Alexandre Araújo da Silva e Fabiana Alves Dantas


O ESTÁGIO DE DOCÊNCIA NA PÓS-GRADUAÇÃO EM HISTÓRIA: ALGUMAS REFLEXÕES



O propósito deste texto é apresentar algumas reflexões concernentes ao estágio de docência na pós-graduação stricto sensu, partindo da experiência dos autores que, ao vivenciarem essa etapa, consideraram relevante discutir seu papel na formação de futuros profissionais do ensino superior de História. Discutiremos, pois, tanto os aspectos positivos do estágio, bem como a existência de outras necessidades no tocante a esse processo formativo.

A relevância desse debate pode ser constatada quando vemos que, enquanto há uma expressiva quantidade de publicações referentes à formação de professores para atuação na educação básica, em contrapartida, existem lacunas consideráveis no que se refere a formação dos docentes do ensino superior que os formam. Bastos [2007] ressalta quão importante é tratar dessa questão, que precisa ser enfrentada pelas universidades.

Tratando-se especificamente do campo da História, como mostra Caimi [2007], o modo como atua o professor dessa área na educação básica está atrelado à sua formação na universidade. Portanto, entendemos que a pergunta “Como estamos formando os professores de História que atuarão nas escolas?” deve se desdobrar em outra: “Como estamos formando os mestres e doutores que formarão esses professores?”.

Assim, nosso objetivo é gerar uma contribuição referente a essa discussão. Para além do relato de experiência, damos atenção ao modo como a pós-graduação stricto sensu tem lidado com a formação de docentes para o ensino superior, buscando elencar soluções para que o estágio de docência seja uma experiência proveitosa, a ser complementada com outras atividades que precisam ser estimuladas pelos programas.

Pós-graduação e formação de docentes para o ensino superior no Brasil
A pós-graduação brasileira é reconhecida por sua qualidade, o que chama atenção especialmente pelo desenvolvimento tardio do ensino universitário no país, como lembram Moritz, Moritz e Melo [2011], que comentam a predominância de um modelo catedrático nos primórdios desse nível de ensino no Brasil. Conforme Nascimento [2017, p. 290], a esse modelo soma-se o fato de que as primeiras gerações de professores universitários “não necessariamente tiveram formação profissional para lecionar nas universidades recém-criadas”. Isso mostra que essa fase inicial se caracterizou por uma formação não muito preocupada com questões pedagógicas referentes à prática daqueles que se tornariam, posteriormente, novos professores das universidades brasileiras.

Passadas décadas, notamos que essa característica, guardadas as devidas diferenças em relação àquela época, ainda marca consideravelmente a pós-graduação no país. Segundo Bastos [2007], os programas muitas vezes negligenciam a formação pedagógica dos discentes, que ingressam na carreira com essa defasagem em sua formação. Isso, segundo a autora, tem um impacto profundo na dinâmica da relação professor/aluno/instituição e, por isso, constitui um desafio que a universidade não pode deixar de enfrentar. Essa priorização da formação técnica de pesquisadores contribui para que professores universitários atuem com “práticas pedagógicas problemáticas”, as quais poderiam ser solucionadas “se o saber específico da área estivesse articulado com saberes metodologicamente embasados em concepções educacionais diferentes das concepções tradicionais de ensino” [Bastos, 2007, p. 105].

Essa discussão se relaciona intimamente com o reconhecimento da complexidade da profissão docente, inclusive no âmbito do ensino superior, pois: “o processo de formação como um todo diz respeito ao entendimento das questões pedagógicas e da realidade institucional, das particularidades pessoais e das trajetórias individuais de professores e alunos” [Veiga et al, 2008, p. 6]. Assim, o cenário difícil com o qual nos deparamos é, em suma, o seguinte:

“A discussão sobre a especificidade da formação docente está na base de grandes debates sobre as licenciaturas em geral, especialmente no tocante à forma fragmentada, dividida, com que ocorre: por um lado, a ampliação do conhecimento em um domínio específico e, por outro lado, o desenvolvimento de conhecimentos, habilidades ou competências para ensinar. Uma dificuldade parecida pode ser encontrada, quando se pensa na formação dos mestres para os nossos programas de pós-graduação, agora sob o aparente paradoxo ou a suposta incompatibilidade entre a formação do pesquisador e do professor, o que corresponde, em alguma medida, à dicotomia acima referida. Hoje, não se cogita da possibilidade de que alguém, sem amplo domínio do seu campo de conhecimento possa ter desempenho que o caracterize como bom professor, mas não necessariamente um jovem pesquisador egresso da pós-graduação, mesmo tendo excelente formação metodológica e notável conhecimento da área, seja bom professor de forma automática” [Bastos et al, 2011, p. 1153].

Nesse sentido, compartilhamos do mesmo questionamento de Bastos et al [2011]: aumentar o número de pessoas com títulos de mestres e doutores no país implica, necessariamente, em uma melhoria na educação com um todo? Consideramos problemático afirmar que sim, visto que nos parece familiar a realidade descrita por esses autores:

“São frequentes as queixas de que o professor conhece a matéria, mas não sabe transmitir, não se importa com o aluno, é distante, é arrogante, entre outras características que revelam dificuldades em dimensões de sua prática, que vão além do conteúdo a ser ensinado” [Bastos et al, 2011, p. 1154].

Isto posto, como cobrar de professores da educação básica uma prática diferente daquela com a qual foram formados na graduação? No caso dos cursos de História, Lima [2011] identificou uma tendência no que respeita a reprodução desses modelos por parte de muitos professores. A autora identifica como muitos deles norteiam sua prática a partir de sua própria experiência, adotando atitudes com as quais conviveram em seus períodos formativos. Discutindo a formação dos professores universitários de História, ela ressalta a defasagem existente no tocante à dimensão pedagógica, já que os estágios de docência “não fazem parte do conjunto de componentes curriculares comuns a todos, a não ser que o interessado se voluntarie” [Lima, 2011, p. 8]. Dessa forma:

“[...] a discussão ganha uma outra dimensão, pois seria necessário rever a formação de quadros para o ensino superior, repensando, portanto, nos programas de pós-graduação, a existência de um interesse mais profundo na preparação e formação para o exercício da docência universitária que ultrapasse os limites dos conteúdos da pesquisa de cada pós-graduando” ´[Lima, 2011, p. 1].

A exigência que a CAPES passou a fazer em 2000, no que se refere ao estágio de docência a ser realizado pelos alunos bolsistas, indica que essa dimensão da formação dos pós-graduandos passou a ter um pouco de atenção. No entanto, apesar de consistir em uma iniciativa para suprir essa demanda, alguns autores apontam sua insuficiência, como Bastos [2007, p. 110], que critica o fato dele ser exigido apenas dos bolsistas. Verificamos outra crítica em Bastos et al [2011], na qual os autores mencionam o fato de que o mero contato com a sala de aula é insuficiente, já que outras competências são necessárias ao trabalho docente. Uma descrição sobre o estágio na pós-graduação é apresentada pelos autores e, lamentavelmente, ela corresponde a um cenário muito frequente:

“[...] a formação docente não se esgota no simples contato do pós-graduando com a situação de sala de aula, muitas vezes apenas substituindo o docente orientador. [...] cumpre reconhecer que a própria realização do estágio docente assume formatos muito variados, às vezes em um mesmo programa de pós-graduação, não sendo incomum o aluno simplesmente substituir o titular da disciplina sem o adequado acompanhamento e orientação” [Bastos et al, 2011, p. 1158].

Aí estão identificadas algumas fragilidades no estágio de docência, que não deveriam ser ignoradas, pois o tornam insuficiente para suprir a necessidade de atenção para com o aspecto pedagógico da formação dos mestrandos e doutorandos. Entendemos, no entanto, que elas não excluem a relevância dessa atividade para o processo formativo. Consideramos que o estágio não deve ser aplicado como uma espécie de “apêndice curricular” que camufla uma questão ainda a ser solucionada, causando impacto no ensino superior como um todo.

Abordaremos adiante as possíveis saídas para esse impasse, com base nos autores consultados e em nossa experiência com o estágio de docência no curso de mestrado em História ao qual estamos vinculados.

A relevância do estágio de docência e outras experiências necessárias à formação dos pós-graduandos em História
Falamos do estágio de docência sob a perspectiva de dois mestrandos que estagiaram na disciplina Introdução aos Estudos Históricos, com uma turma do primeiro período do curso de História, durante um semestre. De nossa experiência, podemos destacar alguns aspectos positivos.

Contamos com uma docente supervisora empenhada em fazer do estágio uma experiência enriquecedora para os estagiários e para si própria, enquanto profissional aberta ao diálogo sobre o que pode ser melhorado em sua prática. Criamos um ambiente de ajuda mútua, no qual fomos estimulados a participar de atividades para além da presença nos encontros e a tarefa de ministrar uma aula individualmente. Participamos da preparação das aulas, correção de trabalhos e debates com os discentes, com os quais buscamos estabelecer contato.

Vimos, durante esse processo, que a complexidade da atividade docente envolve questões para além de técnicas de ensino. Ela requer também sensibilidade em relação a compreensão do outro, nesse caso, o aluno. Atuar junto a uma turma que acabava de ingressar na graduação contribuiu muito para isso, pois reconhecemos a importância de considerar as dificuldades dos discentes de acordo com o estágio de formação em que se encontram. E isso ficou evidente por estarmos “nos bastidores” tanto da preparação das aulas, como também do processo avaliativo da turma. Portanto, identificamos, a partir de nossa experiência, quão importante é a postura dos supervisores nesse processo, visto que o estímulo à participação nesse tipo de atividade não limitou o estágio à observação.

Pudemos chegar a alguns discernimentos sobre o processo de estágio de docência: sua obrigatoriedade é importante, devendo abranger todos os pós-graduandos [o programa ao qual estamos vinculados o exige também dos discentes sem bolsa, e consideramos que deveria ser assim em todos os cursos]; observar os métodos e metodologias dos professores nos serve muito como aprendizado, embora reconheçamos que o estágio não se limita a isso; é interessante voltar para disciplinas que tem peso intelectual para os estagiários, para que revejam algumas coisas importantes para o desenvolvimento de suas pesquisas; estagiar com alunos recém chegados na graduação é interessante para colocarmos nossos “pés no chão” e lembrarmos que estamos escrevendo também para eles e não só para uma banca de avaliação; estar defronte jovens em início de estudo nos dá certo ânimo; prestar atenção no que graduandos têm a dizer pode e vai nos ensinar muito [assim como também ensina estar defronte alunos de fundamental, médio e pós-graduação]; dialogar com pessoas que estão buscando seus caminhos teóricos pode nos fazer pôr nosso próprio conhecimento em pauta e rever coisas da nossa própria pesquisa; assim, é importante tentar observar os detalhes e crescer ali dentro, tanto como pesquisadores quanto como docentes.

Assim, no que respeita às estratégias para aperfeiçoar o estágio docente e melhorar o processo formativo para o exercício da docência em nível superior, consideramos haver um alinhamento de nosso ponto de vista com as ponderações de alguns autores.

Bastos et al [p. 1159], argumentam que a pós-graduação deveria proporcionar uma formação capaz de contemplar o amplo conjunto de competências esperadas de um docente que irá atuar no ensino superior. Como relatamos, participar dos “bastidores” das aulas foi uma experiência que nos proporcionou o contato com outras dimensões da docência. Por isso, concordamos com os autores quando consideram positivas as iniciativas de alguns programas quanto a isso, embora sejam casos isolados:

“Registre-se, porém, que vários programas de pós-graduação já inseriram em suas estruturas curriculares atividades de formação diretamente relacionadas à formação para a docência na educação superior, como a co-orientação de alunos de iniciação científica e mestrado, participação em bancas de projetos de outros alunos, avaliação de artigos etc. Tais iniciativas são bem avaliadas, mas não constituem referência para o sistema como um todo” [Bastos et al, 2011, p. 1158].

Já em Bastos [2007], vemos que, apesar da importância de implementar disciplinas pedagógicas na grade curricular dos cursos de pós-graduação, por si só elas não solucionam o problema:

“A percepção e a valorização da dimensão pedagógica não deve ser objeto apenas de uma disciplina – metodologia do ensino superior – que se resume, muitas vezes, a uma carga horária reduzida e a conteúdos meramente técnicos. É preciso instalar-se uma cultura formadora que seja prenhe de sentidos de formação: promover discussões em sala de aula, laboratórios, seminários integradores que reflitam sobre a devida valorização do significado pedagógico da ação docente na universidade, com vistas a garantir práticas mais consolidadas na formação desse professor, que se encontra vinculado ao programa, em qualificação formal” [Bastos, 2007, p. 107-108].

Concordamos com a autora, visto que, como observamos, o ensino não é algo meramente técnico, e, em razão disso, o estágio não deve ser uma ocasião destinada apenas a colocar técnicas de ensino em prática, tampouco para observar modelos a serem copiados. Nosso ponto de vista quanto a isso encontra respaldo teórico nas considerações de Pimenta e Lima [2004], que defendem o estágio na formação de professores como um rico espaço de pesquisa, a ser explorado no intento de melhorar significativamente a educação. Especificamente sobre as questões que pontuamos, tais autoras demonstram como é problemática a noção do estágio como prática de instrumentalização de técnicas, pois: “Embora sejam importantes, essas atividades não possibilitam que se compreenda o processo de ensino em seu todo” [Pimenta; Lima, 2004, p. 38]. Concernente à concepção que o reduz a observar aulas para imitar modelos do que seria um bom professor, há um obstáculo no fato de que a própria noção do que é um bom professor pode variar de acordo com o aluno. Por isso, as autoras consideram essa perspectiva limitada:

“Em que pese a importância dessa forma de aprender, ela não é suficiente e apresenta alguns limites. Nem sempre o aluno dispõe de elementos para essa ponderação crítica e apenas tenta transpor os modelos em situações para as quais não são adequados” [Pimenta; Lima, 2004, p. 35].

Até aqui, nossa atenção foi direcionada para o estágio de docência. No entanto, reconhecendo a importância do estímulo a outras estratégias para aprimorar a formação dos pós-graduandos, consideramos interessante a proposta de criação de espaços de diálogos voltados para o compartilhamento de experiências entre os discentes, como propõe Bastos [2007]. Esses espaços poderiam contribuir não apenas para aqueles ainda em período formativo, mas também para o aprimoramento da prática profissional daqueles que já iniciaram sua carreira como docentes universitários. Entendemos, junto a Bastos [2007], que caberia às universidades estimular sua criação, pois isso contribuiria para uma melhoria no ensino superior como um todo, gerando impacto direto na formação de profissionais de todas as áreas:

“A universidade, por sua vez, pode apoiar tais iniciativas, proporcionando incentivos à participação, por exemplo, como forma de pontuação na avaliação de desempenho docente a que são submetidos os professores a cada dois anos de atuação, para elevação de nível no Plano de Carreira Docente. A realização de workshop como espaço acadêmico de socialização de experiências didáticas inovadoras, também é uma proposta interessante, que valoriza iniciativas geradoras de satisfação na relação professor / aluno e que promove a qualidade da formação acadêmica” [Bastos, 2007, p. 111].

Sendo assim, enfatizamos que a experiência do estágio de docência pode e deve ser aprimorada com um maior envolvimento tanto dos discentes, quanto dos professores que os supervisionam, cuja postura de estímulo a participação em outras atividades ligadas à docência contribui para o enriquecimento da experiência para ambas as partes. Como pós-graduandos que realizaram o estágio na mesma disciplina, destacamos que o compartilhamento de experiências e ajuda mútua entre os discentes pode, de fato, contribuir nesse processo. Isso nos leva a considerar promissora a proposta de criação de espaços de diálogos que abarquem pós-graduandos e docentes universitários já em atividade. O ensino superior seria muito beneficiado se isso fosse posto em prática.

Considerações finais
Buscamos destacar, neste breve texto, a relevância do estágio de docência para a formação de futuros professores do ensino superior, reconhecendo a necessidade de aprimoramento dessa experiência na pós-graduação. Defendemos também que a ele deveriam se somar outros espaços de diálogo, em uma concepção de pós-graduação que busque conciliar a formação docente com os conhecimentos específicos de cada área.

Como pós-graduandos em História, destacamos a importância quanto às reflexões sobre o modo como estamos abordando esse que, como certa vez disse em entrevista o historiador Boris Fausto, é um conhecimento que nos ensina a viver. Em razão disso, entendemos que essa discussão é tão importante para os mestrandos e doutorandos que pretendem atuar no ensino superior, quanto para quem almeja lecionar na educação básica.

Assim, salientamos finalmente que essa discussão deve prosseguir entre os acadêmicos de História. Em nosso levantamento bibliográfico, percebemos que em outras áreas já existe um esforço de reflexão sobre a formação docente de seus pós-graduandos, o que não ocorre significativamente entre nós. A questão está posta, e nosso campo tem muito a ganhar ao se debruçar sobre ela.

Referências
Alexandre Araújo da Silva é mestrando no Programa de Pós-Graduação em História da Universidade Federal da Paraíba [PPGH/UFPB] e licenciado em História pela Universidade Estadual da Paraíba [UEPB].

Fabiana Alves Dantas é mestranda do Programa de Pós-Graduação em História da Universidade Federal da Paraíba [PPGH/UFPB] e licenciada em História pelo Centro de Ensino Superior do Seridó – Universidade Federal do Rio Grande do Norte [CERES/UFRN].

BASTOS, Carmen Célia B. Correia. Docência, pós-graduação e a melhoria do ensino na universidade: uma relação necessária. Educere Et Educare: Revista de Educação, Cascavel, v. 2, n. 4, p.103-112, jul./dez. 2007. Disponível em: http://e-revista.unioeste.br/index.php/educereeteducare/article/view/1658/1345. Acesso em: 21 jan. 2020. [internet]

BASTOS, Antonio Virgílio Bittencourt et al. Formar Docentes: em que Medida a Pós-Graduação Cumpre esta Missão? Revista de Administração Contemporânea, Curitiba, v. 15, n. 6, p.1152-1160, nov./dez. 2011. Disponível em: https://rac.anpad.org.br/index.php/rac/article/view/903/900. Acesso em: 21 jan. 2020. [internet]

CAIMI, Flávia Eloisa. Por que os alunos [não] aprendem História? Reflexões sobre ensino, aprendizagem e formação de professores de História. Tempo, Niterói, v. 1, n. 21, p.17-32, jun. 2007. Disponível em:
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COSTA, Aryana Lima. Ensinar História no ensino superior – reflexões sobre a formação do professor universitário de História. In: SIMPÓSIO NACIONAL DE HISTÓRIA, 26, 2011, São Paulo. Anais[...]. São Paulo: Anpuh, 2011. p. 1 - 11. Disponível em:
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MORITZ, Gilberto de Oliveira; MORITZ, Mariana Oliveira; MELO, Pedro Antonio de. A Pós-Graduação brasileira: evolução e principais desafios no ambiente de cenários prospectivos. In: COLÓQUIO INTERNACIONAL SOBRE GESTÃO UNIVERSITÁRIA NA AMÉRICA DO SUL, 6, 2011, Florianópolis. Anais[...]. Florianópolis: Ufsc, 2011. p. 1 - 18. Disponível em: https://repositorio.ufsc.br/handle/123456789/26136. Acesso em: 21 jan. 2020. [internet]

NASCIMENTO, Thiago Rodrigues. O primeiro Simpósio de Professores de História do Ensino Superior [1961]: currículo e formação de professores. Cadernos de História da Educação, Uberlândia, v. 16, n. 1, p.286-304, jan./abr. 2017. Disponível em:
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PIMENTA, Selma Garrido; LIMA, Maria Socorro Lucena. Estágio: diferentes concepções. In: PIMENTA, Selma Garrido; LIMA, Maria Socorro Lucena. Estágio e Docência. São Paulo: Cortez, 2004. p. 33-57. [artigo]

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VEIGA, Ilma Passos Alencastro et al. Docência universitária: formação pedagógica no âmbito da pós-graduação. Linhas Críticas, Brasília, v. 14, n. 26, p.61-77, jan./jun. 2008. Disponível em: https://www.redalyc.org/pdf/1935/193517442006.pdf. Acesso em: 21 jan. 2020. [internet]

24 comentários:

  1. Bom dia. Muito oportuna a abordagem sobre esse tema tão necessário e, como expuseram, muito pouco debatido na academia. Considerando a argumentação de vocês de que “existem lacunas consideráveis no que se refere à formação dos docentes do ensino superior”, minha questão é como a implementação de ações visando suprir essas lacunas (estágios docência mais focados, por exemplo) se daria: com aumento da carga horária e o consequente prolongamento do tempo de duração das pós-graduações (mestrado e doutorado)? Com a redução da carga horária das disciplinas teóricas? Com a redução do tempo destinado à pesquisa/escrita da dissertação/tese? Obrigada.


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    1. Bom dia, Regina! Agradecemos seu comentário.
      A questão que você coloca é muito importante. Nós pensamos que as mudanças na forma de preparar os pós-graduandos para a docência devem ser principalmente de caráter qualitativo. Ou seja, não se trataria necessariamente do aumento de carga horária do estágio, mas de ampliar os debates ao longo de toda a formação (inclusive criando-se grupos de discussão entre docentes já na ativa e pós-graduandos), visando o compartilhamento de experiências. Outra coisa seria a mudança de olhar sobre o próprio estágio, pois ele muitas vezes se dá com a mera presença do estagiário observando as aulas e participando minimamente, quando sabemos que uma disciplina envolve todo um processo do qual ele geralmente fica de fora, mas, em nosso entender, deveria participar junto ao docente supervisor (preparação das aulas, seleção da bibliografia, processo avaliativo dos alunos).
      Mas um ponto que você menciona me fez refletir sobre a questão do tempo. Infelizmente, a correria dos prazos da Pós-Graduação tem feito discentes e orientadores focarem no cumprimento de carga horária para se poder andar com a pesquisa, visto que o tempo é curto. Talvez a ampliação do tempo de duração seja um ponto a ser levado em conta para se possibilitar uma melhor experiência de formação docente, pois possibilitaria mais tranquilidade para o aluno se envolver nessas outras atividades que sugerimos no texto.

      Esperamos ter respondido satisfatoriamente. Muito obrigada.

      Fabiana Alves Dantas.

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    2. Bom dia, Regina! Interessante seu questionamento.
      Como bem pontuou Fabiana, a ideia aqui não é questionar, por hora, a carga horária em torno do estágio de docência. E acredito que esse debate seja complexo, mas que deva vir desde bem cedo, já na primeira graduação. O interesse está em compreender a importância e significância do nosso ofício que não é apenas de historiador/a como também de professor/a. Talvez o caminho possa ser uma relação entre aluno-professor-instituição desde sua inserção no mundo do ensino superior. Ou seja, o que podemos discutir também é como trazer esse "avivamento" do reconhecimento dos alunos (graduandos/pós-graduandos) para o fazer profissional. Lembro que na minha graduação, mas não mais no currículo que implementava minha turma, alguns professores começaram a pedir que seus alunos produzissem um cenário de sala de aula como avaliação: plano de aula, e mesclagem da temática da disciplina com o livro didático, tendo em vista a formação para ensino básico e médio, e isso era independente da disciplina ser História Antiga ou Moderna. Mesmo que não seja ainda suficiente, é um dos caminhos para construção do pensar na sala de aula desde o início, para aqueles que sigam para uma pós-graduação já encontrem maneiras de buscar novas práticas e abordagens nas observações e práticas que o estágio-docência abrange.

      Alexandre Araújo da Silva.

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    3. Este comentário foi removido pelo autor.

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    4. Fabiana e Alexandre, agradeço a resposta, que colocou pontos bastante relevantes para reflexão. Reafirmo que o artigo de vocês levanta questões muito necessárias a se debater nos programas de pós-graduação e, como ressaltou Alexandre, também na graduação. O estágio docência é um momento ímpar na formação do professor e penso que deve ser pensado a partir de um olhar que considere essa etapa como uma das mais importantes de todo o processo. Infelizmente, isso ainda precisa ser internalizado no ambiente da academia. Mais uma vez, parabéns pela abordagem! Abraço.

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  2. Olá Alexandre e Fabiana, venho constatando através da escuta de professores da rede pública de ensino paranaense uma constante: A universidade não prepara para a docência! Além disso podemos perceber o distanciamento entre as escolas e a universidade com sérias consequências! Pela discussão proposta por vocês como podemos caminhar em direção de uma melhor resolução para esse problema? Abcs

    Everton Carlos Crema

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    1. Olá, Everton! Muito obrigada por seu comentário.
      Então, eu e Alexandre pensamos que essa questão da formação docente na Pós-Graduação está intimamente relacionada com a má preparação dos professores da rede pública de ensino. Isso porque os mestres e doutores que se formam com um enfoque no conteúdo disciplinar, deixando à margem as preocupações com a prática pedagógica enquanto professores universitários, infelizmente não estimulam isso, consequentemente, em seus alunos dos cursos de graduação. Reconhecemos que a própria vivência como professor ensina muito, mas o ensino superior, para além do conteúdo disciplinar, tem um papel importante a assumir quanto a essa preparação. Sabemos que a universidade tem programas como o PIBID e o Residência Pedagógica que buscam proporcionar experiências no contato com as escolas, mas eles não abarcam todos os alunos e, por isso, acreditamos que as discussões sobre a profissão docente tem que se fazer mais presente, inclusive com os professores estimulando atividades que façam os graduandos exercitarem questões necessárias ao trabalho docente. Por isso propusemos essas reflexões sobre a importância de formar os pós-graduandos para se reconhecerem não só profissionais de suas áreas específicas (no nosso caso, historiadores), mas também professores.

      Esperamos ter respondido satisfatoriamente. Muito obrigada!

      Fabiana Alves Dantas.

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    2. Olá Everton. Essa sua constatação é muito valorosa para nossa debate.

      Também escutei isso de vários colegas, não só historiadores, que trabalham no ensino básico público e privado.
      O que consigo refletir é que mesmo se algo nos preparasse para a sala de aula não estaríamos de fato preparados, levando em consideração que cada sala é tão individual e cheia de surpresas (boas e ruins, como bem sabemos), é necessário um jogo de cintura do qual apenas anos de prática nos ensinam, e as vezes mesmo assim nos sentimos despreparados, como também questionei alguns colegas que estão em sala de aula há bastante tempo.

      Como bem pontuou Fabiana, essa discussão sobre o distanciamento entre escola e universidade é urgente, visto que essa distância se torna cada vez mais intensa. Algumas instituições tentam diminuir esse abismo que há entre ambos criando extensões que abarquem a comunidade escolar, assim como vimos a criação do PIBID e da Residência Pedagógica, mas sabemos como estes não tem ainda estrutura para suportar todos os alunos das universidades, assim apenas aqueles selecionados estão no caminho para uma formação profissional já repleta de práticas. Alguns outros conseguem empregos como professores em escolas particulares, ou até dando aulas individuais, mas mesmo assim, vão sendo formados muitas vezes longe do acolhimento e debate da universidade. O caminho é árduo, e os incentivos precisam vir de todos os lados, mas também precisa vir da vontade dos sujeitos que ali estão.

      Fabiana e eu fomos/somos testemunhas de que há muitos estudantes que não compreenderam que a licenciatura em História está buscando resultados para a sala de aula, estes problematizam a teoria, mas tentam a todo instante fugir da prática. Mesmo que isso não seja totalmente um problema, porque teorizar também faz parte do fazer do professor/historiador, mas acredito que precisamos estar nos questionando sempre sobre como isso reflete na nossa primeira formação e vai ter reflexos até nossa ultima. Afinal, nosso ofício, assim como as diversas áreas das Humanidades, ensinam para além dos muros da escola, então, ensino-educação-reflexão-teoria-prática precisam estar em acordo e isso vem tanto da instituição para o aluno, como do aluno para instituição. Acredito.

      Esperamos ter contribuído para o debate sobre a questão que você pontuou.

      Alexandre Araújo da Silva.

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  3. Olá Alexandre e Fabiana
    Gostaria de parabenizar vocês pela produção.
    Alguns anos atrás eu também realizei meu Estágio na Docência no Ensino Superior e me lembro de ter tido uma observação parecida om a de vocês.
    Conversei bastante com meu supervisor na época, sobre as dificuldades e possibilidades de melhoria nos estágios. Os cursos de História tem carga horária muito pequena em praticamente todas as disciplinas e isso faz com que os docentes do Ensino Superior tenham disciplinas com carga horária apertadíssimas para trabalhar com um tema gigantesco como História Medieval ou Metodologia do Ensino de História. Isso faz com que, quando eles aceitam um estagiário, na maioria das vezes, a ementa da disciplina está tão apertada que fica muito dificil disponibiizar um tempo adequado para que o estagiário realmente possa desenvolver um projeto em sala de aula.
    Sou defensor desde muito que os estagiários de doutorado, especialmente os bolsistas, possam dispobilizar uma disciplina optativa nos cursos de graduação supervisionados pelos seu orientador. Não vi até hoje isso ser implementado. Os estagiários precisam dar aulas na graduação para ganhar experiência como futuros professores de Graduação. E também parabenizo vocês por apontarem a necessidade de diálogo entre docentes e discentes para melhoria do setor de estágio no ensino brasileiro....precisamos melhorar, e muito.
    Abraço
    Isaias Holowate

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    1. Olá Isaías.

      Sua colocação é muito importante e interessante para nossa área. E pelo que entendi ainda não houve essa mudança tão esperada na sua universidade. Mas acredito que seja isso, somos filhos das universidades e como filhos queremos que elas sejam melhores e maiores, proporcionando para os que vierem aquilo que não tivemos.

      Tomando essa reflexão como central, acredito que seja algo que precisa estar em nós como lembrete, já que seremos nós que um dia entraremos nas coordenações destas universidades, ou em escolas, ou em debates, e nossos olhares subjetivos é que darão reflexões para os que estão por vir. Não podemos desanimar, e isso é cansativo e demorado, mas necessário e importante. Por nós, mas principalmente por todos aqueles que poderão sentir essa mesma fragilidade e talvez se sintam sozinhos no debate. Precisamos mostrar que não estamos sozinhos.

      Então, esse seu comentário aqui já foi de grande importância para a permanência e o aprofundamento de reflexões póstumas. Infelizmente são coisas que precisamos pontuar, mas que só terão resultado em um futuro, se próximo ou distante, não sabemos, ainda mais com toda problemática que a educação em todos os níveis vem sofrendo. Mas sejamos fortes e não fiquemos calados.

      Sua reflexão é de uma sensibilidade que não se dimensiona. Agradecido por ela.

      Alexandre Araújo da Silva.

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    2. Olá, Isaias! Muito obrigada por seu comentário. Fico feliz que tenha gostado do texto, pois eu e Alexandre acreditamos muito na relevância dessa discussão.
      Como você pontuou sobre sua experiência, infelizmente, a melhoria dos estágios na Pós-Graduação tem esbarrado em questões como a carga horária apertada. Tenho percebido que, de maneira geral, ele é encarado praticamente como uma coisa que se tem que fazer para cumprir as exigências do programa, o que é lamentável. Nós acreditamos que, para além do próprio estágio, seria importante os cursos fomentarem a existência de outros espaços para debates e práticas relacionadas ao trabalho docente, de maneira a envolver os alunos em outras atividades. Por isso achei muito legal a sua sugestão de que doutorandos ofertem disciplinas optativas, penso que ajudaria muito nesse processo formativo. Eu também acho muito importante quando os docentes se disponibilizam para o diálogo com o pós-graduando nesse processo, isso faz bem para ambas as partes, pois ouvir o ponto de vista do aluno é sempre enriquecedor.
      Enfim, fiquei feliz com seu comentário, pois a intenção é justamente provocar a reflexão e mostrar que essa experiência pode e deve melhorar, a bem de todo o processo de ensino/aprendizagem na universidade. Atitudes como a sua, de conversar com seu supervisor, vão contribuindo para se criar uma consciência sobre o que precisa ser melhorado. Com essas questões sendo mais debatidas, aos poucos, quem sabe, consigamos promover algumas mudanças.
      Abraços, tudo de bom.
      Fabiana Alves Dantas.

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  4. Primeiramente, parabéns aos dois, não apenas pelo texto em si, mas também pelas reflexões trazidas e sobretudo pela temática tratada. Sem dúvida é um tema que deve ser discutido.
    Enfim, vamos ao que interessa; a pergunta. Partindo da citação de Bastos “Hoje, não se cogita da possibilidade de que alguém, sem amplo domínio do seu campo de conhecimento possa ter desempenho que o caracterize como bom professor, mas não necessariamente um jovem pesquisador egresso da pós-graduação, mesmo tendo excelente formação metodológica e notável conhecimento da área, seja bom professor de forma automática” (2011, p. 1153), cabe a seguinte reflexão: a pós graduação stricto sensu (mestrado e doutorado acadêmico) pretende formar de fato um professor de pós-graduação, ou apenas um pesquisador?
    Notadamente vemos hoje professores universitários com título de doutor, mas que não tem a mínima noção de metodologia ou didática de ensino. Por vezes, são indivíduos que vem de bacharéis (direito, jornalismo e outros) e seguem mestrado e doutorado na área de história, por exemplo. Ao chegar na pós-graduação levam uma enxurrada de teoria e historiografia, mas metodologia de ensino é no máximo uma ou duas cadeiras. Lembrando que nem todos os alunos de pós-graduação stricto sensu realizam o estágio de docência. A que ponto quero chegar? A pós graduação não forma professores e sim, apenas pesquisadores. O ideal seria que formassem professores-pesquisadores, mas não é o que costuma ocorrer.
    Com base nesta reflexão, gostaria que fizessem apontamentos, e é claro, respondessem se possível a pergunta feita: a pós graduação stricto sensu (mestrado e doutorado acadêmico) pretende formar de fato um professor de pós-graduação, ou apenas um pesquisador?
    Por fim, gostaria de vós salutar por trazer em como referência a professora Flávia Caimi, na qual tive o prazer de ter aula durante minha graduação.
    Saudações cordiais.
    Att. Jonas Balzan

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    1. Olá, Jonas! Muito obrigada pelo seu comentário.
      Sobre sua pergunta, sim, a criação da pós-graduação no Brasil esteve intimamente atrelada ao objetivo de formar professores capacitados para atuarem no ensino superior, dada a necessidade de ampliar a pesquisa em todas as áreas, o que era baseado em uma noção de desenvolver o país, muito forte da época. No entanto, nós entendemos que foi uma preocupação mais quantitativa (multiplicar o número de docentes com mestrado e doutorado) que qualitativa (pensar na qualidade da formação pedagógica). O resultado disso é esse cenário que buscamos apresentar no texto e que você mencionou pertinentemente no seu comentário. Nosso ponto de vista vai em direção ao seu, de acreditar na importância de se formar professores-pesquisadores, de maneira que o conhecimento relacionado a prática pedagógica seja tão valorizado quanto o conteúdo disciplinar de cada área do conhecimento. Sabemos que, por mais que na realidade brasileira isso não seja tão comum, existem pessoas que almejam se dedicar apenas à pesquisa ao término da pós-graduação, mas, tendo em vista que muitas delas irão atuar também nas salas de aulas, eu e meu colega Alexandre acreditamos que a necessidade de repensar a forma como essa formação docente tem sido feita é urgente. O estágio de docência, como você bem lembrou, não é exigido de todos os discentes e, mesmo assim, consideramos ele insuficiente, como pontuamos no texto. É importante discutirmos isso para que os cursos de pós-graduação reconheçam essa necessidade e busquem alternativas para melhorar nesse aspecto.
      Por fim, fiquei feliz em saber que teve o prazer de conhecer a Professora Flávia Caimi. Entrei em contato com esse trabalho citado no texto durante a graduação, e as reflexões que ela traz me influenciaram muito a pensar sobre o tipo de professora que eu quero ser.

      Espero ter conseguido responder sua questão. Mais uma vez, muito obrigada.

      Fabiana Alves Dantas.

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    2. Olá, Jonas.
      Concordo com o que você falou, e assim como Fabiana respondeu, as universidades pensam as pós-graduações para um resultado social. Mas precisamos ter em mente também as pressões que sofremos todos os dias do mercado de trabalho, que por sua vez também pressionam as instituições de ensino para resultados rápidos, então isso corrobora para a "fabricação" de doutores muito jovens e especialistas em áreas supercentralizadas. É importante que lembremos que as construções são em conjunto, dessa forma, uma cobrança das universidades sozinhas não servem sem a vontade de saber dos que nelas convivem, assim como os incentivos do governo e tantas outras coisas fomentam para uma formação de qualidade, estamos sempre preocupados com algo e se não tivermos meios de lembrar os caminhos possíveis de seguir, seguiremos caminhos mais isolados.
      Precisamos melhorar muito em quesito pesquisador-professor, e são questões como essa sua que nos ajuda a colocar nosso conhecimento em reflexão para nos perguntar aonde podemos e devemos melhorar. Obrigado.

      Espero ter ajudado na discussão.

      Alexandre Araújo da Silva.

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  6. Primeiramente eu felicito aos autores pela síntese esclarecedora tecida em torno de uma problemática tão cara que é o processo de aprendizado para a docência no ensino superior.
    A minha questão é na seguinte: isso não levaria em consideração uma reformulação nos projetos políticos pedagógicos dos cursos de pós-graduação? Também não estaria exigindo um processo formativo anterior para os docentes das Pós-graduações, para que pensassem em estratégias e abordagens diferenciadas no processo de orientação de estudantes do ESTÁGIO DOCÊNCIA? (Tornando esse componente um eixo mais valorizado dentro das Pós-graduações stricto sensu?
    Grato pelas reflexões.
    Por: Manoel Caetano do Nascimento Júnior

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    1. Olá, Manoel! Muito obrigada por seu comentário!
      Sua questão é bem interessante, pois se trata de pensar em como se daria, na prática, essa reformulação da própria concepção do processo de formação profissional da pós-graduação brasileira como um todo. As duas alternativas que você mencionou vão na direção do que eu e Alexandre pensamos. Sobre os PPP dos cursos, é uma alternativa para tornar o estágio de docência obrigatório a todos os pós-graduandos, já que a CAPES só exige dos bolsistas. Temos o exemplo do programa ao qual estamos vinculados no momento, que teve a iniciativa de torná-lo obrigatório para todos os discentes. Porém, como afirmamos no texto, esse avivamento da consciência profissional do ofício de professor não se restringe ao estágio. Trata-se de a pós-graduação brasileira como um todo reconhecer a existência dessa lacuna na formação docente e investir em outras estratégias para atender essa demanda. Entro com isso na sua segunda sugestão, que é muito interessante. Afinal, como os professores já na ativa formarão bons futuros professores se não tiveram uma boa formação pedagógica? O que você coloca, de haver um processo formativo para eles, vai de encontro à ideia que defendemos: de que a universidade aposte na criação de espaços de diálogo entre docentes e discentes em formação, pois ambos os lados teriam a melhorar com a troca de experiências.
      Espero ter conseguido responder sua questão de forma satisfatória e, mais uma vez, muito obrigada!
      Fabiana Alves Dantas.

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    2. Excelente! É uma missão discutir a didática no ensino superior e os processos formativos existentes neste nível do conhecimento, onde ainda pairam tabus.
      Desejo sorte e sucesso nesta caminhada.
      Abraço!

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  7. Olá Alexandre e Fabiana! Parabenizo pela temática do texto, pois o mesmo é um elemento muito pertinente e passível de mudanças, uma vez que se percebe a importância desta experiência aos alunos mestrandos e especialmente, doutorandos. Assim, gostaria que explanassem sobre o funcionamento do estágio docente stricto sensu, apontando aspectos específicos para a realização de cada um deles.

    Att.
    Daiane Arend Flores de Oliveira

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    1. Olá, Daiane! Muito obrigada por seu comentário.
      Sobre sua pergunta, se entendi bem, você pede para que pontuemos os pontos que acreditamos ser essenciais para o estágio docente. Nesse caso, considerando que atualmente o recorrente é a exigência somente para os alunos bolsistas, e a prática se dá basicamente com a presença do estagiário observando as aulas, ministrando uma aula individualmente e entregando um relatório ao final, acrescentaríamos os seguintes pontos para aprimorar essa experiência:
      - Exigir o estágio de docência para todos os alunos;
      - Promover um diálogo contínuo entre docente supervisor e estagiário, para que haja um compartilhamento de experiência entre eles;
      - Estimular a participação dos estagiários em todo o processo que diz respeito à disciplina (elaboração do plano de curso, participação ativa nas aulas, inclusive ministrando pelo menos uma individualmente, sob supervisão do docente que o acompanha, além de ajudar na orientação dos alunos e no processo avaliativo deles;
      - Incluir, além do acompanhamento de uma disciplina, a participação em outras atividades, como na co-orientação de monografias da graduação junto a seu orientador e acompanhamento de projetos de pesquisa e extensão, visando preparar o pós-graduando para coordenar essas atividades quando tornar-se docente na universidade.
      Muito obrigada por sua pergunta, espero tê-la respondido satisfatoriamente.
      Fabiana Alves Dantas.

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  8. Bom dia, Alexandre e Fabiana.

    Gostaria de fazer duas perguntas:

    1 - Você relatam a experiência de fazer o estágio na Pós-graduação. No mestrado, não havia nenhuma disciplina ligada a prática docente ou ensino de História, não deixa a sensação que fazer estágio era cumprir exigência legal? Ou que ser bom ou ruim irá depender do supervisor?

    2 - Sendo a Pós-Guaduação espaço paa o desenvolvimento de Pesquisa, Ensino e Extensão, os programas de história deveriam incluir tais questões na formação do mestrando e doutorando?

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    1. Olá, Lúcio! Muito obrigada por seu comentário.
      A resposta é "sim" para suas duas questões.
      Sobre a primeira, o que você pontuou foi exatamente a impressão que tivemos na nossa experiência. O estágio simplesmente está lá, como algo a ser cumprido por obrigação, sem um direcionamento mais específico. No entanto, a docente supervisora que nos acompanhou tornou o processo mais enriquecedor, ao nos fazer participar dos "bastidores" da disciplina, nos tornando ativos ali, e não apenas observadores. Infelizmente, sabemos que nem sempre é isso que acontece, e esse processo formativo não pode ficar dependendo apenas do bom senso de um bom professor supervisor, mas deve ser reformulado para que todos os que participam dele tenham uma experiência que realmente contribua para sua formação docente.
      No caso da segunda questão, também enxergamos essa necessidade. Um professor de ensino superior lida com ensino, pesquisa e extensão (além de funções administrativas, como as coordenações dos cursos). Haver uma preparação para isso na Pós-Graduação seria extremamente valoroso.
      Espero ter respondido satisfatoriamente e, novamente, muito obrigada!
      Fabiana Alves Dantas.

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