JÖRN RÜSEN NA SALA DE AULA: SENTIDO DO PASSADO, INTERPRETAÇÃO DO PRESENTE, CONFORMAÇÃO DO FUTURO
As ideias do
professor Jörn Rüsen tem sido, com especial destaque nas últimas duas décadas,
presença constante e crescente no círculo de professores dedicados ao ensino da
História, sobretudo após o lançamento da sua trilogia Razão Histórica [RÜSEN,
2001]; Reconstrução do Passado [RÜSEN, 2007]; e, História Viva [RÜSEN, 2010].
Exercendo uma espécie de pontificado na Universidade de Witten, esse
historiador e filósofo alemão teve passagem marcante por prestigiosos centros
como Bochun e Bielefeld, conforme sabemos, ambientes acadêmicos que também
contaram com a presença de historiadores de destaque cujos nomes mais
conhecidos entre os brasileiros talvez sejam, por força da influência da
história dos conceitos de matriz alemã, Otto Brunner, Werner Conze, e
certamente Reinhart Koselleck, a quem Rüsen substituiu na cátedra, em
Bielefeld.
No presente
estudo nossa intenção é alinhar alguns tópicos principais que gravitam pelas
obras de Jörn Rüsen, limitados no entanto àqueles que foram estampados em
língua portuguesa, entre os anos finais da década de 1980 e o momento atual.
Nosso intuito é esboçar alguns rudimentos teóricos que venham a permitir que
professores e estudantes universitários que ainda não travaram contato com esse
corpus teórico, sejam convidados a
iniciar um diálogo com parte desse ‘arsenal ruseniano’. Assim, sob o cuidado de
nos abster de formular objetivos muito ambiciosos, e, portanto, incompatíveis
aos exíguos limites epistemológicos e espaciais desse trabalho, o intuito que
preside nossos objetivos prima por oferecer alguns esclarecimentos que nos
parecem estar no cerne dos esforços de Jörn Rüsen, e que possam vir a
contribuir para a abertura de promissores espaços de trocas em nossas salas de
aula.
A matriz disciplinar proposta por Jörn Rüsen e
o papel da consciência histórica
Parece haver uma
espécie de consenso a endossar as balizas teórico-epistemológicas na qual opera
Jörn Rüsen. Para alguns dos mais destacados dos seus vários comentaristas
brasileiros, evidenciamos aqui as contribuições de Martins [2001]; Cardoso
[2008]; Cerri [2001 e 2011]; Schmidt; Barca; Garcia [2011]; Martins [2011]; e,
Barom [2017], estaria ocorrendo uma alteração nos paradigmas do ensino de
História, o que faz com que a didática da História caminhe cada vez mais em
direção à autorreflexão, passando assim a analisar as formas e funções do
raciocínio e do conhecimento histórico na vida prática. Assim,
aprioristicamente, passaria a ganhar cada vez mais importância a relação
dialógica entre a natureza e a cultura, na qual o sujeito histórico se encontra
imerso.
Rüsen define a
História como um “campo de aplicação do conhecimento histórico” [2001, p.53], e
defende uma matriz disciplinar que busca enfatizar o caráter processual dos
conhecimentos históricos [Rüsen, 2015, p.72], a qual organizou sob um sistema
de cinco fatores, agrupados da seguinte forma: 1. Interesses [as carências de
orientação no tempo]; 2. Ideias [as perspectivas orientadoras da experiência do
passado]; 3. Métodos [as regras da pesquisa empírica]; 4. Formas [as formas de
apresentação]; e, 5. Funções [as funções de orientação existencial]. Voltaremos
em momento oportuno, a alguns desses tópicos da matriz do pensamento histórico,
quando abordaremos esse construto ruseniano na perspectiva daquilo que o autor
denomina por pragmática, palavra que segundo esse autor exprime “as operações
da consciência na vida corrente que se tenciona investigar e que se dão sempre
que se pensa historicamente só são identificadas quando se analisa a vida
cotidiana dos homens, no curso da qual tais operações se realizam” [2001,
p.55].
Jörn Rüsen
assinala que a estrutura e a forma do saber histórico acabam sendo determinadas
de maneira marcante, por operações da consciência reconhecidas como inseridas
na vida prática cotidiana, que não se tratam de algo relativo ao campo de
aplicação exterior ao saber histórico, mas como algo intrínseco a este. Para o
autor, a problematização que propõe vai muito além da distinção entre teoria e práxis, ou ainda, entre o conhecimento
histórico no âmbito da ciência da História e a aplicação desse conhecimento
fora da ciência. Nesse sentido, defende que tal problematização “busca a
conexão íntima entre o pensamento e a vida, na qual as operações da consciência
histórica são reconhecidas como produtos da vida prática concreta” [2001, p.
55]. No âmbito dessa discussão, passa então a avultar o papel desempenhado por
um conceito central em sua obra: a consciência histórica. Para Rüsen, a
consciência histórica encontra definição como “a suma das operações mentais com
as quais os homens interpretam sua experiência da evolução temporal de seu
mundo e de si mesmos, de forma tal que possam orientar, intencionalmente, sua
vida prática no tempo.” [2001, p.57]. Com efeito, o autor entende a consciência
histórica como fundada numa “ambivalência antropológica: o homem só pode viver
no mundo, isto é, só consegue relacionar-se com a natureza, com os demais
homens e consigo mesmo se não tomar o mundo, e a si mesmo como dados puros, mas
sim interpretá-los em função das intenções de sua ação e paixão, em que se representa
algo que não são” [2001, p. 57]. Enfim, e na qualidade de um esforço de
definição, Jörn Rüsen considerou que:
“a consciência histórica é o trabalho
intelectual realizado pelo homem para tornar suas intenções de agir conformes
com a experiência do tempo. Esse trabalho é efetuado na forma de interpretações
das experiências do tempo. Estas são interpretadas em função do que se tenciona
para além da condições e circunstâncias dadas da vida.” [2001, p. 59]
O tema da
consciência histórica, porém é vasto, e para entendermos a mudança operada pelo
legado junto à didática da História, entendemos que caberão algumas palavras
para situar, de maneira geral, como esse conceito – que como vemos ocupa papel
central na obra de J. Rüsen – foi avaliado por outros historiadores. Assim,
caberá iniciar por José Carlos Reis [2011] historiador que destacou três
autores, a saber, Georg Wilhelm Friedrich Hegel [1770-1831]; Friedrich Wilhelm
Nietzche [1844-1900]; e, Paul Ricoeur [1913-2005], que conforme sabemos, são
todos europeus, e que tratam de uma consciência histórica que ficaria designada
por “ocidental”. Evidentemente, no que Reis nos oferece em conjunto, a obra
desses historiadores, que encampa um período temporal bastante extenso, de
aproximadamente 200 anos, apesar das especificidades bem marcadas em cada um,
fica claro o sentido de legitimação daquilo que seria uma dominação europeia, e
por último norte-americana, a nível planetário. Todos eles, à exceção de F.
Nietzche, ocuparam postos de relevância nas academias europeias, em suas
respectivas épocas.
Da sua vez, Luis
Fernando Cerri [2011] nos oferece uma nítida percepção da valoração dos
europeus a respeito desse projeto de dominação, ao citar Raymond Aron, que na
conferência “A noção de sentido da História”, proferida em 1957, apontava que
“toda sociedade seria portadora de uma consciência histórica em sentido amplo,
mas apenas a sociedade europeia teria uma consciência propriamente histórica”
[Aron apud. Cerri,2011, p.23]
Luis Fernando
Cerri [2001 e 2011], elencou autores como Hans-George Gadamer [1998]; Phillipe
Ariés [1989]; e, Agnes Heller [1993], sob o objetivo de compreender os
fenômenos da consciência histórica enquanto “uma das expressões principais da
existência humana, que não é necessariamente mediada por uma preparação
intelectual específica, por uma filosofia ou teoria da história complexamente
elaborada e sistematicamente aprendida” [ 2011, p. 23-24]. Assim, ele encontra
em H. G. Gadamer a defesa que a consciência histórica seria uma espécie de privilégio
do homem moderno/contemporâneo, plenamente informado, a priori, da historicidade na qual vive. Ora, conforme o autor nos
oferece em sua crítica a Gadamer, essa visão é também eurocêntrica e
reducionista, pois exclui a possibilidade das sociedades refratárias ao
processo de dominação capitalista ocorrido no rastro da revolução industrial
possuírem uma consciência histórica.
Com algumas
variações, mas guardando semelhanças com o que defendeu Gadamer, comparece
Phillipe Ariés, conforme nos demonstra Cerri [2001]. Para esse autor, Ariés
fala de um homem desenraizado da sua comunidade original. Esse homem ao ser
catapultado de seu antigo habitat,
percebe que não se encontra mais protegido, e que a liberdade que outrora
pensava gozar em seu ambiente de origem, deve ser relativizada. Assim, o
caminho para esses grupos seria uma tomada de consciência que desencadearia por
sua vez, em uma consciência ‘histórica’. Dessa forma, tanto Gadamer, quanto
Ariés, vinculam a consciência histórica a um processo de modernização.
De forma
totalmente diversa, e, portanto, mais alinhada com o que defende Jörn Rüsen,
surge Agnes Heller [1993]. Para essa autora:
“A consciência
histórica, com seu poder de abrangência, inclui a consciência da historicidade.
Em todos os seus estágios, a consciência histórica se manifesta em cada uma das
objetivações criadas e absorvidas pela conjuntividade. A história como objeto
de interesse, é apenas uma dentre as muitas manifestações da consciência
histórica. Contudo, uma teoria da história precisa restringir-se à análise
daquelas objetivações que elegem como seu tema específico a história. Precisa
examinar como as histórias [passadas e presentes] se entenderam a si mesmas, em
sua capacidade enquanto histórias, e como este entendimento refletiu sobre os
vários estágios da consciência histórica. Devido a isso, uma teoria da história
não lida diretamente com a consciência histórica, mas apenas com suas
reflexões: tem de refletir sobre reflexões.” [Heller, 1993, p.69]
Ora, se
entendemos razoavelmente bem a noção mantida por essa filósofa e historiadora
húngara, afinada com as idéias de Jörn Rüsen acerca do papel ocupado pela
consciência histórica, caberá prover maiores atenções a certos conhecimentos
circulantes no âmbito das sociedades que de certa forma, cumprem a finalidade
de auxiliar na interpretação temporal da experiência humana no tempo. Trata-se
de um aprendizado realizado tanto na comunidade de origem, quanto no âmbito do
aparelho escolar. Afinal de contas, a tradição, com suas histórias difusas
formadas por percepções empíricas e mitos impressos no imaginário social que
tencionam explicar o passado mantém, de acordo com Rüsen [1987], uma mediação
com a historiografia tratada na escola. Essa última, Estevão de Resende Martins
[2002] nos informa, é o produto historiográfico, considerado por Rüsen como uma
vertente viva da História. Essa produção historiográfica aporta conforme
sabemos ao aparelho escolar, por força de uma transposição didática operada
pelo livro didático e pela ação do professor.
O papel dos mitos e das formas de narrativa
Algumas linhas
acima mencionamos os mitos circulantes e impregnados na sociedade. Cabe agora
dizer que na cultura ocidental esses mitos agrupam-se em uma espécie de vórtice
inscrito no imaginário, o qual acaba encontrando a sua contraparte em uma
espécie de alargamento dos domínios dos grandes clássicos da literatura, seja
ela política em senso estrito, ou não. Raoul Girardet [1987] identificou quatro
grandes conjuntos mitológicos que estariam firmemente impregnados na cultura
ocidental. Ele explica que esses mitos impõe-se em toda a sua autonomia,
constituindo-se num sistema de crenças coerente e completo, e seriam os
seguintes: 1. A conspiração maléfica, com suas tentativas de submeter povos à
dominação de forças obscuras e perversas; 2. As imagens de uma ‘idade de ouro’,
com suas nostalgias passadistas às voltas com um passado do qual convém
redescobrir a felicidade; 3. A revolução redentora, a permitir a humanidade
entrar na fase final de sua história, assegurando por um milenarismo
revolucionário, o eterno reino da justiça; e, 4. O apelo ao chefe salvador,
restaurador da ordem ou conquistador de uma nova grandeza coletiva, o que
conduz ao culto do chefe carismático.
Esses grandes
conjuntos mitológicos, nos explica Girardet, podem surgir dos pontos mais
opostos do horizonte político, colocando-se tanto à esquerda, quando à direita
de acordo com a oportunidade do momento. Mas conforme sabemos, esse
aprendizado, afinado com um saber que é genérico e social no sentido de vida
familiar e comunitária, não é o único, e na contemporaneidade, conforme
percebemos com o auxílio do pensamento de Jörn Rüsen, recebe por ação do
aparelho escolar a sua contraparte no discurso historiográfico, que se dá na
forma de narrativa [Martins, 2011, p.9].
Conforme
salientaram Schmidt; Barca; Garcia, para Jörn Rüsen:
“ a narrativa é a
face material da consciência histórica. Neste contexto, a narrativa é entendida
como a forma usual da produção historiográfica, que pode emanar de escolas
diversas. Pela análise de uma narrativa historiográfica ganha-se acesso ao modo
como o seu autor concebe o passado e utiliza as suas fontes, bem como aos tipos
de significância e sentidos de mudança que atribui à história. Ela espelha por
isso, tácita ou explicitamente, um certo tipo de consciência histórica, isto é,
as relações que o seu autor encontra entre o passado, o presente e,
eventualmente, o futuro, no plano social e individual. No que concerne à
Educação Histórica formal, ela será um meio imprescindível para as crianças e
jovens exprimirem as suas compreensões do passado histórico e conscientizarem
progressivamente a sua orientação temporal de forma historicamente
fundamentada.” [2011, p. 12].
Consideramos que
esta seção não estaria completa caso deixássemos de tecer certo liame, entre a
força da tradição que constitui o aprendizado do legado da ação humana
acumulado no tempo, no cotidiano das múltiplas experiências concretas da vida,
ambientes do convívio humano onde acabam sendo utilizados, muitas vezes de
maneira inadvertida, os quatro grandes conjuntos mitológicos que acima
mencionamos como repositórios. Encontramos em uma contribuição de José Carlos
Reis alguns subsídios que nos fazem pensar a respeito de uma similitude das
contribuições de ambos aprendizados, ou seja, aquele proporcionado pelo
ambiente social/comunitário e o institucional/escolar. De acordo com esse
autor:
“Há uma tradição
da narração, que não é uma forma morta, mas um jogo de inovação e sedimentação.
Nossa cultura ocidental é herdeira de diversas tradições narrativas: hebraica,
cristã, anglo-saxônica, germânica, ibérica. São paradigmas. Há também as
obras-modelo: Ilíada, Édipo, Histórias. Esses paradigmas fornecem as regras
para a experiência narrativa posterior.” [Reis, 2003, p.142].
Na sala de aula
Convirá agora
voltar a alguns dos tópicos constituintes da matriz disciplinar de Rüsen,
reiterados em diversas momentos de suas obras [1987; 2001; 2015]. A proposta
consiste em integrar pari passu e de
forma dinâmica, algumas constituintes dessa matriz às práticas da história
escolar. Assim, o primeiro ponto elencado por Rüsen em sua matriz
epistemológica da ciência histórica, são os interesses pelo conhecimento. Esses
interesses segundo o autor encontram-se articulados às carências de orientação
na sociedade, que acabam se prolongando para dentro da disciplina. Ora,
lembramos aqui que a História, conforme defendeu um dos fundadores dos Annales
[Lucien Febvre], é filha do seu tempo. Afinal, os eventos que mobilizam a mais
viva das curiosidades são aqueles que dizem respeito ao nosso próprio tempo.
Assim, para exemplificarmos, a pandemia do Covid-19, drama humano dos nossos
dias, despertou um grande interesse a respeito da Epidemia da Gripe
“Espanhola”, ocorrida em 1918. O aproveitamento de todo esse interesse em sala
de aula, decerto nos conduzirá ao segundo ponto da matriz disciplinar
ruseniana: as ideias. Então, aproveitando a exemplificação anterior, seríamos
levados em nossa prática docente a propor a interpelação do passado humano
mencionado [1918] sob os fundamentos da história. É óbvio que com isso, passa a
ganhar corpo o papel daquela epidemia em sua historicidade, os recursos em mãos
da comunidade científica naquele momento, e mesmo o contexto da grande guerra [1914-1918]
onde se enfrentava também um sério entrave materializado pela censura dos meios
de comunicação.
O terceiro fator,
as regras metódicas, fica representada pela forma na qual a experiência do
passado é inserida na pesquisa. É exequível demonstrar em sala de aula como
isso ocorre. Ainda tomando como exemplo a epidemia de 1918, caberia demonstrar
que a pesquisa histórica segue regras. Uma delas é que a escrita da história se
faz com documentos. Outra, é que a história pode ser reescrita. Assim, se consultarmos
os jornais de 1918, concluiremos ser quase impossível colher os resultados da
epidemia em sua totalidade. Tornamos a lembrar que o mundo encontrava-se
envolvido em uma guerra total, onde a população civil, em seu esforço
industrial, jogava um papel determinante.
Afinal, a epidemia de gripe se tornou conhecida pelo nome de ‘espanhola’
simplesmente pelo fato da Espanha ser um país neutro naquele conflito, o que
corresponde a dizer que as notícias da epidemia somente naquele país poderiam
ser plenamente divulgadas. Outro aspecto que merece destaque é que à falta de
dados consolidados de 1918, coube aos chargistas daquela época demonstrar
aspectos da morbidade da epidemia, o que nos leva à ideia da revolução
documental proposta originalmente pelos anallistes franceses.
Quanto às formas
de apresentação cabe ressaltar o papel específico mantido pela escrita da
história. Baseando-se em documentos, ela se afasta da ficção, e sendo uma
representação dos tempos pretéritos, sua escrita encontra-se envolvida em
escolhas do historiador. Assim, ressaltamos, a história, aprioristicamente,
nunca é definitiva, e sempre poderá ser reescrita, à vista de novas
interpretações, desde que fundamentadas em novos documentos.
Considerações finais
No texto,
defendemos que passa a crescer em evidência a estrutura temporal do presente,
enquanto fator constitutivo da História, privilegiando a consciência histórica
como fator valioso para a orientação na vida prática, no que, pensamos, abre a
possibilidade a que passemos a interpelar os homens comuns, sugerindo a eles
que são, efetivamente, sujeitos da sua própria História.
De acordo com
Jörn Rüsen não podemos compactuar na atualidade com uma visão tão distorcida –
apesar de tão difundida – que considere a didática da História como uma
disciplina que simplesmente faça a mediação entre a história enquanto
disciplina acadêmica e a educação escolar. Continuar a pensar assim,
corresponde para o autor, a endossar na atualidade o antigo entendimento do
aluno como não portador de conhecimentos, ou como pregava um antigo jargão, do
aluno como uma tela em branco.
Assim,
consideramos que a questão da consciência histórica não deverá ficar restrita a
um mero discurso acadêmico, para logo ser abandonado nas práticas, no momento
imediato em que pisamos as soleiras das nossas salas de aula. Ao agirmos dessa
forma, estaríamos dando vez e voz à concepção proposta por H. G. Gadamer, pois
estaríamos legitimando a reprodução em nossas escolas do modelo didático
clássico, onde o ato de ensinar passa a ser resumido a um sujeito ‘cheio’ que
preenche com seu conhecimento um sujeito ‘vazio’.
Afinal,
permanecendo com as antigas e malfadadas práticas, que aliás contradizem a
quase todas teorias que rotineiramente testemunhamos defendidas em nome de luminares
das teorias educacionais – Jean Piaget, Lev Vigostsky, Paulo Freire – não
conseguiremos fazer da disciplina escolar de História um porto seguro para a
formação de cidadãos ativos e conscientes, sujeitos da ação política, autônomos
e participativos.
Referências
Antonio Carlos Figueiredo Costa é Professor de História na Universidade do
Estado de Minas Gerais [UEMG], Unidade Acadêmica Ibirité [formação de
Professores], tendo ingressado por Concurso Público de Provas e Títulos.
Licenciado, Bacharel, Mestre e Doutor em História pela Universidade Federal de
Minas Gerais [UFMG], e líder do Grupo de Pesquisas José Carlos Mariátegui,
sendo autor de livros e artigos científicos publicados em periódicos da
imprensa universitária. Mantém como interesses de pesquisa temas que gravitam
pela teoria e metodologia da História, ensino da História, Historiografia e
metodologias ativas no ensino.
ARIÉS, Philippe.
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SCHMIDT, Maria
Auxiliadora; BARCA, Isabel; MARTINS, Estevão de Rezende [orgs.]. Jörn Rüsen e o
ensino de História. Curitiba: UFPR, 2011. [livro]
Primeiramente gostaria de parabenizar pelo esforço empreendido na aproximação entre a produção acadêmica e o ensino em sala de aula, entrando em acordo com o que nos propõe o próprio Rüsen quando afirma que o conhecimento histórico produzido no meio acadêmico não deve se restringir a ações acadêmicas isolado da sociedade, mas sim se confluir aos interesses comuns que partem do quotidiano das pessoas e que deve retornar como algo funcional na vida pratica.
ResponderExcluirEm segundo lugar ressalto que embora a construção de todo o texto seja de extrema relevância para a compreensão da temática o último paragrafo causa uma sensação de provocação muito positiva ao oficio dos educadores. Afinal, queremos mesmo sair do plano teórico e executar a árdua tarefa de, por exemplo, aplicar a Matriz didática de Rusen, saindo da nossa zona de conforto e enfrentado as barreiras que se impõe ao processo de construção de uma consciência histórica, ou basta replicar mais do mesmo? A resposta a essa questão normalmente se volta a primeira opção, no entanto entre o falar e o fazer existe um abismo permeado por variados problemas e de variadas naturezas.
Keren Amorim
Olá, Keren! Seu interesse por esse texto já me recompensou a trabalho que foi expor algumas possíveis contribuições de J. Rüsen em espaço tão curtinho. Essa relação entre a produção historiográfica strictu sensu e o conhecimento do 'chão de escola' é um dos pontos nodais a resolver. Os atores somos todos nós. Acho que valerá a pena, e os trabalhos de J. Rüsen podem nos ajudar a abandonar a zona de conforto à qual se referiu. Obrigado pelo interesse.
ExcluirEu que agradeço por partilhar conosco essa importante reflexão Sigamos na luta pela democratização de um ensino de qualidade, como você disse " os atores somos todos nós".
ExcluirCaro Antonio, obrigado pelo texto instigante. A distancia entre a universidade e o ensino escolar de história é significativa em nossa educação. Penso se é a falta de experiencia no ensino da academia que limita ou mesmo invisibiliza as ideias de Rüsen, num ensino de história que viva a realidade cotidiana em toda a carência e validade do pensamento histórico. Essa distancia e reflexão precisa urgentemente ser resolvida, sobretudo, em tempos em que o conhecimento histórico vem sendo questionado em sua validade. Pergunto por onde iremos? Abcs
ResponderExcluirEverton Carlos Crema
Olá, Prof. Everton Crema. Também me sinto na obrigação de agradecer a existência desse Simpósio, evento tão esperado, quanto providencial na atual conjuntura. Acho que a organização toda está de parabéns. Conforme escrito acima, atuo em uma unidade da UEMG que forma professores. Nessa unidade não possuímos curso de História, e então, o grande desafio dos historiadores que lá atuam é proporcionar a melhor formação possível às moças, que compõem a maioria discente do curso de Pedagogia, juntamente com alguns rapazes. As experiências que nosso Alunado narra em sala de aula são preocupantes. Essa distância entre as 'torres de marfim' das nossas universidades e o ensino escolar de história, mediado pelos livros didáticos impressos mediante interesses de grupos dominantes tem incomodado a muitos. Sou apenas um deles. Ano passado, no Encontro de Pesquisadores em História que se realiza na UFMG, após apresentar uma comunicação, tive a oportunidade de inverter o jogo e perguntar para o auditório, grande parte formado por jovens graduandos de história. Eles acabaram me proporcionando uma resposta que caiu como um alívio. Algumas universidades públicas estão investindo bastante nas aulas comuns mesmo, na perspectiva mantida por Rüsen para o ensino de História. Talvez algum dia, espero que todos experienciemos esse momento, tenhamos o ensino em um pé de quase igualdade com a pesquisa, ou melhor dizendo, as pesquisas de ensino em História não mais tratadas como algo pequeno. Em tempos de "pandemia de ignorância", conforme sabemos iniciada muito antes do Covid-19, é um alento. Sugiro que confiemos no talento e trabalho desses jovens, e que possamos apoiá-los e encorajá-los no que for possível. Abraço, Antonio Carlos
ExcluirOlá, Antonio e Everton. Saber que tem gente que se preocupa e se dedica a um ensino de história com produção de sentido gera esperanças a uma jovem licenciada como eu. O cenário dentro da maioria das escolas não é dos melhores, mas temos de confiar na ciência, confiar na educação e dar o nosso melhor. Obrigada pela contribuição na construção do conhecimento.
ExcluirMuito pertinente a reflexão do prof. Antonio. Gostaria de saber, como o conceito de consciência histórica pode contribuir para uma nova formulação didática, principalmente para o ensino da história, que foi consolidado numa perspectiva ocidentalizada e europeizada?
ResponderExcluirMaximiliano Gonçalves da Costa
Olá, Maximiliano! A consciência histórica, conforme a entende o prof. J. Rüsen busca permitir a formação de um indivíduo mais orientado face às brumas do tempo. Assim, nessa perspectiva, não se faz ouvidos moucos às experiências que os alunos possuem exteriores à Escola. William Carlos Cipriani Barom, em seu artigo “Os principais conceitos da teoria da história de Jörn Rüsen: uma proposta didática de síntese.” In Albuquerque: revista de História. vol.9, n. 18, 2017, p. 160-192 nos oferece um infográfico dos mais interessantes a respeito desse tema. Fica o convite para uma olhada, acho que vale a pena. Abraço, Antonio Carlos
ExcluirMuito pertinente a reflexão do prof Antonio, gostaria de saber, como podemos utilizar do conceito consciência histórica na prática didática da história, diante de uma metodologia de ensino que se consolidou de maneira tão ocidentalizada e europeizada ?
ResponderExcluirMaximiliano Gonçalves da Costa
Olá, Maximiliano! A consciência histórica, conforme a entende o prof. J. Rüsen busca permitir a formação de um indivíduo mais orientado face às brumas do tempo. Assim, nessa perspectiva, não se faz ouvidos moucos às experiências que os alunos possuem exteriores à Escola. William Carlos Cipriani Barom, em seu artigo “Os principais conceitos da teoria da história de Jörn Rüsen: uma proposta didática de síntese.” In Albuquerque: revista de História. vol.9, n. 18, 2017, p. 160-192 nos oferece um infográfico dos mais interessantes a respeito desse tema. Fica o convite para uma olhada, acho que vale a pena. Abraço, Antonio Carlos
ExcluirOlá Professor Antonio Carlos Figueiredo Costa. Parabéns pelas reflexões acerca do pensamento de Jörn Rüsen. Se possível gostaria que Professor respondesse a seguinte indagação: Diante do que foi relatado, o Professor percebe aproximações ou distanciamentos entre o conceito de consciência histórica de Rüsen e o conceito de práxis, considerando que ambos podem ou devem operar na vida material do indivíduo? Muito Obrigado.
ResponderExcluirGERSON LUIZ BUCZENKO
Olá, prezado Gerson. Agradeço a pergunta. Essa questão tem pontuado algumas reflexões que venho transformando em trabalhos escritos. A noção de consciência histórica conforme a entende o prof. Rüsen, ao que parece, aproxima-se do conceito de práxis, conforme esse conceito é percebido pelo marxismo. Ao propor um indivíduo mais autônomo, Rüsen aproxima-se a largos passos da perspectiva de autores como Marx/Engels, Christopher Hill, Edward Palmer Thompson, etc...além de outros, que reconhecidos como fora do campo marxista, lembro aqui de Hayden White, defendem que o papel da História, além de facilitar a orientação entre o passado e o futuro (campo de experiência e horizonte de expectativas, incluo Reinhart Koselleck) serve tanto para retirar o peso do 'fardo do passado', quanto para fazer o indivíduo perceber que é sujeito da História. Capaz de agenciá-la, portanto.
ExcluirAbraço,
Olá, Keren! Seu interesse por esse texto já me recompensou a trabalho que foi expor algumas possíveis contribuições de J. Rüsen em espaço tão curtinho. Essa relação entre a produção historiográfica strictu sensu e o conhecimento do 'chão de escola' é um dos pontos nodais a resolver. Os atores somos todos nós. Acho que valerá a pena, e os trabalhos de J. Rüsen podem nos ajudar a abandonar a zona de conforto à qual se referiu. Obrigado pelo interesse.
ResponderExcluirPrezado professor Antônio, parabéns pelo texto!
ResponderExcluirAssim como você eu também acredito que o Rüsen precisa ser popularizado no Ensino de História no Brasil, principalmente porque em sua obra "Teoria da História - uma teoria da história como ciência",publicada em 2015 pela Editora da UFPR, realiza uma revisão de sua trilogia (Razão História, Reconstrução do Passado e História Viva). Nessa obra, Rüsen apresenta sua visão sobre a Didática da História e defende o humanismo como ponto central do ensino e da aprendizagem histórica para que possamos superar o "etnocentrismo" nosso de cada dia. Como tornar a filosofia da História do Rüsen (epistemologia alemã) mais popular, uma vez que o Ensino de História no Brasil caminha em várias direções dado a sua herança epistemológica francesa?
Olá, Prezado Max, obrigado pela manifestação de interesse e gentis palavras. Reforço suas palavras sobre a importância de popularizarmos Rüsen nas salas de aula brasileiras, estimulando os professores a conhecer sua obra desde os bancos da graduação. Acho que foi ao 'ponto'. A influência dos Annales, mas também de certos 'annalistes' ainda que considerados meio periféricos ao projeto inicial das 2 primeiras gerações, tornados modismos tornados modismos em certas épocas, ao que parece, pode confundir um pouco. Também a história social inglesa mantida sob a esfera de um marxismo heterodoxo, possui, em minha percepção, uma grande influência. Contudo, acho que talvez o caminho não seja tornar Rüsen uma espécie de bloco monolítico para as nossas necessidades. Ele poderá ser muito útil, por tudo que nos ensina, e sobretudo, pela abertura que proporciona à questão do respeito à cultura. Em um país que mantém uma diversidade cultural como o Brasil, com uma rica herança de matriz africana e indígena, além da européia, talvez possamos captar essas características impressas na cultura regional/local como porta de entrada ao interesse dos nossos alunos. Não sei se fui claro, nem se era bem esse seu questionamento, em todo caso, fico à disposição. Abraço!
ExcluirFui instigado a ler o seu texto pelo título, por duas razões. A primeira delas por conter em seu enunciado a referência ao tempo “futuro”. A segunda, pelo fato da referência ao tempo futuro estar precedida da palavra “conformação”. Rüsen escreve que a “história é o espelho da realidade passada na qual o presente aponta para aprender algo sobre o futuro” e que a “consciência história” revela “as perspectivas futuras para as quais se dirige a mudança”. Nesse sentido, esperava que o texto abordasse o tempo futuro como uma possível dimensão do ensino de História. Apesar do texto fazer referência ao fato de que o passado pode orientar ações no presente, gostaria de questionar se é possível uma abordagem na qual o tempo futuro figure com uma dimensão do ensino de História?
ResponderExcluirSobre a segunda questão que me instigou a ler o texto, “conformação” pode sugerir tanto a ideia de “dar forma”, como de “resignar-se”, “aceitar”. Esse ponto, para mim, não ficou claro ao longo do texto. Parece indicar para uma linearidade, desconsiderando a atuação dos sujeitos no seu tempo.
Rossano Rafaelle Sczip
RÜSEN, Jörn. O Desenvolvimento Da Competência Narrativa Na Aprendizagem Histórica: Uma Hipótese Ontogenética Relativa À Consciência Moral
Olá, Prezado Rossano! Agradeço o seu interesse e seus questionamentos. Utilizemos a palavra conformação no sentido de "dar forma", como disse em sua manifestação. Para o título busquei algo que vincula-se o sentido às estruturas temporais, e ao mesmo tempo que articulasse aquilo que milenarmente buscamos (via-de-regra) na História. Como alhures escreveu o prof. Rüsen, a consciência histórica possui como uma das tarefas, dar estrutura ao conhecimento histórico como forma de entender o tempo presente e antecipar (a palavra parece forte...) o futuro. Estamos, ao que parece, na tênue divisa com a utopia, o irrealizável. Mas, essas palavra emprestam força ao projeto de mudança paradigmática proposta por Rüsen. Estamos diante de duas categorias meta-históricas muito utilizadas na verdade por um grupo que ficou conhecido como pertencente à História dos Conceitos. Um dos meus 'heróis' intelectuais é o Koselleck... E certas questões que permeiam o debate formulado por Koselleck também estão presentes em Rüsen. Uma maior atenção ao tempo presente. Por que o futuro é essa nebulosa, um mero horizonte de expectativas, nos qual podemos ingressar, mais ou menos informados, mas lembramos, as ações são todas, tomadas no presente. As ações futuras são aliás, meras intenções, que nem ao menos sabemos se ocorrerão de fato. Nesse sentido, a palavra conformação do título, sugere uma melhor orientação, no presente, quanto às nossas escolhas e tomadas de decisão que esperamos venham a influenciar o futuro. Acho que tratei desse ponto, quando me referi à atual pandemia, tornando presente algo da ocorrida em 1918. É uma forma de despertar no alunado o interesse pela Historia. Ao fim e ao cabo, obrigado por suas críticas, e perdoe se inadvertidamente na escolha do título, tomei seu tempo, frustrando suas expectativas iniciais. Grande abraço, e divulguemos entre os colegas, e pratiquemos em nossas salas de aula, os ensinamentos desse grande mestre alemão contemporâneo. Fico à disposição, caro Companheiro!
ResponderExcluirBoa noite, obrigada pelo seu texto! Trabalho na rede pública de Curitiba e a proposta metodológica do nosso currículo conversa com a formação de uma consciência histórica no estudante por meio de narrativas. Como atendemos de 1° ao 5° ano, o desafio é, dos professores pedagogos, abandonarem a metodologia de somente interpretação de textos paradidáticos para uma metodologia que envolva os estudantes como sujeitos históricos, que produzam por narrativas sua compreensão do passado. Somente um comentário.
ResponderExcluirOlá, Cara Sibeli. Obrigado pela manifestação de interesse. Meu trabalho com as graduandas de Pedagogia (da UEMG) tem sido esse. É desafiador, mas essas moças costumam possuir, via-de-regra, uma criatividade muito desenvolvida, além de corajosas, topando as experiências mais originais. Acho que nesse público, de 1º ao 5º ano, conforme disse, e completo, encontra-se uma grande tarefa a ser executada. A autonomia futura desse jovens dependerá muito, face ao triste e injusto ciclo de exclusão que certamente tão bem deve presenciar todos os anos (repetência/evasão escolar) joga sobre esses anos iniciais de ensino uma carga decisiva. Sucesso a vocês! Ouço falar muito bem dos professores do Paraná, do quanto são combativos e do quanto vêm heroicamente defendendo a Educação nesse Estado. Força!
ResponderExcluirPasso aqui para me despedir. Até o nosso próximo Simpósio...Agradeço aos nossos Organizadores, bem como as nossas Companheiras e Companheiros que se dispuseram a ler meu texto. Sigamos trabalhando na seara de Clio.
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