HISTÓRIA LOCAL E A FORMAÇÃO DE GUIAS DE TURISMO:A PRODUÇÃO DE SENTIDO A PARTIR DA PRODUÇÃO DA PRESENÇA EM VISITAS TÉCNICAS
Gostaria de
iniciar citando as palavras de do professor Valdei Lopes de Araújo em seu
capítulo A aula como desafio a
experiência da história
“[O] que podemos
fazer é multiplicar as condições para que a sala
de aula se converta em aula,
evento formador no sentido pleno que a palavra alemã Bulding [formação] sugere” [Araújo, 2012, 76]
As palavras acima
figuram na última parte do capítulo. O próprio título do livro [Qual o valor da história hoje] consiste
em uma provocação a todos os historiadores sobre o papel que a História,
enquanto ciência, tem para a sociedade atual. Não podemos deixar de mencionar
que o livro é anterior a toda discussão atual sobre a Reforma do Ensino Médio
[aprovada enquanto o presente trabalho estava sendo escrito] e a configuração
que o ensino de História terá nesse segmento de ensino. Mas, não é sobre essa
questão que o presente ensaio trata.
No capítulo
escrito por Valdei Araújo anteriormente citado, o autor parte das propostas do
crítico literário Hans Ulrich Gumbrecht para questionar qual seria a melhor
forma de se pensar e levar a cabo o ensino de História. Para Valdei Araújo
[2012], cabe ao professor de História fazer com que a sua aula seja mais que a
mera apresentação de conteúdos previstos por um currículo; ela, a aula, deve
ser um local onde se possa produzir sentido para a História que é trabalhada
naquele momento. Pois, nos diz Valdei Araújo:
“O que gostaria
de deixar como contribuição ao debate é a proposta de pensarmos a aula enquanto
momento de intensidade a contrapelo da normalização e das tecnologias do
cotidiano. Em seu sentido latino, preservado em muitas línguas modernas, a
palavra aula não significa apenas ou principalmente uma lição dada a um pupilo,
mas o lugar ou situação onde uma lição poderia acontecer” [Araújo, 2012, p 76].
Valdei Araújo
propõe pensar a aula como locus
privilegiado para a produção de sentido. Esta, por sua vez, para Hans Gumbrecht
[2010], significa formular uma ideia que possa auxiliar o ser humano a compreender
valores necessários a vida em sociedade, sua história. No caso da formulação de
Valdei Araújo, a aula serve para compreender o valor que a história
[experiência vivida] e a História [disciplina acadêmica] possuem para aquela
comunidade que se forma na realização da aula e para além dela. O viver e a
produção de sentido, dessa forma, não necessariamente coexistem e, através de
aula, o professor de História pode auxiliar o estudante a se questionar sobre a
incompletude dos sentidos já construídos para a história e a História que ele
está estudando.
Essa proposta se
reveste de um caráter propositivo singular para que os professores [re]pensem
sua atuação na sala de aula, em especial, os da educação básica e superior
ligados ao ensino de História. Ao pensar os objetos que o docente pode utilizar
em sua sala de aula, defende que esses podem ser “um evento histórico, um
objeto de arte, um fenômeno da vida diária” [Araújo, 2012, p. 77]. A produção
de presença, para Gumbrecht [2010], significa tornar palpável, trazer para
adiante. A aula pode produzir presença através desses objetos utilizados pelo
professor em sua aula.
E no caso do
professor de História que se dedica a lecionar no curso de formação para guias de turismo, como produzir
presença? Quais estratégias podem ser utilizadas para que o estudante possa
desenvolver sua consciência histórica? Ou melhor, como a formação de guias de
turismo pode auxiliar na produção de sentido e de presença através da visitação
a atrativos existentes na cidade do Rio de Janeiro? Partindo desses
questionamentos que o presente ensaio se propõe refletir sobre as transformações socioambientais e políticas empreendidas na cidade do
Rio de Janeiro que buscaram desenvolvimento turístico, considerando todos os
atores/agentes sociais envolvidos na atividade turística, em especial o guia de
turismo.
A literatura
especializada em Turismo tem apontado que nos últimos anos, essa atividade vem
apresentando crescimento. Desde o seu surgimento no século XIX, a partir do
desenvolvimento da agência de viagens criada por Thomas Cook, o turismo, como
atividade econômica e de deslocamento, tem passado por transformações. Como
apontado por Haroldo Camargo [2000], nos oitocentos
essa prática se valeu do desenvolvimento do sistema de transporte, em especial
do Trem e do Navio a Vapor. No século XXI, não é apenas o desenvolvimento dos
meios de transporte que ajudam a explicar o crescimento da atividade, mas as
transformações nas formas de comunicação que permitem o conhecimento de novos
atrativos e locais de visitação tanto em cidades já inseridas no circuito do
turismo, como daquelas que estão por se inserir.
Ana Fani Carlos
[2012] aponta que a globalização, enquanto fenômeno sociocultural, têm
possibilitado novas relações com o espaço. Se no início do século XX os
monumentos ajudavam a pensar a memória nacional, atualmente, existem aqueles
que nos levam a pensar identidades locais junto ou em contraposição a nacional.
Um exemplo disso pode ser visto na cidade de São Paulo, onde o atual prefeito
João Dória iniciou uma “guerra” contra as pichações na cidade. Em suas
primeiras ações, João Dória e sua equipe de governo não conseguiu fazer uma
distinção clara entre estas e a arte do grafite, que marca a identidade paulistana
desde a década de 1980. Nesse sentido, vemos que a globalização ao mesmo tempo
que possibilita maior conexão entre os lugares e as pessoas, traz à tona
identidades locais quem podem entrar em conflito com as oficiais.
Outra face da
Globalização em curso pode ser vista na nova percepção de organização do
espaço. No plano global, percebemos o aumento das atividades do turismo, com a
criação de novos espaços e atrativos turísticos em várias cidades pelo mundo
[Carlos, 2012]. Tal perspectiva é corroborada por François Hartog [2014] ao
analisar o caso francês. Na França, o ano de 1980 foi considerado o ano do
Patrimônio Cultural e como consequência disso houve o aumento expressivo no
número de monumentos criados pelo governo; tal ação, por sua vez, possibilitou
o aumento no número de visitantes a esses locais vistos como possuidores de um
passado relevante [HARTOG, 2006; 2014; POULOT, 2011]. Além disso, ações levadas
a cabo pela UNESCO na década de 1980 apontam para a relevância que a temática
do patrimônio ganhou a partir de então.
No plano local,
Ana Fani Carlos [2012] aponta a ocorrência de maior separação entre o público e
o privado. Tal separação pode ser vista pela busca que instituições privadas e
grupos sociais realizaram para que seu passado fosse valorizado. A critério de
exemplificação, podemos ressaltar a ampliação na criação de centros culturais e
centros de memória ocorridos no Brasil nas décadas de 1980/90 e no Rio de
Janeiro, em particular, principalmente quando lembramos que nessa década a
cidade foi palco da Eco-92 e de uma visita do Papa João Paulo II, em 1997.
O local e sua
história passaram a ter novo significado, seja no campo do Turismo, seja no da
História. Contudo, o olhar lançado pela segunda sobre os locais, monumentos e
patrimônios auxilia no desenvolvimento da atividade realizada pela primeira.
Para compreender melhor essa relação, vamos analisá-la brevemente.
A face do turismo
na localidade é o guia de turismo. Muitas vezes, graças ao desenvolvimento
tecnológico, é possível comprar pacotes turísticos de agências por meios
eletrônicos, sem o contato pessoal entre o turista e a operadora. Neste
sentido, cabe ao guia de turismo ser aquele que irá apresentar e representar a
cidade. Por isso, para quem atua no planejamento e gestão de turismo conhecer
como se forma esse profissional é de grande relevância, pois assim como o
turismólogo, o guia de turismo se depara com conhecimentos de várias áreas em
sua formação [Boiteux, Wener, 2009].
Para mostrar a
cidade aos grupos de turistas, o guia de turismo precisa possuir conhecimentos
de História, Patrimônio, História da Arte e Arquitetura, e Meio Ambiente. Essa
necessidade fica mais evidente quando observamos que a dentre mais visitadas no
Brasil estão o Rio de Janeiro, São Paulo, Foz do Iguaçu, Florianópolis, Porto
Alegre, Salvador, Camboriú e Recife [Boiteux; Werner, 2009]. Nelas existem
atrativos ligados aos diferentes segmentos do turismo, cabendo aos
profissionais da área comporem o produto da forma mais adequada possível àquele
que visita, tendo em vista atender suas expectativas.
Utilizando apenas
o Rio de Janeiro como base para o argumento que desenvolvemos, cabe ressaltar
que a cidade maravilhosa possui como principais cartões postais o Cristo Redentor [Patrimônio da
Humanidade e uma de suas sete maravilhas], o Pão de Açúcar [formação geológica localizada na Urca e que possui
esse nome por causa da forma como o açúcar era armazenado durante a fabricação
e transporte para a Europa] e o Maracanã
[estádio de futebol localizado na Zona Norte da cidade]. Ou seja, por mais que
o guia se especialize em um determinado segmento turístico [cultural, natural,
negócios, etc.], em sua formação ele precisa entrar em contato com
conhecimentos de diferentes áreas para melhor desenvolver sua atividade.
Em estudo
recente, ao examinar a formação e atuação do guia de turismo escrevi em outro
artigo:
“Um curso de
formação de guia de turismo utiliza os conhecimentos históricos em dois
prismas, a história local, que se relaciona com o local onde o profissional se
insere e onde irá desenvolver a maior parte de suas atividades, que lhe permite
o credenciamento para guiamento regional;
e o nacional, que, neste caso, se relaciona ao Brasil e a América do Sul, uma
vez que um guia com habilitação para guiamento
nacional pode conduzir turistas tanto em outros estados, como em países do
Mercosul” [Nascimento Jr., 2016, p. 103]
Pelo espaço do
presente ensaio, cabe nos determos apenas na atuação do guia de turismo em
âmbito regional. Isso não significa dizer, destarte, que os atrativos regionais
não apresentam conexão com a História e memória nacional, mas que eles possuem
especificidades que lhes são próprias. Sobre o mesmo atrativo turístico, assim,
incide diferentes visões: a do [1] turista, que o vê como bem, como algo a ser
consumido; a do [2] guia de turismo, um local de trabalho; e a do [3]
historiador, como algo a refletir.
A propósito dessa
relação José Newton Menezes [2006] apontou que uma Igreja Barroca em Minas
Gerais pode possuir diferentes significados de acordo com a relação que se tem
com ela. Para quem é membro da comunidade religiosa, tal como uma senhora que
vai à missa constantemente, a Igreja adquiri um sentido diferente da beleza que
a arte sacra observada pelo turista que a visita pela primeira vez. O papel do
historiador que contribui na formação de profissionais da área do Turismo
consiste em leva-los a pensar o atrativo para além de um bem a ser consumido,
mas como um local que leva a reflexão sobre a história em diferentes níveis.
Ao mesmo tempo
que a emergência da globalização possibilitou a ocorrência de transformações no
fazer do Turismo, esse processo trouxe modificações na forma de se compreender
a relação com o tempo e com a localidade que afetaram o ofício do historiador.
François Hartog [2006; 2014] aponta que até década de 1980 a temática do
patrimônio era pouco estudada por historiadores, essa situação se modificou
profundamente. Entre 1980 e 1992, Pierre Nora organizou e publicou uma
coletânea intitulada Les Lieux de
Mémoires; esta surgiu da percepção de Nora que muitos jovens franceses não
reconheciam mais os “grandes” patrimônios da França como locais de relevância
para a construção de suas identidades. Não cabe aqui fazer uma análise profunda
das motivações que levaram Nora a levar a cabo tal empreitada, mas o indicativo
que o não-reconhecimento de alguns patrimônios e a atenção dada a outros aponta
para um novo tipo de identidade que estava em jogo: as identidades locais ou de
grupos e não mais a identidade nacional.
A fragmentação e
emergência de novas identidades fez com que a sociedade buscasse uma nova
relação com os monumentos e com o passado. Se no século XIX e na primeira
metade do século XX a noção de patrimônio esteve ligada a bens imóveis, no
final do século XX e início do XXI, os bens imóveis ganham evidência se
constituindo em patrimônio imaterial. No caso brasileiro, o samba, o jongo, o
frevo e outras manifestações culturais ganham o status de patrimônio e locais que passam a celebrar sua memória.
Ao montar pacotes
e/ou roteiros compostos de atrativos históricos e culturais, o profissional do
turismo acaba por selecionar o que será lembrado pelo turista. Na perspectiva
de Hans Gumbrecht [2010], os pacotes e roteiro possibilitam a produção de
presença, ou seja, aproximam o passado ou a cultura; a produção do sentido,
nesse caso, ficará a cargo do guia de turismo que construirá ligações entre os
atrativos, seu passado e a experiência de visitação que está sendo efetivada.
Ao longo da atividade serão mobilizadas identidades que podem estar ligadas
tanto a história local quanto da nação, à universal ou a oficial. Nas páginas
subsequentes gostaríamos de explorar um exemplo de atrativo turístico onde
esses diferentes níveis de identidade, memória e história. A escolha, por sua
vez, apresenta-se como um recurso metodológico de análise, podendo ser
utilizado outro a escolha do professor de História [ou de qual quer outra
disciplina].
Por fim, no caso
do Rio de Janeiro, as disputas em torno da memória na área portuária, levaram a
grandes entraves entre a população local e a prefeitura sobre qual memória
melhor representaria a região. Depois de embates, o Morro da Conceição e seu
entorno, em especial os Jardins Suspensos do Valongo, a Pedra do Sal e, após
sua descoberta, o Cais do Valongo e da Imperatriz, marcariam a presença da
população negra na região [Guimarães, 2014]. Seguindo o plano de revitalização
da área, nessa região foram inaugurados o Museu de Arte do Rio de Janeiro e o
Museu do Amanhã. É curioso notar que nenhuma das estações do Veículo Leve sobre
Trilhos [VLT], inaugurado parcialmente pela Prefeitura do Rio de Janeiro,
situadas na região, faz a menor referência a área do Morro da Conceição.
Referências
Msc Lúcio Nascimento é professor de História e Teoria da Cidade e do
Urbanismo na FAU-UNISUAM e de História e Sociologia no C.E. Graciliano Ramos;
Pesquisador no e-MAIS-UNISUAM. Doutorando em História pelo PPGH-UERJ.
ARAUJO, V. L. A aula como
desafio à experiência da história. In: GONÇALVES, M. de A.; MONTEIRO, A. M.
REZNIK, L.; ROCHA, H. [Org.]. Qual o
valor da história hoje? Rio de Janeiro: FGV, 2012, v. 1, p. 66-77. [artigo]
BOITEUX, M., e M. WERNER. Introdução ao Estudo do turísmo no
Brasil. Rio de Janeiro: Elsevier, 2009.
CAMARGO, H. Fundamentos multidisciplinares do turismo:
história. In: TRIGO, L. [ORG.]. Turismo: Como aprender, Como ensinar. São
Paulo: SENAC, 2000. [livro]
CARLOS, A. O consumo do espaço. in: _________ [org.] Novos caminhos da geografia. São
Paulo: Contexo, 2012, p. 173-186. [livro]
GUMBRECHT, Hans.
Produção de Presença. Rio de Janeiro:
PUC, 2010. [livro]
HARTOG,
F. Tempo e Patrimônio. Varia História, vol. 22, nº 36, 2006, p. 261 - 273.
[livro]
HARTOG, François.
Regimes de Historicidade:
Presentismo e Experiências do tempo presente. Belo Horizonte: Autêntica, 2014. [livro]
MENESES, J. N. História e Turismo Cultural. Belo Horizonte, Autêntica, 2006. [livro]
NASCIMENTO JR.,
J. L. História aplicada ao turismo: reflexões sobre ensino de História na
formação de guias de turismo. In: BARBATO, L.; GIBIM, G.; FERREIRA, G. [org.].
Práticas de Ensino: Teoria e Prática em Ambientes Formais e Informais.
1ªed.Jundiaí: Paco Editorial, 2016, p. 97-113. [artigo]
Tudo gente!
ResponderExcluirDe início já agradeço por tirarem um tempo para ler e deixar um comentário aqui no texto.
Para quem quiser, deixo também minhas redes sociais
Instagram e Twitter.
@joselucionjr
Oi Luico, adorei o texto! Não tive muito contato com a relação entre turismo e história enquanto estava na graduação, talvez porque tenha feito minha faculdade numa cidade não turística, Juiz de Fora (MG). No entanto, durante uma atividade em uma aula de libras comecei a pensar na relação entre história e turistas, principalmente a partir da visitação no Museu Mariano Procópio (um museu situado em Juiz de Fora que tem como acervo, principalmente, obras e objetos do seculo XIX), nesse trabalho eu refleti sobre os guias e a população surda. Nesse sentido, venho perguntar, se os guias são responsáveis pela transmissão de significado ao visitante, como é a relação desses e dos turismólogos com a transmissão desses sentidos na língua dos sinais? Obrigada!
ResponderExcluirEntão, Laura. Algumas distinções.
ExcluirOs Guias de turismo são os profissionais que atuam diretamente com o público. No caso dos turismólogos, são os que gerenciam a atividade; não necessariamente vão ter contato com turistas.
Os Guias de turismo serão aqueles que irão auxiliar a produzir sentido; em alguns cursos técnicos, como o que eu trabalhei, indicavamos para os discentes aprender libras, pois esse é um diferencial. A instituicao em si não oferecia, mas sempre indicamos.
Agora, você falou que começou a pensar nessa relação a partir da visita ao museu Mariano Mariano Procópio. Na atuação do guia de turismo, é de fundamental importância o trabalho dos monitores dos museus. Muitas vezes, eles vão complementar a atuação do Guia. Esse é um tema que ainda não consegui explorar, quem sabe um trabalho para o futuro próximo.
Espero ter respondido.
Este comentário foi removido pelo autor.
ExcluirBoa noite, professor. Achei o texto interessante e como futura historiadora acho importante o estudo dos pontos turísticos, onde na maioria das vezes carregam uma grande memória histórica para as cidades em que se encontram. Vi que o senhor escreveu sobre como o processo de globalização afetou no ofício do historiador. Meu questionamento é: É fato que o turismo influenciou os historiadores a estudarem sobre os patrimônios que no passado contribuiram para a história das cidades em que se localizam. Porém, de alguma forma, com o surgimento do turismo, houve o interesse da própria população em aprender sua própria história?
ResponderExcluirPaola, algumas questões precisam ser ponderadas.
ExcluirO estudo do patrimônio por parte dos historiadores não advém do turismo; o que não significa dizer que o aumento do turismo em uma região não seja um motivador de pesquisas. Assim, como a História (de pesquisas históricas) pode(m) auxiliar no desenvolvimento do turismo.
Em alguns casos a população busca conhecer mais sua história; mas em outro, a História torna-se mais um "produto". Além disso, nem todas as modalidades de turismo estão ligados à história e à cultura de um lugar.
Agradeço a sua pergunta.
Este comentário foi removido pelo autor.
ResponderExcluirOlá professor.
ResponderExcluirLogo no início do texto percebi uma questão muito relevante que é a presença da didática em relação ao ensino e a aprendizagem. O contexto de linguagem significativa e mecânica, a aula como um instrumento gerador de conhecimento produzido nessa relação professor e aluno. O conceito gerado a partir de relações cotidianas construindo e desconstruindo valores através de uma visão crítica dos fatos. Quanto a questão turística fica claro a importância de conhecimento por parte dos guias que devem ter formação baseada nos contextos históricos voltados para a questão da identidade de um povo,lugar, da arte e dos valores patrimoniais que representam.
Aluno Alexandre Ferreira da Silva
ExcluirIsso mesmo, Alexandre.
ExcluirDiria mais. O Guia de turismo possui (ou deve possuir) um olhar da História que considere multiplas facetas.
Olá Lúcio,
ResponderExcluirParabéns pelo trabalho.
A cidade é espaço nato de educação, é possível aprender história utilizando várias formas e assim, estabelecemos a nossa memória e identidade como pertencentes a determinado local. Assim como professores de História precisam estabelecer escolhas e recortes sobre o que será abordado em sala de aula, dado que não é possível realizar o ensino de tudo que é a História (se quer é possível "dominar" todos seus conteúdos), como você encara essa questão das escolhas dentro de um curso de guias de turismo? O que vai e o que não vai para o estudo histórico da cidade para estes guias, posto que essa narrativa será tida como a oficial para visitantes que não possuem contato com as histórias locais?
Att,
Jane da Silveira Martins de Paiva
Boa noite, Jane.
ExcluirO conteúdo eu escolho a partir do currículo previsto; os locais de visitação que variam. Vou dar um exemplo:
Eu lecionei por 9 (nove) anos em cursos de turismo; ministrava
- História do Rio de Janeiro;
- História Nacional;
- História da Arte regional;
- Patrimônio Cultural.
Assim para cada disciplina escolhia duas ou três visitas; eu já pensava a sequência de visitas para fazer relação com outras atividades do curso.
Escrevi um artigo na Revista História Hoje onde explico o montagem da visita. Deixo aqui o link.
https://rhhj.anpuh.org/RHHJ/article/view
Quanto ao que vai e o que não vai, sempre optei por unir abordagem de História local com história cultural; e no caso de História da Arte, acrescentar questões de História social da Arte. Quando possível, e isso depende de uma série de fatores que seria impossível enumerar aqui, unia e/ou comparava a história contada no local com versões oficiais. Sempre busquei que oferecer recursos para os discentes saberem comparar versões, considerando que são educandos do ensino médio técnico, mas tanto nas minhas aulas como em outras complementares eles sabiam que o cuidado com a informação faz parte do trabalho do Guia de Turismo.