LIVROS DIDÁTICOS NO BRASIL: O USO PARA O ENSINO DE HISTÓRIA
O livro didático
é um objeto bastante polêmico, gerando discussões desde a sua produção até o
seu uso. Toda problemática levantada em torno do livro didático está em sua
complexidade “um objeto de 'múltiplas facetas', e para sua elaboração e uso
existem muitas interferências". [Bittencourt, 2008, p. 301. Cf. Choppin,
2004]
Um objeto
intrínseco no sistema econômico, político, cultural, social, destinado ao
educativo. Tornou-se uma das ferramentas ou a mais importante no processo de
ensino aprendizagem nas escolas. Sendo em muitas ocasiões o único veículo de
acesso aos conhecimentos utilizados na sala de aula e podendo ser a única obra
literária que chega à casa de várias famílias brasileiras. Daí, se possa
considerar a importância que o livro didático assume dentro do sistema educacional
em difusão de saberes.
A complexidade do
livro didático concerne em suas múltiplas faces, pois se trata de um objeto
cultural que apresenta várias funções. Podendo ser apresentado como uma
mercadoria, que se resume em um produto envolto de técnicas de produção para
sua comercialização; condutor de ideologia, por apresentar e representar
valores, culturas, de um dado grupo ou sociedade; um instrumento difusor de
conhecimento, através dos conteúdos nele inserido e instrumento pedagógico por
apresentar métodos para a construção do saber que propõe.
Assim, podemos
inferir que essas sejam as principais questões que se inserem na problemática
envolta ao livro didático, que divide opiniões entre ser vilão ou não no
contexto escolar.
O livro escolar
antes de ser um veículo de conhecimento, considerando esse como seu objetivo
último, é um produto da indústria cultural, e como produto dessa indústria,
passa por diversos processos técnicos em sua produção, isso implica dizer que
sua elaboração passa por mãos diversas até sua fase final. Para Munakata um dos
problemas na produção da indústria cultural é a falta de "autonomia do
artista, do autor", que "encontra-se cancelada, pois a produção da
obra como mercadoria é segmentada em trabalhos parcelares" [Munakata, 2012,
p. 54]. Ou seja, o livro didático na
categoria de mercadoria perde muito do seu objetivo maior ao falarmos como
instrumento didático, moldando-se as muitas técnicas desse mercado de cultura
em massa que visa apenas obter altos lucros, acabando assim por obter
simplificações, omissões, defasagens no que concerne aos seus conteúdos.
No entanto, uma
mercadoria com elo direto com o governo estatal, no caso específico do Brasil,
considerado o maior comprador desse produto. Relação que se acentua em metade
do século XX durante o período da Ditadura Civil- Militar, quando houve um
grande aumento da escolarização no país, ocasionada por diversos fatores que
aumentaram a demanda pelo ensino básico, como a urbanização, e a
obrigatoriedade do ensino imposta pela Lei de Diretrizes e Bases da Educação
Nacional - LDB-1971 levando um maior contingente populacional a inserir-se nas
escolas públicas. Dentro desse contexto, "o Estado impulsionou a indústria
editorial, vinculando-a diretamente ao processo de ampliação de produtos
educacionais" [Guimarães, 2012, p. 93.]. Levando a uma massificação do
livro didático.
Através dessa
ligação com o setor livreiro, o Estado por meio do livro didático colocava em
ação suas propostas curriculares educacionais, nesse caso específico
especialmente as impostas pela reforma educacional de 1971, principalmente das
disciplinas das ciências humanas, que foram suprimidas pelos estudos sociais
adquirindo o caráter de espaço para exaltação do nacionalismo que se acentua no
período e difusão dos valores da política imposta. Tornando o livro didático
também um meio de controle da difusão do conhecimento transmitido nas escolas,
e uma espécie de guia em técnicas e métodos de conteúdo e ensino, no qual
muitos professores se apoiavam, especificamente, aqueles formados nas
licenciaturas curtas efetivadas pelo poder político vigente.
Portanto, vale salientar que esse não é um
contexto isolado ao período ditatorial. Até hoje os conteúdos dos livros
didáticos se pautam nas propostas curriculares educacionais apresentadas pelo
Governo, "essa característica faz com que o Estado esteja sempre presente
na existência do livro didático”, tornando-lhe “instrumento fundamental na
própria constituição dos saberes escolares”. Bittencourt [2008, p. 301-302]
Livro didático de História
Podemos
considerar que os livros didáticos da área de História, são os mais afetados na
massificação do livro didático. Como sabido, em meados do século XX
intensificou-se as críticas em relação a História, quanto a sua historiografia
e ensino, que até então pautou suas características na ideologia positivista,
chamada de História Tradicional. Trazendo à história ensinada um conhecimento
histórico refletido nessa produção historiográfica, no entanto, os currículos e
materiais didáticos são produzidos consonantes a ela.
Com o advento da
nova História, muda-se a concepção de tudo que constitui a História. Trazendo à
historiografia novas abordagens, em contraponto ao padrão tradicional. Logo, as
mudanças necessitam também ser inseridas no contexto escolar, pois toda
produção historiográfica acaba por influenciar [in]diretamente as formas de
difusão do saber histórico.
Aos livros
didáticos recaíam críticas sobre o caráter ideológico dos seus conteúdos, pois
como fonte de construção do saber, além de fornecer conhecimentos acaba por ser
um transmissor de valores. Se analisarmos a História ensinada desde sua
inserção no âmbito escolar, podemos verificar que desde seus primórdios serviu
para introduzir e disseminar os princípios de uma classe social distinta, uma
história que privilegia um ensino pautado aos personagens ilustres, de uma
classe dominante privilegiada em ser construtora da História, e na importância
aos preceitos morais e deveres que o povo tem para com o Estado. Uma ideologia
implícita ou mesmo declarada, por entre as páginas do material didático, nas
ilustrações, nos textos, nas atividades etc.
Consequentemente,
um ensino pautado nesse contexto acaba deixando de lado muitos sujeitos
históricos e grupos sociais, na qual, os alunos pertencentes a esses grupos
marginalizados não se identificam como sujeitos produtores da construção
histórica, tendo da História a concepção de algo produzido num espaço e tempo
distantes de sua realidade. Daí a necessidade de um elo entre o conhecimento
histórico acadêmico e o escolar, para que as novas abordagens apresentadas pela
nova história sejam introduzidas nas salas de aulas.
Assim sendo, no Brasil, em finais da década de
1970 e início de 1980 as críticas e debates que surgem no campo acadêmico por
estudiosos da área, pautadas no processo de ampliação e mudança da
historiografia e novas concepções do ensino de história, alcançam a indústria
editorial que passa também a fazer parte desse processo. Para Guimarães [2012]
essa relação foi importante para as modificações empregadas no ensino regular,
pois ao aliarem-se aos setores intelectuais, os materiais didáticos ganham
novas faces, a exemplo a introdução dos paradidáticos.
Significa uma mudança não tão significativa
quanto aos conteúdos ensinados, pois os livros didáticos continuaram
apresentando os paradigmas tradicionais da "velha história". Parte
dessa permanência se dá porque muitas das pesquisas ligadas a produção historiográfica
acadêmica da segunda metade do século XX "limitaram-se a apresentar novas
interpretações sobre os denominados “nós” da história nacional", como
"a descoberta, a independência, a república, a revolução de 1930”
[Bittencourt, 2008, p. 98]. Acabando por apresentar as mesmas temáticas
discutidas como atrasadas nas obras didáticas.
Aqui podemos
perceber a importância da academia na produção literária dos conteúdos contidos
nos livros didáticos. Sendo um veículo que transmite o conhecimento histórico
que advém da produção acadêmica. Assim sendo, o livro didático é o responsável
por "transformar a história acadêmica em história ensinável".
Portanto, nesse contexto também ressaltam críticas na forma como esse
conhecimento é passado à obra didática, pois a história ensinável acaba
reproduzindo o que academia lhe oferece, transformando assim para os críticos o
saber didático em algo imutável, por seu caráter científico assegurado pela
academia. [Bittencourt, 2011, p.498-499]
No entanto,
sabe-se que até hoje há um hiato entre a produção do conhecimento histórico
acadêmico em relação ao que é levado ao espaço escolar por meio dos livros
didáticos, principalmente, por ali haver reducionismos e simplismos desse
conhecimento, sem falar das múltiplas deficiências que existem e persistem em
relação aos conteúdos apresentados. Devemos considerar também, o papel do
professor nesse contexto, o qual é responsável pela mediação e complementação
do conhecimento que o material didático apresenta.
Como percebemos,
são várias as questões que estruturam as problemáticas envoltas aos livros
escolares, pelo seu aspecto característico de difundir saber e predomínio no
âmbito escolar, principalmente os de História. Ocasionando diversos trabalhos
de análises e pesquisas em torno dessa produção didática, quanto a sua
elaboração, formas, linguagens, discursos, métodos, conteúdos, usos, etc.
O livro didático
é um veículo de informação de grande alcance, considerado, "o produto
cultural de maior divulgação entre os brasileiros com acesso à educação escolar
básica na rede pública de ensino” [Guimarães, 2012, p. 91].
Através de pesquisas vem sendo considerado o gênero de leitura mais lida
no Brasil. Daí a necessidade de se obter cuidados quanto ao que nele se insere
e a forma de uso no contexto escolar.
As mudanças
ensejadas por um livro didático com um papel mais eficaz na prática do ensino,
na perspectiva de uma educação de qualidade, levaram o Estado a implementar o
Programa Nacional do Livro Didático – PNLD, programa que fornece materiais
didáticos gratuitamente aos alunos das instituições escolares públicas de todo
território brasileiro. A partir de 1996, destina-se a avaliar rigorosa e
sistematicamente a qualidade das obras didáticas produzidas, dando aos
professores e instituições, opções, critérios e pareceres para a escolha das
obras didáticas a serem utilizadas no cotidiano escolar, por meio do Guia do
livro didático. Através da seleção, avaliação e aprovação dos materiais
didáticos feita pelo PNLD percebemos que há uma preocupação com a qualidade
desse material que chega as mãos dos professores e alunos, pois se encarregam
de relatar se são qualificadas e estão dentro dos critérios estabelecidos.
Porém, são nessas
obras que, por muitos anos, no que concerne aos seus conteúdos- nos referindo
aos livros didáticos de história- são inumeráveis as deficiências encontradas,
contendo informações e conceitos equivocados, defasagens, simplificações,
negligencias, omissões, preconceitos, discriminações, dentre outros.
No entanto, nos
últimos anos tem obtido mudanças consideráveis, não apenas pela política
pública de avaliação, mas podemos dizer que, em consonância com especialistas,
a nova LDB, os Parâmetros Curriculares Nacionais - PCN's ,área de História, e,
principalmente, após a implementação da Lei 10.639/2003 posteriormente
modificada para a Lei 11.645/2008, a qual estabelece as diretrizes e bases da
educação nacional, para incluir no currículo oficial da rede de ensino a
obrigatoriedade da temática “História e cultura afro-brasileira e indígena”,
trouxerem novas concepções curriculares o que proporcionou repensar o ensino de
história longe do eurocentrismo que estruturou por muito tempo os saberes
históricos. Introduzindo desse modo, novas temáticas, novos sujeitos, novos espaços
e tempos, novas identidades ao processo de construção do conhecimento histórico
escolar. Portanto, aos livros didáticos
ainda persistem muitas problemáticas que não foram suprimidas pelas políticas
educacionais.
Devemos refletir
também sobre o uso que professores e alunos fazem do livro didático no
cotidiano da sala de aula. São múltiplas as formas de se trabalhar o livro
didático na condução da construção do conhecimento histórico, no qual,
acreditamos que muitas das formas dependem particularmente do fundamento
teórico-metodológico do professor, quais as técnicas, abordagens, usos que ele
faz desse material no processo de ensino aprendizagem, como também, tomar uma
postura reflexiva e crítica perante os conteúdos. Para Isaíde Timbó, "a
postura teórico-metodológica do educador faz a diferença" em todo o
processo de ensino, pois "trabalhar com o livro didático requer uma série
de conhecimentos historiográficos e pedagógicos que otimizem sua utilização,
percebendo-o como um documento que comporta vários outros documentos na sua
estrutura”. [Timbó, 2009, p. 4-5]
Logo, no corpo do
livro didático inserem-se variadas fontes, iconografias, diversos gêneros
textuais, além do seu texto, dando condição de ser utilizado de diversos modos
e múltiplas finalidades. Pois recai sobre o livro didático a dependência que
possuem dos professores em escolhas, orientações, práticas, interferências e
mediações na utilização desse material pelos alunos, ou seja, quando se pensa
nas variadas formas de uso do livro didático não podemos deixar de explicitar o
poder que o professor exerce sobre ele.
Assim sendo,
consideramos que o material deve ser complementado, levando em consideração que
esse tem por finalidade auxiliar o professor em sua atividade pedagógica, desse
modo, faz-se necessário inserir outros recursos e materiais didáticos para a
construção do conhecimento histórico, por acreditarmos que quando utilizado
como ferramenta única na prática cotidiana acaba se tornando uma problemática,
podendo "simplificar a forma do currículo e do conhecimento em sala de
aula". O que "poderá formar nos alunos uma concepção auto excludente
da História, além de conduzir a uma concepção de ''História como verdade
absoluta'' e de livro didático como a fonte de conhecimento inquestionável”.
[Guimarães, 2012, p. 103]
Lembrando que no
livro didático os conteúdos históricos são sintetizados em simplificações e
reducionismos, no qual há a necessidade de introdução de outros materiais ou
recursos didáticos no cotidiano da sala de aula para construção de uma educação
de qualidade. Embora a realidade muitas vezes não possibilite que os
professores diversifiquem suas práticas metodológicas, seja pelas condições
materiais da escola, em não proporcionar recursos variados, principalmente
quando pública, seja pela correria do dia a dia com extensa carga horária em
variadas escolas dentre outros.
Referências
Erlane Maria da Silva, formada em Licenciatura
em História pela Universidade Federal de Pernambuco, e professora da rede
estadual de ensino do estado de Pernambuco.
BITTENCOURT, Circe M. Livros e Materiais
Didáticos de História. In: BITTENCOURT, Circe M. Fernandes. Ensino de História: fundamentos e métodos. 2. ed. São Paulo:
Cortez, 2008. P, 301 [livro]
Cf. CHOPPIN, Alain. História dos Livros e das
edições didáticas: sobre o estado da arte. Educação e Pesquisa, São Paulo,
v.30, n.3, p. 549-566, set./dez. 2004 [ artigo]
MUNAKATA, Kazumi. O livro didático como
mercadoria. Pro-Posições | v. 23, n. 3 [69] | p. 51-66 | set./dez. 2012
[artigo]
GUIMARÃES, Selva. Didática e prática de ensino
de História: Experiências, reflexões e aprendizados. 13' ed. rev. e ampl. -
Campinas, SP: Papirus, 2012. [livro]
BITTENCOURT, Circe. Produção didática de
História: trajetórias de pesquisas. Revista de História, São Paulo, n. 164, p.
487-516, jan./jun. 2011, p. 498-499. [artigo]
TIMBÓ, Isaíde. “livro didático de história:
cultura material escolar em destaque” ANPUH – XXV SIMPÓSIO NACIONAL DE HISTÓRIA
– Fortaleza, 2009. [artigo]
Durante o estágio ainda na graduação, percebi que os alunos são bastantes presos ao livro didático (experiência em escola pública)! Como desenvolver outros meios de aprendizagem, em um espaço cujo por exemplo o aluno não tenha acesso a internet ?
ResponderExcluirOlá Jéssica, obrigada pela sua presença!
ExcluirNão só alunos, como professores, o universo escolar ainda se encontra preso ao livro didático, principalmente em escolas públicas, na qual se torna ferramenta única no processo de ensino aprendizagem. Acredito que a partir da metodologia ativa mesmo fora do contexto da tecnologia, que pode consistir com trabalho em grupo colaborativo, suas vivências, atividades desafiadoras de investigação e compreensão do processo histórico fora do livro didático dentre outras, métodos que transformem o estudante em protagonista do processo de ensino.
Erlane Maria da Silva
Dentre as mudanças nos livros didáticos de história no Brasil a autora aborda o Ensino da história e cultura africana, afro-brasileira e indígena. Poderia explicar porque não contextualizou esse período histórico do Brasil? Será que havia uma reivindicação histórica dos movimentos sociais desses segmentos?
ResponderExcluirFábio de Oliveira Cardoso
Ao tratar do uso do livro didático para trabalhar (o ensino de) história, você citou a corrente historiográfica positivista como uma das principais responsáveis pela reprodução de uma história elitizada favorecendo, no caso do Brasil, uma gama de interesse individuais e coletivos de um grupo que quer manter sua posição privilegiada. Outro problema que vejo, e você citou, na utilização, e mesmo na escolha, do livro didático está relacionado á estrutura da sociedade brasileira que ver o livro didático como fonte do saber universal. Nesse sentido como o professor de história pode fazer intervenções no livro didático de modo a despertar nos discentes a consciência histórica?
ResponderExcluirMateus da Conceição Santos
Olá Mateus, obrigada por sua presença!
ExcluirPrimeiramente não termos o livro didático como manual de orientação em nossas atividades em sala de aula. Ao utilizá-lo como recurso didático devemos trabalhar com criticidade, para que os alunos percebam que o material didático não obtém verdade absoluta, levando para sala de aula se possível tipos de fontes históricas para o trabalho de análise crítica da realidade a partir delas, outros textos para comparação, trabalhar a construção do saber histórico de forma contextualizada, por meios de métodos que incentivem a reflexão histórica. Que livro didático não seja o único meio.
Erlane Maria da Silva
Como poderia melhorar as deficiências, conceitos equivocados e
ResponderExcluirpreconceitos, principalmente quando se refere a cultura africana,
afro brasileira e indígena, que os livros didáticos de história
ainda persistem em difundir?
Eliane Terezinha Piccolotto.
A maioria dos professores da rede pública da minha cidade não formados na área em que lecionam, e no caso da história, estes se apegam ao livro didático como verdade absoluta. Qual seria a forma de fazer que esses professores se utilizem de outras vias para lecionar com uma melhor qualidade de ensino? Aqui na minha cidade, a universidade em que estudo, os professores do curso fazem uma formação continuada para os professores da rede pública de educação, mas a procura é baixíssima!
ResponderExcluirLeitor: Yasmim Fagundes Centeno
Olá Yasmim, obrigada pela presença!
ExcluirO interesse tem que partir do professor, em está comprometido com o ensino e aprendizagem dos seus alunos, com a instituição que trabalha, mesmo que essa de alguma forma venha obrigar a utilização de novos métodos e variedades de recursos em suas aulas, se não forem compromissados de nada adiantará. Acredito que a licenciatura parte da premissa do querer, na crença da importância do educar. É sabido que enfrentamos inúmeras dificuldades no dia dia do contexto escolar, principalmente em escolas públicas, mas se continuarmos nos rendendo ao obsoleto não sairemos do lugar.
Erlane Maria da Silva
Frente às deficiências reconhecidas nos livros didáticos de História e à maior necessidade do professor na construção do raciocínio histórico e ao crescente uso das novas tecnologias em sala de aula, ainda resta espaço para os livros didáticos?
ResponderExcluirLeitora" Tatiana Lenskij
Olá Tatiana, obrigada por sua presença!
ExcluirSe há possibilidade para o professor e sua instituição de ensino trabalhar o conteúdo histórico a partir de outros recursos, não se faz necessário seu uso. Portanto, devemos lembrar que boa parte das escolas públicas, sofrem com a falta de estrutura tecnológica, tendo como único recurso o livro didático, e muitas não recebem.
Erlane Maria da Silva
Boa noite professora Erlane, primeiramente gostaria de lhe parabenizar pelo ótimo artigo produzido, foi uma leitura muito interessante que me permitiu uma boa reflexão acerca do uso do livro didático no exercício da docência, concordo plenamente com a posição adotada na qual o professor deve utilizar o livro didático juntamente com outros meios para fazer um bom uso do mesmo, já que o livro didático, creio eu, pode fornecer um ótimo suporte ao processo de ensino-aprendizagem se utilizado juntamente com outros "objetos" que consigam abranger pontos não presentes no livro.
ResponderExcluirO texto me fez lembrar de uma situação recorrente que ocorria quando eu cursei a educação básica (finalizei em 2017) em que meus professores em diversas etapas se recusavam a utilizar o livro didático (não apenas professores de história como professores de outras matérias também, alegando que os livros possuíam um conteúdo de má qualidade)Você acha que essa escolha tomada por alguns professores de não utilizar o livro didático em sala (durante todo o período letivo) pode prejudicar a formação dos alunos de alguma forma?
Atenciosamente
Renan Lopes Belo
Olá Renan, grata pela presença!
ExcluirAcredito que não seja prejudicial. Não há obrigatoriedade de uso do livro didático, ele consiste numa ferramenta, como qualquer outro recurso no processo de ensino e aprendizagem. Visto que, professores que não utilizam fornecem aos alunos outros meios viáveis para construção do conhecimento.
Erlane Maria da Silva
Olá, levando em conta o investimento governamental e a permanência das deficiências dos livros didáticos, quão válido você considera o esforço pela correção destes problemas -que ainda permanecem-, tendo em vista que muitos professores não utilizam os livros didáticos conscientes de suas defasagens? Obrigado
ResponderExcluirGuilherme Bohn dos Santos
Olá Guilherme, obrigada por sua presença!
ExcluirEstamos desde a década de 80 dando passos em relação a melhoria da história ensinada. Embora tenhamos ganhos consideráveis na produção do livro didático para perspectiva de um ensino de qualidade, com a implementação do Programa Nacional do Livro Didático -PNLD, assim como a Lei 10.639/2003, problemas ainda persistem. Mas é válida a luta por um livro didático de qualidade, pois em sua estrutura é uma ferramenta importante no processo ensino-aprendizagem, podendo promover o acesso a informação, identidade, cultura e diversidade na escola.
Erlane Maria da Silva
Texto muito interessante para se pensar o uso do livro didático de forma realmente"didática" e romper com aquele determinado tradicionalismo que é considerar o livro didático como a única ferramenta de apoio nas aulas. Mas claro que a forma de como o professor utiliza o livro didático, vai repercutir muito na qualidade de suas aulas. É importante pensar o livro didático não como um inimigo e sim torná-lo um aliado no processo pedagógico e ter autonomia para se debruçar em outras possibilidades de metodologias de aulas que muitas vezes vem nas próprias sugestões do livro didático; assim como sugestões de filmes, documentários ou um manual sobre como promover uma atividade diferente em cima daquele determinado tema. Então, o professor tem que está verificando o conteúdo do livro didático, até nos pequenos detalhes. Talvez até numa curiosidade histórica que vem do lado da página bem pequena, pode surgir a ideia de alguma atividade em cima dessas breves "informações extras" que acompanha as páginas do livro didático. Uma passagem do texto sobre isso é que o educador seja criativo e pense em transformar aquele conteúdo do livro em atividades instigantes para seus alunos: seja, quando se pensa nas variadas formas de uso do livro didático não podemos deixar de explicitar o poder que o professor exerce sobre ele.
ResponderExcluirOu seja, o professor, por sua vez, tem o domínio e controle de usar essas informações muitas vezes sistematizadas e promover reflexões, debates e atividades que atraiam seus alunos. Desse modo, minha pergunta é: é realmente eficaz o professor estar atento de uma forma detalhada a todos os recursos de sugestões e ideias que o livro didático traz, ou o professor não deve se atentar a isso ? E é possível somente a partir do livro didático, promover aulas criativas e interativas ?
Jaciara Azevedo Rodrigues
Este comentário foi removido pelo autor.
ExcluirOlá Jaciara, obrigada pela presença!
ExcluirA eficácia talvez consistiria em colocar na prática tais sugestões, não todas, mas algumas acredito que são válidas, porém cabe ao professor analisa-las e, principalmente, observar se estas estão inseridas na realidade dos alunos. As sugestões podem sim ajudar no processo de ensino- aprendizagem, pois inserem
recursos diferentes dos habituais do dia a dia da sala de aula. O livro didático pode ser um instrumento capaz de promoção ao acesso de informação, cultura etc, porém com ressalvas. Como você falou ele não deve ser visto como vilão, temos autonomia sobre ele, podemos utilizá-lo desde que atentos ao que nele se reproduz.
Erlane Maria da Silva
Primeiramente quero parabenizar pelo texto, pois é necessário falar mais sobre o papel dos livros didáticos no ensino de história. Pois bem, a minha análise sobre seu texto bate de frente com a seguinte indagação, Os livros didáticos são escolhidos não somente pelo conteúdo que se agrega dentro dentro deles, mas dos valores políticos ideológicos do autor ou dos autores que estão vinculados ao governo. Sendo assim, podemos afirmar que o governo tem controle no ensino do País ?
ResponderExcluirCarlos Fontineli Modesto