Rafael Dias de Castro e Iara de Oliveira Maia


ENTRE ENSINO, PESQUISA E EXTENSÃO: PROPOSTAS PARA UM LABORATÓRIO DE ENSINO DE HISTÓRIA



Os Laboratórios de Ensino de História tem como escopo de funcionamento um conjunto de ações que envolvem pesquisa, ensino e extensão, com o objetivo principal de refletir sobre as perspectivas, anseios, nuances e expectativas que regem a formação e atuação de professores de História, desde seu acesso à Universidade até sua atuação profissional, seja no âmbito da Educação Básica, nos ensinos fundamental e médio, ou no próprio Ensino superior. Além de tal correlação, busca-se aliar os objetivos entre o aprendizado científico, a atuação docente e a cultura histórica manifesta na região. Neste sentido, tais projetos tem o intuito de irradiar e polarizar com mecanismos específicos a cultura, o saber e o conhecimento regional e nacional, exigindo uma problematização capaz de produzir estruturas teóricas e práticas que possibilitem a práxis, propiciando o desenvolvimento de novas atitudes para se chegar ao conhecimento histórico-metódico.

Diversas instituições, em diferentes estados, oferecem ambientes virtuais de apresentação de seus laboratórios, espaços (virtual e físico), propostas e organização, tais como, por exemplo, os Laboratórios de Ensino de História da: Universidade Estadual de Londrina [UEL], Universidade Federal de Uberlândia [UFU], Fundação Getúlio Vargas [FGV/CPDOC], Universidade de São Paulo [USP], Universidade Federal do Recôncavo Baiano [UFRB], Universidade Federal de Goiás [UFG], Universidade Federal do Ceará [UFC], Universidade Federal do Rio Grande do Sul [UFRGS], dentre tantas outras. De modo geral, o interesse de tais laboratórios está em estabelecer um espaço de diálogo, apoio, troca de saberes, experiências e informações entre os professores de História universitários, os alunos de graduação, os professores dos ensinos fundamental e médio, através de discussões teórico-metodológicas e acompanhamento no que tange ao processo ensino-aprendizagem da disciplina de História.

Os Laboratórios se constituem, portanto, em uma experiência que busca alinhar o diálogo entre o conhecimento acadêmico, formação profissional docente e prática escolar. Neste sentido, seguimos o entendimento de Boaventura de Souza Santos [2010], para quem a universidade tem se afastado da escola pública, uma separação entre o mundo acadêmico e o mundo da escola. De acordo com ele, no momento em que o capitalismo global pretende funcionalizar a universidade e transformá-la numa vasta agência de extensão ao seu serviço, deve haver uma reforma do planejamento de Universidade que confira uma nova centralidade às suas atividades, atribuindo uma participação ativa na construção da coesão social, no aprofundamento da democracia, na luta contra a exclusão social e na defesa da diversidade cultural:

“O fosso cavado entre a universidade pública e o saber pedagógico é prejudicial, tanto para a escola pública, como para a universidade. A resistência desta última ao novo receituário educacional não pode reduzir-se à crítica, já que a crítica, num contexto de crise de legitimidade da universidade, acaba por vincar o isolamento social desta. Para dar um exemplo, a crítica produzida nas faculdades de educação tem reforçado a percepção de que a universidade está, sobretudo, empenhada na defesa do status quo. Romper com esta percepção deve ser um dos objetivos centrais de uma reforma universitária progressista e democrática. O princípio a ser afirmado é o compromisso da universidade com a escola pública. A partir daí, trata-se de estabelecer mecanismos institucionais de colaboração através dos quais seja construída uma integração efectiva entre a formação profissional e a prática de ensino” [Santos, 2010, p. 62].

Portanto, os Laboratórios necessitam ancorar-se na ideia de reinvenção das ações didáticas, pedagógicas e dialógicas entre ensino superior e educação básica. Tais espaços devem se estabelecer na perspectiva do saber pedagógico, proposta por Boaventura Santos, abrangendo três subtemas: produção e difusão de saber pedagógico, pesquisa educacional e formação dos docentes da escola pública, constituindo-se num espaço de integração entre as atividades docentes e discentes na graduação, auxiliando a produção e difusão de pesquisas e atividades didático-pedagógicas. Além disso, necessita articular-se com os atores da rede escolar e com a comunidade em geral, visando a melhoria do ensino básico, estabelecendo o compromisso de integração efetiva entre a formação e atuação profissional e a prática de ensino.

Nesta questão, é fundamental a compreensão sobre a complexidade da tarefa educativa no âmbito da escolarização básica. Conforme estudo clássico de Maurice Tardif [2002], o saber docente precisa ser compreendido como plural, formado pelos saberes pessoais dos professores [sua personalidade, sua história de vida], saberes da formação escolar anterior [suas experiências na escolarização básica], saberes da formação profissional [graduação, estágios curriculares, cursos, etc.]; saberes provenientes dos programas desenvolvidos e dos livros didáticos utilizados na sala de aula; saberes da sua própria experiência na profissão [diálogo com seus pares, socialização profissional] [Tardif, 2002, p. 62-63]. Com base em tal enfoque, os Laboratórios de Ensino de História buscam o entendimento do professor do ensino básico como um profissional reflexivo, capaz de investigar os problemas que se colocam no cotidiano escolar e avaliar e reorientar suas ações para intervenções mais ajustadas ao processo de aprendizagem de seus alunos.

Por tal acordo, é fundamental que tais espaços se assentem absolutamente em oposição àquilo que Carmen Gabriel identificou como a “tese do descompasso”. Esta tese, conforme a autora, corresponde a uma visão hierarquizada do saber histórico pela qual o saber científico, produzido e legitimado pela academia, permaneceria como o único referencial válido para avaliar as mudanças e “atualizações” do campo da história. Neste sentido, o descompasso mencionado estaria no saber histórico ensinado nas escolas ou na formação/atualização de seus professores, estabelecendo ser necessário: “aproximar a história ensinada o mais perto possível das ‘novas historiografias’, de forma a torná-la capaz de incorporar os novos objetos, enfoques e problemas colocados pelas historiografias contemporâneas” [Gabriel, 2015, p. 87]. O que se aponta como equivocado na referida “tese do descompasso” são as relações assimétricas de poder estabelecidas entre essas duas tradições disciplinares [acadêmica e escolar]. Neste sentido, o que se propõe como superação desse dilema é a necessidade de se estabelecer um “lugar de fronteira” entre os debates especificamente acadêmicos e aqueles peculiares ao âmbito da educação escolar, a fim de existir um diálogo tão necessário e crucial para o desenvolvimento do ensino de história em suas múltiplas especificidades, ultrapassando as tensões simplificadoras entre teoria e prática, conteúdo e forma, história acadêmica e ensino escolar:

“Precisamos investir teoricamente para deslocar as fronteiras que permitam justamente desestabilizar essas hierarquias e criar outras relações hegemônicas nas quais essas tensões, vistas até então como antagônicas, passem a ser vistas como unidades diferenciais de uma mesma cadeia equivalencial de uma relação singular entre sujeito/docente de história e conhecimento/história ensinada” [Gabriel, 2015, p. 91].

Não se trata, obviamente, de reforçar hierarquias entre diferentes conhecimentos [acadêmico x escolar], mas considerar o papel desempenhado pelo conhecimento científico/acadêmico na produção de um conhecimento escolar, na produção de uma cultura escolar com suas especificidades. Assumindo, com Luis Fernando Cerri [2011], que se o ensino da história implica em um gerenciamento dos objetivos curriculares e das concepções de tempo e de história que os alunos já trazem consigo desde fora da escola, então o professor de história na Educação Básica não pode ser considerado apenas como um tradutor do conhecimento científico para o conhecimento escolar ou um simplificador de conteúdos. Ele deve ser compreendido como um intelectual capaz de: “identificar os quadros de consciência histórica subjacentes aos sujeitos do processo educativo – inclusive o seu próprio – e de assessorar a comunidade na compreensão crítica do tempo, da identidade e da ação na história” [p. 18]. Da mesma forma, entende-se que o debate deve passar não somente pelas questões vinculadas ao saber histórico, sua relevância e seus métodos de abordagem, como também sobre sua ressonância, as práticas e formas que tal disciplina/conteúdo assume na educação básica. Dito de outra maneira, também deve interessar as reflexões iniciadas por Flavia Caimi, que elaborou instigante estudo sobre “Por que os alunos [não] aprendem história?” [Caimi, 2006, p. 17].

O desafio está em mostrar, portanto, que é possível e necessário desenvolver uma prática de ensino de História, tanto no âmbito acadêmico quanto no âmbito escolar, que esteja em consonância e seja atraente do ponto de vista do conteúdo, responsável socialmente e sem ingenuidade ou conclusões apressadas [sem reflexões]. Conforme ressaltado por Jaime Pinsky e Carla Pinsky, o historiador/professor deve ter um conhecimento sólido sobre o patrimônio cultural da humanidade, mas também sobre o universo sociocultural do seu educando – sua maneira de falar, sentir, seus valores, aspirações: “a partir desses dois universos culturais é que o professor realiza o seu trabalho, em linguagem acessível aos alunos. Diga-se de passagem, que linguagem acessível não é sinônimo de banalização” [Pinsky; Pinsky, 2018, p. 23]. Da mesma forma, Maria Auxiliadora Schmidt [2004] constata que, neste processo de reflexão sobre o papel do professor, não basta ater-se às características e potencialidades próprias das novas tecnologias ou inovações de outros tipos, mas “também refletir e retomar a sua interação com os currículos e com a prática pedagógica em sua totalidade” [p. 64].

Propostas para um Laboratório de Ensino de História
Então, como proceder na formulação de um projeto para um Laboratório de Ensino de História na Unimontes/MG? A metodologia de trabalho se estabelece com foco na troca de ideias sobre as estratégias utilizadas em sala de aula, suas possibilidades, ganhos e problemas. Além disso, dá-se atenção à produção e utilização dos materiais e recursos didáticos que auxiliem no desenvolvimento do processo ensino-aprendizagem no campo da História. No que tange às propostas metodológicas da história escolar, o Laboratório necessita se articular com o pensamento de que o ensino de história pode ser tratado na escola a partir de evidências [objetos, relatos, paisagens, imagens, jornais], bem como incentivar operações cognitivas que valorizem a capacidade de extrair e correlacionar informações a partir de tais evidências.

Conforme expressa Flávia Caimi [2015], não se trata de mobilizar tais fontes para ilustrar os conteúdos escolares, ou apenas como comprovação de acontecimentos do passado, mas torna-los como objetos de: “investigação histórica para compreender as experiências das gerações que nos precederam, dialogando com as metodologias próprias do ofício dos historiadores e aproximando-as dos contextos escolares” [p. 30]. Evita-se assim, conforme a autora, a banalização dos acontecimentos históricos que se quer evidenciar, pois, nesta proposta, a intenção é tomar as fontes de investigação:

“Desvendando suas condições de produção e, por meio de seu estudo, desenvolver determinadas competências cognitivas nos estudantes, como observação, compreensão, interpretação, argumentação, análise, síntese, comparação, ou competências investigativas, tais como a seleção de fontes, a formulação de hipóteses, a produção e resolução de problemas, a crítica documental, etc.” [Caimi, 2015, p. 30].

Neste sentido, o relacionamento e debates entre professores da educação básica, professores acadêmicos e alunos de graduação podem ser organizados no sentido de se estudar, formular e armazenar estratégias didáticas, recursos pedagógicos e planos de aula que auxiliem no desenvolvimento e diversificação do conteúdo de História em sala de aula. Assim, podem ser produzidas conjuntamente sequências didáticas e materiais paradidáticos, que auxiliem o professor da educação básica nas aulas de história através de documentos, jornais, músicas, filmes, etc., num diálogo constante entre o saber acadêmico e o saber escolar. Concomitantemente, podem ser debatidos artigos científicos, planos de aulas, relatos de experiências, a fim de desenvolver e estabelecer parâmetros de comparação entre as ações propostas e as dinâmicas esperadas no campo da disciplina histórica.

Uma ideia inicial, como proposta para um primeiro evento, é o Cine São Chico, a ser realizado por professores do curso de História conjuntamente com os alunos da graduação, possibilitando discussões sobre cinema, história, indústria cultural, fontes e recursos didáticos no aprendizado histórico. Seguindo a historiografia pertinente ao uso de tal recurso didático no ensino, o Laboratório necessita coordenar e incentivar os alunos da graduação em História para elaborarem, conjuntamente com os professores da Educação Básica, materiais para melhor compreensão sobre a utilização de tal recurso didático-pedagógico [como roteiro explicativo sobre a relação entre o filme e seu contexto, lista de atividades pós-exibição do filme, para ponderar o processo de ensino-aprendizagem que tal recurso derivou, etc.]. No diálogo com os professores atuantes na educação básica, será possível estabelecer quais filmes deverão ser exibidos e em que momentos específicos de acordo com o conteúdo dos livros didáticos e a dinâmica das aulas.

Outra proposta, via Plataforma Moodle, seria desenvolver grupos de estudos com o foco no tema Ensino de História, com o debate de textos entre alunos e professores universitários, para desenvolvimento de habilidades e conhecimentos específicos aos estudantes que os possibilitem analisar e propor intervenções didáticas nas aulas de história. Inicialmente, o Grupo de Estudo com o tema “O livro didático e o ensino de História”, debatendo a importância, questões, dificuldades e problemas que envolvem um dos principais recursos didáticos na educação básica, para o desenvolvimento de diferentes perspectivas didático-pedagógicas no processo de ensino-aprendizagem do campo da História.

Com uma metodologia de trabalho alicerçada na produção de material didático, na organização do evento Cine São Chico e nos debates vinculados aos grupos de estudos, o Laboratório de Ensino de História busca preparar o acadêmico de História para uma trajetória positiva como docente, além de colaborar e receber a colaboração daqueles que já atuam na educação básica. Também objetiva reunir um acervo que amplie o potencial teórico e prático do professor, mantendo esse material, bem como atividades de consultoria, aberto para os educadores e a comunidade em geral, possibilitando a permanente troca de experiências entre os profissionais da área, os futuros professores e os egressos da instituição.

Para realizar tais aspirações, do ponto de vista funcional, o Laboratório intenta conseguir visibilidade junto à Superintendência Regional de Ensino de Montes Claros/MG, tendo como foco tornar este Programa um espaço de diálogo e trocas de experiência entre os professores universitários, professores da Educação Básica, os alunos em formação na graduação em História e gestores estaduais de educação. A ideia é realizar conjuntamente projetos, planos de ação e iniciativas profícuas para a reflexão e desenvolvimento do ensino de história na cidade e região.

Além dessas relações, propõe-se um vínculo próximo com a ONG Preservar, instituição que se propõe a guarda e preservação de documentos históricos da cidade de São Francisco [onde a instituição possui um Campus e um curso de História]. Nesta parceria, os alunos da graduação, professores do ensino básico e professores universitários poderão utilizar não somente as documentações ali presentes na elaboração de recursos didáticos pedagógicos, como também utilizar o espaço como um momento de encontro, reunião, debates sobre o ensino de História, seus dilemas, dificuldades e expectativas, possibilitando o aprimoramento do processo de ensino-aprendizagem.

Por fim, na perspectiva de um projeto que tenha como escopo o ensino, a extensão e a pesquisa, o “Laboratório de Ensino de História” inicia sua atuação vinculando o Projeto de Pesquisa intitulado “Teoria da História e Didática da História: cultura histórica e usos do passado nas narrativas historiográficas do curso de História da Unimontes/MG”, cujo intuito é o de investigar a cultura histórica e os usos do passado na região norte de Minas Gerais, considerando as várias identidades sociais, culturais e formas de se abordar o tempo, compreendidas como conteúdo da experiência, medida de orientação e definição de ação/finalidade. Neste sentido, tal Projeto de Pesquisa irá colaborar com um conhecimento específico sobre o ensino de história realizado no âmbito acadêmico e sua possível ressonância no ensino básico e conhecimento social extra-acadêmico sobre a história.

Importante ressaltar, igualmente, que o Laboratório de Ensino de História se colocará à disposição dos programas Residência Pedagógica e PIBID, para auxiliar e colaborar no que for possível e necessário para atuação de tais projetos e acompanhamento de suas ações. Respeitando a individualidade de cada professor proponente, assim como a especificidade de tais projetos, o Laboratório poderá auxiliar nas diferentes demandas que surgirem e direcionar, conjuntamente, resoluções práticas e coerentes com as propostas que reforcem a importância do ensino de História.

Considerações finais
Diante de todas as atividades a serem perpetradas, destaca-se que o Laboratório de Ensino de História pretende funcionar como um lócus privilegiado de discussões sobre: o ensino de História e suas diretrizes, competências, legislação, currículo, políticas públicas e ações específicas; as habilidades necessárias [a alunos e professores] no âmbito do conhecimento histórico; o vínculo entre ensino de História na universidade e o ensino de História na educação básica; as possibilidades de colaboração entre universidade, profissionais da educação básica, instituições escolares e secretarias de educação. Além disso, o Laboratório tem como intenção catalogar, armazenar, produzir e estimular a feitura de planos de aula, materiais didáticos, levantamento e seleção de fontes históricas diversificadas, sempre em diálogo constante entre o coordenador do Laboratório, os demais professores do Departamento de História, os professores atuantes no ensino básico e os alunos graduandos. 

O intuito é, portanto, potencializar as ações relacionadas à área de Ensino de História, tornando-se um espaço de suporte ao ensino básico e superior, pesquisa educacional local e nacional, ensino, pesquisa e extensão universitária voltada às escolas e à comunidade em geral. Além disso, espera-se contribuir para formação profissional dos acadêmicos do curso de História, estabelecendo um espaço de apoio, troca de experiência e acompanhamento envolvendo o processo ensino-aprendizagem da disciplina de História conjuntamente com professores universitários e professores de História do ensino básico da região.

Referências
Rafael Dias de Castro é professor da área de Teoria e Metodologia da História no Departamento de História da Universidade Estadual de Montes Claros - Unimontes/MG e professor permanente do Programa de Mestrado em História [PPGH].

Iara de Oliveira Maia é Graduada e Mestre em História pela Universidade Federal de Ouro Preto (UFOP). Possui experiência na Educação Básica, tanto pública quanto particular de ensino.

CAIMI, Flavia. “Investigando os caminhos recentes da história escolar: tendências e perspectivas de ensino e pesquisa” in ROCHA, Helenice; MAGALHÃES, Marcelo; GONTIJO, Rebeca [orgs]. O ensino de história em questão: cultura histórica, usos do passado. Rio de Janeiro: Editora da FGV, 2015. [livro]

CAIMI, Flavia. “Por que os alunos [não] aprendem História? Reflexões sobre ensino, aprendizagem e formação de professores de História” in Tempo, UFF, v. 11, 2006, p. 27-42. [artigo]

CERRI, Luis Fernando. Ensino de história e consciência histórica: Implicações didáticas de uma discussão contemporânea. Rio de Janeiro: Editora da FGV, 2011. [livro]

GABRIEL, Carmen. “Cultura histórica nas tramas da didatização da cultura escolar [ou Para uma outra definição de didática da história” in ROCHA, Helenice; MAGALHÃES, Marcelo; GONTIJO, Rebeca [orgs]. O ensino de história em questão: cultura histórica, usos do passado. Rio de Janeiro: Editora da FGV, 2015. [livro]

PINSKY, Jaime; PINSKY, Carla. “O que e como ensinar: por uma história prazerosa e consequente” in KARNAL, Leandro. História na sala de aula: conceitos, práticas e propostas. 6ª ed. São Paulo: Contexto, 2018. [livro]

SANTOS, B. S. A universidade no século XXI: para uma reforma democrática e emancipatória da Universidade. 2010. Disponível em: https://www.ces.uc.pt/bss/documentos/auniversidadedosecXXI.pdf. [internet]

SCHMIDT, Maria Auxiliadora. “A formação do professor de História e o cotidiano da sala de aula” in BITTENCOURT, Circe. [org.]. O saber histórico na sala de aula. São Paulo: Contexto, 2004. [livro]

TARDIF, Maurice. Saberes docentes e formação profissional. Petrópolis: Vozes, 2002. [livro]

11 comentários:

  1. Professores Dr.º Rafael e Dr.ª Iara,

    Estou elaborando um projeto de extensão do Laboratório de Ensino, da UFTM e o texto de vocês será um grande apoio. Temos poucos debates em torno do papel e importância desse espaço no campo histórico.
    Esse contexto de pandemia emergiu a necessidade da utilização de TICs no nosso trabalho de ensino, pesquisa e extensão. Gostaria de saber como o Laboratório de Ensino da Unimontes está se organizando para essa nova dinâmica. Além disso, também saber como se estrutura o espaço físico do Laboratório.

    Parabéns pelo trabalho.
    Ilana Peliciari Rocha

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    1. Professora Dra. Ilana Rocha,
      Muitíssimo obrigado por suas questões e comentários.
      De fato, neste novo momento, as questões relativas à utilização de TICs se tornaram fundamentais. No contexto específico norte mineiro, já havíamos compreendido uma realidade que tem se apresentado cada vez mais a todas as regiões do país (principalmente àqueles que não são da área docente, claro): a desigualdade de acesso a ferramentas tecnológicas e acesso a redes de internet pelos alunos, não somente nas diferentes camadas sociais, como também em campi e espaços diferentes (como é o caso do curso de História por aqui). Cientes disso, o primeiro movimento (mais básico) relacionado ao uso de TICs, é geral e amplo, para acompanhamento de atividades (uma espécie de “atividade extra” aos interessados em se vincular ao Laboratório).
      Via Plataforma Moodle, a proposta é que sejam desenvolvidos grupos de estudos com o foco no tema Ensino de História, com o debate de textos entre alunos, professores universitários, professores da educação básica e interessados em geral, para desenvolvimento de habilidades e conhecimentos específicos que possibilitem analisar e propor intervenções didáticas nas aulas de história ou atividades em museus e instituições de pesquisa, por exemplo (pensamos aqui em “cultura histórica”). A dinâmica na plataforma seria responsabilidade/mediada pelos professores proponentes, através de debates de artigos científicos, notícias de jornais, entrevistas, etc., em fóruns de debate, refletindo também sobre ações a serem desenvolvidas.
      Sobre o espaço físico, ainda não possuímos (estamos em constante diálogo para conseguir, ao menos, uma sala).
      Apesar de inicial, esta ação pretende contribuir para os debates sobre História Pública, “pano de fundo” de nossas ações. Afinal, conforme salienta o título do artigo/manifesto de Marshall Poe (2009): “Fighting Bad History with Good, or, Why Historians Must Get on the Web Now”. Mas, para isso, acessibilidade, bom uso e produção de qualidade de materiais, vídeos, etc., são ações que, no nosso caso, ainda estão bem no início!
      Sigamos na luta!!!
      Rafael Dias de Castro e Iara de Oliveira Maia

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  2. Professora Dra. Ilana Rocha,
    Muitíssimo obrigado por suas questões e comentários.
    De fato, neste novo momento, as questões relativas à utilização de TICs se tornaram fundamentais. No contexto específico norte mineiro, já havíamos compreendido uma realidade que tem se apresentado cada vez mais a todas as regiões do país (principalmente àqueles que não são da área docente, claro): a desigualdade de acesso a ferramentas tecnológicas e acesso a redes de internet pelos alunos, não somente nas diferentes camadas sociais, como também em campi e espaços diferentes (como é o caso do curso de História por aqui). Cientes disso, o primeiro movimento (mais básico) relacionado ao uso de TICs, é geral e amplo, para acompanhamento de atividades (uma espécie de “atividade extra” aos interessados em se vincular ao Laboratório).
    Via Plataforma Moodle, a proposta é que sejam desenvolvidos grupos de estudos com o foco no tema Ensino de História, com o debate de textos entre alunos, professores universitários, professores da educação básica e interessados em geral, para desenvolvimento de habilidades e conhecimentos específicos que possibilitem analisar e propor intervenções didáticas nas aulas de história ou atividades em museus e instituições de pesquisa, por exemplo (pensamos aqui em “cultura histórica”). A dinâmica na plataforma seria responsabilidade/mediada pelos professores proponentes, através de debates de artigos científicos, notícias de jornais, entrevistas, etc., em fóruns de debate, refletindo também sobre ações a serem desenvolvidas.
    Sobre o espaço físico, ainda não possuímos (estamos em constante diálogo para conseguir, ao menos, uma sala).
    Apesar de inicial, esta ação pretende contribuir para os debates sobre História Pública, “pano de fundo” de nossas ações. Afinal, conforme salienta o título do artigo/manifesto de Marshall Poe (2009): “Fighting Bad History with Good, or, Why Historians Must Get on the Web Now”. Mas, para isso, acessibilidade, bom uso e produção de qualidade de materiais, vídeos, etc., são ações que, no nosso caso, ainda estão bem no início!
    Sigamos na luta!!!
    Rafael Dias de Castro e Iara de Oliveira Maia

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    1. Prof. Rafael e Iara,
      Agradeço os esclarecimentos e manifesto o desejo de futuras parcerias.
      Sucesso no projeto!

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    2. Professora Ilana,
      Será um imenso prazer para nós!
      Mande um e-mail, por favor, para iniciarmos um diálogo sem sombra de dúvida enriquecedor para nosso projeto! rafael.castro@unimontes.br
      Sigamos na luta!!!
      Rafael Dias de Castro e Iara de Oliveira Maia

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  3. Boa noite, prof. Rafael e prof.ª Iara!
    Parabéns pela instigante reflexão! A proposta apresentada é muito relevante e tem grande potencial para a formação dos(as) acadêmicos(as) da Unimontes, bem como para a educação básica da região. Gostaria de saber a respeito da perspectiva de vocês em relação à implementação desse projeto, ou seja, há uma previsão para o início das atividades? O laboratório seria sediado no Campus São Francisco? Haveria uma proposta de diálogo com o campus sede?
    Bárbara Figueiredo Souto

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    1. Prezada professora Dra. Bárbara Souto!
      Agradecemos imensamente seus apontamentos e questionamentos.
      O projeto se encontra em fase final de elaboração. A perspectiva é que seja implementado ainda este ano, mesmo que de forma parcial (obviamente, depois de passar pela aprovação das Comissões internas do Departamento e nas Câmaras superiores)! É urgente que tenhamos um espaço de reflexão específico sobre o ensino de História, no Departamento da Unimontes.
      Sobre estar sediado no Campus São Francisco, muito provavelmente, por dois motivos principais: o primeiro pelo fato de o local de atuação do professor Rafael ser o referido Campus. O segundo motivo, pela competência, esclarecimento e abertura ao diálogo sempre presentes em tal espaço, devido a demanda e busca incessante por conhecimentos, por parte dos discentes, e pela incansável melhoria e iniciativas das coordenações de tal Campus, tanto a do professor Roberto (coordenador anterior), quanto da atual coordenação.
      Iniciando os trabalhos com sua sede no Campus São Francisco, o movimento natural é que haja diálogo com o Campus sede, principalmente com o interesse de docentes e discentes pelas discussões e ações.
      Sigamos na luta!!!

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    2. Ass: Rafael DIas de Castro e Iara de Oliveira Maia

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    3. Bom dia, prof. Rafael e prof. Iara!
      Agradeço muito pelos esclarecimentos e pela alegria que proporcionaram ao lançarem esta proposta! Estou ansiosa para somar à equipe desse laboratório! Conte com meu apoio, sempre!
      Que os trabalhos continuem!
      Bárbara Figueiredo Souto

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  4. Prezado Professor Rafael e Professora Iara;

    Parabéns pela proposta do Projeto.Gostaria de saber como serão as atividades extensionistas do Laboratório de Ensino de História?

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    1. Prezada companheira Carla Cristina!
      Muito obrigado por sua questão!
      A proposta é que iniciemos o “CineSãoChico”: através de discussões sobre cinema e História, proporcionará aos professores dos ensinos fundamental e médio de São Francisco a organização de ciclos de exibição de filmes com temáticas históricas e debates específicos do campo. O Laboratório será o responsável por organizar a logística do evento (espaço, cadeiras, caixas de som, Datashow, etc.), cabendo aos professores do ensino básico a definição de datas para a exibição dos filmes; organização, transporte (até o Campus) e responsabilidade sobre seus alunos durante todo o evento. Além disso, seguindo a historiografia pertinente ao uso de tal recurso didático no ensino, o Laboratório irá coordenar e incentivar os alunos da graduação em História para elaborarem, conjuntamente aos professores da Educação Básica, materiais para melhor compreensão sobre a utilização de tal recurso didático-pedagógico (como roteiro explicativo sobre a relação entre o filme e seu contexto, lista de atividades pós-exibição do filme, para ponderar o processo de ensino-aprendizagem que tal recurso derivou, etc.).
      Da mesma forma, o Laboratório se colocará à disposição dos programas Residência Pedagógica e PIBID, para auxiliar e colaborar no que for possível e necessário para atuação de tais programas e melhoria de suas ações, em diálogo constante com os professores responsáveis pelos subprojetos na área de História.
      Sigamos na luta!!!
      Rafael Dias de Castro e Iara de Oliveira Maia

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