiam como ação, pautado no exercício crítico do historiador, que maneja as fontes, coteja as informações, conecta os fatos para tecer uma narrativa qu expresse lições, ao modo de Cícero. É importante registrar que Galanti escreve para alunos do ensino secundário e busca fomentar o interesse pelos fazeres científicos, dotá-los de senso crítico e instrumentalizá-los para a escolha de futuras leituras e de escolhas na vida. Por conta disto, ele defende uma concepção de história que se distancia das críticas de um ensino de história pautado na repetição, tida por Rui Barbosa como inútil à juventude [Mecenas, 2019]. Nos fazeres historiográficos de Galanti, a história ensinada se aproximava do método de investigação. Isso foi explicitado no manual escolar:

“Methodo são três os methodos que se pdoem adoptar no estudo e ensino da história: um ethnographico, outro synchronico, misto o terceiro. O methodo ethnographico relata os factos de cada povo na sua succeção chronologica sem attender ao que na mesma epoca occorria nos outros paizes; o synchronico refere simultaneamente os eventos de todos os povos segundo a ordem dos tempos; o misto é a justa combinação dos dois méthodos”. [Galanti, 1907, 4]

Ao discutir a perspectiva metodológica da história estudada  e ensinada, Galanti apresentou importantes indícios atinentes a sua prática como docente de história. Ele defendia o uso do método misto, reconhecendo a melhor aplicabilidade do etnográfico para o ensino da história dos povos antigos, que em sua concepção eram marcados pela sucessão de povos, sem coexistências, enquanto o sincrônico seria mais eficiente para estudar os povos no período cristão. Percebe-se que tanto no âmbito do reconhecimento documental, quanto da metodologia da pesquisa e do ensino, Raphael Galanti defendia uma noção ampliada e flexível nos fazeres historiográficos, no intuito de garantir maior imparcialidade na construção da narrativa e que esta pudesse ser mais eficiente no processo de formação do cidadão patriota. Outro ponto consideravelmente defendido em sua escrita é o fomento à erudição. O jesuíta italiano não somente aprsentava a narrativa, mas também explicitava a possibilidade de realização de outras leituras, de outras possibilidades de interpretação e de fazer a história.

As premissas defendidas por Galanti revelam uma ampla polifonia institucional no processo de construção e difusão dos saberes históricos. Revela também uma polissemia atinente à concepção de história e de suas múltiplas funcionalidades em uma sociedade que passava por significativas transformações políticas e sociais, com a demanda de reinvenção de seu passado e de fortalecimento dos princípios republicanos. Mas, antes de tudo, expressa a intrínsica relação entre historiografia, teoria da história, biografias e ensino de História. Afinal, ensinar história demandava conhecer as particularidades dos fazeres historiográficos, domínio da produção historiográfica e identificação sobre o potencial da disciplina na formação da sociedade. Um sujeito que monumentalizou o passado da nação e, após a morte, foi monumentalizado na Casa da Memória nacional.

Referências
Dr. Magno Francisco de Jesus Santos é professor do Departamento de História da UFRN.

Galanti, R. M. [1897]. Discurso de posse proferido no dia 2 de maio de 1897. Revista Trimensal do Instituto Histórico e Geographico Brazileiro. 60 [2].

Galanti, R. M. [[1895]1907]. Compêndio de História Universal.4 ª ed. São Paulo, Brasil: Duprat.

Galanti, R. M. [1896]. Compêndio de História do Brazil. São Paulo, Brasil: Typographia Industrial.

Galanti, R. M. [1911]. Biographias de brasileiros ilustres resumidamente expostas pelo Padre Raphael Maria Galanti. São Paulo, Brasil: Duprat.

Mecenas, A. L. S. [2019]. Um monumento à civilização brasileira: a recepção dos pareceres da reforma da instrução pública de Rui Barbosa na imprensa brasileira. En: Ferronato, C. Mecenas, A. L. S. Práticas educativas na tessitura do tempo. Aracaju, Brasil: EDUNIT. [livro]

Reis, A. S. C. [2013]. Ensino de História no Instituto Histórico e Geográfico Brasileiro: as ideias de Agostinho Marques Perdigão Malheiro Filho [1850] e de Americo Brasiliense de Almeida e Mello [1876]. Universidade Federal de Sergipe, São Cristóvão, Brasil. [livro]

Reis, José Carlos. [[2000] 1999]. As identidades do Brasil: de Varnhagen a FHC. Rio de Janeiro, Brasil: Fundação Getúlio Vargas. [livro]

Santos, M. F. J. [2013]. Ecos da Modernidade: a arquitetura dos grupos escolares sergipanos [1911-1926]. São Cristóvão, Brasil: EDUFS. [livro]

Santos, M. F. J. [2017ª]. Ensino de História, espaços e cultura política bandeirante: José Scaramelli e a escrita de livros escolares para crianças. História, histórias5 [9], pp. 104-125. [artigo]

Santos, M. F. J. y Santos, A. L. S. M. [2019]. Um conto moral que sirva de espelho da vida: Balthazar Góes, um intelectual pensando o ensino de História. Interfaces Científicas: Educação. 7 [2], pp. 23-34. [artigo]

5 comentários:

  1. Caro Magno. Interessante a discussão feita sobre as diferenças metodológicas no ensino e na escrita da história feitas por Raphael Galanti, sobretudo, por perceber que a reflexão/percepção sobre formas de escrever e ensinar história não é tão contemporânea assim. Pergunto Galanti, chegou a fazer escola? Sua obra teve alguma ressonância? Abcs

    Everton Carlos Crema

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    1. Everton Crema, obrigado pelas observações atentas e pertinentes. Ao pesquisar sobre a escrita da história escolar em Raphael Galanti tive algumas supresas. Certamente, a principal delas consiste no diálogo que ele teve com outros pensadores da história da Primeira República, tanto por meio da apropriação de suas interpretações (como foram os casos de Rocha Pombo e Tavares de Lyra), como por apreciações mais críticas. Não tenho elementos para dizer que ele chegou a formar uma escola, mas é oportuno dizer que o seu nome foi inserido na trama historiográfica do seu tempo.
      Vislumbrar a repercussão da leitura de Galanti em livros escolares é mais difícil de perceber, pois muitas vezes, pauta-se em referências indiretas. Mas na historiografia dos institutos históricos esse diálogo vem bem mais intenso, por meio de sócios como barão Homem de Melo e Tavares de Lyra. Um caso bem elucidativo desse diálogo é a apreciação realizada por Manoel Bomfim no capítulo sobre "Homens que fizeram a história do Brasil", no livro "O Brasil na História", em 1930. Neste caso, é pertinente dizer que Galanti teve foi nome inserido no debate historiográfico da Primeira República acerca da invenção do Brasil.
      Abraço,
      Magno Francisco de Jesus Santos

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