ENTRE TEORIA E PRÁTICA: VISÕES E NOVAS PERSPECTIVAS ACERCA DO ENSINO DE HISTÓRIA NA EDUCAÇÃO DE JOVENS E ADULTOS
O presente
trabalho tem como objetivo principal servir como um relato de experiências
vivenciadas em sala de aula, contribuindo para uma melhor compreensão dessa
etapa, que se faz essencial na formação acadêmica, pois a mesma funciona como
um laboratório onde o acadêmico confrontará a teoria que absorveu durante o
decorrer do curso com a prática docente. O estágio supervisionado no ensino
médio foi realizado no Centro de Ensino Inácio Passarinho, no turno noturno,
com os alunos pertencentes a Educação de Jovens e Adultos [EJA], sendo a
regência desenvolvida em três turmas de primeiro e terceiro ano da instituição,
tendo sido o período de abrangência de 05 de setembro de 2019 a 05 de dezembro
do mesmo ano. Os métodos utilizados durante a prática docente tiveram como
função compreender de que forma o ensino de História contribui para formar
indivíduos que possam pensar criticamente a realidade em que estão inseridos,
tendo em vista os conteúdos trabalhados que incentivavam um pensamento crítico
sobre o período que estava sendo trabalhado em sala de aula.
O ensino nessa
modalidade de ensino requer do professor uma atenção aos saberes que os alunos
já trazem de suas experiências de vida, utilizando desse mesmo conhecimento
para apresentar o conteúdo da disciplina, nesse caso a história. Sabe-se que a
educação de jovens e adultos foi criada pelo governo federal, a mesma sendo
destinada principalmente a indivíduos que por uma série de motivos abdicaram do
ensino, sendo assim esse sistema de ensino permitiria que os mesmos terminassem
em menor tempo, possibilitando sua qualificação para o mercado de trabalho,
dentro disso não existe uma idade certa para se entrar podendo se encontrar
tanto adolescentes como adultos dentro da sala de aula. Como base nisso,
Vanilda Pereira Paiva no seu livro “ Educação popular e educação de jovens e
adultos” vai assinalar “A educação de jovens e adultos é toda educação destinada
aqueles que não tiveram oportunidades educacionais em idade própria ou que
tiveram de forma insuficiente, não conseguindo alfabetizar-se e obter os
conhecimentos básicos necessários.” [Paiva, 1973, p.16]
Dessa forma, o
presente artigo visa apresentar algumas impressões tidas durante o período de
estágio nessa modalidade, tendo em vista as problemáticas vivenciadas em
ambiente escolar. Ao decorrer do material serão apresentados alguns tópicos, o
primeiro se refere ao período de estágio na respectiva instituição, abordando
como a mesma está organizada, e as respectivas turmas em que se deu a pratica
docente. O segundo tópico vem tratar dos desafios da pratica docente, o
confronto entre teoria e pratica, como também a relação entre professor e aluno,
aluno e estagiário. O terceiro tópico visa apresentar novas possibilidades para
se ensinar História na Educação de jovens e adultos, sendo o objetivo
possibilitar aos futuros professores uma nova abordagem do conteúdo da
disciplina nessa modalidade de ensino.
“Os jovens e adultos pouco escolarizados
trazem consigo um sentimento de inferioridade, marcas de fracasso escolar, como
resultado de reprovações, do não aprender. A não aprendizagem, em muitos casos,
decorreu de um ato de violência, porque o aluno não atendeu as expectativas da
escola. Muitos foram excluídos d escola pela evasão [outro reflexo do poder da
escola, do poder social]; outros a deixaram em razão do trabalho infantil
precoce, na luta pela sobrevivência [também vítimas do poder econômico]. [Santos,
2003, p.74]
Dessa forma, ensinar jovens e adultos se
refere muito mais do que lhes repassar conteúdos, mais suscitar questionamentos
dos mesmos sobre a realidade em que vivem, e foi esse o principal objetivo
almejado no decorrer do estágio, promover reflexões tendo como base o conteúdo
histórico assimilando com as experiências que os mesmos já trariam de suas
vivencias no cotidiano. As perguntas que foram feitas no decorrer dos 70 dias
que duraram o estágio foram as seguintes: será que a educação de jovens e
adultos realmente promove a equiparação em sociedade desses indivíduos que por
motivos diversos pararam de ir à escola? Será que realmente está tendo sentido
para os alunos o conteúdo que é ministrado? E principalmente, qual o papel da
disciplina de história na vida desses indivíduos? E de que forma de que formas
diferentes o conteúdo histórico poderia ser abordado dentro da sala de aula?
Desafios da
prática docente com jovens e adultos
Compreendendo o período de estágio como um
laboratório de experiências onde o estagiário vivenciará inúmeras situações que
confrontaram as teorias metodológicas que o mesmo teve contato durante a
graduação, os desafios dentro da sala de aula se torna constantes, cabendo ao
acadêmico possuir “a capacidade de lidar com as situações, utilizando do
conceito de inteligência interpessoal que seria a capacidade de compreender e
reagir de maneira correta, diante das várias situações que permeiam nossos
relacionamentos cotidianos”, para assim lidar melhor com os alunos.
As turmas em que
se desenvolveu o estágio se referiam ao primeiro e terceiro ano do ensino
médio, na modalidade de EJA, cada uma possuindo suas particularidades e sendo
necessário entender a realidade dos alunos para assim desenvolver uma prática
docente efetiva, pois como Paulo Freire afirma “ para ser um ato de
conhecimento o processo de alfabetização de adultos demanda, entre educadores e
educandos, uma relação de autentico diálogo”, ou seja, cabe ao professor antes
de querer ensinar qualquer conteúdo buscar ouvir e conhecer a trajetória e
faixa etária de cada um”.
Na primeira
turma, sendo a mesma o EJA I B, que se referia ao primeiro ano, as
peculiaridades que a envolviam diziam respeito ao fato da maioria dos alunos
serem adultos de 30 a 50 anos, que estão tentando concluir uma etapa que não
foi possível em um período regular. O desafio nessa turma seria o de
desenvolver as aulas de forma que viesse a atrair a atenção dos alunos, para o
conteúdo ministrado, sendo que a maioria eram mães e pais de família, que
desenvolvem inúmeras funções diárias e já chegam ao ambiente escolar
desgastados, dessa forma, a explanação do conteúdo deve ser feita de maneira
didática, captando a atenção do aluno por meio de movimentos feitos pelo
professor regente em sala de aula. “ A arte de ensinar está em saber ensinar o
essencial [o que pulsa no coração e faz pulsar os corações], e faze-lo de um
modo inesquecível, desenhando e projetando na mente dos alunos experiências
transformadoras. ” [Perisse, 1952, p.18]
As outras turmas
se referiam respectivamente ao terceiro ano, tendo uma sua peculiaridade, no
EJA II B, pode- se notar uma quantidade maior de alunos de diferentes faixas
etárias, desde indivíduos bem jovens, a de idade mais avançada, o que tornou a
prática da regência, mas desafiadora, pois encontrar uma linguagem que
alcançaria ambos os públicos a ponto de captar a atenção para o que estava
sendo ministrado não foi uma tarefa simples, denotando um tempo considerável na
preparação das aulas. Outro ponto a ser destacado se refere a postura em sala
de aula pois, a princípio ocorreu um estranhamento por parte dos alunos com
relação a estagiária por ser mais nova, o que ocasionou em certa dificuldade
para á enxergarem como professora regente. Entretanto pode-se notar que alguns
alunos que participavam possuíam um pensamento crítico sobre assuntos ligados
principalmente a política brasileira e internacional, contribuindo para que em
algumas aulas ocorressem debates interessantes e acalorados, o que demonstra
que o processo de ensino aprendizagem se dá de forma reciproca, onde aluno e professor
interagem e produzem conhecimento.
Na turma de EJA
II A, diferentemente das outras salas, o público era formado por indivíduos
mais novos, de 18 a 30 anos por exemplo, o que fez que com que a relação de
estagiário e alunos fosse mais confortável, no sentido de ambos se
identificarem, dessa forma a dificuldade apresentada nessa turma foi
incentiva-los a participarem das aulas, pois o conteúdo que estava sendo
ministrado exigia isso, como qualquer outro assunto em história que precisa ser
refletido, debatido para se formular questões a respeito que possibilitem a
formação do pensamento crítico e a percepção do indivíduo enquanto sujeito
histórico. Logo, era uma pratica constante a formulação de perguntas durante as
aulas na tentativa de faze-los expressar suas respectivas opiniões,
confrontando-os e desconstruindo ideias que foram formuladas no imaginário
social dos mesmos durante a vida em sociedade, como questões sobre gênero, luta
de classes, a visão sobre o negro, existência de racismo, preconceito, dentre
outras pautas que se faz importante a discussão em sala.
A pratica docente
é permeada por desafios e situações inusitadas, o que exige do professor a
capacidade de muitas vezes fazer malabarismos para que a situação não fuja do
seu controle. Ensinar na educação de jovens e adultos faz com que o estagiário
saia da sua zona de conforto, pois se para muitos seria uma modalidade que o
ensino ocorreria de forma mais “fácil”, o que foi possível perceber durante o
estágio supervisionado é que lidar com esses indivíduos exigem uma capacidade
do professor de não apenas repassar o conteúdo, mais de se conectar aos alunos,
com suas trajetórias de vida, com seu cotidiano, para que a aprendizagem ocorra
de forma efetiva. Dessa forma, o maior desafio proposto nessa etapa seria de
sair de sua zona de conforto, da “bolha de proteção”, para se familiarizar com
os alunos, criando um vínculo que possibilita uma melhor relação durante as
aulas.
Novas formas de
se ensinar História no EJA
Segundo os
Parâmetros Curriculares Nacionais para o ensino de História, o principal
objetivo a ser alcançado seria o de “ desenvolver no aluno a capacidade de
observar, de extrair informações e de interpretar algumas características da
realidade de seu entorno, de poder relativizar questões da sua época, sendo o
educador o principal responsável pela criação das situações de estimulo para
que o aluno construa relações entre o estudado e o vivido”. Dessa forma, a
prática docente deve ocorrer de forma reciproca, sendo as aulas um momento de
interação continua entre professor e aluno, para que o ambiente da sala de aula
seja propicio a debates sobre os mais diversos assuntos que são trabalhados em
sala.
Dessa forma, o
ensino de história tem um papel importante na formação desses alunos, tendo em
vista que os coloca como sujeitos ativos em sua sociedade, formadores de
opiniões, construtores de conhecimento. Nessa modalidade, como nas outras, a
história deve se fazer atraente, para que o aluno possa se reconhecer e
interferir com reflexões críticas a respeito do assunto explanado. Se a disciplina for apresentada de forma
tradicional, privilegiando os grandes feitos, grandes heróis, logo os alunos
não se identificaram, o interesse dentro disso é partir do micro para se chegar
ao macro, se por exemplo, irá se falar sobre o período ditatorial, que tal não
utilizar música que foram escritas durante a época, ou por exemplo, quando se
fala sobre Guerra Fria, abordar essa fase por meio das produções midiáticas que
foram feitas, como filmes, desenhos que apresentavam os respectivos países que
participavam desse conflito, como foi feito no EJA II A, conseguindo assim
captar a atenção dos alunos, pois as imagens apresentadas se referiam a
aspectos do seu próprio cotidiano.
Os jovens,
adultos e adolescentes que em sua maioria frequentam essa modalidade apresentam
sinais de baixa autoestima, insegurança, indisciplina, e falta de perspectiva
futura, como se por estarem no EJA, diminuísse suas chances de alçar posições
de destaque. Logo o professor tem a tarefa de lidar não apenas com questões
ligadas ao ensino da disciplina, mais também com as emoções dos alunos, toda
aula é diferente, porque seus alunos todos os dias estão diferentes, as
situações que ocorrem nos seus cotidianos tendem a influenciar a forma como se
portam na sala de aula. Por isso o professor não deve se acomodar, imaginando
que deva repassar um conteúdo de forma simplificada para os mesmos, pois eles
já trazem um conhecimento prévio que deve ser utilizado em sala para ampliar
seus horizontes, incentivando-os a participarem das aulas por meio de suas
opiniões, fazendo-os repensar sua própria realidade.
“Os jovens e adultos pouco escolarizados
trazem consigo um sentimento de inferioridade, marcas de fracasso escolar, como
resultado de reprovações, do não aprender. A não aprendizagem, em muitos casos,
decorreu de um ato de violência, porque o aluno não atendeu as expectativas da
escola. Muitos foram excluídos d escola pela evasão [outro reflexo do poder da
escola, do poder social]; outros a deixaram em razão do trabalho infantil
precoce, na luta pela sobrevivência [também vítimas do poder econômico].
[Santos, 2003, p.74]
O fato de em
muitos momentos serem dispersos ou conversarem entre si, é o que mais dificulta
o processo de ensino, pois acabam se desconcentrando e consequentemente o
professor também, tendo em vista que precisa manter o controle da turma. Desse
modo, o professor tem a difícil tarefa de encontrar formas que chamem a atenção
dos alunos nos momentos iniciais das aulas, pois depois que se passam os 15
minutos iniciais, caso essa atenção não tenha sido conquistada, o assunto perde
o total sentido para os alunos. O que se pode observar é que principalmente no
turno noturno as aulas precisam ser diferenciadas, pois se está lidando com um
público que chega no ambiente escolar já desgastado do cotidiano.
O ensino de
história deve levar os alunos a refletirem não apenas sobre o passado como
também sobre o presente, para assim se construir um futuro mais igualitário.
Precisa fazer sentido para aqueles que estão recebendo tal conteúdo, é dessa
forma que funciona o processo de ensino - aprendizagem, onde professor e aluno
aprendem juntos, trocando experiências e informações. Na educação de jovens e
adultos, a história teria o papel de formular pensamentos críticos sobre as
realidades dos respectivos alunos, fazendo-os formular questionamentos sobre a
classe em que se inserem e todo o complexo sistema social que os envolvem, a
história teria o papel de libertar esses jovens das gaiolas que as circunstâncias
que os envolvem tende a colocá-los, incentivando-os a agir para modificar sua
própria realidade, como o filósofo existencialista Sartre assinalou,” não
importa o que a vida fez com você , importa o que você faz com o que a vida fez
de você “.
Considerações finais
Por fim,
percebe-se a experiência em sala de aula como um espelho da realidade do
sistema educacional brasileiro, que ainda precisa passar por modificações, até
oferecer um ensino de qualidade para todos, independentemente da modalidade em
que os alunos estão inseridos. A sala de aula se faz especificamente um
laboratório onde são testadas inúmeras estratégias para que as aulas ocorram da
melhor forma possível, tendo em vista, que o ato de ensinar, se faz de forma
reciproca, entre professor e aluno. Sendo assim, se pode confrontar as teorias,
métodos repassados no período da graduação, experimentando-os e vendo qual a
melhor linha de pensamento a se seguir.
Com isso, vemos
que o papel da educação vem se modificando ao decorrer dos tempos, e tendo a
complexidade dos dias atuais, o papel da mesma se torna ainda mais relevante,
pois é fundamental para reflexão sobre a realidade que os alunos vivenciam,
como também sobre qual papel desempenham na sociedade em que estão inseridos.
De acordo com SAVIANNI [1983, p.35] “ a educação ora assume um caráter de
subsistência, ora de libertação, ora é direcionada a comunicação, ora a
transformação, porém os mecanismos são sempre em prol das classes dominantes”,
o que torna seu papel volátil no decorrer da história.
Um dos aspectos
mais positivos nessa experiência docente, se refere a questão de ter sido
possível colocar em pratica as teorias propostas no decorrer da graduação, o
que permitiu em muitos momentos analisar não apenas os alunos, mais a si mesmo,
tendo em vista as fragilidades que se apresentam durante o estágio, pois sair
da zona de conforto pode causar um estranhamento inicial, o que aos poucos se
transforma em uma experiência de construção de conhecimentos e mudança de
mentalidade, desconstruindo paradigmas formulados internamente. Devido a isso,
espera-se que esse trabalho possa ser fonte de aprendizado para futuros
profissionais, e que está escrita possa uma nova perspectiva acerca da educação
de jovens e adultos.
Referências
Acadêmica do Centro de Estudos Superiores de
Caxias- CESC/UEMA. Departamento de História e Geografia, curso licenciatura em
História. costamirian044@gmail.com
PAIVA, Vanilda
Pereira. Educação popular e educação de jovens e adultos. Rio de Janeiro:
Edições Loyola, 1973. [livro]
SANTOS, M.L.L.
[2003]. Educação de jovens e adultos: marcas da violência na produção poética.
Passo Fundo: UPF. [livro]
FREIRE, Paulo.
Pedagogia do oprimido. 28 ed. Rio de janeiro. Paz e Terra, 2000. [livro]
SAVIANI,
Demerval. Escola e Democracia. São Paulo: Cortez/ Autores Associados, 1969. [livro]
Mirian, Parabéns pelo artigo.
ResponderExcluirRealmente teoria e prática no ensino jovens e adultos (EJA), não é uma tarefa fácil de licenciar a disciplina de história, sabemos das enormes dificuldades que é encontrada em sala de aula. Mas qual foi a metodologia utilizada para os jovens e adultos que chegava exausto no ambiente escolar?
att: Francisco Marlon ferreira de Sousa.
primeiramente obrigado pelo comentário, dar aulas no turno noturno não é uma tarefa fácil, principalmente para aqueles que chegam cansados, e se torna um pouco complicado conciliar, mas no meu período de estágio eu tentava iniciar as aulas primeiramente com uma conversa para dar um tempo das pessoas se familiarizarem com o ambiente escolar, e procurava tornar a aula a mais atrativa possível, porque tinha noção das dificuldades enfrentadas pelo alunos.
ResponderExcluirMirian da Silva Costa
Universidade Estadual do Maranhão- UEMA
Parabéns! Adorei o artigo.Tenho algumas questões: Este período alongado de estágio (70 dias) e com um número relativamente grande, 3 turmas, quando o habitual é uma turma ocorreu por quais razões? Quais os pontos positivos e negativos de ter este número de turmas e período prolongado de contato com os mesmos?
ResponderExcluirPara você refletir: reparou que em certos trechos do texto você refere a si mesma no masculino? Aponto isto porque é importantíssimo as vozes femininas se colocarem na escrita da História e da Historiografia. Ser uma JOVEM AUTORA é poderosíssimo e deve ser sempre ressaltado e valorizado.
Houve algum instrumento diagnóstico para conhecer a realidade dos estudantes e seus saberes?
Cláudio Correia de Oliveira Neto.
Este comentário foi removido pelo autor.
Excluirobrigado primeiramente pelo comentário, bem as turmas foram escolhidas pelo professor que esteja nos auxiliando, e como tinham muitas turmas na escola, e seriam três estagiárias, ficou dividido três turmas para cada uma, pois estávamos no turno noturno que já é um grande desafio, lidar com adultos que muitas vezes por você ser mais nova não te enxergam como professora. Acabei ficando com turmas com muitos alunos, o que é incomum nesse turno, tendo em vista, que a maioria trabalha durante o dia, no decorrer do estágio a dificuldade que senti ao longo das aulas, foi em me conectar com os alunos, em criar vinculo com eles, pois sem esse vinculo de respeito, dar aula não se tornava possível. Outro ponto é atrair a atenção deles, pois as distrações são várias, começando pelo cansaço físico dos mesmos. Os pontos positivos que posso destacar se referem ao próprio desafio de lidar com esse público, acredito que ao interagir com eles, ampliei minha perspectiva sobre o ensino nesse turno, ainda colocado de lado por muitos professores, como se aqueles que tivessem estudando á noite não tivessem perspectiva de um futuro melhor, são adultos muitas das vezes carentes, que se inferiorizam e trabalhar a autoestima dos mesmos não é uma tarefa simples, acredito que ao longo do estágio mais aprendi do que de fato ensinei, o professor exerce muitas funções em sala de aula, uma dela se diz respeito a entender como seus alunos funcionam se quer ter sucesso com a aplicação do conteúdo.
Excluirobrigado pela dica sobre o texto, vou me atentar a isso nas próximas publicações, tendo em vista que é importante a representação feminina dentro do universo historiográfico.
sobre o instrumento para diagnosticar a realidade dos alunos, utilizei do diálogo para criar uma proximidade, e percebo que foi a melhor alternativa, pois a medida que confiavam, compartilhavam suas experiencias , o que foi fantástico .
obrigado pelo comentário Claúdio
Mirian da Silva Costa
Universidade Estadual do Maranhão
Mirian, muito bom seu artigo!
ResponderExcluirVocê aponta que levou desenhos animados para trabalhar a Guerra Fria, como foi essa experiência? Os alunos envolveram-se? Quais desenhos levou? Qual metodologia você se apoiou?
Att: Ligia Daniele Parra
olá
Excluirprimeiramente obrigado pelo comentário, bem sobre essa experiencia foi interessante, no sentido que o público alvo em sua maioria era formado por adultos, e fora o estranhamento inicial, funcionou como uma novidade para os mesmos, tendo em vista que o professor regente utilizava apenas o livro didático como principal recurso em sala de aula. Então isso ampliou o conhecimento dos mesmos que não sabiam da origem desses desenhos, ou como eles foram utilizados para propagar ideais do período que concerne a guerra fria. Levei os vingadores, sonic, capitão america, alem de filmes de espiões como o 007, produzido também na época, utilizei recursos audio visuais para demonstrar a utilização dos mesmos.
Mirian da Silva Costa
Universidade Estadual do Maranhão
Este comentário foi removido pelo autor.
ResponderExcluirOlá Mirian, tudo Bem?
ResponderExcluirGostei do seu artigo, muito enriquecedor. Mostrando a realidade e a rotina do docente no ensino de Jovens e Adultos (EJA). Como foi a interação entre Estagiaria e o professor da escola ? Como estagiaria, qual a sua visão em relação ao livro didático destinado para esses educandos do turno Noturno?
Att: Ayrton Costa da Silva.