ESCRAVIDÃO E ENSINO DE HISTÓRIA: NOVAS
ABORDAGEM SOBRE ESCRAVIDÃO DE ORIGEM AFRICANA ATRAVÉS DOS DOCUMENTOS
ECLESIÁSTICOS DA FREGUESIA DE NOSSA SENHORA DO CARMO, VILA DE BELMONTE
[1867-1888]
No dia 10/03/1870, o
senhor Manoel Domingues Mendes levou à pia batismal o primeiro filho da
escravizada Martinha, o menor José de um mês e meio, tendo como padrinho o
Senhor Gonçalo Mendes e madrinha o patrocínio de Nossa Senhora do Carmo.
Posteriormente, com menos de um ano de diferença, Manoel Domingues Mendes
voltou à pia batismal levando mais um filho da escravizada Martinha,
possivelmente a mesma escravizada, para batizar a filha de nome Paula com dois meses de vida. Fato este que
aconteceu em 10/09/1871, dias antes de ser
promulgada a Lei do Ventre Livre. Os padrinhos de Paula foi o casal Cantediano Jose
do Carmo e D. Percilina Thereza do Carmo. Os casos narrados apontam para alguns
importantes aspectos da vivência dos escravizados da Freguesia de Nossa Senhora
do Carmo - Vila de Belmonte. Infelizmente não foi possível distinguir os
lugares sociais que os padrinhos ocupavam na Vila, o que podemos supor é que o fato do senhor
Manoel Domingues Mendes ser comerciante pode ter sido um fator crucial para que
os filhos da escravizada Martinha recebessem a benção concedida na pia batismal
e o que contribuiu para isso provavelmente teria sido o fato de Manoel
Domingues residir na zona urbana da Vila de Belmonte. Esse fato possibilitava
que Martinha frequentasse a Igreja e mantivesse contatos com outras pessoas e
até as convidasse para apadrinhar os seus filhos.
Esses casos nos chamaram a atenção para a não
repetição dos padrinhos que batizaram os dois filhos da escravizada Martinha.
Martinha se utilizara desta estratégia pensando estabelecer vínculos familiares
fora dos laços sanguíneos, sabendo que em tal circunstância isto se
transformaria numa importante via de negociações, para conquistar benefícios
sociais dentro da realidade escravocrata.
Segundo Lago [2013], ter um padrinho livre era
uma das manobras utilizadas pelos escravizados dentro da sociedade rigidamente
hierarquizada e que poucos tinham acesso ao universo dos livres. O sacramento de batismo era um momento
importante para a população escravizada e a escolha dos padrinhos tornava-se
nesse momento um processo crucial.
A historiografia
aponta que as alianças formadas através desse rito religioso traziam toda uma
carga hierárquica. Segundo Slenes
[2011] quando a escolha do padrinho era realizada entre os escravizados, eles
geralmente optavam por outro escravizado que tivesse melhores condições, “Os
padrinhos escravos davam ao bebê [escravo] recém-batizado, uma toalha,
sabonete, camisola [...]. Quando o afilhado chegava à idade “de fazer a barba
pela primeira vez, seu padrinho presenteava-o com uma navalha, e sua madrinha comprava ou fazia uma toalha”, os laços
entre padrinhos e afilhados se tornavam uma ligação muito importante de
sobrevivência.
O parentesco
simbólico tornou-se um acontecimento importante para analisarmos as relações
sociais estabelecidas não apenas entre os cativos, como também entre seus
senhores. O batismo possibilitou a construção de mais uma relação de
parentesco, o do apadrinhamento e ou compadrio, tinha-se ali uma nova aliança
formada. Como informa Santos: “No Brasil, o compadrio foi um ritual bastante
praticado tanto por livres como por escravos e trata-se de uma herança da
cultura ibérica. Através do ritual do batismo, a família era ampliada pelos
laços espirituais. [Santos, 2004, p.109]
De tal forma
entendemos que a tentativa de reconstrução das vivências dos escravizados na
Vila de Belmonte vem acompanhada de questionamentos que envolve diretamente a
vida de mulheres, homens, jovens e crianças belmontenses, oportunizando um
conhecimento da própria identidade afro-brasileira. Neste sentido, pretendemos
com esse artigo levantar a possibilidade do uso de documentos eclesiásticos da
Freguesia de Nossa Senhora do Carmo da Vila de Belmonte que tange o período de
1867 à 1888, para compreender o uso dessas documentação do ensino de História,
voltado para problematiza a presença da escravidão de origem africana no Sul da
Bahia nos Oitocentos.
A produção
historiográfica ao retratar a Bahia Oitocentista enfatizou muito mais o
envolvimento da Capital Salvador e do Recôncavo como centro de comercialização
e desenvolvimento durante todo o século XIX, representando o Sul baiano
decadente e como pouca participação na economia da local.
O século XXI está repleto de informações novas
e atuais, proporcionando novos saberes, o século movido pelo tempo. O estudo de
Ciampi [2006], traz exatamente esta preocupação porque mesmo com toda onda de
informações oferecidas pelos diversos meios midiáticos tais como a TV, internet
dentre outras, há uma preocupação de como ensinar história em um século como
este, e de que forma pensar o papel do professor imerso neste novo tempo da
mesma forma que o ensino de história muda ao longo do tempo às necessidades de
aprender também sofre alterações.
Fazer do ensino de História um mecanismo
dinâmico para envolver os alunos na construção do conhecimento é um desafio
para todos os professores. Os alunos já chegam na sala de aula com diferentes
percepções do que foi a escravidão no Brasil, porém através desta documentação
a grande função do professor é instigar o senso crítico desenvolvendo novas
percepções aos alunos, de acordo Nascimento [2006], trabalhar com documentos
oportuniza aos alunos a possibilidade de compreender os sujeitos históricos e
as realidades e formações sociais em seu devido tempo, em seu devido lugar. Em
uma atividade didática, a qual se usa mais de um documento, como no nosso
exemplo dos alunos para compreender e se enxergar dentro deste contesto.
[Nascimento, 2006, p.1]
Fazer uso de documentos históricos no ensino
de história é uma opção positiva para despertar no aluno o interesse de como se
trabalha a história, que dentro das possibilidades é possível fazer para com
que o ensino de história não fique mais atrelado a coisas “chata”
desconstruindo a ideia de uma disciplina meramente acumuladora de fatos e datas
e fortalecimentos dos “heróis” construídos ao longo do tempo. Onde através
destes documentos eclesiásticos é possível perceber características da
população que hoje compõe o Sul da Bahia que tem uma forte presença da
população negra.
Durante muito
tempo os grupos africanos estiveram silenciados da história de nosso país, e
por serem vistos como elemento negativo na formação de nossa identidade foram
deixados à margem. Entretanto, hoje compreendemos esses indivíduos como agentes
históricos na construção de nossa nação e participantes de todo esse processo.
Estudar a história afro-brasileira, bem como a própria História da África
constitui elemento essencial para conhecermos diferentes culturas, entender a
contribuição desses povos para o Brasil, romper com ideias eurocêntricas e com
o preconceito.
Nesse sentido foi
elaborada a lei 10.639 de 2003 que torna obrigatório em todo o currículo escolar
o estudo da História da África e dos Africanos, a luta dos negros no Brasil, a
cultura negra brasileira e o negro na formação da sociedade nacional,
resgatando a contribuição do povo negro nas áreas social, econômica e política.
Posteriormente, uma outra lei entra em vigor; a Lei 11. 645 de 2008 que reforça
mais uma vez o ensino da temática africana [além de incluir a história
indígena].
Nas últimas
décadas o leque de estudos sobre escravidão expandiu, evidenciando
particularidades ainda inexploradas. Estudar as minorias tais como, gays,
indígenas, escravidão de origem africana, mulheres, etc., no Brasil ainda é uma temática que envolve muita discussão.
Para fundamentar o trabalho foram necessárias leituras sobre educação, uso de
fontes eclesiásticas, a composição da Antiga Capitania de Porto Seguro nos
oitocentos, escravidão de origem africana, além da leitura e análise dos
documentos de batismo [1867-1888] e óbito [1872-1888] da Freguesia.
A
luta do movimento negro para ganhar mais espaço no ensino de História vem
gerando importantes resultados, embora no livro didático essa temática ainda é
muito escassa e com pouca problematização. Uma dessas conquista é a
incorporação da Lei, outro aspecto é que a lei 10639/03 tornou obrigatório o
ensino de história da África e cultura afro-brasileira, as vivências dentre
outros aspectos das populações afro-brasileiras em todos os níveis de ensino. A
abordagem do racismo na escola e na sociedade brasileira carrega um histórico
permeado de diferentes formas de preconceito, e na atualidade assumir a
identidade de afrodescendente tornou-se um ato de coragem que por sua vez vem
sendo reafirmada pelo Movimento Negro.
Contudo, no âmbito escolar o preconceito
racial está sendo refletido entre os estudantes, e em sua maioria por falta de
conhecimento, que por outro lado, temáticas sobre história da cultura afro
brasileira e cultura africana podem ser trabalhados pelos professores com o
intuito de desenvolver a consciência moral, ética, cultural e consequentemente
a capacidade de estabelecer valores e saberes entre os alunos. Sendo assim,
torna-se necessário que o professor se atualize, isso por meio da formação
continuada ou pelo próprio exercício, para poder superar a construção de
discursos e práticas racistas.
Uma prática que fora recorrente entre o
fim do século XIX e as décadas iniciais XX foi o BlackFace que objetivava a interpretação de personagens de
histórias infantis negros por alunos brancos com o rosto pintado de preto,
essas performances nos Estados Unidos foram utilizadas para consolidar e
proliferar imagens, atitudes e percepções racistas no mundo, bem como, uma
maneira de se apropriar, assimilar e explorar a cultura negra americana.
No Brasil o BlackFace foi utilizado com alguns aspectos diferentes, mas com o
mesmo sentido norte americano. Em 1941 Abdias do Nascimento fundou o Teatro
Experimental do Negro que objetivava a formação de atores negros, ideia essa
que surgiu após Abdias assistir uma peça de teatro no Peru onde atores brancos
se pintavam com graxa preta, sendo assim o teatro surge com o intuito de
mostrar que os negros são capazes de representar papeis no cinema e teatro
brasileiro.
Na história brasileira por mais que o
negro venha conquistando seu espaço no teatro, TV, cinema e música, contudo os
papeis ainda buscam uma representação dos negros somente em classes
trabalhadoras, empregadas domésticas, operários, ou suas atuações ligadas a
malandros e bandidos.
Outro ponto relevante, é a construção do
fracasso do estudante negro que é elaborada pelo preconceito, violência e a
discriminação sofrida por ele, que internalizadas gera atitudes negativas e as
transforma em ações prejudiciais, levando-os a evasão escolar. De toda forma a
atitude assumida pelo docente pode levar aos alunos a superação dos seus
traumas, entendendo que quando o professor demonstra que acredita na capacidade
dos mesmos surgem resultados significativos. Nesse sentido a escola pode
possibilitar ao aluno o desenvolvimento cognitivo, moral, ético e o
conhecimento do seu legado histórico e cultural.
No livro de
Santos [2004] ele aborda o ensino de história indígena na sala de aula,
trazendo alguns fragmentos de documentos eclesiásticos, tais como inventários post-mortem que evidenciam a presença
dos povos indígenas dentro do contexto social, uma vez que através dos
registros torna-se possível identificar os diferentes personagens que compõe a
sociedade. Bassanezi [2009]
aponta que os registros eclesiásticos são fontes populares, pois, escravizados,
índios, crianças enjeitadas dentre outros também tiveram seus eventos vitais
sendo registrados, o nascer, o casar e o morrer. Segundo Jacques Le Goff:
O documento não é inócuo. É antes de mais nada
o resultado de uma montagem, consciente ou inconsciente, da história, da época,
da sociedade que o produziram, mas também das épocas sucessivas durante as
quais continuou a viver, talvez esquecido, durante as quais continuo a ser
manipulado, ainda que pelo silencio. O documento é coisa que fica, que dura, e
o testemunho, o ensinamento [Le goff, 2003, p.548].
Dentro desta perspectiva, percebemos que o uso
dos documentos eclesiásticos de batismo e de óbito, não tem como única
finalidade o registro de dados, pois nas mãos do historiador e com um olhar
problematizado, buscamos questionar as fontes para adquirir as possíveis
respostas, o professor pode intencionar vários discursões em sala de aula
partindo da problematização destes documentos.
Os documentos já foram catalogados e
analisados sendo possível tencionar algumas discussões. Através dos dados
retirados dos livros de óbito [1872-1888] foi possível identificar os
diferentes sujeitos e atores existentes na vila de Belmonte no Século XIX e a mistura “racial”, no momento da morte a cor era um dos dados que constava nos registros,
observamos Crioulos, Curiboca, Pardo, Preto, e Cabra, assim perceberemos os ascendentes de origem
africana. Somando a quantidade de 23 escravos que faleceram dentro deste
período e 6 forros. Já através dos documentos de batismo [1867-1888] percebemos
cerca de 15 famílias de escravizados.
No ensino de
história é possível trazer para os alunos a importância do documentos de
batismo para população Oitocentista, problematizando que inicialmente o batismo tinha como finalidade
introduzir o recém-nascido na vida cristã, o que assegurava esse ritual tão
importante para Igreja Católica eram as Constituições primeiras do Arcebispado
da Bahia constituída por leis baseadas nos preceitos da Igreja Católica que
atribuía aos senhor de escravos a obrigação do ensino da doutrina cristã, e o
batismo tinha grande peso dentro das regulamentações, marcando o momento em que
o sujeito iam adquirir o status de cristão.
Os estudos de Forquin [2011] levantam um
questionamento bastante curioso para se pensar formas de levar a história em
sala de aula e como se dá esta relação entre escola X história, a trajetória da
história como disciplina curricular perpassa por várias mutações, o importante
é pensar o que motiva os poderes governamentais, que são os responsáveis em
levar a educação para a massa popular e grupos elitizados. É pensando nisso que
se torna importante avaliar que tipo de história que está sendo transmitida
para os alunos, a criação de um modelo institucional criada pela necessidade de
se ter uma história nacional, acabou acarretando uma característica para o
ensino de história, espaço que a criação de heróis, datas, se tornou o ponto
central deste ensino como uma questão circular onde para se entender uma
sociedade é preciso exclusivamente ter a compreensão dos grandes nomes e marcos
da tida “história brasileira” consequentemente ocasionou dentro desta
instituição um ciclo repetitivo de ensino, aonde os mesmos conteúdos vão apenas
se repetindo.
As novas abordagens do ensino de história
possibilitam aos professores a trabalhar a desconstrução de práticas que se
perdurou por muitos anos, assim torna a possibilidade de inserir temas como
racismo no ambiente escolar a parti de novas fontes. Por fim, é importante que
a mudança perpasse para entre os professores e gestores, uma vez que os mesmos
venham a ensinar sobre cultura Africana e afrodescendentes e que não pratiquem
atos discriminatórios e que venham se despir de discursos preconceituosos. Seja por meio da formação continuada ou por
reformulação das políticas curriculares que seja um trabalho voltado para
conscientização da sociedade.
Este trabalho
pode contribuir para que o professor de história nas escolas do Sul da Bahia aborde em sala de aula a escravidão e
origem africana no território conhecido majoritariamente pela forte
presença indígena.
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<https://familysearch.org/pal:/MM9.3.1/TH-1-15269-33919-32?cc=2177272&wc=M7ZY-H3X:370035301,370035302,370035303>
Olá Atenor e Jamilly, Seu texto retoma a importância do uso das fontes em sala de aula, fontes das quais dispomos e bem podem se tornarem temas geradores, ampliar o debate ou mesmo instigar nossos alunos a perceber a história em tudo o que ela é e está. Um ponto que importante que surge do trabalho e reflexão de vocês, acredito, seja a ideia da pesquisa, do professor da sala de aula se ver como pesquisador, tarefa fundamental também para o ensino que muitas vezes nos professores negligenciamos. Como vocês pensam a pesquisa e o ensino de história na educação básica? ABCS
ResponderExcluirEverton Carlos Crema
Olá professor, primeiramente agradecemos pelo seu riquíssimo comentário sobre nosso texto. Partimos do ponto de vista que todo professor é pesquisador, o componente curricular história, não é possível ensinar sem pesquisa. Portanto é importante que as aulas de história seja um mix de ensino, pesquisa e aprendizado. Dentre as várias possibilidades do uso de documentos na sala de aula, pensamos que os documentos eclesiásticos podem ser levando para a educação básica a partir dos primeiros anos do ensino fundamental II, utilizando os conhecimentos prévios dos alunos e alunas, pensamos que primeiramente deve se trabalhar alguns conceitos básicos como: batismo e casamentos. A seguir apresentar as fontes históricas e comparar com as atuais. Fazer transcrição de documentos antigos e mostrar a importância desses documentos também é outra possibilidade.
ExcluirAtt:
Atenor Junior Pinto dos santos
Jamilly Bispo Laureano
Olá Antenor e Jamilly. Muito interessante e importante a colocação de vocês sobre a utilização de documentos históricos como fonte de pesquisas e ensino de história. Documentos como fontes históricas vem ganhando importância e sendo reconhecido como patrimônio em todo o mundo. A UNESCO tem se empenhado neste sentido com o programa “Memória do Mundo – MoW” este órgão propõe medidas de preservação e acesso ao patrimônio documental da humanidade. No artigo é disposto o uso dos documentos eclesiásticos da Freguesia de Nossa Senhora do Carmo da Vila de Belmonte como fonte histórica, este tipo de documento arquivístico é dotado de valor testemunhal das atividades que registram, porem sabemos que em nosso país pouca atenção e cuidado vem são dados à estas fontes de pesquisa. Partindo desta premissa gostaria de saber, considerando o armazenamento e disponibilização dos mesmos , como foi a experiência do acesso à estas fontes documentais para a pesquisa ?
ResponderExcluirLuciana de Souza Vilela.
Olá professora. Primeiramente queremos agradecer sua contribuição para refletimos mais um pouco sobre nossa experiência de pesquisa. Visto que, trabalhar com documentos eclesiásticos do século XIX, não é uma tarefa fácil, pois temos que enfrentar problemas variados, desde paróquias que não liberam o acesso, até documentos mal conservados e rasurados.
ExcluirNo entanto para a Freguesia de Nossa Senhora do Carmo, tivemos o privilégio de poder contar com o trabalho que vem sendo desenvolvido pelos mórmons através do projeto FamilySearch que é uma organização da história da família sem fins lucrativos dedicada a unir as famílias por gerações. Eles estão espalhados pelo mundo. Com esse projeto eles digitalizam os documentos eclesiásticos de vários períodos e disponibilizam na plataforma online com acesso gratuito.
Esse trabalho desenvolvido pelos mórmons facilitou para os pesquisadores que se debruçam sobre temas ligados a família em diferentes períodos. Infelizmente encontramos apenas dois livros para o período escravista, pois enchentes eram recorrentes na região da vila de Belmonte, devido à proximidade com o Rio Jequitinhonha, muitos foram os documentos perdidos. De acordo com Durval Pereira da França Filho (2003) “as grandes enchentes que causam temor aos belmontenses, principalmente às populações ribeirinhas e, ao mesmo tempo, uma resposta da natureza aos seus agressores”.
No enteado mesmo com uma documentação escassa conseguimos desenvolver essa pesquisa através de pequenos fragmentos, pois acreditamos na importância de um trabalho que aponte e analise a escravidão de ascendência africana no Litoral Sul da Bahia.
Afinal essa experiência nos forneceu dados que podem ser utilizados em sala de aula contemplando a lei 10639/03, compreendendo a participação da mão-de-obra de origem africana no da Sul da Bahia durante o século XIX.
Att:
Atenor Junior Pinto dos santos
Jamilly Bispo Laureano