Andreza Santos Cruz Maynard


O ENSINO DE HISTÓRIA E O PIBID: UMA REFLEXÃO A PARTIR DA UNIVERSIDADE FEDERAL DE SERGIPE



O ensino de História deve auxiliar na compreensão do mundo em sua configuração atual. Concebo a História como uma ciência interpretativa que estuda, ou investiga, os homens ao longo do tempo [Bloch, 2001] e que, portanto, tem um compromisso de ajudar as pessoas a entenderem exatamente isso, ou seja, a experiência humana inscrita no tempo.

Refiro-me à História como aquilo que fazem os historiadores, para retomar uma ideia do historiador francês Antoine Prost [2008]. Entendo a História como uma ciência e também uma prática social, ela mesma inscrita no tempo e suscetível à aceitação por diversos públicos, dentre eles, o escolar.

Seguindo a linha de raciocínio apontada nos parágrafos anteriores, pode-se afirmar que ensinar História é muito mais que abordar conteúdos históricos, é avançar no autoconhecimento e no conhecimento do outro. A História é uma disciplina que oferece grande oportunidade de compreensão do mundo, por isso mesmo é preciso sempre que os profissionais que atuam nesta área estejam num exercício constante de formação continuada.

A criação do Mestrado Profissional em Ensino de História e sua expansão para várias universidades brasileiras, bem como a criação do Programa de Iniciação à Docência [PIBID], são iniciativas que promoveram uma substancial renovação no Ensino de História no Brasil. Atuando como professora num Colégio de Aplicação, já recebi muitos estagiários, desenvolvi projetos de ensino, experimentei técnicas e métodos diferentes para o Ensino de História.

Mas em 2018 tive uma experiência diferente com o ensino de história e com a formação de professores quando recebi um grupo de alunos que deveriam ser iniciados à docência. O trabalho com o PIBID de História trouxe uma oportunidade de ampliar o diálogo entre a Educação Básica e o Ensino Superior, bem como de experimentar outras atividades e recursos dentro da sala de aula.

Este trabalho apresenta justamente os resultados obtidos a partir do trabalho desenvolvido juntamente com um grupo de pibidianos, estudantes do curso de licenciatura em História, da Universidade Federal de Sergipe, que atuaram no Colégio de Aplicação, da Universidade Federal de Sergipe, entre agosto de 2018 e janeiro de 2020. O PIBID é uma iniciativa que coloca os alunos que estão na primeira metade do curso em contato com escolas, trata-se de um trabalho que insere o licenciando numa realidade sobre a qual ele irá atuar. O PIBID está inserido num processo que visa aprimorar a formação docente.

E ao se aperfeiçoar o desempenho do professor na sala de aula, consequentemente há um investimento na melhoria da qualidade do Ensino de História. Pretende-se com essas mudanças, fazer com que o Ensino de História auxilie de fato as pessoas a pensarem de forma crítica e de forma autônoma, uma ideia que Paulo Freire defendeu ao pensar no papel a ser desempenhado pela educação de uma forma geral. 

A obra de Paulo Freire está perpassada pelas contribuições sobre uma concepção emancipadora da educação. Esta pode ser entendida como um caminho que leva o indivíduo a construir sua consciência crítica. Em “Pedagogia do Oprimido” [1987], por exemplo, Freire chama a atenção para o fato de que esse método de ensino deve se basear no respeito mútuo, diálogo e que leve à reflexão. A partir de então haveria essa “libertação” daquele que está na condição de oprimido. De acordo com ele é preciso que haja

“O diálogo crítico e libertador, por isso mesmo que supõe a ação, tem que ser feito com os oprimidos, qualquer que seja o grau em que esteja a luta por sua libertação. Não um diálogo às encâncaras, que provoca a fúria e a repressão maior do opressor.

O que pode e deve variar, em função das condições históricas, em função do nível de percepção da realidade que tenham os oprimidos é o conteúdo do diálogo. Substituí-lo pelo anti-diálogo, pela sloganização, pela verticalidade, pelos comunicados é pretender a libertação dos oprimidos com instrumentos da ‘domesticação’. Pretender a libertação deles sem a sua reflexão no ato desta libertação é transformá-los em objeto que se devesse salvar de um incêndio. É fazê-los cair no engodo populista e transformá-los em massa de manobra”. [Freire, 1987, p. 33].

A metodologia consistiu em colocar os pibidianos em contato com os alunos do Colégio de Aplicação, permitir que eles conhecessem sobre a dinâmica projetos da instituição, inseri-los nas atividades já existentes e permitir que eles propusessem e desenvolvessem projetos do PIBID/história dentro do Colégio de Aplicação.

Iniciamos com um grupo de 10 pibidianos. Num primeiro momento, eles observaram o funcionamento do Colégio de Aplicação. Na primeira reunião com a supervisora técnica, em 15/08/2018, os alunos foram apresentados à estrutura física, setores, livro didático, planejamento anual das turmas, calendário escolar, normas, sistema de avaliação. Alguns deles tinham acabado de iniciar o curso na Universidade Federal de Sergipe.

Em seguida, o grupo passou a frequentar as aulas para conhecer os alunos, observar a dinâmica das turmas, auxiliando sempre que possível na realização de atividades como visitas técnicas, execução de projetos que já estavam previstos e aplicação de atividades avaliativas para todas as turmas.

O trabalho era realizado por toda a equipe e isso acabou gerando alguns conflitos. Seguindo uma sugestão dos pibidianos e da própria coordenadora, formamos 3 grupos. Eles passaram a alternar o acompanhamento das aulas, auxílio na realização das atividades já previstas e também com a realização de dinâmicas propostas pelos próprios pibidianos. 

Como exemplo, cito um jogo de cartas com perguntas e respostas elaborado pelo PIBID para revisar os conteúdos que os alunos dos nonos anos precisavam estudar para uma avaliação escrita. A aplicação do jogo foi feita em 08/09/2018. Além disso, os pibidianos participaram de projetos elaborados pelo Colégio de Aplicação, como por exemplo, o Projeto de Patrimônio Ambiental, desenvolvido pelos professores da área de ciências humanas.

Os pibidianos auxiliaram na realização de uma atividade que envolveu a equipe do projeto “Lixo Zero”, os professores da área de humanas e aos alunos do ensino fundamental, no dia 23/10/2018. Em 2018 os pibidianos ainda acompanharam os alunos em visitas técnicas ao Tribunal Regional Eleitoral, em 20/11/2018, ao Cemitério dos Náufragos e Capitania dos Portos de Sergipe, em 29/11/2018.

Em 2019 o grupo ficou reduzido a 6 alunos, que foram divididos em dois grupos contendo três pessoas. Nesse mesmo ano foi feito um planejamento de ações a partir de propostas dos pibidianos. Eles desenvolveram atividades que variaram desde a confecção de mapas mentais com os alunos dos nonos anos, passando pela confecção de jogos e oferta de oficinas, como por exemplo, a oficina “Revista em História”, que consistiu na elaboração de uma revista por parte dos alunos dos nonos anos do Colégio de Aplicação.

Os temas abordados pela revista acompanhavam os assuntos previstos no currículo. Este por sua vez acompanhava a sequência dos assuntos de acordo com o livro didático adotado pelo Colégio de Aplicação.  O livro didático é uma ferramenta muito utilizada pelos alunos e foi inserido nas atividades desenvolvidas durante as oficinas.

Itamar Freitas pontua que desde 1999 o livro didático de história passa por uma rigorosa seleção. Isso acabou contribuindo para o aperfeiçoamento desse recurso básico com o qual podem contar alunos e professores. De acordo com Freitas

“Nos últimos 15 anos, os critérios de avaliação foram refinados: o livro deve explicitar e cumprir propostas pedagógica, historiográfica e dispositivos legais sobre princípios de cidadania. O manual do professor foi reestruturado, a ‘aprendizagem’ ganhou espaço sobre os ‘métodos de ensino’ e as habilidades meta-históricas estão distribuídas por todo o impresso”. [Freitas, 2019, p. 146].

Ao lado de pesquisas realizadas na internet, o livro didático representava um apoio e uma referência para os alunos, que já conheciam esse suporte. A oficina “História em Revista” funcionava no contra turno e não era obrigatória, mas percebemos que houve um grande número de frequentadores. A oficina despertou o interesse dos alunos, pois acabou funcionando como um reforço dos temas abordados em sala durante as aulas regulares, mas também havia mais tempo para debates sobre temas que surgiam a partir das curiosidades dos estudantes.

Durante as oficinas, os alunos dos nonos anos eram divididos em grupos. Eles confeccionavam uma capa, faziam pesquisas e escreviam resumos, além de abordar algumas curiosidades sobre o tema proposto para confeccionar a revista contendo 4 páginas. Ao fim, os alunos puderam inclusive utilizar a revista para revisar os assuntos estudados durante a unidade.

Além disso, o PIBID realizou uma oficina de jogos sobre a Segunda Guerra Mundial com os alunos dos terceiros anos. Os alunos foram instigados a produzir o material, incluindo mapas, perguntas e respostas, dados, para depois jogarem e testarem seus conhecimentos acerca do tema.

Concomitante a isso, os pibidianos participaram de algumas atividades na construção de mapas mentais com os alunos dos nonos anos. E no segundo semestre de 2019 foi feita uma oficina sobre direitos humanos, fotografia e história, também com os alunos dos nonos anos. O objetivo era justamente lançar mão de uma noção importante para a história, ou seja, a capacidade de despertar a compreensão e a empatia pelo outro, pelo diferente.

Henri Marrou afirmou há muito tempo atrás que essa aliás é a característica de um bom historiador. Em suas palavras

“...O outro só é compreendido por sua semelhança com nosso ego, com nossa experiência adquirida, com nosso próprio clima ou universo mental. Só podemos compreender aquilo que, em grande medida, já é nosso e com quem mantemos laços fraternos; se o outro fosse completamente dessemelhante, estranho cem por cento, seria impossível compreendê-lo.
Uma vez aceito esse aspecto, o conhecimento do outro só será possível se me esforçar em ir ao seu encontro, esquecendo-me, durante um instante, de mim mesmo [...] ... Nem todos têm essa capacidade; cada um de nós já tem encontrado, ao longo da vida, alguns homens que se revelam incapazes de se abrir, de prestar atenção aos outros [o tipo de pessoas de quem se diz que não escutam quando alguém lhes fala]: tais homens seriam realmente maus historiadores.

Tal atitude tem a ver, às vezes, com a estreiteza de espírito e, então, trata-se de falta de inteligência [evitemos falar de egoísmo: o verdadeiro egocentrismo é mais sutil]; no entanto, quase sempre, trata-se de homens que, esmagados sob o peso das preocupações, não se permitem o luxo dessa disponibilidade [...] ... o historiador será [...] capaz de deixar seu pensamento em férias e empreender longos circuitos para mudar de ares porque ele sabe que o ego ganha uma imensa abertura por esse tipo de desvio que passa pela descoberta dos outros”. [Marrou, 1975, p. 89-90].

Além de proporcionar aos pibidiano a possibilidade de experimentar práticas variadas na sala de aula, essas atividades desenvolvidas também levaram em conta a necessidade de atender às demandas dos alunos do Colégio de Aplicação, no processo de aprendizagem da História. De acordo com Circe Bittencourt

“Os debates metodológicos da atualidade apontam para a necessidade de analisar os elementos constitutivos da aprendizagem: o poder da palavra – a força da narrativa escrita e das informações dos meios de comunicação com seus ‘efeitos de realidade’; o poder das coisas – objetos, paisagens museus; o poder das representações culturais – filmes, peças de teatro, músicas; o poder das atividades escolares socializadas – jogos, pesquisas, trabalhos coletivos, experiências. Trata-se de métodos de ensino que visam uma formação escolar histórica sob a concepção de uma aprendizagem para a autonomia intelectual”. [Bittencourt, 2019, p. 166].

De forma geral, a experiência foi enriquecedora para todos os envolvidos. Reforçamos a importância de um trabalho em sala de aula com recortes temáticos, de forma que seja possível estabelecer ligações entre o passado e o presente, bem como adotar estratégias que permitam fazer com que os alunos se percebam enquanto sujeitos históricos. De forma geral, a experiência foi enriquecedora para todos os envolvidos.

Desafios, experimentos e adaptações marcaram a trajetória do PIBID de História no Colégio de Aplicação entre agosto de 2018 e janeiro de 2020. As trocas realizadas durante a execução do projeto possibilitaram a realização de ações que certamente marcaram a história do Colégio de Aplicação, dos pibidianos, da supervisora e também dos alunos da instituição que fizeram parte dessa experiência.  

Sabe-se da relevância do programa para os alunos do curso de História, por permitir a vivência da teoria na prática ainda durante a realização do curso, mas cabe pontuar que todos saíram ganhando com o projeto.

Neste sentido, as atividades desenvolvidas pelo PIBID de História junto aos alunos do Colégio de Aplicação caminharam na direção de promover a iniciação docente dos alunos de graduação, na dinamização das estratégias de ensino de história, principalmente graças à realização de atividades no contra turno das aulas regulares, e num aprofundamento dos conteúdos históricos que foram abordados durante os anos letivos de 2018 e 2019.

Referências:
Drª Andreza Santos Cruz Maynard é professora do Mestrado Profissional em Ensino de História e Professora de História do Colégio de Aplicação, ambos da Universidade Federal de Sergipe. Foi Supervisora PIBID entre agosto de 2018 e janeiro de 2020. Membro do Grupo de Estudos do Tempo Presente [GET/UFS/CNPq].

BITTENCOURT, Circe Maria Fernandes. “Método de ensino”. IN: FERREIRA, Marieta de Moraes Ferreira; OLIVEIRA, Margarida Dias de [coord.]. Dicionário de Ensino de História. Rio de Janeiro: FGV Editora, 2019. [livro]

BLOCH, Marc. Apologia da história, ou o ofício do historiador. Rio de Janeiro: Zahar, 2002. [livro]

FREITAS, Itamar. “Livro didático”. IN: FERREIRA, Marieta de Moraes Ferreira; OLIVEIRA, Margarida Dias de [coord.]. Dicionário de Ensino de História. Rio de Janeiro: FGV Editora, 2019. [livro]

FREIRE, Paulo. Pedagogia do oprimido. 17ª ed. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 1987. [livro]

MARROU, Henri-Irénée. Do Conhecimento Histórico. Lisboa: Editorial Áster, 1975. [livro]

PROST, Antoine. Doze lições sobre a história. Belo Horizonte: Autêntica Editora, 2008. [livro]

45 comentários:

  1. Prof.ª Dr.ª Andreza S. C. Maynard,

    Também fui coordenadora de área do PIBID-História de 2018-2020. Foi um período de muita aprendizagem e ao ler o seu texto percebi algumas diferenças na condução das atividades e um ponto chave é a atuação em um Colégio de Aplicação. Parece que o Colégio apresenta menos entraves burocráticos que uma escola da rede estadual de ensino.

    Esse edital apresentou um perfil diferente de pibidianos, estava voltado apenas para os discentes que cursavam até a metade do curso. Como você ressaltou: “Alguns deles tinham acabado de iniciar o curso na Universidade Federal de Sergipe”. Além disso, o edital também impossibilitou a renovação de bolsistas, resultando na diminuição do número de pibidianos ao longo do projeto. Gostaria que comentasse como foi lidar com essas especificidades do edital.

    Agradeço a oportunidade de conhecer a experiência do Pibid na Universidade Federal do Sergipe.

    Ilana Peliciari Rocha

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    1. Olá, Ilana.

      Tivemos dois programas grandes e importantes sendo lançados ao mesmo tempo na Universidade Federal de Sergipe: o PIBID e o Residência Pedagógica.
      O PIBID tinha justamente esse perfil de alunos que estivessem no início, até mais ou menos a metade do curso. Já o Residência Pedagógica era composto por licenciandos que estavam num estágio do curso mais avançado, do meio para o fim.
      Não vi problemas na forma como a universidade organizou os editais, e os próprios licenciandos que participaram do PIBID terminaram a experiência de iniciação à docência pensando em ingressar no Residência Pedagógica. Eles queriam "dar aula", nas palavras deles.
      O fato do Colégio de Aplicação estar dentro da Universidade gerou muitas facilidades. Tanto os licenciandos podiam intercalar aulas na graduação com atividades no Colégio, quando era necessário, como também nós tivemos uma estrutura física e apoio material que favoreceu o desenvolvimento de atividades tão variadas e proveitosas.
      Agradeço por seu comentário.
      Abraços,
      Andreza Maynard.

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  2. Olá! primeiramente gostaria de lhe parabenizar pela importante reflexão sobre relato de experiência trazida por você a partir da vivência como supervisora dos pibidianos da Escola de Aplicação com Ensino de História e o PIBID, em seu texto “O ENSINO DE HISTÓRIA E O PIBID: UMA REFLEXÃO A PARTIR DA UNIVERSIDADE FEDERAL DE SERGIPE ”. Sou graduanda em Licenciatura em História pela Universidade Federal Rural de Pernambuco e pude também ter a experiência de ser pibidiana deste último edital que se encerrou em 2020. A partir dos seus apontamentos, me identifiquei bastante em relação aos projetos que foram feitos pelos pibidianos e alunos, pois na minha vivência junto com meus outros colegas essa prática nos ajudou a consolidar nossa relação com os alunos, pois trabalhamos juntos na construção de projetos e atividades, assim eles se sentiam valorizados e consequentemente percebemos a melhoria da participação em sala de aula quando nós pibidianos estávamos presentes. Gostaria de saber quais as mudanças percebidas por você em relação à participação em sala de aula?

    cordialmente,
    Wirlanny Evelyn Oliveira Barros

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    1. Oi Wirlanny,
      Como eu afirmei no texto, considero a experiência do PIBID muito boa para quem está na licenciatura e também para os alunos das escolas.
      Eu percebi que as atividades realizadas com os pibidianos despertavam a curiosidade dos alunos porque os licenciandos sempre traziam sugestões com temas provocadores e muitas atividades em grupo, o que favorecia o diálogo e trocas entre os alunos.
      Agradeço pelo comentário.
      Abraços,
      Andreza Maynard.

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  3. Obrigada professora Andreza por falar das relevantes contribuições do PIBID no Ensino de História. Fui Bolsista do PIBID no Interdisciplinar de História na UPE Campus-Garanhuns de abril 2014 a março de 2017 e, digo com Toda certeza, se não Fosse o PIBID não Seria a professional que Sou hoje na Sala de aula, conhecendo e interagindo conhecimentos nos âmbitos educativos.

    Mas, diante das realidades atuais com as questões dos Cortes financeiros na Educação, Como ficará o PIBID nas Instituições de Ensino Superior daqui pra frente?

    Maria Josilda Ferreira da Silva

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    1. Oi Maria Josilda,
      Sem dúvidas, o PIBID é uma experiência muito enriquecedora.
      Por coincidência hoje a CAPES liberou a lista com a distribuição de cotas de bolsa PIBID para várias instituições. A Universidade Federal de Sergipe recebeu 456 bolsas agora em 2020. Pelo visto teremos mais pibidianos vindo por aí.
      Agradeço pelo comentário.
      Abraços,
      Andreza Maynard.

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    2. Que maravilha professora a contemplação de bolsas do PIBID nas Universidades. Estou muito Feliz com a notícia.

      Muito Obrigada por responder minha pergunta.

      Um Grande abraço,
      Maria Josilda Ferreira da Silva.

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  4. Olá Andreza, todos nós que passamos por experiência de ensino aprendizagens concretas, nos tornamos professores melhores e mais propositivos. No texto cita-se Bittencourt, 2019, p. 166, em meio as questões de narratividade, participação e multiculturalidade. Como podemos conciliar uma nova proposta de ensino ao currículo e as demandas tradicionais de sala de aula, como você vê essa possibilidade? Abcs.

    Everton Carlos Crema

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    1. Olá Everton,
      Na minha concepção tudo precisa ser adaptado ao público que temos em sala de aula. O currículo precisa ser seguido, mas eu sempre coloco situações e temas que perpassam a realidade dos alunos, do país e do mundo na atualidade. É importante que eles pensem como essas situações específicas que estudamos a partir dos livros servem para pensar questões mais gerais e que dizem respeito ao mundo em que vivem. Ao mesmo tempo, eu tento criar oportunidades para que eles falem e coloquem seus pontos de vista.
      Eu acredito na combinação entre o tradicional e o inovador, ou moderno. Uso tecnologia, como celular e instagram nas aulas, mas não dispenso o livro didático, a prática de escrever no caderno e uso muito o quadro. Vou tentando equilibrar.
      Agradeço pelo comentário.
      Abraços,
      Andreza Maynard.

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  5. Bruno Moreno Soares UVA-CE
    Boa noite. Fui bolsista do Pibid e foi uma ótima experiência. Nos deixando enquanto alunos de graduação mais próximo do universo da escola. Lembro que quando tínhamos intervenções em salas de aulas, os alunos gostavam bastantes por levarmos uma outra abordagem na hora de apresentar a temática proposta. Com dinâmicas e as vezes jogos para deixar a intervenção mais interativa para com os alunos. Que pena que o programa Pibid teve corte de verba ao longo desses anos. Você percebeu mudanças nos alunos que tiveram intervenções com os bolsistas do Pibid?

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    1. Olá Bruno,
      Os alunos já ficavam esperando uma novidade quando viam os pibidianos. A mudança que eu percebi foi justamente na frequência maior dos alunos em atividades fora do horário regular, nos cursos que oferecíamos à tarde.
      Agradeço pelo comentário.
      Abraços,
      Andreza Maynard.

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  6. Que trabalho maravilhoso, professora! Sem palavras para agradecer tamanha contribuição, é preciso defender o PIBID e sua tamanha contribuição para a inserção dos futuros professores e professoras em sala de aula. Visto o andamento e o comportamento do atual ministro com suas portarias "assassinas" que estão acabando com os projetos de ensino e pesquisa, como a senhora visualiza o Pibid a partir de agora? Como resistiremos a esse cenário de caos?

    Parabéns pelo trabalho!

    Andresa Fernanda da Silva

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    1. Oi Andresa,
      Não é fácil ver alguém que ocupa um cargo tão importante quanto o de um ministro da educação desqualificar todo o trabalho que temos nas instituições públicas. Temos desde sempre um compromisso com a qualidade do ensino e da formação docente, por acreditarmos que esse é o caminho viável para a transformação das pessoas e para a construção de um mundo melhor.
      Mas mesmo diante de tantos ataques, tivemos uma vitória.
      Hoje a CAPES liberou a lista com a distribuição de cotas de bolsa PIBID para várias instituições. Continuaremos a trabalhar com o mesmo compromisso.
      Agradeço pelo comentário.
      Abraços,
      Andreza Maynard.

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  7. Andreza Maynard, parabéns pelo texto e belo trabalho.
    Concordo plenamente com a sua afirmação sobre o papel transformador do ensino de História a partir da criação do PIBID e do ProfHistória. Suas duas ações que reafirmaram o papel dos cursos de graduação na formação de professores e romperam com a ideia de que a pós-graduação em História "não era lugar de professor". A minha questão parte da relação entre os projetos do PIBID e do Residência Pedagógica, pois com a criação do RP, a formação dos professores em articulação com a escola passou a ter um novo componente, com essa maior inserção dos alunos que estavam com mais de 50% do curso. Então pergunto como foi a articulação entre os dois projetos na UFS.
    Parabéns,
    Magno Francisco de Jesus Santos

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    1. Oi Magno,
      Satisfação imensa em te encontrar por aqui!
      A UFS lançou os editais de PIBID e RP ao mesmo tempo. No caso do PIBID eram alunos que estavam no início, até o meio do curso. E no caso do RP já eram os que estavam do meio para o fim do curso.
      Foi a primeira vez que a UFS teve a experiência do RP e é claro que isso acabou chamando muito a atenção pra esse programa.
      Os pibidianos que trabalharam comigo já estavam de olho em ingressar no RP, porque eles estavam ansiosos para "dar aula".
      Hoje saiu o resultado de concessão de bolsas para o PIBID e RP. Em meio a tantas situações adversas, essa é uma notícia que nos acalenta.
      Obrigada pelo comentário.
      Forte abraço!
      Andreza Maynard.

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  8. Prezada Andreza, boa noite.

    Gostaria de parabenizar o texto e as experiências compartilhadas a partir dele.
    Tive a oportunidade de ser bolsista do PIBID nos anos de 2012-1013 e percebi a realidade da educação básica, além das dificuldades em atuar neste cenário. Atuei em duas escolas públicas situadas em bairros periféricos da cidade em que resido e, por diversas vezes, nós bolsistas encarávamos a falta de material para a realização de atividades, a ausência de professor na escola, a carência no processo de aprendizagem dos discentes e até mesmo a resistência da equipe escolar em aceitar a nossa presença naquele ambiente. Considero este projeto de extrema importância para a educação e formação docente mesmo com todos os desafios encontrados.
    De acordo com a sua experiência na atuação junto aos bolsistas do PIBID quais as suas considerações sobre a recorrente falta de recursos para a realização de projetos? E como enfrentar essa resistência por parte de algumas escolas em relação aos bolsistas?

    Atenciosamente
    Caroline de Alencar Barbosa

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    1. Oi Caroline,
      Que bom te encontrar nesse evento e nesse grupo.
      Veja, particularmente nós não encontramos esse problema porque usamos durante muito tempo os recursos, inclusive de papelaria, do Colégio de Aplicação. E já no final do projeto, tivemos uma verba de custeio que permitiu a impressão de fotos para algumas exposições e compra de materiais para realizar as últimas atividades.
      Mas nós tínhamos reuniões com os pibidianos que atuavam em outras escolas e víamos muitos relatos sobre as limitações materiais das escolas e dificuldades que eles enfrentavam para desenvolver atividades. Era triste ouvir que faltava até livro didático e a professora precisava copiar os assuntos no quadro.
      As realidades das escolas são muito diferentes mesmo.
      Agradeço pelo comentário.
      Abraços,
      Andreza Maynard.

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  9. Cara Andreza!
    Grande satisfação sinto em ler um relato como este, tão recheado e ao mesmo tempo assertivo, e sobretudo atiçador; afinal me leva a pensar mais uma vez na significativa contribuição que o PIBID tem para a formação de qualquer estudante, ainda que como acadêmico, e mais tarde como professor. Eu, como ex-pibidiana, ativa também nos respectivos anos de sua experiência pude ter a oportunidade de desconstruir a visão medíocre da realidade que eu tinha sobre o escola, sobretudo a pública,aquela ingênua imagem perfeita e agradável do âmbito escolar, tão logo a participação ao PIBID me fez enxergar o contrario; enfim...tendo isso, a falta de estrutura,de apoio governamental,entre outras razões que geram um ambiente escolar deficiente, como posso me portar como ex-pibidiana, frente a esses desafios que provavelmente terei que enfrentar? quais seriam os métodos ou ferramentas a utilizar para romper com essas limitações? como posso colocar em prática o aprendizado que adquirir no PIBID em futuro próximo como professora?
    grata.
    ass, Ranna Kete Neri Carvalho

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    1. Oi Ranna,
      Tudo vai depender das condições materiais, mas também do elemento humano que você vai encontrar pela frente. Hoje em dia nós temos acesso a tantas experiências partilhadas, tantas ideias que encontramos conversando com colegas, ou mesmo que estão disponíveis na internet. É claro que é bom ter um material legal pra trabalhar em sala de aula, eu particularmente gosto muito de material de papelaria. Mas eu também uso muita ideia simples e barata, reaproveitando material.
      O aprendizado que você adquiriu no PIBID vai além das atividades que você desenvolveu. Ela te colocou em contato com o cotidiano da escola, pra você conhecer as normas, a rotina, o perfil dos alunos, o ritmo da vida escolar e também te colocou a par das limitações. Mas também existem as potencialidades.
      Abraços,
      Andreza Maynard.

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  10. Você vê o PIBID na área de história como uma maneira de implementar novidades quanto ao seu processo de ensino e aprendizagem? Pois é normalmente pelo PIBID que são estimuladas outras regiões do cérebro por meio de atividades lúdicas que trabalham em conjunto com a Psicologia da Educação a fim de transmitir informações de maneira mais dinâmica.
    Willames Nunes da Silva

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    1. olá Willames,
      O PIBID tem essa característica de propor atividades mais dinâmicas e interativas. Sem dúvida os estímulos diferentes acessam diferentes áreas e isso pode ajudar nas sinapses realizadas pelo cérebro durante as atividades.
      Agradeço pelo comentário.
      Andreza Maynard.

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  11. Participando do programa de Residência pedagógica, na subárea da História, pude entrar em contato, e por um período mais extenso de tempo com as situações presentes no cotidiano escolar. achei a experiência extremamente enriquecedora e válida, afinal, me senti mais preparada e adequado á realidade escolar após o termino dos trabalhos na escola onde atuava. Particularmente não participei do PIBID, mas considero o projeto deveras necessário para o aprimoramento dos futuros professores. Dito isto, gostaria de saber como vocês observam as constantes mudanças nos projetos voltados pra educação? E o projeto da residência pedagógica, a consideram uma ferramenta complementar, que poderia ser utilizada em conjunto com PIBID e outros projetos que buscam integrar Universidades e sociedade?

    Gerfeson Carvalho dos Santos

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    1. Olá, Gerfeson
      Os dois programas, PIBID e RP, são de extrema importância para aperfeiçoar a formação docente. Acredito que eles acabam se complementando sim. Na Universidade Federal de Sergipe os alunos do PIBID estavam no início, indo até a metade do curso. Enquanto isso, os alunos que participavam do RP já estavam mais próximos de concluir o curso. Muitos alunos que atuaram comigo no PIBID já estavam pensando em ingressar no RP, justamente pra manter esse vínculo com a escola durante a formação deles.
      Atenciosamente,
      Andreza Maynard.

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  12. Parabéns pelo texto e pelo tema.Também fui bolsista do PIBID do Subprojeto de História da UNISC,entre os anos 2014-2016.E dizer que foi muito gratificante para minha formação a possibilidade desse contato com ambiente escolar.Além disso,também me possibilitou desenvolver atividades lúdicas com alunos e a escrita de um artigo sobre a história da Escola Municipal de Ensino Fundamental Menino Deus intitulado "De Centro Integrado á Criança:Escola Municipal de Ensino Fundamental Menino Deus".Só tenho a agradecer a esse período. Gostaria saber o que você acha que fez o governo extinguir o Pibid,pois era algo tão ruim ou custo?E nesse período que foi coordenadora você consegui com os pibidianos colocar em prática as metodologias didáticas propostas por Paulo Freire? João Felipe Fagundes

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    1. Oi João,
      Apesar dos ataques ao PIBID e RP, hoje a CAPES liberou a lista com a concessão de bolsas PIBID e RP para 2020. Em meio ao caos, ao menos uma notícia boa.
      Atenciosamente,
      Andreza Maynard.

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  13. Ótimo texto...

    Ao inserirmos os alunos nesse programa é proporcionado a eles muitas vezes o primeiro contato com a sala de aula, percebemos que a grande maioria já experimentam a fascinante arte da docência.
    A grande questão é faltam políticas públicas que incentivem a profissão, como podemos fortalecer essa categoria de futuros professor com os grandes cortes de orçamento e congelamentos de bolsas?
    E preciso uma unidade estudantil que defenda os discentes! Ao seu ver como podemos nosmnos em defesa do PIBID?
    Atenciosamente: Fabrícia Da Silva Lopes

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    1. Olá Fabrícia,
      Você tem razão, houve vários ataques ao PIBID e RP. Mas hoje a CAPES liberou a lista com a concessão de bolsas PIBID e RP para 2020. Em meio ao caos, ao menos uma notícia boa.
      Ao meu ver, precisamos continuar a desenvolver um excelente trabalho nesses programas de formação docente.
      Abraços,
      Andreza Maynard.

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  14. Olá, Profa. Andreza,

    Parabéns pelo texto e pela análise. Acredito que a sua experiência na pós-graduação tenha sido fundamental no acompanhamento dos bolsistas em sala de aula no Colégio de Aplicação. Pesquiso o PIBID desde a iniciação científica até agora no doutorado, e tenho um carinho imenso pelo programa. Não sei se você tem realizado uma pesquisa sobre o PIBID ou se o texto foi mais para compartilhar no evento, mas a minha pergunta é:

    Como você acredita que o professor supervisor pode atuar na perspectiva do professor como intelectual transformador do Giroux, baseado na ideia de Paulo Freire que todos os seres que se posicionam são intelectuais?

    Agradeço desde já!

    Ruhama Ariella Sabião Batista.

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  15. Olá, parabéns pelo excelente texto e a reflexão abordada nele.
    Participei do PIBID na UNIR e foi uma experiencia enriquecedora e essencial à formação como futuro docente. Entretanto, na aplicação dos projetos houve uma resistência por parte dos professores-preceptores que estavam nos auxiliando na escola de aplicação, em alguns momentos a resistência foi compreendida como indisposição ou receio de aceitar o novo e por isso uma postura mais conservadora.

    Na sua opinião, como lidar com essas limitações e resistências por parte dos próprios docentes? Qual foi o maior desafio da aplicação do PIBID?

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  16. Olá, parabéns pelo excelente texto e a reflexão abordada nele.
    Participei do PIBID na UNIR e foi uma experiencia enriquecedora e essencial à formação como futuro docente. Entretanto, na aplicação dos projetos houve uma resistência por parte dos professores-preceptores que estavam nos auxiliando na escola de aplicação, em alguns momentos a resistência foi compreendida como indisposição ou receio de aceitar o novo e por isso uma postura mais conservadora.

    Na sua opinião, como lidar com essas limitações e resistências por parte dos próprios docentes? Qual foi o maior desafio da aplicação do PIBID?

    att,

    Gabriele Maia Bezerra

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    1. Oi Gabriele,
      Os impasses acontecem em todos os grupos. Eu não sei o tamanho do seu grupo, mas eu, por exemplo, recebi 10 pibidianos para trabalharem comigo. Gosto de usar esse verbo porque eu reforçava essa ideia com eles, de que eles estavam trabalhando na escola comigo e precisavam se sentir responsáveis por cumprir normas como horários, dias de escala, realização de tarefas ... O próprio entendimento dentro do grupo era difícil, pois os pibidianos eram alunos de períodos (ou turmas) diferentes na licenciatura. Também houve alguns choques comigo, porque às vezes era difícil encaixar as ideias dos pibidianos dentro da programação do professor. Mas é claro que existem também um pouco dessas formas diferentes de ver o processo de ensino e aprendizagem. Eu fazia reuniões periódicas com todos os pibidianos para planejar e avaliar as atividades realizadas. Mas os conflitos existiam. E eles precisam existir. Já imaginou se todo mundo pensasse do mesmo jeito?
      Obrigada por seu comentário.
      Atenciosamente,
      Andreza Maynard.

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  17. Este comentário foi removido pelo autor.

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  18. Olá, parabéns peloo excelente trabalho
    fui aluna do pibid durante minha graduação e sem dúvida o programa foi de ganho pra minha vida profissional,ao me permitir desenvolver atividades,ou seja um encontro da prática com a teoria.

    Sara Alves Ferreira

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    1. Que bom saber disso, Sara. Considero o PIBID importantíssimo para a formação docente.
      Abraços,
      Andreza Maynard.

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