MATERIALISMO
HISTÓRICO E APRENDIZAGEM SIGNIFICATIVA: INSTRUMENTOS METODOLÓGICOS DE
APRENDIZAGEM HISTÓRICA POR MEIO DO USO DO DICIONÁRIO
DE CONCEITOS E TEMAS ECONÔMICOS PARA JOVENS
A relação entre materialismo histórico
e educação é um dos temas fundamentais debatidos por Demerval Saviani, sua base
teórica para formulação do que chama de pedagogia histórico-crítica. Suas
formulações em torno da pedagogia tem como referência os escritos gramscianos,
sobretudo, a obra intitulada A concepção
dialética da História. Assim, considera-se fundamental uma rápida
apresentação da obra do pensador italiano para que, posteriormente, seja
possível compreender as análises de Saviani.
É importante lembrar que para Gramsci a
conquista da Hegemonia e sua posterior manutenção é o ápice das alterações
necessárias ao projeto político-pedagógico, isto é, a proposta feita por
Saviani de uma pedagogia histórico-crítica se configura como movimento
contra-hegemônico no âmbito educacional que rompe com a lógica pedagogizante
tradicional. Assim, a concepção dialética da História traz concepções acerca da
metodologia à qual este trabalho se filia em busca de uma consciência histórica
de tipo crítico-genética. Coutinho e Konder [1978], em nota sobre Antonio
Gramsci, consideram que:
“Gramsci
estabelece a sua polêmica em duas partes: por um lado, ele combate contra as
tendências: auto-intituladas ortodoxas, que fundam o marxismo sobre o
materialismo vulgar, sobre o fatalismo mecanicista, transformando-o em uma
simples sociologia positivista [como é o caso de Bukharin]; por outro, contra
as tendências de destruí-lo enquanto concepção unitária do mundo,
fragmentando-o em parte isoladas – e descaracterizadas – que possam ser
assimiláveis por uma outra compreensão, idealista ou especulativa [como é o
caso de Croce]” [Coutinho; Konder, 1978, p.04]
Essas duas frentes também são
combatidas neste trabalho quando se propõe uma análise das relações econômicas
com base na sua relação com a instância social, portanto se afastando da
proposta do economicismo vulgar, determinista.
Nesta constituição da concepção
dialética da Histórica, Antonio Gramsci se apóia em alguns conceitos, como:
Filosofia da Práxis, Intelectuais Orgânicos, Autoconsciência Crítica, Partidos
Políticos, Hegemonia e Catarsis. O
teórico italiano considera que a filosofia não pode se desvincular da vida
prática, isto é, a filosofia possui uma função prática de emancipação humana.
Assim se constitui a Filosofia da Práxis, como uma “superação da maneira de
pensar precedente e do pensamento concreto existente [ou mundo cultural
existente]” [Gramsci, 1978, p.18]. Portanto, o que se pretende é a construção
da hegemonia em torno do projeto de uma educação histórico-crítica, sendo este
mais uma ferramenta de criação de consenso em torno deste modelo pedagógico.
A Filosofia da Práxis, segundo Gramsci
[1978], possibilita a Autoconsciência Crítica sendo que, “a compreensão crítica
de si mesmo é detida, portanto, através de uma luta de “Hegemonias” políticas,
de direções contrastantes, primeiro no campo da ética, depois no campo da
política, atingindo, finalmente, uma elaboração superior da própria concepção
do real” [Gramsci, 1978, p.20]. A autocrítica, então, possibilita “a criação de
uma elite de intelectuais” [Gramsci, 1978, p.20].
Neste processo os intelectuais são
imprescindíveis já que são responsáveis pela nacionalização de projetos.
Portanto, o fomento de estratégias que possibilitem a formação de intelectuais
ainda no campo escolar é fundamental, pois a escola funciona como Partido
Político, dispondo de bases organizativas para formação e ação de Intelectuais
Orgânicos. Segundo Antonio Gramsci [1978] os partidos, então, possuem extrema
importância no processo de criação e difusão de uma nova cultura. Assim:
“Deve-se
sublinhar a importância e o significado que tem os partidos políticos, no mundo
moderno, na elaboração e difusão das concepções do mundo, na medida em que
elaboram essencialmente a ética e a política adequadas a ela, isto é, em que
funcionam quase como “experimentadores” históricos de tais concepções. Os
partidos selecionam individualmente a massa atuante, e esta seleção opera-se
simultaneamente nos campos práticos e teóricos, com uma relação tão mais
estreita entre teoria e prática quanto mais seja a concepção vitalmente e
radicalmente inovadora e antagônica aos antigos modos de pensar.
Por isso, pode-se
dizer que os partidos são os elaboradores das novas intelectualidades integrais
e totalitárias [totalizadoras], isto é, a pedra-de-toque da unificação de
teoria e prática, entendida como processo histórico real; e compreende-se,
assim, como seja necessária que sua formação se realize através da adesão
individual e não ao modo “laborista”, já que – se se trata de dirigir
organicamente “toda a massa economicamente ativa” – deve-se dirigi-la não
segundo velhos esquemas, mas inovando; e esta inovação não pode tornar-se de
massa, em seus primeiros estágios, senão por intermédio de uma elite, cuja
concepção implícita em sua atividade humana já se tenha tornado, em uma certa
medida, consciência atual coerente e sistemática e vontade precisa e decidida”
[Gramsci, 1978, p.22].
Gramsci considera que “a escola – em
todos os seus níveis – e a igreja são as duas maiores organizações culturais em
todos os países, graças ao número de pessoal que utilizam” [Gramsci, 1978,
p.29]. Assim, o autor italiano chega às suas análises específicas em torno dos
problemas de filosofia e de História. É este o gancho utilizado por Saviani em
suas elaborações.
As pesquisas científicas, para terem
uma função emancipadora, precisam se libertar de ideologias que pouco
contribuem para a vida prática, de modo que acabam alimentando um fanatismo
ideológico que cega a sociedade. Essa tese se aplica também ao ambiente escolar
contemporâneo, sobretudo, no que tange ao processo de ensino-aprendizagem com
base no acúmulo de conteúdos, muitas vezes sem nexo com a realidade imediata do
jovem.
Assim, o docente possui função
importante nesse processo de modo que “a relação professor-aluno é uma relação
de vinculações recíprocas, e que, portanto, todo professor é sempre aluno e
todo aluno professor” [Gramsci, 1978, p.37]. Portanto, constrói-se a hegemonia
de uma pedagogia libertadora, de forma que seja estabelecida uma relação entre
teoria e prática de modo eficaz, considerando que essa relação “é um ato
crítico, pelo qual se demonstra que a prática é racional e necessária ou que a
teoria é realista e racional” [Gramsci, 1978, p.51].
Saviani [2009] analisa questões em
torno do marxismo e da História no ensino básico, de modo que considera a
História como disciplina fundamental por sua característica formativa, pois
traz consigo o perfil de eixo formador na pedagogia histórico-crítica,
possuindo potencialidades formativas, geradoras de capacidade crítica e
analítica. Assim, a utilização do método do materialismo histórico combinado à
História enquanto disciplina é o eixo da escola unitária.
Assim sendo, pode-se considerar que “é
pela história que nós nos formamos como homens e é por ela que nós nos
conhecemos e ascendemos à plena consciência do que somos” [Saviani, 2009,
p.112], portanto, “essa maneira de encarar a história, a possibilidade de torná-la
como eixo articulador dos currículos formativos e o próprio entendimento da
história como processo objetivo indicam tratar-se da concepção dialética da
história cuja matriz foi explicitada no âmbito do marxismo” [Saviani, 2009,
p.112]. A partir disso, Saviani [2009], considera como tarefa fundamental dos
professores que se alinham à perspectiva marxista:
“Trata-se de
empreender a crítica à educação burguesa evidenciando seus mecanismos e
desmistificando sua justificação ideológica; ao mesmo tempo, cabe realizar o
segundo movimento que implica reorganizar a prática educativa de modo a
viabilizar, por parte das camadas dominadas à frente o proletariado, o acesso
ao saber elaborado. Esse acesso significa a apropriação dos conteúdos
sistematizados dos quais os trabalhadores necessitam para potencializar sua
luta em defesa de seus interesses contra a dominação burguesa. É por esse
caminho que a ideologia proletária, isto é, a expressão elaborada dos
interesses dos trabalhadores poderá se configurar com um poder lógico e uma
força política capaz de disputar com a ideologia burguesa a hegemonia da
sociedade” [Saviani, 2009, p.114].
Assim, a pedagogia possui função
organizativa em torno da Vontade Coletiva no que tange à metodologia do
materialismo histórico, oferecendo “modelos formais sobre o problema da
formação do indivíduo racionalmente justificáveis e logicamente defensáveis,
particularizando as varáveis que os compõem enquanto instrumentos
interpretativos e propositivos de uma classe de eventos educativos” [Saviani,
2010, p.15]. A pedagogia histórico-crítica faz oposição aos modelos
neoprodutivistas, neoescolanovistas e neoconstrutivistas e, ainda, às
orientações pedagógicas de caráter pós-moderno, baseadas no relativismo e
ecletismo extremos. Portanto, tem por base duas premissas fundamentais, segundo
Saviani [2010]:
“As coisas
existem independentemente do pensamento, com o corolário: é a realidade que
determina as idéias e não o contrário; a realidade é cognoscível, com o
corolário: o ato de conhecer é criativo não enquanto produção do próprio objeto
de conhecimento, mas enquanto produção das categorias que permitam a
reprodução, em pensamento, do objeto que se busca conhecer” [Saviani, 2010,
p.26-27].
Partindo deste pressuposto, isto é, de
que a “realidade que determina as ideias e não o contrário”, que se considera
fundamental a discussão econômica em salas de aula do ensino básico. A
realidade na qual se vive é composta por relações econômicas complexas que
dinamizam as questões sócio-políticas e que, portanto, merecem espaço na
educação escolar de modo que sejam desvendadas aos jovens suas
complexificações. Não se pretende cometer o equívoco de tomar essas análises
com base no determinismo econômico ou no economicismo vulgar, mas mediar as
instâncias da vida contemporânea, tomando como referência o capitalismo.
Segundo Araújo [2008] a educação econômica nas escolas possui caráter de
urgência através da implementação de um programa que se justifica:
“[...] primeiro
por discutir e apresentar uma metodologia mais adequada a inserção do tema na
dinâmica escolar e, segundo, por considerar o espaço escolar, nos dias de hoje,
como um elemento essencial na formação econômica de crianças e adolescentes,
dada a ausência da família em relação ao seu papel no processo de educação
econômica” [Araújo, 2008, on-line].
Outrossim, é fundamental que seja
apresentado o verbete sobre economia elaborado no Dicionário de Conceitos e Temas Econômicos para Jovens, para que,
posteriormente, seja possível a apresentação da discussão em torno da economia
contemporânea que permeia toda a elaboração do dicionário proposto.
“Este dicionário apresenta a vocês, estudantes, vários conceitos
econômicos para que possam entender as relações econômicas atuais. Sabemos que,
como cidadãos, precisamos estar por dentro dos diversos assuntos da nossa
sociedade. Um desses temas é a economia. Você já parou para se perguntar o que
é a economia? A economia é um dos aspectos do cotidiano de nossa sociedade. A
economia estuda as relações de produção de uma sociedade, então, a economia
estuda a produção social, isto é, estuda o trabalho, a produção, o consumo [ver
consumo], o comércio [ver comércio], a renda. No entanto, não se limita a estes
aspectos. A economia pode estudar a desigualdade social, os impactos ambientais
a partir de determinado empreendimento, entre outras coisas” [Belo, 2018,
p.29].
No verbete acima apresentado é apontada
a concepção de economia que permeia todo esse trabalho, de forma que é
perceptível a filiação à matriz marxista de interpretação a partir do momento
em que foi destacado que a economia “estuda as relações de produção de uma
sociedade”. No entanto, a característica mencionada anteriormente não bastaria
para se fazer a afirmação do alinhamento deste trabalho à perspectiva marxista,
mais adiante aparece o trecho que aponta como função desta o “estudo da
produção social”, assim, relacionando à vontade humana, às relações humanas,
base do marxismo. É interessante destacar que a concepção de economia
apresentada, então, não se alinha à econômica clássica, mas, antes, à economia
crítica que segundo Gramsci [1978]:
“[...] buscou
construir uma justa síntese entre o método dedutivo e o indutivo, isto é,
buscou construir hipóteses abstratas não sobre a base indeterminada [e que de
nenhum ponto de vista pode ser reconhecido como abstração de uma realidade
concreta], mas sobre a realidade efetiva, “descrição histórica” que dá a
premissa real para construir hipóteses científicas, isto é, para abstrair o
elemento econômico ou os aspectos do elemento econômico sobre os quais se quer
chamar a atenção e exercer o exame científico” [Gramsci, 1978, p.304].
Assim, o que se pretende com o
dicionário proposto é justamente subsidiar as análises do alunado e dos
docentes da disciplina de História no que concerne às relações socioeconômicas
que muitas vezes não fazem parte da formação do professor nem dos livros
didáticos. O trajeto seria, portanto, a análise das relações econômicas para o
momento que Gramsci [1978] chama de Catarsis,
isto é, a “passagem do momento puramente econômico [ou egoísta-passional] ao
momento ético-político, isto é, a elaboração da estrutura em superestrutura na
consciência dos homens” [Gramsci, 1978, p.304].
A tese acima apresentada não está
presente, obviamente, na exposição textual feita no dicionário aos estudantes,
entretanto, a estrutura textual leva em consideração a tese supramencionada.
Assim, acredita-se que o ensino de economia aos jovens em idade escolar requer
estratégias que permitam uma aprendizagem efetiva das relações econômicas de
modo que a adaptação da linguagem seja um dos aspectos fundamentais neste
processo.
Adaptar a linguagem não significa
tornar a abordagem do tema superficial, mas é uma inserção no mundo dos jovens.
Neste sentido, o método dialético mais uma vez auxilia no processo de
ensino-aprendizagem, de forma que tem como base o movimento, a construção de
uma linha de raciocínio que permite associações e análises que possam atingir o
público-alvo, os jovens em idade escolar. Segundo Gasparin [s/d]:
“O processo
dialético de construção do conhecimento implica no modo de pensar as
contradições da realidade e na maneira de compreender a realidade como
essencialmente contraditória e em permanente mutação. O desenvolvimento do
pensamento por tese, antítese e síntese é o que constitui a dialética segundo o
materialismo histórico. Este método de análise e interpretação da realidade
busca evidenciar as contradições sociais e resolvê-las no curso do
desenvolvimento histórico” [Gasparin, s/d, on-line].
Assim, o processo se configura a partir
do conhecimento concreto, empírico, passa pelo processo de abstrações e
corrobora no novo conhecimento elaborado [Gasparin, s/d], seria, então, uma
síntese a partir do trajeto prática-teoria-prática, isto significa que
“aprender conceitos não significa acumular definições ou conhecimentos formais,
mas construir uma grade que avalie o aluno na sua interpretação e explicação da
realidade social” [Schmidt, 1999, p.149]. Assim:
“No âmbito da
escola, considerando a pratica do professor, é preciso partir das construções
já realizadas pelo aluno/a que lhe permita configurar sua própria representação
da realidade e, a partir dela, protagonizar seu desenvolvimento, num processo
coletivo e criativo de aprendizagem. O professor deve potencializar a
capacidade de pensar de seus alunos, de modo que permita elaborar explicações
sobre a realidade cada vez mais desenvolvidas e que compreendam algo mais que o
seu entorno imediato, promovendo a participação num clima de interação social,
que favoreça o juízo critico e responsável, através de metodologias, como o
trabalho com projetos” [Araújo, 2008, on-line].
Observando a primeira hipótese apontada
por Araújo [2008], é possível estabelecer relação imediata com o conceito de
aprendizagem significativa, haja vista que o conhecimento prévio dos estudantes
é o ponto de partida para um processo que culmina na síntese do conhecimento
construído, retomando o que foi apresentado por Gasparin [s/d].
A aprendizagem significativa, portanto,
se vincula ao materialismo histórico por incorporar a dialética em seu processo
de construção do conhecimento na educação escolar, pois os “conceitos são
compreendidos como unidades de conhecimento que implicam princípios, teorias e
procedimentos” [Alegro, 2008, p.27], a aprendizagem significativa pode ser
considerada, então, como:
“[...] o processo
pelo qual uma nova informação recebida pelo sujeito interage com uma estrutura
de conhecimento específica orientada por conceitos relevantes, os conceitos
subsunçores – ou conceitos incorporados, integradores, inseridores, âncoras,
determinantes do conhecimento prévio que ancora novas aprendizagens” [Alegro,
2008, p.24].
Como exemplo pode-se destacar que para
entender o capitalismo é necessário que sejam entendidos outros conceitos ou
categorias, como relação de produção, modo de produção, trabalho, mais-valor,
entre outros, que podem ser considerados conceitos âncoras para a compreensão
do capitalismo. Na estrutura do dicionário a remissão se constitui fundamental
para a utilização de conceitos subsunções, pois relaciona estes a todo
instante, este é um dos aspectos da ancoragem. O segundo aspecto diz respeito
ao conhecimento previamente adquirido pelo jovem em idade escolar.
Além disso, a integração com o
conhecimento básico, com o cotidiano se faz imprescindível para este processo.
Assim, estabelecendo relação com o dicionário elaborado, a aprendizagem
significativa necessita da “apresentação de material potencialmente
significativo para o aprendiz” [Ausubel, 2003, p.01], esta apresentação
pressupõe que:
“[...] o próprio
material de aprendizagem possa estar relacionado de forma não arbitrária [plausível, sensível e não aleatória] e não literal com qualquer estrutura cognitiva apropriada e relevante [i.e., que
possui significado ‘lógico’] e que a
estrutura cognitiva particular do
aprendiz contenha ideias ancoradas relevantes,
com as quais se possa relacionar o novo material” [AusubeL, 2003, p.01].
Tomando como referência que o material
em análise é constituído por explicações conceituais, é importante destacar que
o estudo dos conceitos econômicos pode ser a chave de compreensão da realidade
material à qual o estudante está inserido e que, por conseguinte, precisa estar
relacionado às diferentes realidades.
Considerações finais
Assim, acredita-se que seja fundamental
que o docente da disciplina de História possibilite discussões em que o alunado
possa evidenciar sua realidade para que o professor possa interagir de forma
sistêmica utilizando as relações nas quais os jovens estão inseridos. Logo, a
assimilação conceitual será efetiva e, o mais importante, aplicável às diversas
realidades socioeconômicas vividas pelo seu público-alvo. Então, o processo de
aprendizagem significativa é um processo ativo que requer minimamente:
“[...] [1] o tipo
de análise cognitiva necessária para se averiguarem quais são os aspectos da
estrutura cognitiva existente mais relevantes para o novo material
potencialmente significativo; [2] algum grau de reconciliação com as ideias
existentes na estrutura cognitiva – ou seja, apreensão de semelhanças e de
diferenças e resolução de contradições reais ou aparentes entre conceitos e
proposições novos e já enraizados; e [3] reformulação do material de
aprendizagem em termos dos antecedentes intelectuais idiossincráticos e do
vocabulário do aprendiz em particular” [Ausubel, 2003, p.06].
Acredita-se que a
metodologia mais eficaz para que tal objetivo seja alcançado é o materialismo
histórico que apresenta categorias como a totalidade, a contradição, a
dialética e a práxis que auxiliam no processo de ensino-aprendizagem de modo a
promover a mediação didática fundamental neste processo.
Assim, foi
elaborado o Dicionário de Conceitos e
Temas Econômicos para Jovens que apresenta verbetes cujo objetivo é a
análise das relações econômicas contemporâneas. Além dos verbetes o dicionário
é constituído de duas seções didáticas que se propõem a discutir temas e
conceitos relacionados ao tema central dos verbetes, muitos destes temas
relacionados ao cotidiano.
Referências
Werbeth Serejo
Belo é Doutorando em Estudos Contemporâneos pelo Centro de Estudos
Interdisciplinares do Século XX [CEIS20]/ Universidade de Coimbra. Mestre em
História pelo Programa de Pós-Graduação em História da Universidade Estadual do
Maranhão. Graduado em História pela Universidade Estadual do Maranhão. Tem
experiência na área de História, com ênfase em História econômica
Contemporânea, História do Brasil Contemporâneo e Ensino de História. Tem se
dedicado a pesquisas sobre desenvolvimentismo, propriedade industrial - com
foco em registro de patentes e relações capital-imperialistas desde 2013.
Recentemente tem se voltado a estudos sobre seguridade social no Brasil e em
Portugal entre os anos 1960 e 2019. Faz parte do Núcleo de Pesquisa em Historia
Contemporânea -NUPEHIC, do INCT/Proprietas e do Grupo de Investigação História
e Memória [CEIS20/UC].
ALEGRO, Regina
Célia. Conhecimento prévio e aprendizagem significativa de conceitos históricos
no ensino médio. Marília: Tese de doutorado, 2008.
ARAÚJO, Regina Magno Bonifácio. A
escola e o desenvolvimento do pensamento econômico em crianças: uma proposta de
avaliação e intervenção. 31ª Reunião anual da Associação Nacional de
Pós-Graduação e Pesquisa em Educação [ANPED]: constituição brasileira, direitos
humanos e educação. Caxambu, MG,
2008. Disponível em: http://31reuniao.anped.org.br/1trabalho/GT13-4246--Int.pdf
[internet]
AUSUBEL, David P. Aquisição e retenção
de conhecimentos: uma perspectiva
cognitiva. Lisboa: Plátano edições
técnicas, 2003. [livro]
BELO, Werbeth Serejo. Dicionário de
conceitos e temas econômicos para jovens.
São Luis: Produto da dissertação História econômica e o Ensino de História:
Dicionário de Conceitos e Temas Econômicos para Jovens como ferramenta de
análise das relações econômicas no ensino básico, 2018.
COUTINHO, Carlos Nelson. KONDER,
Leandro. “Nota sobre Antonio Gramsci”. In: GRAMSCI, Antonio. Concepção dialética da História. Rio de Janeiro: Civilização
Brasileira, 1978, p.01-08.
GASPARIN, João Luiz. A construção dos
conceitos científicos em sala de aula. Disponível
em: www.ead.bauru.sp.gov.br. [internet]
GRAMSCI, Antonio. Concepção dialética
da História. Rio de Janeiro:
Civilização Brasileira, 1978. [livro]
SAVIANI, Demerval. “Modo de produção e
a pedagogia histórico-crítica”. Germinal: marxismo e educação em debate. In: Londrina, V.1, Nº1, janeiro, 2009, p.110-116. Entrevista concedida
a Maria de Fátima Rodrigues Pereira e Elza Margarida de Mendonça Peixoto.
[artigo]
______. “Ciência e educação na
sociedade contemporânea: desafios a partir da pedagogia histórico-crítica”. In:
Revista Faz Ciência. V.12, N.10,
Jul./dez., 2010, p. 13-36. [artigo]
Caro Werbeth. Nas suas palavras "Como exemplo pode-se destacar que para entender o capitalismo é necessário que sejam entendidos outros conceitos ou categorias, como relação de produção, modo de produção, trabalho, mais-valor, entre outros, que podem ser considerados conceitos âncoras para a compreensão do capitalismo. Na estrutura do dicionário a remissão se constitui fundamental para a utilização de conceitos subsunções, pois relaciona estes a todo instante, este é um dos aspectos da ancoragem. O segundo aspecto diz respeito ao conhecimento previamente adquirido pelo jovem em idade escola". Concordo plenamente, parece que em alguns casos, quando ensinamos história, estamos lendo uma bula, escrita de forma precisa, pequena e presumidamente compreensível. Gosto da ideia de trabalhar conceitos e categorias junto aos temas históricos, isso amplia o horizonte de possibilidades cognitivas e pode se relacionar as experiências dos alunos. Pergunto a proposta é um projeto piloto? um plano de ensino? foi ou será realizada?
ResponderExcluirABCS
Everton Carlos Crema
Prezado Everton Crema,
ExcluirAgradeço pelo comentário. O trabalho aqui apresentado é parte da minha dissertação de mestrado intitulada "HISTÓRIA ECONÔMICA E O ENSINO DE HISTÓRIA: Dicionário de Conceitos e Temas Econômicos para Jovens como ferramenta de análise das relações econômicas no ensino básico" defendida em 2018 no Programa de Pós-Graduação em História da Universidade Estadual do Maranhão (mestrado profissional). Além da dissertação elaborei um material intitulado "Dicionário de Conceitos e Temas Econômicos para Jovens" como produto educacional para ser utilizado por professores (as) alunos (as) da educação básica. Tanto a dissertação como o dicionário estão disponíveis em pdf no site do PPGHIST - UEMA: http://www.ppghist.uema.br/?page_id=458 bem como no site do Núcleo de Pesquisa em História Contemporânea (NUPEHIC) do qual faço parte e é coordenado pela Prf.ª Dr.ª Monica Piccolo.: nupehic.net.br.
Abraços,
Werbeth Serejo Belo
Este comentário foi removido pelo autor.
ResponderExcluirOpa! vou ver. Obgd, Abcs
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