Alysson Isaac Stumm Bentlin


O ENSINO DE HISTÓRIA PELA PESQUISA HISTÓRICA, UTILIZANDO COMO FONTE A LITERATURA



Introdução
Como melhorar o entendimento histórico pelos estudantes? Como despertar o desejo pela leitura? Como introduzir uma cultura de estudo na educação básica, numa instituição de ensino periférica, da cidade de Canoas, RS? De que forma os estudantes poderiam produzir conhecimento pela utilização da metodologia da pesquisa histórica e facilitar o processo de aprendizagem? Tais questões partindo da Pedagogia da Pergunta, de Paulo Freire, desafiam o ensino histórico, pois “antes de qualquer tentativa de discussão de técnicas, de materiais, de métodos para uma aula dinâmica assim, é preciso, indispensável mesmo, que o professor se ache “repousado” no saber de que a pedra fundamental é a curiosidade do ser humano. É ela que me faz perguntar, conhecer, atuar, mais perguntar, re-conhecer.” [Freire, 2007, p.86]. Por fim, uma angústia presente da ausência de valorização da pesquisa no ensino básico, como se a produção de conhecimento somente pudesse existir em níveis mais graduados de ensino.

Tendo por base tais inquietações de forma a preparar os estudantes para a transição do ensino fundamental para o Ensino Médio, iniciamos um projeto em 2017, de leitura de livros que tinham relação ao ensino de história do conteúdo ministrado ao 9º ano do ensino fundamental. Foram escolhidas obras e ou narrativas de autores que vivenciaram o evento histórico ou que de alguma forma o utilizavam para cenário na literatura, que já estavam em domínio público e de fácil acesso, tanto físico quanto virtual, e os estudantes deveriam fazer uma pequena resenha crítica, extraindo além da história conceitos históricos que apareciam nos livros. Ofertamos inicialmente nove títulos, classificados dentro dos eixos: Revoluções do século XX [México Rebelde e os 10 dias que abalaram o mundo, de John Reed]; Conflitos do Século XX [Nada de novo Front, de Erich Maria Remarque, Lutando na Espanha, de George Orwell, Saga, de Érico Veríssimo, O mais longo dos dias, de Cornelius Ryan, Enterrem meu coração na curva do rio, de Dee Brown]; Autoritarismo e Totalitarismo [1984, de George Orwell]. A partir do ano de 2019, introduzimos mais seis títulos, que apresentavam elementos de conteúdos já abordados nos anos anteriores do ensino fundamental, tais como: Livro das Maravilhas, de Marco Polo [Comércio e a rota da seda - História Medieval] o Paraíso Destruído, de Frei Bartolomeu de las Casas [A conquista - História da América], Memórias de um Colono no Brasil [Imigração e Conflitos no Brasil Império], Vidas Secas, de Graciliano Ramos, e o Quinze, de Raquel de Queiroz [Conflitos Sociais da República Velha], e por fim, O Quarto de Despejo, de Carolina de Jesus [Identidade e História Afrodescendente].
Os alunos, dentro do 1º Trimestre, tiveram em torno de 60 dias para realizarem a leitura, e após, a entrega dos trabalhos desenvolvidos, as turmas foram desafiadas a realizar uma pesquisa histórica, com metodologia científica, em grupo de do máximo 5 integrantes, sobre os livros lidos. Em 2017, os alunos interessados produziram uma incipiente pesquisa sobre o livro, México Rebelde, e Pancho Villa. A pesquisa concorreu na Feira de Ciências e Inovação Tecnológica a IFCITEC, do Instituto Federal do Rio Grande do Sul – IFRS, Campus de Canoas, RS, intitulada: Pancho Villa por John Reed na obra México Rebelde, utilizando como fonte o próprio livro e a Constituição Mexicana de 1917, sem perceber inclusive a efeméride dos 100 anos do Constitucionalismo Social. O projeto acabou premiado com a 1º colocação na categoria de Ciências Humanas e credenciado para a MOSTRATEC Júnior, maior feira de ciência jovem da América Latina, sediada anualmente na cidade de Novo Hamburgo, RS. Esse reconhecimento externo potencializou e mostrou alguns caminhos possíveis no ensino de história com a introdução da pesquisa científica.

Já no ano seguinte em 2018, saíram duas grandes pesquisas premiadas, além de diversas pesquisas dos estudantes do 6 ao 9 ano, para a Feira da Escola [FECET], a primeira do 9º ano a partir da leitura da obra de 1984, de George Orwell, intitulada: “O Controle da Informação na era das ‘Fake News’, partindo da curiosidade dos estudantes sobre o conceito de Big Brother. Pesquisa premiada em diversas Feiras Científicas de âmbito escolar, municipal, estadual, nacional [FECET, FEMUCITEC, 1º Mostra de Projetos da 27 CRE/RS, IFCITEC], e internacional, 2º Lugar Geral na Muestra Científica Latino-americana – Trujillo, Peru [Setembro/2019], e a Medalha de Bronze Geral, na Infomatrix, em Guadalajara, México [Março/2020]. A presente pesquisa teve destaque na imprensa impressa e televisiva, bem como matéria no Jornal da UFRGS [https://www.ufrgs.br/jornal/escola-e-lugar-de-pesquisa/]. A segunda pesquisa, agora já introduzindo os demais anos finais do ensino fundamental, sobre as Leis Abolicionistas, intitulada: “O longo caminho da liberdade: um estudo de caso da legislação abolicionista no Brasil”, premiado com o 1º Lugar na categoria em Ciências Humanas na 1º Mostra de Projetos da 27º CRE/RS.

Em 2019, das diversas pesquisas realizadas em história em sala de aula, duas tiveram destaques externos, a primeira do 8º ano, sobre os direitos fundamentais e o iluminismo, intitulada: “A influência iluminista no movimento das constituições do Século XVIII e XIX”, selecionada para apresentação na IFCITEC e no Salão Jovem da UFRGS. E a segunda do 9º ano, sobre o livro da Carolina de Jesus, o Quarto de Despejo, intitulada: “Letramento: uma janela para o mundo, o estudo do caso da obra de Carolina de Jesus”, premiada com o 1º Lugar Geral na FECET, 3º Lugar Geral na FEMUCITEC/Canoas, 1º Lugar na Categoria Ciências Humanas na IFCITEC/IFRS, 2º Lugar Geral na MOSTRATEC Júnior, e prêmio destaque científico da MOSTRATEC, com direito a publicação da pesquisa em revista especializada do ensino básico e fundamental.

O resumo das principais pesquisas históricas desenvolvidas pelos estudantes da rede básica aqui relatadas podem ser encontradas no Caderno de Resumos da IFCITEC, do IFRS/Campus Canoas, no presente endereço eletrônico: http://ifcitec.canoas.ifrs.edu.br/resumos/, ao longo dos anos de 2017 a 2019.

Teoria e metodologia do ensino histórico
Todas as pesquisas saíram de conteúdos apresentados e discutidos em sala de aula, de temas trazidos pelos alunos, de temas geradores e de leituras extras dos estudantes, que utilizaram o período do contra turno escolar para produzirem as pesquisas, sob a orientação do professor.

Citamos, uma passagem da alfabetização de jovens e adultos no arquipélago africano de São Tomé e Príncipe, em que Paulo Freire relata uma visita a uma comunidade pesqueira chamada de Monte Mário, que demonstra a riqueza e as inúmeras possibilidades que podem surgir quando se trabalha com perguntas e temas geradores.

Tinha-se como geradora a palavra bonito, nome de um peixe, e como codificação um desenho expressivo do povoado, com sua vegetação, as suas casas típicas, com barcos de pesca ao mar e um pescador com um bonito à mão. O grupo de alfabetizandos olhava em silêncio a codificação. Em certo momento, quatro entre eles se levantaram, como se tivessem combinado, e se dirigiram até a parede em que estava fixada a codificação [o desenho do povoado]. Observaram a codificação de perto, atentamente. Depois, dirigiram-se à janela da sala onde estávamos. Olharam o mundo lá fora. Entreolharam-se, olhos vivos, quase surpresos e, olhando mais uma vez a codificação, disseram: “É Monte Mário. Monte Mário é assim e não sabíamos”. Através da codificação, aqueles quatro participantes do Círculo ‘tomavam distância’ do seu mundo e o re-conheciam. Em certo sentido, era como se estivessem ‘emergindo’ do seu mundo, ‘saindo’ dele, para melhor conhecê-lo” [FREIRE, 1984, p.51]. Desta pequena passagem podemos perceber que surgem como possibilidade de trabalho os conceitos de territorialidade, identidades econômicas e sociais, reprodução econômica da vida e principalmente os padrões culturais e econômicos da vila de pescadores.

Importante frisar que desde o ano de 2016, a EMEF Sete de Setembro, da rede Municipal de Canoas, RS, vem propondo uma metodologia de ensino baseada na pesquisa científica, incentivando o corpo docente e discente a produzir conhecimento, tanto que no Projeto Político Pedagógico da Escola, do ano de 2019, restou introduzida a pesquisa científica como um dos eixos centrais de ensino. Ainda é de destacar o diálogo constante da História com as demais disciplinas, em especial a Geografia e Ciências, que cotidianamente enriquecem o trabalho de ensino, pois permitem pensar questões marginalizadas e não própria da ciência histórica.

Os estudos historiográficos sobre a utilização da Literatura como fonte histórica, dentro do âmbito da História Cultural, vêm ganhando destaque no Brasil, desde o final dos anos 90, do século passado, e de todo o debate que se centrou entre o real e a ficção, e, entre uma dicotomia da realidade e representação. Enquanto a história trabalharia com o real a Literatura seria a ficção. Sem poder aprofundar o debate, em razão das poucas linhas que temos, mas a historiografia, na aproximação dois campos de conhecimento: a História e a Literatura, produziu uma síntese importante: que a Literatura pode ser sim uma fonte histórica, observada a criticidade e a contextualização da obra e da narrativa do autor, recursos indispensáveis, aliás, para qualquer fonte histórica. Conforme, a professora Sandra Pesavento: “Mais do que isso, o texto literário é expressão ou sintoma de formas de pensar e agir. Tais fatos narrados não se apresentam como dados acontecidos, mas como possibilidades, como posturas de comportamento e sensibilidade, dotadas de credibilidade e significância. Nesta última dimensão de análise que pensa a especificidade da literatura como fonte, cabe retomar a já mencionada reconfiguração temporal. O conceito, desenvolvido por Ricoeur de maneira exemplar, nos coloca diante da possibilidade de pensar a literatura na relação com a história como um inegável e recorrente testemunho de seu tempo.” [Pesavento, 2006, p.8].
Mas é importante deixar registrado a existência da diferença fundamental entre a Ciência Histórica e a Literatura, pois enquanto a primeira detém um compromisso ético com a criticidade com as fontes, para acessar o passado, pois a um historiador, descabe a criação /invenções de fatos e personagens para agradar o leitor, na Literatura tal requisito é dispensado, mesmo ainda quando se tratar de romances históricos. Essa distinção é fundamental para não cair na armadilha dos anacronismos, de forma imprudente, ou nos negacionismos e ou revisionismos históricos, de forma intencional.
Assim, a utilização da literatura no ensino básico proporciona diversas possibilidade de análises e discussões, com os estudantes: 1] trabalhar o tempo histórico do autor e o seu contexto, a temporalidade do livro e a duração do objeto-livro no tempo, o acesso a um tempo histórico longevo, uma vez que a noção de tempo para os adolescentes é de curta duração; 2]Extração de conceitos trabalhados na obra e a sua contextualização do tempo histórico e do próprio tempo presente; 3] possibilidades de construir hipóteses históricas e relacioná-las ao tempo presente; 4] introdução de relatos históricos e de personagens literários e contextualiza-los com a historiografia e o próprio material didático; 5] introdução de uma cultura de leitura e interpretação histórica; 6] a percepção de escrever a experiência social própria dos estudantes, se reconhecendo enquanto agentes históricos; 7] reconhecer situações narradas nos textos com a vida cotidiana atual; 8] produzir uma cultura afirmativa da história dos ‘vencidos’ e esquecidos; 9] produzir uma criticidade de análise de forma a colaborar na construção de uma sociedade justa, democrática e inclusiva; e 10] apropriar-se do método científico histórico, da investigação, incentivando a curiosidade intelectual, autonomia e responsabilidade dos estudantes.
Portanto, conhecer a história e refletir sobre ela é importantíssimo para a construção de um sólido processo de transformações: cultural, econômica e social. As relações a serem estabelecidas, as inferências a serem feitas, os elos a serem conectados dentro do tempo presente e entre ele e os tempos históricos precedentes dependerão do acesso a fontes de informações e documentais fundamentais para o estudo da história, para além da ótica da política, da econômica e do social predominante registrada. Neste sentido, a literatura nos proporciona uma importante ferramenta, neste ato de tradução epistemológica própria da Ciência Histórica com o cotidiano do corpo discente do ensino básico. Pois o direito ao acesso à informação, seja qual for a sua origem, como elemento central da garantia da democracia e autonomia é fundamental para a construção do saber histórico. Trata-se de um conhecimento fundamental para identificar problemas novos, que precisam de novas respostas, inauguradoras de novos caminhos.
Os sujeitos histórico-populares, assim como estudantes de origem periférica, foram, e em muitos casos continuam sendo extirpados da memória coletiva, por uma questão política e de contexto historiográfico. Todavia, há muito a historiografia vem principalmente após a denominada história “vista de baixo”, reconstruindo o passado dos agentes históricos marginalizados e esquecidos. Por outro lado, devemos reconhecer a destruição intencional, a degradação temporal e a fragmentação espacial dos registros históricos destes sujeitos.  Recuperar, assim, essa cultura de estudos e escrita, introduzir uma ação afirmativa nos estudantes é fundamental para uma nova inserção deles no mundo.

Resultados e conhecimentos produzidos
Além do reconhecimento externo e participações em feiras científicas nos diversos âmbitos: escolar, municipal, estadual, nacional e internacional, a consequente possibilidade de conhecimento de novas realidades sociais e históricas, e a introdução de uma perspectiva da função da Escola para o corpo discente, o principal produto produzido pelos estudantes é um novo conhecimento histórico, próprio da educação básica e de seu nível educativo, mas não marginal ou desimportante.

Por exemplo na pesquisa sobre o México Rebelde, além de produzir um material gráfico na forma de ‘poster’, a análise da leitura de um livro e a análise da Constituição Mexicana de 1917, em especial dos artigos sociais, restou introduzido uma nova língua estrangeira, o espanhol, a procura de ferramentas para decifrar o texto, e o conhecimento de uma nova fonte histórica, uma Constituição.

Já em relação à pesquisa sobre as formas de disseminação e o impacto de crença de notícias falsas entre os estudantes do ensino fundamental, ensino médio, e ensino médio-técnico e a leitura do 1984, a investigação, a descoberta e a verificação de notícias falsas que usam as categorias orwellianas, tais como: a novalíngua, o duplopensamento, a crimidéia, e a nova narrativa da verdade com o Big Brother. Os estudantes perceberam como se articulam tais conceitos na prática e vivenciaram isso na pesquisa empírica, pois foram coletados 350 questionários em diversas escolas públicas e privadas na região metropolitana de Porto Alegre.

Por outro lado, a pesquisa sobre as leis abolicionistas e o longo caminho na liberdade apresentou os dados do desinteresse dos estudantes em estudar a história da escravidão africana no Brasil e que muitos achavam que era irrelevante o papel da cultura africana na História do Brasil. Tal pesquisa projetou, por exemplo, a projeto do ano seguinte, sobre a obra da Carolina de Jesus, onde os estudantes de 9º ano do ensino fundamental, elaboraram 5 aulas, com os conceitos sobre racismo, machismo, democracia e fome, para apresentar aos estudantes do 4º ano do ensino fundamental, demonstrando que 90% dos estudantes desconheciam uma autora negra, que antes da leitura coletiva de excertos do livro com os estudantes do 4º ano, 30% deles se consideram outros, nem branco e nem negros/pardos, e que após o estudo afirmativo sobre a História de uma autora negra, apenas 11% continuaram se considerando outros, e que os estudantes que se auto declararam negros e pardos saiu de 31% para 50%. Ainda descobriram que a fome produziu uma escritora, nas palavras do jornalista Audálio Dantas, que viabilizou a publicação da obra de Carolina de Jesus, quando a encontrou na favela do Canindé, em São Paulo.

E a pesquisa ainda teórica dos estudantes sobre a influência iluminista no processo de constituição foi possível a articulação das principais ideias defendidas pelos autores iluministas com os respectivos artigos das Constituições Americanas e Francesas Revolucionárias.

Considerações Finais
Com a produção das pesquisas históricas dos estudantes, todos aprendem: o professor a ser orientador e ser desafiado cotidianamente a melhorar didaticamente quanto de conteúdo de ensino, quanto de formação continuada; os estudantes-pesquisadores, que se apropriam do conhecimento e produzem novas sínteses com metodologia científica, com leituras de fontes históricas, e ao mesmo tempo enriquecendo o aprendizado com novo vocabulário e interpretação de textos; os demais estudantes da comunidade escolar que visualizam e trocam informações sobre as pesquisas; os demais professores do corpo docente que são estimulados a introduzir novas dinâmicas e formas diferenciadas de ensino; e a própria gestão e direção da instituição de ensino que percebe uma nova possibilidade de ensino, introduzindo, por exemplo, a metodologia no Projeto Político Pedagógico Escolar.

Ainda, o material das pesquisas produzidos pelos estudantes pode e deve ser incorporado ao material didático para o próximo ano, de forma a ressignificar, tanto o material de apoio por parte do professor como permitir que os estudantes possam analisar e fazer outras perguntas ao trabalho ainda não percebidas e ou respondidas.

E, por fim, demonstrar que é possível, apesar de todas as adversidades, mesmo em escolas da periferia, com precárias condições de infraestrutura, introduzir uma nova metodologia de ensino histórico, baseado na pesquisa histórica. Todavia ainda estamos numa fase inicial em que demonstra-se que é possível a utilização da metodologia com pequenos grupos interessados, sinalizando o desafio de democratizar tais métodos para todos os estudantes da comunidade escolar e da rede básica, reclamando melhores condições de infraestrutura, melhores condições de ensino e aprendizado, aperfeiçoamento de currículos, e melhores práticas de políticas públicas de formação de professores.

Referências
Alysson Isaac Stumm Bentlin, Licenciado e Bacharel em História pela UFRGS. Professor de História do Ensino Fundamental, anos finais, da Rede Básica no Município de Canoas, RS, Mestrando ProfHistória na UFRGS.

FREIRE, Paulo. A importância do ato de ler: em três artigos que se completam. 7 ed. São Paulo: Cortez, 1984. [livro]
_____________. Educação e mudança. 30ª ed.; Rio de Janeiro: Paz e Terra, 2007. [livro]
JESUS, Carolina Maria de Jesus de. Quarto de despejo: Diário de uma favelada. 10º ed. São Paulo: Ática, 2014. [livro]
PESAVENTO, Sandra Jatahy. História & literatura: uma velha-nova história, Nuevo Mundo, Mundos Nuevos, Debates, 2006. Disponível em:
ORWELL, George. 1984. 2º ed. São Paulo: Companhia Editora Nacional, 1957. [livro]

57 comentários:

  1. Olá professor Alysson, gosto demais do debate entre literatura e história! A metologia e o trabalho realizado por vocês foi realmente proveitosa pois resultou num trabalho final que gerou visibilidade para os alunos (sujeitos populares) no que tange à sua própria produção, ou seja, deu sentido ao saber histórico!!! Que maravilhoso!!!
    Muitas questões foram surgindo durante a leitura, como por exemplo: Como trabalhar com aulas tão elaboradas e extensas sem "perder" os conteúdos obrigatórios? Afinal, temos currículos engessados e programas a serem cumpridos...
    Abraços, Marcia.

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    1. Muito obrigado pelo comentário Marcia, e pela leitura crítica. Você levanta uma questão muito importante que apenas citei e não explorei por falta de espaço, que é o saber histórico aprendido. Tenho alguns relatos deles, impressionantes, de uma pergunta que fiz a turma do 9A, em relação ao que mudou a forma de aprendizado com a pesquisa. E isso caberia outro texto. Ainda em relação ao currículo, essa atividade foi extra. Mas quando retomava o conteúdo, por exemplo a Revolução Mexicana, perguntava, quem leu o México Rebelde, o que o John Reed, quer dizer que a principal preocupação de Pancho Villa, era em construir escolas? Por qual motivo? Enfim problematizava o conteúdo com os personagens e os relatos.

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  2. Bom dia professor Alysson, acredito que trabalhar com a literatura seja uma forma desafiadora e apaixonante e ao mesmo tempo enriquecedora .Desafiadora por questões do currículo a ser cumprido em sala de aula , a falta de material e depois o interresse do estudante em ler as obras sugeridas.
    Sempre acho que é possivel os alunos lerem e uma coisa que funciona são as emoções que surgem durante a leitura e a pesquisa histórica por trás de cada personagem ,é como citado em sua pesquisa. Entreolharam-se, olhos vivos, quase surpresos e, olhando mais uma vez a codificação, disseram: “É Monte Mário. Monte Mário é assim e não sabíamos”. Através da codificação, aqueles quatro participantes do Círculo ‘tomavam distância’ do seu mundo e o re-conheciam. As emoções dos personagens se conectam com as nossas e nos faz enxergar outras coisas tanto é que depois de apreciarem a leitura de Carolina de Jesus os que se declararam negros aumentou.Muito obrigada por essa contribuição maravilhosa professor.Abraços,Vanessa

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    1. Obrigado pela leitura e comentário Vanessa. A questão de problematizar o currículo pela literatura é desafiador, mas também enriquece em muito a sala de aula. Fazer com que eles oercebam a possibilidade de relacionar conteúdos com as fontes, e ao mesmo tempo perceber os estudantes fazer perguntas às fontes. Essa questão de despertar as emoções e desejos, recomendo ler o conceito de atividade do Leontiev, trabalhei isso em outro texto, com um grupo de professores da escola. Texto a ser publicado esse ano no Projeto Saberes em Diálogos, da rede Municipal de Canoas.

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    2. Grata por sua resposta e sugestão professor vou me interar sobre o texto sugerido.

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  3. Olá, grato pelo texto publicado, o qual nos faz pensar os vários caminhos a serem percorridos com a utilização de metodologias e fontes da literatura dentro do ensino de história.
    É importante salientar que "O método associável com abordagens comparativas envolvendo obras de Literatura e de História, proporciona entender como o passado pode ser modelo para o presente e como de fato a História pode ser um ponto importante para ensinar os alunos a dar valor a cultura, leitura e sociedade, preparando-os para a vida, pois é na Literatura que encontramos possibilidades através da ficção de compreender um mundo social, podendo assim, trabalhar com diferentes modelos históricos, através de um documento ou de um texto literário clássico. Ainda proporciona a entender que a literatura não é apenas um objeto de estudo, mas uma área do conhecimento científico que nos dar suporte para sensibilidade e emoções."

    LUAN DE SOUSA BATISTA.

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    1. Oi Luan, obrigado pela leitura e diálogo com o texto. Esse mecanismo de utilizar a leitura, e ainda despertar o desejo pela literatura e a própria história foi e é um dos grandes desafios no ensino fundamental. E essa diversidade de 'mundos' do passado, registrado na literatura, permitiu enriquecer muito a dinâmica da sala de aula.

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  4. Olá, achei muito interessante seu trabalho e gostaria de saber se as leituras e trabalhos encaminhados as feiras foram desenvolvidos por todos os alunos das turmas? Existia nessas turmas algum aluno com dificuldade de aprendizagem?

    Letícia Fernochi

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    1. Oi Letícia, obrigado pela pergunta. O trabalho da leitura foram com todos os alunos. Os grupos de pesquisa foram só com os interessados, no turno inverso. Ainda tive o apoio da Direção da Escola para organizar minhas 'janleas' de forma a permitir o acompanhamento e a orientação. Por tratar-se de uma leitura mais densa, os alunos de inclusão, tiveram apoio da Sala de Recursos da escola. Um inclusive do ano passado pediu para lerem para ele. Uma questão que não tinha pensado, mas surgiu e foi fantástico, mas confesso que faltou pernas para acompanha-lo. Todavia a professora da Sala de Recursos, fez um trabalho de pesquisa com eles, e apresentaram nas feiras tb, mas aí por outra temática, que não a História. Ainda tivemos um trabalho de inclusão desta orientado por esta colega, que levamos um grupo de alunos de inclusão para a Mostratec Junior. E foi uma experiência extraordinária para eles. Abs. Alysson Bentlin

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  5. Olá Alysson. Acredito que a narratividade envolvida na história e na literatura possuam componentes distintos, dando a literatura elementos explicativos cognitivos mais amplos e próximos da realidade discente. A historiografia em sua importância normaliza um tipo de narrativa mais distante dos alunos e de maior dificuldade na compreensão e utilização do conhecimento histórico na vida prática! O que você pensa a partir do seu trabalho com literatura? Abcs
    Everton Carlos Crema

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    1. Obrigado pela questão Professor. Sim acho que o despertar da leitura pela literatura aproxima mais eles com as questões práticas da vida. Isso se materializou, por exemplo, no trabalho da Carolina de Jesus, tendo inclusive uma estudante, que devorou o livro em 15 dias. Quando ela comentava a leitura e depois a própria escrita, parecia uma transposição das vivências e experiências próprias da estudante com o forma quase bruta da realidade do livro da Carolina de Jesus. Em razão deste relato dela, que ampliamos o trabalho, pois no início estava restrito a uma análise de discurso do diário e a sua contextualização histórica. Assim propus a interação delas, falando pela Carolina de Jesus, com um turma dos anos iniciais, em conjunto com a professora do currículo. E esse momento foi mágico, ainda pendente de análise, pois 60 crianças fizeram um diário sobre os temas analisados. Ficamos restritos aos dados quantitativos, e selecionamos somente uma parte dos dados qualitativos. Mas voltando para a questão geral de metodologia histórica, esse leitura a partir da experiência histórica da vivência dos estudantes pela obra literária me permitiu a contextualização do processo histórico. No início deste ano, em fevereiro, esse grupo fez um relato de 15 minutos, no seminário anual de Equipes Diretivas das Escolas da Rede Municipal de Canoas, RS, sobre Diversidade e Inclusão no ensino, sobre o trabalho realizado sobre a Carolina de Jesus, e a desenvoltura delas falando para uma plateia cheia de diretores, orientadores e supervisores escolares, sobre o impacto da obra na vida delas foi extraordinário.
      Mas temos duas dimensões a serem desenvolvidas, a leitura em si, e sua análise, e a tarefa de transpor essa experiência mediada pela leitura com o processo histórico em si, bem como a compreensão do passado e suas permanências e contradições no presente. Obrigado pela leitura e consideração. Fico a disposição para quaisquer complementações. abs Alysson Bentlin

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  6. Parabéns achei muito interessante o conteúdo aqui exposto. sabemos que hoje há um desinteresse muito grande por parte dos jovens pela leitura. " trabalhar o tempo histórico do autor e o seu contexto, a temporalidade do livro e a duração do objeto-livro no tempo, o acesso a um tempo longevo, uma vez que a noção de tempo para os adolescentes é de curta duração" Como fazer para os jovens de hoje possa criar o habito da leitura da investigação daquela busca por fontes não apenas se contentar com a primeira fonte que aparece, qual outra metodologia você acharia eficaz? Eduardo Costa Filgueiras.

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    1. Oi Eduardo, obrigado pela leitura e comentário. Esse item que apontaste é a primeira grande revelação para os estudantes, ao se depararem com um livro que em alguns casos é mais antigo que os próprios pais. E o objeto está ali na frente deles, e isso eu exploro bastante em questionamentos com eles. A questão da durabilidade do livro e o acesso a memórias do passado, uma forma de diálogo com gerações que não estão mais vivas materialmente, mas que conversa ainda, por intermédio daquele objeto. Faço um paralelo com o aparelho celular e a obsolescência programada das tecnologias que eles usam hoje, será que um celular de hoje conseguirá conversar com uma geração daqui a 50 anos? Pois bem, esse livro aqui está fazendo isso agora. Neste ato de tradução epistemológica converso com eles para dialogar com o livro didático e outros textos que eles encontram e pesquisam sobre o livro escolhido na internet. Mas acho que essa forma de despertar o desejo e a curiosidade é trazer diferentes fontes (imagens, fotografias, excertos de textos científicos, literários) e a própria fala dos agentes históricos que eles vão estudar. Pois quando irá trabalhar o evento histórico eles já possuem 'intimidade'com os agentes históricos. De modo que não será algo distante e morto, mas algo presente e vivo. e todo dia aprendo com eles, pois o que dá certo com uma turma, ao trocar o período, na outra já tenho muito dificuldade. Mas ir estimulando e despertando a curiosidade é fundamental para eles quererem conversar com os fatos históricos. Não sei se consegui responder teu questionamento, qualquer coisa faz a réplica. abs.

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  7. Prezado Alysson Isaac, parabéns pelo texto. Quando lia sua experiência passava um filme por minha cabeça. Trabalhei vários anos com turmas do Fundamental II e Médio. Interessante perceber as diversas possibilidades que temos para poder trabalhar os conteúdos, estes que nos chegam por meio do livro didático e do próprio currículo. Você por meu da literatura e a pesquisa torna viável essa aprendizagem. A literatura é um dos pontos que podemos dialogar na sala de aula e mostrar como a leitura e as múltiplas descobertas fazem parte do nosso cotidiano. Seu trabalho é de desafios. Ressalto a pesquisa e o envolvimento com essas feiras locais, estaduais e nacionais. Uma forma de também possibilitar o envolvimento da galera. Gostaria que falasse um pouco como os demais colegas participam junto com você para a organização dessas equipes e pesquisa? Como são o envolvimento dos pais durante as apresentações? Tem temáticas que os estudantes gostam mais? Como é feito essa escolha temática? Desculpe-me por tantas perguntas, mas estão interligadas. Obrigado e parabéns!
    Geovanni Gomes Cabral

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    1. Obrigado pela leitura e comentário, Professor. Excelente questão que levantas, em especial a interdisciplinaridade. Dialogo muito com os professores de Geografia, Ciências, Matemática na área e também com os professores do currículo. Essa questão do letramento científico e a forma de ler o mundo, com hipóteses e reflexões dos alunos, nos ajudam muito quando as demais disciplinas aplicam a mesma metodologia, pois os estudantes em todas as matérias já começam a treinar o 'olho'. Tenho na escola uma parceria e uma simbiose muito grande com os demais professores. O envolvimento da comunidade escolar é fantástico, perceber esse movimento e apresentação dos filhos nas feiras de ciência, em especial a Mostratec Júnior, ver eles socializar com o mundo, interagir com novas culturas e aprendizados enriquece muito a experiência e contagia os demais estudantes, produzindo uma cultura positiva de estudos. Ver eles colocar a pesquisa em confronto público, e em muitos casos, em temas de muito debate, por exemplo, o projeto sobre as Fake News, e ao mesmo tempo conseguirem argumentar e comprovar o que estavam dizendo, para mim é de uma satisfação muito grande. Ainda por exemplo quando fomos ao Peru, em setembro de 2019,e ao México em março de 2020 (dias antes de estourar a pandemia) a primeira viagem de avião de dois alunos, saídos de uma escola periférica, de uma comunidade periférica e desbravar as feiras internacionais e ainda conquistar premiações gerais com trabalhos de ciências humanas, é quase um sonho. Só quem já participou destas feiras sabe a dificuldade de ter reconhecimento. E eles vão lá dialogam com os avaliadores, contrapõem argumentos, enfim, ganham confiança e constroem a sua identidade com os demais pesquisadores. Mas essas conquistas nos trazem novos desafios, a questão da ética científica, da necessidade das crianças entenderem que não é uma concorrência, mas sim um processo de aprendizado e ensino. Enfim são muitas questões que vão além da própria ciência histórica. Mas é um exercício que aprendo todos os dias. Abs

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  9. Quero primeiro parabenizá-lo pela excelente iniciativa desse projeto e por compartilhar suas experiências conosco. Como é admirável ver que um projeto tão bom como esse está produzindo frutos positivos, é através disso que podemos mostra a importância do ensino de História para a nossa sociedade, e quebrarmos o quanto antes a visão que muitas pessoas possuir acerca do ensino de história. O ensino de história não “chato” e “sem necessidade” como muitos dizem, mais é de fundamental importância para entendemos não somente o passado, mas também o presente e o futuro.
    E uma coisa bem admirável que me encanta na disciplina é essa possibilidade de dialogar com as diversas áreas do conhecimento, nesse caso em questão a Literatura. Pois bem, gostaria de saber um pouco como foi a reação que os seus alunos tiveram quando foi apresentada a proposta desse projeto e se houve aceitação e colaboração por parte dos outros docentes da escola.
    Vanessa da Silva Brito

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    1. Oi Vanessa obrigado pela leitura e questionamento. Em 2017 eles resistiram muito em realizar a leitura. No entanto, em razão de um grupo ter sido premiado e poder ir para a Mostratec júnior apresentar o trabalho, já em 2018 foi mais fácil, e, em 2019, eles já queriam participar da escolha das obras. Confesso que tive sorte, pois a metodologia permitiu esse desencadeamento de eventos que não previa inicialmente, pois o estudo e a leitura pode dar sentido à vida deles na escola. Em relação aos demais docentes tive muito apoio dos professores da área e do currículo, de forma a iniciar tais projetos de leitura desde os primeiros anos do ensino fundamental. Tanto que a escola em 2020 criou uma carga horária para letramento dos estudantes. Abs.

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  10. Caro Alysson parabéns pelo texto e pelo trabalho desenvolvido na rede básica de ensino. Em relação ao uso da literatura como fonte para historiadores, ou nesse caso para aulas de história, em um âmbito mundial você acredita que no início do século XX a Escola dos Annales tem um papel relevante na abertura do “leque” de materiais que podem ser considerados fontes para a História?
    Mônica Abramchuk

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    1. Oi Mônica obrigado pela leitura do texto e a questão teórica. Sim a Escola dos Annales, a primeira geração (March Bloch e Lucien Febvre) e depois com o magnífico trabalho do Fernand Braudel (que retoma a questão da longa duração, típica de Marx, ao meu sentir) traz uma grande contribuição que foi a interdisciplinariedade e a utilização da metodologia das ciências sociais, ou a relação com a Geografia com o Braudel, para o estudo da própria História. Depois com Le Goff, Pierre Nora, com a Nova História e as mentalidades com a introdução da abertura das fontes. Muito se discutiu que essa abertura de fontes se perdeu a totalidade histórica, fragmentando-a, por exemplo a critica do Dosse, na História em Migalhas. Hoje depois de muitos anos distante deste debate e da leitura ainda juvenil da época, acredito que a fragmentação da história não está nas fontes e ou na sua abertura para a compreensão da história, mas muito pelo contrário, quando maior for a diversidade das fontes, maior será a reconstrução do passado e a sensibilização dos alunos. As fontes e a abertura delas para recompor o passado dependem do método a ser utilizado, que poderá ou não fragmentar o processo da história. Acho que fui um pouco além da tua questão inicial, mas sim quanto maior for a diversidade de fontes a ser utilizada no ensino maior será a capacidade de diálogo com os estudantes, possibilitando novas sensibilizações. Esse processo de dialogo com as ciências sociais foi muito utilizado, por exemplo, no projeto de leitura do 1984 e a pesquisa e relacionar com as Fake News. Se tiver outra questão fica a vontade. abs.

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  11. Olá, parabéns pelo seu trabalho. Acredito que você conseguiu despertar em seus alunos o gosto pela leitura e instiga-los a pesquisar e fazer perguntas, uma vez que na história tão importante quanto saber as respostas, é saber formular perguntas. Fiquei muito curiosa em como as turmas reagiram após a conclusão dos trabalhos. Eles mantiveram o hábito da leitura? Estavam mais interessados pelas aulas de história? Obrigada.

    Letícia Stiehler Machado

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    1. Oi Letícia obrigado pela leitura e pelo questionamento. Em relação ao hábito da leitura, na minha experiência é algo que tem que ser reforçado e estimulado permanentemente. Se perderem esse reforço positivo acabam desistindo. Mas tive algumas gratas surpresas de alunos que agora no ensino médio, quando nos visitam na escola, dizem que terminaram a leitura de livros indicados na lista. Ainda tive uma estudante que não conseguiu de terminar a leitura do Dee Brown no tempo, e me pediu se podia continuar a leitura depois de entregar o trabalho parcial. E foi muito gratificante perceber as descobertas dela frente a leitura. Depois quando lia seu trabalho dava para perceber a emoção dela nas palavras quando descrevia o genocídio das populações tradicionais norte-americanas. Esse era o meu objetivo que pelo menos em algum momento da vida deles eles pudessem entrar em contato com um livro e poder se dedicar a leitura. Abs.

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  12. Prezado Alysson, inicialmente gostaria de parabenizar você e os estudantes pelo trabalho, sua proposta coloca os estudantes como protagonistas no processo de aprendizagem e fomenta a criticidade dos discentes. Como você coloca, "recuperar essa cultura de estudos e escrita, introduzir uma ação afirmativa nos estudantes é fundamental para uma nova inserção deles no mundo."
    Seu texto é fluído, sendo uma leitura muito agradável. Minha pergunta se direciona a recepção da proposta por parte dos estudantes. Na parte inicial do seu texto, é colocado que os discentes se dividiram em grupos para o desenvolvimento do trabalho. Para além dos estudantes que levaram suas pesquisas adiante nos eventos citados, como foi a recepção dos envolvidos na atividade? Foi possível fazer uma reflexão sobre a participação da turma? Outra questão pertinente é acerca da expansão do sua proposta. Como sinalizado no texto, alguns livros fazem referência a temas de outros anos de ensino fundamental. Você pretende expandir para outros anos esta proposta? Penso que seria muito interessante.
    Novamente parabenizo você e os estudantes.

    Ass: Gustavo Henrique Kunsler Guimarães

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    1. Oi Gustavo, muito obrigado pela leitura e os questionamentos referentes a metodologia e ao aprendizado. Em 2017, quando comecei a utilizar os livros, o meu objetivo na época era que eles tivessem contato com a leitura e, eu pudesse enriquecer o conteúdo de história do 9 ano, e ao mesmo tempo trabalhar a noção de fontes, bem como a construção do saber da história. A questão do protagonismo deles na produção de conhecimentos foi construído ao longo de 2017 e aplicado em 2018. Não foi uma tarefa simples, pois a argumentação de alguns era muito impregnada de conceitos vagos de negacionismos e revisionismos. E contra-argumentar esses pré-conceitos deles e incentivar a produção de conhecimento, precisava de um interlocutor nas fontes. Aí que optei pela literatura e as obras que escolhi. Evidente que tudo muito mediado pelos debates historiográficos e pela minha própria condição de docente. Utilizei muito a metodologia da pergunta do Paulo Freire, e isso foi fundamental para eles aprender a ter leitura crítica. O século XX fica mais fácil de trabalharmos pois a gama de fontes que podemos utilizar é enorme e em razão da rede mundial de computadores aproxima-se com o cotidiano deles. No ano de 2017 tive muita resistência, com alguns trabalhos copiados da internet, o que evidentemente aproveitei a devolução para questionar isso com eles, a ética da escrita. Mas como tive um grupo de foi destaque em 2017, o ano de 2018 ficou facilitado, e,em 2019, foi extraordinário, pois estava com vários grupos de pesquisa desde o 6 ano. No 6 ano introduzo os conceitos de ciência e a construção do conhecimento quando trabalho arqueologia com eles, faço prospecção no pátio da escola, para determinar padrão de consumo, e depois escavamos uma trincheira no pátio. E, esse processo quando comecei em 2016, a turma que se formou em 2019, já vinha se preparando os 4 anos, e foi a turma que mais rendeu trabalhos de pesquisa, não só em história, mais em ciências, geografia, matemática, sala de recursos, em setembro de 2019, fomos ao Peru, em outubro a escola, esteve na FEBRAT de Belo Horizonte, Salão Jovem da UFRGS e a Mostratec junior, tudo na mesma semana, com 6 professores envolvidos e uns 30 estudantes. Ou seja , hoje eles já possuem uma certa autonomia para propor as temáticas a serem estudadas. Em relação a expansão da metodologia, sim ela será expandida na área da história desde o 6 ano, e a Escola como um todo está adotando desde o 1 ano. Inclusive incluiu carga horária para a pesquisa. Se quiser conhecer um pouco mais a nossa experiência me envia o teu correio eletrônico que te encaminho um texto coletivo dos professores onde trabalhamos a pedagogia da pergunta e o conceito de atividade. Novamente te agradeço pelo diálogo com o texto. Abs.

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    2. Em relação a reflexão da turma ano passado solicitei um pequeno para eles, com a seguinte pergunta: "como que a metodologia da pesquisa científica mudou a forma de eu estudar?" E saíram cada reflexões, com uma potência muito grande. Trabalhamos isso em coletivo nesse outro texto que te comentei na resposta anterior. Abs.

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  13. Olá, professor!
    Gostei bastante da temática abordada a cerca da interdisciplinaridade entre História e Literatura.
    Onde foi evidenciado "a História como Ciência compromissada com a criticidade" e "a Literatura como possibilidade de fazer análises e discussões com os estudantes".
    Mas em relação ao conteúdo, gostaria de fazer uma pergunta.
    O que você acha que falta em vários professores de História, que na maioria das vezes não utilizam o método científico nas aulas para a produção de conhecimentos nos seus alunos?
    Desde já, agradeço!
    Alvanir Ivaneide Alves da Silva

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    1. Alvanir obrigado pela leitura e pela excelente questão. O que levantas está sendo inclusive o meu objeto de dissertação do mestrado. No meu pensamento inicial não vou investigar os professores, mas consolidar o método de pesquisa científico enquanto perspectiva no ensino, colocando a produção de conhecimento como síntese deste processo. Acho que sairmos de um história cronológica para uma relacional e crítica é fundamental nos dias de hoje, e o movimento das feiras de ciência demonstra muito isso na prática. Evidente que é um trabalho bem mais árduo no início quando se quebra o paradigma desta história de memorização, para um ensino da pedagogia da pergunta. Abs

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  14. Olá, o projeto me impressionou muito.
    Considerando as dificuldades da docência, qual seria o maior obstáculo que o professor teria, ao inserir a literatura e ainda relacioná-la a experiência histórica, para oferecer uma uma boa experiência de aprendizagem?
    Rayane Nogueira De jesus

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    1. Alysson Isaac Stumm Bentlin21 de maio de 2020 às 01:03

      Oi Rayane, obrigado pela leitura e a questão que trouxe. Pela minha experiência em sala de aula na educação básica, nestes últimos 4 anos, a maior obstáculo é a sensibilização dos jovens, tens que ter uma habilidade grande. Tens que despertar o desejo deles. Um autor que me ajudou muito nesse processo de criar mecanismos de despertar os desejos, que desconhecia até 2016, foi Leontiev, com o conceito de atividade. Recomendo muito a leitura. Abs.

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  16. Caro Alysson, gostei muito do seu trabalho. O relato da sua experiência leva-me a perguntar quais seriam as possíveis dificuldades para a implementação de metodologia similar no nível de ensino primário (1° ao 4° ano). Seria possível?
    Kyanny Pompilio

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    1. Prezada Kyanny, obrigado pela leitura e uma questão de uma relevância fantástica, que é o ensino de história nos anos iniciais do fundamental. O projeto do Letramento e a obra da Carolina de Jesus, nós aplicamos com um 4 ano, em conjunto com os alunos e a professora regente da turma. E as crianças simplesmente adoraram, interagiram com a obra, e fizeram um diário de experiências e memórias, a partir dos eixos preparados dos excertos do livro. Mas como são mais pequenos, acho que a leitura deve ser realizada em sala de aula de forma coletiva. Mas não ficar só na leitura, deve sim. Fazer o processo de letramento. Até ano passado não conhecia o trabalho da Magda Soares, por exemplo, tive que ler para poder orientar as alunas, pois foi uma temática que as estudantes queriam. Só ajustei a metodologia. Eu acho muito viável que esse método de ensino de história possa ser aplicado nos anos iniciais. E gostaria de ler experiências neste sentido. Obrigado pela excelente questão. Abs.

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  17. Creio que alguns cuidados devem ser tomados ao utilizarmos a literatura em sala de aula e como fonte. Quais seriam esses cuidados?
    Janaína Maria Baruffi

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    1. Oi Janaína, obrigado pela leitura e pelo questionamento importante. Primeiro que a narrativa literária é livre não possui criticidade, é.uma visão unilateral. A ciência histórica pressupõe diversidades de fontes e qualquer fonte histórica nunca será uma verdade revelada, mas sim uma construção. Atualmente com os negacionismos e revisionimos históricos é muito importante trabalharmos esses conceitos de advertência antes de propor uma leitura densa. Cite por exemplo, as memórias de um defensor de tortura e outras sevícias, jamais poderá ser considerada como uma verdade histórica, mas tão somente um fragmento do passado. E isso aparece cotidianamente com as perguntas dos estudantes, principalmente nestas questões que estão sendo negadas e revistas por certos grupos que disputam a narrativa do passado. Abs.

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  18. Oi Janaína, obrigado pela leitura e pelo questionamento importante. Primeiro que a narrativa literária é livre não possui criticidade, é.uma visão unilateral. A ciência histórica pressupõe diversidades de fontes e qualquer fonte histórica nunca será uma verdade revelada, mas sim uma construção. Atualmente com os negacionismos e revisionimos históricos é muito importante trabalharmos esses conceitos de advertência antes de propor uma leitura densa. Cite por exemplo, as memórias de um defensor de tortura e outras sevícias, jamais poderá ser considerada como uma verdade histórica, mas tão somente um fragmento do passado. E isso aparece cotidianamente com as perguntas dos estudantes, principalmente nestas questões que estão sendo negadas e revistas por certos grupos que disputam a narrativa do passado. Abs.

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  19. RODRIGO GUSTAVO PIRES HECKLER21 de maio de 2020 às 15:13

    Estimado colega de empreitada, Alysson. Encanta-me que ver o trabalho de outros colegas de área na busca pelo diálogo entre História e Literatura. Compactuo com a ideia de que ambas caminham juntas, sendo cada vez mais importante o estímulo dialógico entre elas. Acredito que essa união fomenta o hábito da leitura entre os estudantes, uma vez que nossa sociedade mostra-se tão carente desse costume. Minha área de pesquisa tem se dirigido para o diálogo entre História e Literatura fantástica, na tentativa de acessar elementos de imaginários específicos de determinados recortes históricos expressos pelos autores. O que verifico, todavia, é a representação do autor acerca da representação do que teria sido o imaginário por ele explorado em sua obra. Como vês essa possibilidade de abordagem, pois me parece ser uma a abordagem de uma obra literária em seu contexto de escrita e outra quando se trata de uma abordagem sobre outro recorte temporal, ainda que de modo indireto, uma vez que o autor escreve a partir de sua contemporaneidade. Abraços.

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    1. Oi Rodrigo, obrigado pela leitura do texto e os questionamentos metodológicos e Teóricos. Somos parceiros desta aventura, que alias é um oceano de possibilidades, em razão da riqueza do tema. Acho que temos duas dimensões que partem de perguntas distintas: 1) a representação da narrativa do autor e os seus aspectos simbólicos do imaginário; 2) e a outra do contexto social do autor e a temporalidade da escrita. Não tenho elementos suficientes para dizer se a primeira opção seja possível trabalhar com estudantes tão jovens no ensino fundamental. Não sei se eles possuem essa capacidade cognitiva da própria leitura em razão da pouca experiência de vida, mas tu colocas um desafio enorme. A segunda dimensão a que eu explorei foi mais fácil de compreensão para eles, demarcar o temporalidade do autor, o discurso dos personagens com o período retratado. Agora pensando alto, se estivesse no ensino médio e esse processo que comecei no fundamental pudesse ser continuado no ensino médio, talvez pudessemos introduzir a dimensão 1. Mas tu me colocou um desafio agora. Obrigado pela leitura e considerações.

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    2. RODRIGO GUSTAVO PIRES HECKLER21 de maio de 2020 às 20:17

      Obrigado pelo retorno. Coloquei a questão pois entendo que ela altera nossa própria análise acerca dos processos históricos que pesquisamos. E vejo como isso pode auxiliar a pesquisa, inclusive, de evitar anacronismos por vezes tentadores e presentes nas academias. Abraços, Rodrigo Gustavo Pires Heckler

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    3. Exatamente, acho que é o Chartier que trabalha essas duas dimensões, do que eu me recordo. Abs.

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  20. Primeiramente gostaria de parabenizá-lo Allyson pelo trabalho como resultado da execução de um projeto sensível às realidades locais e as suas respectivas demandas, que muito me alegra desde a proposta até os resultados.
    A minha questão se refere a percepção que as alunas e alunos tiveram sobre a história enquanto disciplina, após a realização desse trabalho, haja vista, que o mesmo apresentou a elas e eles uma nova perspectiva que vai além da memorização de grandes datas e nomes, sendo esta uma definição utilizada por muitos estudantes para tratar da história. Tal aspecto evidencia que mesmo com novas metodologias, abordagens e discussões sobre o ensino de história, essa denominação simplista ainda é recorrente. Assim, gostaria de saber se a partir dessas investigações e indagações feitas por eles e elas através das leituras que resultavam em pesquisas históricas, a disciplina em questão teve definições diferentes da citada anteriormente?

    Att.,
    Tamiris Aparecida Andrada da Silva

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    1. Oi Tamiris, obrigado pela leitura do texto e do questionamento dos impactos nos estudantes. Não tenho uma resposta estruturada em dados quantitativos para a tua indagação, inclusive esse é a minha próxima etapa: investigar esses estudantes que participaram destes grupos e avaliar como eles chegaram no Ensino Médio. Mas das referências que eu vejo deles ao longo do tempo, foi a mudança significativa da própria expressão corporal, de como se portar e argumentar. (Confesso que tinha muita resistência a entender Foucault, com as questões do corpo), Mas hoje vejo isso na prática com a postura deles. Uma das estudantes que trabalhou Carolina de Jesus, mudou completamente, de uma menina calada, resignada, para uma altivez, conhecedora de sua condição social, como se a força daquela mulher descrita no Diário pudesse ganhar vida novamente. Abs

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  21. Professor Alysson,parabéns pelo trabalho! O texto apresenta um belo exemplo do diálogo entre história e literatura,na qual demonstra claramente que se pode-se desenvolver aulas interdisciplinares entre as disciplinas : História e Língua Portuguesa.No texto me atentei para seguinte pergunta:"Como despertar o desejo pela leitura?" e que me levou a indagar outra questão: A leitura de uma obra desperta a curiosidade para ler outras obras do mesmo autor(a), dentre os livros (autores) lidos, quais/qual os alunos se interessaram mais a continuar lendo?

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    1. Oi Edvane, obrigado pela leitura e questionamento. Pela minha experiência sim, um livro leva a outro. Por exemplo, ano passado quando comentava com os alunos que iria trabalhar a Maria Firminia dos Reis, esse ano de 2020, eles diziam brincando que queriam repetir o ano para poder ler. Eu brincava que eles podiam ler só que agora no ensino médio. abs

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  22. Sofia Alves Cândido da Silva21 de maio de 2020 às 18:23

    Olá, Alysson.

    Me interesso muito pelo conjunto história-literatura, pois realizei uma pesquisa que tem como fonte primária uma obra literária.

    Acerca da pergunta, gostaria de saber como elaborar tal projeto, que visa a leitura e a pesquisa dos alunos, em um ambiente escolar que possui normas 'engessadas'. As suas proposições tiveram o apoio da direção do colégio?
    Faço essa pergunta, pois, me deparei com alguns colégios que não estão abertos à "novas abordagens" e dizem aos professores para "seguirem o conteúdo".

    Att.

    Sofia Alves Cândido da Silva

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    1. Oi Sofia, obrigado pelo leitura e pelo questionamento de gestão escolar e currículo. Nos temos um arcabouço legal de conteúdo e currículo a ser cumprido, determinado pela BNCC. E as escolas privadas, por estabelecer uma relação contratual de negócio, as vezes não está disposta a pagar mais aos professores para fazerem atividades além currículo. Em relação a escola pública, que é o meu caso, tivemos muito apoio da direção da escola em propor a pesquisa. Evidente que toda alteração gera novos conflitos, mas que vão se ajustando quando se tem uma direção disposta a fazer. Agora se a direção da escola for contrária o trabalho fica muito prejudicado. abs.

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  23. RODRIGO GUSTAVO PIRES HECKLER21 de maio de 2020 às 20:14

    Estimado colega de empreitada, Alysson. Encanta-me que ver o trabalho de outros colegas de área na busca pelo diálogo entre História e Literatura. Compactuo com a ideia de que ambas caminham juntas, sendo cada vez mais importante o estímulo dialógico entre elas. Acredito que essa união fomenta o hábito da leitura entre os estudantes, uma vez que nossa sociedade mostra-se tão carente desse costume. Minha área de pesquisa tem se dirigido para o diálogo entre História e Literatura fantástica, na tentativa de acessar elementos de imaginários específicos de determinados recortes históricos expressos pelos autores. O que verifico, todavia, é a representação do autor acerca da representação do que teria sido o imaginário por ele explorado em sua obra. Como vês essa possibilidade de abordagem, pois me parece ser uma a abordagem de uma obra literária em seu contexto de escrita e outra quando se trata de uma abordagem sobre outro recorte temporal, ainda que de modo indireto, uma vez que o autor escreve a partir de sua contemporaneidade. Abraços, Rodrigo Gustavo Pires Heckler

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  24. Belo texto, Alysson! Ressignificar! Esse é um conceito central para ampliar o interesse pela História, sobretudo nos grupos étnicos que historicamente sofreram, e continuam a sofrer tantas injustiças sociais. História e Literatura devem sim, andar juntas enquanto estratégia ao ensino. Parabéns!

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    1. Oi Antonio, obrigado pela leitura e comentário. Ojalá expandir essas experiências. Como dizem aqui no sul, espraiar por esses mundos. Abraços.

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  25. Alysson, gostei bastante da iniciativa, fazer com que os alunos enxerguem a pesquisa histórica através de outros meios é uma forma muito boa de interdisciplinaridade. Pelo que pude notar, é exatamente nessa fase do final do ensino fundamental para o médio que os alunos tomam mais gosto pela leitura e isso ajuda bastante com essa metodologia. Entretanto ainda não é a maioria dos alunos que conseguem cultivar o hábito da leitura, então como contornar essa situação?

    Parabéns pelo texto e pelo trabalho!

    Vitória Amaral Marques

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    1. Oi Vitória, obrigado pela leitura e pelo questionamento. Esse hábito da leitura deve ser construído com muito estimulo. Trazer o encantamento da leitura por algo que possui impacto na vida cotidiana deles. Isso deu muito certo por exemplo, com o conceito de Big Brother, do 1984, isso despertou muita curiosidade. Mas estimular e estabelecer a curiosidade são fundamentais. Abs.

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