INTOLERÂNCIA E LIBERDADE RELIGIOSA: CONTEXTOS E VIVÊNCIAS DA TEMÁTICA EM ESTÁGIO SUPERVISIONADO
Introdução
O planejamento do
trabalho, bem como a organização geral, realizada na escola, ocorreu ao
reconhecimento do não debate da temática acerca da intolerância religiosa em
uma turma do 1º ano do Ensino Médio, no E.R.E.M. Santos Dumont [Escola de
Referência em Ensino Médio Santos Dumont], em um subúrbio da zona norte do
Recife-PE.
Tal trabalho foi
realizado como forma de projeto de intervenção na referida escola, no período
entre março e junho de 2018, para o estágio supervisionado do curso de
Licenciatura em História, na Universidade Federal Rural de Pernambuco [UFRPE].
A universidade situa-se no bairro de Dois Irmãos, na mesma cidade.
Diagnóstico
inicial e objetivo
O diagnóstico
inicial da turma, acerca dos conteúdos e da temática em si, foi realizado por
meio de conversas e debates, tanto com os alunos, como com o professor
responsável pela regência da disciplina de História e seguiu uma metodologia de
aplicação com foco imersivo. Deve ser considerado que, para diagnósticos
iniciais, foi-se utilizado a metodologia da pesquisa-ação, onde verifica-se
que, em artigo intitulado “Pesquisa-ação sob a ótica de René Barbier e Michel
Thiollet: Aproximações e especificidades metodológicas”, os autores são bem
enfáticos e salientam a importância deste método no âmbito educacional, onde:
“A utilização da
pesquisa-ação é feita sobre a concepção epistemológica de transformação das
pesquisas em Ciências Sociais, como uma metodologia específica para indivíduos
ou pequenos grupos. Ela se apresenta como um instrumento de trabalho e
investigação de grupos ou coletividades [...]” [Tanajura; Bezerra, 2015, p. 11]
Seguindo o
cronograma escolar, onde a aplicação do projeto durou entre a metade do mês de
Março e o começo de Junho de 2018, as observações em sala, e também, os
interesses do professora, em consonância com o diagnóstico pré-visualizado
acerca do tema de intolerância religiosa, algo pouco discutido na turma e mesmo
na escola, não havendo nenhum projeto anterior que tivesse dialogado acerca da
diversidade religiosa, foi-se possível realizar todo o planejamento, bem como
evidenciar os objetivos pretendidos. À época, estavam estudando acerca das
sociedades antigas [Idade Antiga], incluindo egípcios, fenícios, hebreus, entre
outros. A implementação direta veio após os estudantes terem assimilado a
organização básica dessas sociedades.
Os alunos que já
possuíam conhecimento prévio sobre algumas sociedades antigas, como ressaltado
anteriormente, incluindo os hebreus [sendo isto concluído com base no
cronograma escolar implementado pela gestão e pelo professor responsável pela
disciplina], puderam também visualizar a questão referente às guerras
religiosas [e demais guerras], ocorridas entre estes povos, de uma outra
perspectiva, ou seja, pela ótica da intolerância e pelo fato de que parte [não
todos] de certos conflitos advinham deste fator, e ainda, da intolerância
religiosa, onde este aspecto é visualizado em períodos atuais da nossa
sociedade, e está presente, inclusive, na própria sociedade brasileira, como
nos casos de intolerância às religiões de matriz africana.
Desta forma, o
objetivo do projeto implementado foi o caráter espaço-temporal micro e macro
para o ensino-aprendizagem. Ou seja, além da correlação entre passado e
presente, foi-se demonstrado os acontecimentos de intolerância presentes em
nosso meio local, nacional e mundial, relacionando a acontecimentos ou eventos
ocorridos no passado, pois o trabalho do professor de História, mas do que
ensinar, interliga-se ainda, com o trabalho do historiador, ou pelo menos uma de
seus trabalhos. Neste sentido, é com uma abordagem sobre Michel Foucault, em um
de seus capítulos, que Durval Muniz de Albuquerque nos explica em sua obra “Um
leque que respira: a questão do objeto da História”, que:
“Com ele
[Foucault] o trabalho do historiador é insuflar nova vida aos relatos que nos
dizem o que era o passado, através do uso da imaginação, da nossa capacidade
poética de retramar o que está tramado, redizer o que está dito, rever o que já
foi visto, para que estes relatos nos sirvam para demarcar a nossa diferença,
sirvam-nos para nos tramarmos, dizermos e vermos uma outra forma. A História é
experiência que se troca com o passado [...]” [Albuquerque Júnior, 2007, p.
153]
Ainda que do
ponto de vista histórico, o termo intolerância possa parecer ou soar como
anacronismo, se relacionado a sociedades antigas ou a História Antiga, o tema,
de maneira geral e abrangente, possibilita a aplicabilidade de seu uso, já que
trata-se do âmbito escolar. Outra questão é que, isso deve ser discutido de
forma democrática nas escolas, pois esta é até, mais uma das funções da
pesquisa-ação, pois esta encontra-se “[…] associada a uma ação ou a resolução
de um problema coletivo no qual os pesquisadores e os participantes
representativos da situação estão envolvidos de modo cooperativo ou
participativo [...]” [Tanajura; Bezerra, 2015, p. 13]
Estágio
Supervisionado: ensino, aprendizagem histórica e etapas didáticas
No período de
estadia na escola, para observação inicial com os alunos, entre Março e Abril,
além da aplicação conteudística, referente as sociedades na antiguidade,
estabelecida durante o projeto e com orientação do professor responsável,
foi-se possível ao longo dessas aulas iniciais, estabelecer contato e debates
como forma de coletar informações e conhecimento prévio dos estudantes acerca
do assunto e também, da temática sobre intolerância e liberdade religiosa, e
ainda, dificuldades e problemáticas dos alunos que poderiam vir a identificar,
e consoante ao que estava sendo visto em sala de aula, seguindo os parâmetros
da BNCC [Base Nacional Comum Curricular], os alunos e alunas puderam adentar no
que seria a primeira parte do planejamento, que é o primeiro contato com a
temática. Ademais, seria realizado nos meses subsequentes, em maio e junho daquele
ano, mais debates diretivos em sala e, por fim, o projeto final de culminância
desenvolvido no último dia de aula naquele semestre letivo.
As atividades
foram subdividas em três conteúdos de tópicos sequenciais, tendo como alicerce,
a temática central acerca da intolerância e liberdade religiosa, fazendo parte
do planejamento: primeiro, as sociedades antigas e suas religiões; segundo, o
conceito de intolerância e de liberdade religiosa e, por fim, o terceiro
tópico, intolerância religiosa no Brasil e no mundo: impactos sociais. Tais
subtemáticas apresentadas foram implementadas ao longo de etapas, que na
verdade, são uma maneira de organização de trabalho baseado no que Tripp [2005,
p.454] ressalta como “epiciclos”, onde em seu artigo, coloca em evidência o
planejamento inicial e a coleta de dados:
“Chamo esses
ciclos de investigação-ação porque se procede mediante, talvez, muitos ciclos
de investigação-ação quando se atua em cada uma das fases do ciclo de
pesquisa-ação. Por exemplo, ao planejar, planeja-se o que planejar, começa-se a
planejar, monitora-se o progresso do plano e avalia-se o planos antes de ir
adiante para implementá-lo.”
Tendo estas
informações, é preciso ressaltar algumas dificuldades encontradas, tal como a
divergência entre o calendário escolar e o acadêmico [ao qual os programas e
coordenação de estágio da universidade se vinculam], e o próprio espaço
concedido em sala, em que a frequência para observação e diálogo com os
estudantes foi, em comparação com a aplicação da culminância, bem maior que o
esperado. Outra questão diz respeito aos poucos recursos tecnológicos [de
infraestrutura] para uma sequenciação mais completa, que pudesse facilitar a
mediação para o ensino-aprendizagem, no qual a escola, apesar de dispor de um
laboratório de informática com 3 computadores, não dispõe de muitos data shows,
uma realidade comum em muitas escolas.
Por isso, o
desenvolvimento dos epiciclos demandaram um constante [re]pensamento e reflexão
na aplicação de cada um dos tópicos sequenciais e na utilização de recursos
didáticos que foram utilizados, e dos materiais de apoio, uma vez que, além da
utilização do livro didático, foi-se utilizado ainda, revistas de conteúdos
explicativo, destinada a estudantes e pela fácil linguagem que denotam seus
conteúdos, onde, a edição 27 da Revista Guia do Estudante, com um dossiê
especial sobre o tema da intolerância foi implementado, com título “Atrocidades
em nome de Deus”. Com isso, tal abordagem textual foi vinculada com um outro
texto de Louise Enriconi, intitulado “Como funciona a liberdade religiosa no
Brasil?”, também da mesma editora. Outra fonte de muita valia para uma
discussão microssocial da temática foi uma reportagem local, do ano de 2017,
com o seguinte título: “Suspeito de invadir terreiro de Candomblé em Olinda é
preso”. Tal reportagem foi utilizada como um modo de refletir que tais atos de
intolerância estão bem mais próximos de nós do que se faz pensar, e portanto,
foi exemplificativa.
Então, após
implementação e revisão do primeiro tópico/etapa, com o conteúdo sobre as
sociedades antigas embasada pelo livro didático, a segunda e terceira fase
tiveram como base, uma maior discussão sobre esses artigos de revista e
reportagem, bem como o conceito de intolerância e de liberdade religiosa. Tais
etapas foram melhor implementadas a partir de Maio, e seguiram até meados de
Junho de 2018, contendo 4 encontros e aulas.
Segue-se também,
diante da utilização de notícias, reportagem e debates acerca não só da
temática, mas com relação a própria História Antiga e suas conexões com o
presente, uma linha de pensamento a qual Funari [2003] observa como uma
renovação aos seus métodos investigativos atuais, mas, no que concerne ao
projeto em âmbito escolar, ao modo como esta História é ensinada, pois:
“Com isso,
chegamos à segunda grande novidade analítica: o relacionamento entre
Antiguidade e o mundo contemporâneo em que vivemos. […] As novas possibilidades
analíticas dependem, em última instância, da ativação da capacidade de reflexão
do aluno, diante da diversidade de interpretações e do aguçamento de sua
curiosidade intelectual” [Funari, 2003, p. 99]
Resultados
Os resultados
visualizados ao longo da implementação do projeto de intervenção, e ainda, ao
final, foram de suma importância não só para identificar o que foi apreendido
pelos estudantes, mas ainda, para fixação de conteúdo e coleta de dados. Esta
última foi fundamental para o prosseguimento das atividades e das etapas
pertinentes.
Interessante
ressaltar que um dos pontos avaliativos e que tiveram influência nos resultados
do projeto foi a leitura e discussão dos textos e materiais de apoio em sala.
As leituras de fontes [sejam de revistas ou jornal] foram primordiais ao
contexto e para o ensino-aprendizagem do material trabalhado e selecionado e da
temática abordada, verificando que os alunos passam a ter um maior acesso a
estas fontes e a sua linguagem.
Apesar da
complexidade da temática, visto que trata-se de estudantes entre 14 e 15 anos,
não deve-se escantear assuntos mais sérios e essenciais, onde sua abordagem
seria um meio de trazer acessibilidade a temáticas deste nível, como um
primeiro contato. Além disso, ao final foi constado uma certa maturidade ao
lidar e dialogar com o tema, em comparação ao início da abordagem, mesmo com
certas dispersões localizadas ao longo da implantação do projeto.
Um fator que
comprovadamente pôde servir de análise para a maturação de conteúdos pelos
estudantes, e dos debates selecionados após a implementação das aulas de
conteúdo histórico, em Maio, foram as produções textuais, onde foram coletados
aproximadamente 35 textos dissertativos e opinativos [o gênero textual ficou a
critério de cada estudante], podendo ser verificado uma alta taxa de adesão
participativa, não somente porque as produções textuais valiam uma pontuação
mínima para as provas, mas também porque era veemente que os estudantes queriam
registrar e ressaltar suas posições e opiniões sobre a temática acerca da
intolerância, ou porque presenciam e estão minimamente conscientes sobre certas
discriminações, no que se refere a religião, ou porque observam e observaram
isto no contexto de intolerância mundial discutido em sala, e na diversidade
religiosa existente.
Por fim, outro
processo avaliativo que possibilitou a análise dos resultados foi a
materialização simplificada e imagética do que os alunos apreenderam em sala de
aula, o que pode ser compreendido como a atividade de culminância. Esta,
apresentada e realizada no último dia de aula do semestre letivo, solicitou que
os alunos e alunas pesquisassem e trouxessem diversos símbolos representativos,
das mais diversas religiões e doutrinas para a construção de um painel/mural de
fotos que seria acoplado em sala de aula. Apesar da pouca adesão de alunos
neste dia, cerca de 20 estudantes colaboraram com a construção, onde o painel
teve o intuito maior de fornecer a compreensão de que o conjunto de imagens
diversas, das mais diferentes denominações, pudesse se apresentar em um único
espaço, com vistas a fortalecer a tolerância e a liberdade religiosa.
Considerações
finais
É importante a
existência de projetos interventores baseados na metodologia da pesquisa-ação por
facilitarem ou, pelo menos, incitarem debates, conversas e análises sobre
assuntos geralmente pouco discutidos em sala. É válido debatê-los, pois outros
tipos de intolerâncias e discriminações vão surgindo, e dento da instituição
escolar, cabendo aos profissionais de educação, ressaltar tais temas,
evidenciando o aspecto democrático que a escola deve estabelecer. Ainda que
seja preciso ter cuidado e planejamento redobrado ou revisto a cada etapa, com
temáticas mais complexas, tais assuntos corroboram, mesmo que minimamente, com
a abertura de fatos e esquematizações menos comuns a formação daquele
estudante, ampliando o senso crítico e despertando a visão para além do que se
é visto cotidianamente.
Referências
Gisely Capitulino
da Fonseca é graduada em Licenciatura em História pela Universidade Federal
Rural de Pernambuco [UFRPE].
“Atrocidades
em nome de Deus: Dossiê Intolerância”. Guia do Estudante, São Paulo, 2018. Edição 27. [livro]
ALBUQUERQUE JÚNIOR, Durval Muniz de. “ História: a
arte de inventar o passado.” São Paulo: Edusc, 2007. [livro]
ENRICONI,
Louise. Como funciona a liberdade religiosa no Brasil?. Guia do Estudante. São
Paulo, 2017. Disponível em:
<https://guiadoestudante.abril.com.br/blog/atualidades-vestibular/como-funciona-a-liberdade-religiosa-no-brasil/>. [internet]
FUNARI, Pedro Paulo. A renovação da História Antiga.
In: KARNAL, Leandro [org.]. História na sala de aula: conceitos,
práticas e propostas. São Paulo: Contexto, 2003. p. 95 – 107. [artigo]
Suspeito
de invadir terreiro de candomblé em Olinda é preso. Jornal do Comércio, Recife,
2017. Disponível em:
<http://jconline.ne10.uol.com.br/canal/cidades/policia/noticia/2017/10/11/suspeito-de-invadir-terreiro-de-candomble-em-olinda-e-preso-311168.php>.
[internet]
TANAJURA, L.L.C. ; BEZERRA, A.A.C. “Pesquisa-ação
sob a ótica de René Barbier e Michel Thiollent: Aproximações e
Especificidades Metodológicas.” Revista Eletrônica Pesquisa
educa, Santos, v. 07, n. 13, p. 10-23, jan.-jun. 2015. [artigo]
TRIPP,
David. “Pesquisa-ação: uma introdução metodológica.” Revista de Educação e Pesquisa, São
Paulo, v.1, n.3, p. 443-466, set.- dez. 2005. [artigo]
Gisely, o tema do texto é extremamente atual e urgente na sala de aula, foi corajosa sua escolha, pois em geral os alunos em estágio buscam temas menos controversos, acreditam quem sabe, que haja uma maior facilidade na docência. Por outro lado a relação de significado com a vida prática trazida com o pensamento histórico se fragiliza e impacta em toda a experiência do estágio. Vi que você buscou acompanhar e criar mecanismos de validação de desempenho ou então uma reflexão sobre isso. Gostaria de saber um pouco mais sobre as estratégias que você utilizou? Abcs
ResponderExcluirEverton Carlos Crema
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ExcluirBoa tarde Everton,
ExcluirObrigada pelo comentário sobre o texto.
Você observou bem a questão acerca da teoria-prática em meu trabalho, no entanto, compreendo que as ações empreendidas para a sensibilização do tema para os estudantes foram o ponto central da significação do meu projeto de pesquisa-ação, com base nos materiais que utilizei e no tempo que tive com os alunos e a permissão do professor-supervisor em sala.
As estratégias utilizadas para acompanhar os desempenhos foram as atividades escritas e a culminância final. Contudo, o diálogo e a observação foram estratégias que mais predominaram na aplicação da temática em sala, já que se trouxe aos estudantes, pontos de sensibilização para com o tema, em paralelo ao contexto histórico e as discussões atuais.
Por isso, durante as aulas, procurei conversar e dialogar bastante com os alunos, e utilizar meios alternativos para evidenciar o tema (como o dossiê da revista guia do estudante e a notícia local). Não pude me adentrar em metodologias de ensino com o uso das TIC's, pois, como ressaltei em meu texto, a escola dispunha de poucos recursos em termos de tecnologia, uma realidade muito presenciada em quase todas as redes de ensino do país.
Por isso, dialoguei, perguntei, criei meios para que os alunos pudessem se expressar sobre o assunto.
Com isso, o ponto-chave foi: fazer os alunos se expressarem, trazendo meios para desenvolverem sua linguagem escrita e oral, e
para que desenvolvessem meios de solução, sempre tentando, junto ao professor-supervisor, avaliar comentários que destoassem dos direitos humanos, algo muito difícil e que deve ser sempre observado em sala.
Gisely Capitulino da Fonseca.
Boa Noite! Parabéns pela pesquisa realizada, é um tema pertinente e que precisa ser trabalhado cada vez mais em sala de aula. Tendo como base a sua experiência enquanto estagiária, gostaria de saber se você conseguiu trabalhar sobre racismo religioso, tendo em vista os ataques intolerantes e racistas que os terreiros de candomblé e umbanda ainda sofrem no Brasil.
ResponderExcluirObrigada,
Vitória da Silva Dias
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ExcluirAgradeço o comentário Vitória,
Excluirolha, consegui trabalhar um pouco com o racismo religioso (que está englobado na temática central que é a intolerância religiosa), bem como citei e trabalhei tais exemplos de intolerância religosa durante a aplicação do projeto interventor, trazendo, primeiramente, as observações e a compreensão do conceito de intolerância religiosa (relação passado-presente) e o desenvolvimento da liberdade religiosa.
Para isso, utilizei materiais, como relatado no artigo (principalmente o dossiê do guia do estudante, com uma linguagem bem mais simplifica), e procurei evidenciar fatos ocorridos em regiões próximas em que viviam, como no caso da utilização de uma notícia local, acerca da invasão a um terreiro de candomblé, a qual me recordo muito bem, que da perspectiva da reação dos alunos, foi algo que mais trouxe um certo "choque" durante as aulas, devido a proximidade local e por ter ocorrido em dias atuais, apesar de serem ainda bastante jovens para uma sensibilização mais aprofundada sobre a temática, onde somente quem é de religiões ou grupos minoritárias sentem com mais impacto tais violências.
Outra questão mencionada sobre a intolerância religiosa, também trabalhado em sala, foi o Estado Islâmico e as "guerras" religiosas, onde pude ampliar a percepção com os alunos de que estas também ocorriam no passado e que tais conflitos ainda perduram em nosso meio.
Gisely Capitulino da Fonseca.