ENSINO DE HISTÓRIA LOCAL:
LIMITES E POSSIBILIDADES
A literatura e o cotidiano escolar costumam acusar a história de
ser meramente decorativa e descolada da realidade dos estudantes. Barbosa
afirma que:
“Não é por outro motivo que observamos, ainda nas últimas décadas
do século XX, que, para a maior parte dos estudantes brasileiros, o estudo de
história carece de sentido ou utilidade; não se tem a visão de ciência e sim de
uma matéria decorativa, estudo do passado, que só exige como vimos, a prontidão
em declinar nomes, datas e fatos. Não é de se estranhar que assim seja, porque
ocorre a enorme distância entre a realidade vivenciada pela comunidade e o
tratamento dado ao ensino de História, já que o aluno se torna mero espectador
de fatos, não necessitando esforços no sentido de qualquer reflexão ou
elaboração”. [Barbosa, 2006]
Obviamente que a afirmação da autora tratasse de uma generalização
com a finalidade de poder tratar melhor a temática a nível teórico, uma vez que
é impossível abarcar toda a complexidade e extensão da realidade. Uma série de
iniciativas vêm ocorrendo na tentativa de incentivar práticas pedagógicas
inovadoras e significativas no ensino de história, vide o caso do Programa
Institucional de Bolsas de Iniciação à Docência que atua na rede pública de
ensino.
O ensino de história local vem sendo tratado como uma estratégia
para uma história mais significativa que faça sentido para a realidade dos
educandos [Barbosa,2006]. Entendemos aqui a história local como o conhecimento
histórico em perspectiva local seja esta escala como objeto de estudo ou
referência [Neves,1997]. Caimi [2010] afirma que o ensino de história local
também pode ser entendido como resistência ao processo de homogeneização e
padronização cultural promovida pela globalização. Além de possibilitar aos
estudantes perceber a pluralidade temporal ao seu redor [Caimi,2010]. Entre as
potencialidades da história local podemos elencar:
“Dentre as principais potencialidades da história regional/local
se destaca a possibilidade de dar evidência a fontes, temas e sujeitos que não
tiveram visibilidade no âmbito da chamada “macrohistória”, contribuindo, assim,
para o conhecimento de múltiplas experiências históricas e o reconhecimento das
diversas identidades que compõem a sociedade brasileira”. [Caimi, 2010].
Do ponto de vista pedagógico o ensino de história local favorece a
“inclusão dos protagonistas da história que efetivamente fazem parte dos
espaços estudados - os professores, alunos e a comunidade local em geral”
[Barbosa, 2006]. Esta proximidade com a realidade é mais atrativa para o
alunado.
Socialmente o ensino de história local fortalece a práxis social,
pois a escala local é justamente a que é vivenciada mais imediatamente e pode
ser transformada mais rapidamente [Barbosa,2006]. Rodrigues explica que:
“Entendemos, assim, que o conhecimento da história local através
da escola potencializa uma práxis social, pois, como afirma Rodrigues: [...] o
cidadão, embora pertencendo à Nação, tem no município suas raízes. É nela que
ele nasce, cria seus filhos, trabalha; a relação fundamental da vida do cidadão
ocorre, portanto, no município. Então comecemos por ensinar nossos alunos a
acompanhar os administradores municipais, em sua atuação política; comecemos
por ensiná-los a conviver com a realidade concreta dos municípios, pelo
conhecimento da vida política, administrativa, cultural e social de onde ele
vive. Será através desse conhecimento que o cidadão poderá dimensionar sua real
parcela de influência na transformação da realidade vivida. Tal envolvimento o
levará à compreensão de sua importância e papel na transformação dos rumos da
nação”. [Rodrigues apud Barbosa, 2006]
A história local dá mais perspectiva as relações de poder ajudando
aos estudantes a se localizarem na disputa política e se mobilizarem para
superar as assimetrias destas relações de dominação [Bonafé apud Basilio,2014].
O ensino de história local colabora para que os estudantes se
aproximem do método histórico, os levando a construir problemáticas, formular e
testar hipóteses, classificar e analisar fontes, verificar a credibilidade da
fonte, estabelecer relação de causa e efeito, produzir interpretação histórica
para a realidade que o cerca. Metodologicamente também contribui para a
diversificação de fontes, que normalmente são pouco usuais na historiografia
tradicional. A abordagem local oferece a “eles uma bagagem conceitual e
metodológica que lhes permitisse compreender [e utilizar, em certo nível de
complexidade] os instrumentos e procedimentos básicos da produção do
conhecimento histórico”. [Caimi,2010].
O ensino de história local também é interessante do ponto de vista
narrativo. O enfoque localizado oportuniza o aluno a perceber o seu próprio
grupo social como participante da história o que implica em se perceber como
sujeito da própria história. A narrativa centrada nas grandes estruturas e
personagens acabam por produzir uma subjetividade complacente com a dominação
como bem coloca. Há inclusive implicações sociais graves ao silenciar as
camadas populares na narrativa entre elas podemos indicar:
“Ao negarem a participação popular na história, os livros
didáticos induzem o aluno das camadas populares a pensar que sua história não
tem valor, que sua história não é história, que só as iniciativas dos grupos
dominantes são dignas de registro, de estudo, são exemplos. Sendo induzido a
desvalorizar o seu passado, o aluno tenderá também a subestimar o seu papel na
manutenção e/ou transformação do presente, o que conduz ao fatalismo, ao
sentimento de impotência de transformação do mundo, e a aceitação das elites
para a direção da sociedade” [Davis apud Barbosa, 2006]
Trabalhar com história local apresenta uma série de dificuldades
como: a] a dispersão da documentação a ser examinada, uma vez que raramente ela
se encontra organizada em arquivos públicos, sendo mais facilmente localizada
em arquivos familiares, paroquiais, cartoriais, enfim, em instituições não
especializadas na sua guarda e conservação; b] a eventual inexistência de
fontes impressas, em alguns casos, requerendo do pesquisador a disposição de
trabalhar com outras fontes e possibilidades metodológicas, como a memória
oral, por exemplo; c] a proximidade temporal e física com os sujeitos
históricos implicados na pesquisa, que exige do pesquisador maior rigor
científico na seleção das fontes e na interpretação dos dados; d] a
precariedade ou a inexistência das fontes secundárias, uma vez que em muitos
casos ainda não há conhecimentos suficientemente sistematizados e publicizados
sobre temas regionais/locais; e] por fim, ressalta-se a preocupação do
historiador com a produção de uma historiografia local/regional que supere a
escrita autoexplicativa, de si/para si, relacionando-a com os contextos mais
amplos, com os conceitos já sistematizados, com as teorias já produzidas,
enfim, com os conhecimentos já disponibilizados acerca do tema em estudo
[Caimi,2010]
Joana Neves [1997] ao discutir os limites da história local elenca
quatro vícios desta abordagem: o localismo/bairrismo, o personalismo, a
fragmentação e o folclorização. O localismo ou territorialismo, como coloca
Haesbaert [2005], faz das vivências daquele espaço a medida de todas as coisas,
o que nela é produzida como verdade absoluta, o que desboca em xenofobia. Como
geralmente a produção historiográfica local serve aos interesses dos
mandatários locais acaba se tornando personalista, e acaba virando a história
dos “grandes homens” locais, o personalismo é um elogio ao dominador. A fragmentação ocorre quando o contexto
global não é levado em consideração. É importante lembrar que o local é uma
escala que está inserida em uma maior e quem ela se relaciona, em movimentos de
convergências e divergências [Neves,1997]. Toda identidade é produzida por um
acervo imagético de referência que muitas vezes são caricatos, a naturalização
e internalização destas imagens distorcidas é a folclorização.
Caimi [2010] critica o fato do ensino de história local está
concentrado nos anos iniciais do ensino fundamental e sendo ministrado por
professores polivalentes. O impacto do ensino de história local é maior na
educação de jovens e adultos uma vez que os estudantes desta modalidade já são
sujeitos plenos e participantes da comunidade, tendo maior poder de produzir
transformações.
Ao avaliar os limites e potencialidades do uso didático da
história local podemos concluir que é válido investir nesta abordagem. E como
lembra Neves [1997]: “abrir mão de sua compreensão, para fugir das
vicissitudes, é abdicar da possibilidade de imprimirmos sentido e consequência
às nossas ações”.
Consciência
histórica, tempo e espaço: complexificações e [re]flexões
Como sujeitos que interpretam suas experiências passadas
objetivando orientar suas ações, ou seja, indivíduos com consciência histórica
[Rüsen,2001] estamos a todo momento construindo sentido. A produção de sentido
passa por uma série de disputas, e atuam sobre eles diversos sujeitos e
instituições. O ensino de história nos termos colocados por Rüsen, enquanto “exposição
do saber histórico com o objetivo de influenciar terceiros”, tem um papel
nisto. O próprio currículo é responsável por isto uma vez que:
“Os currículos são responsáveis em grande parte, pela formação e
pelo conceito de história de todos os cidadãos alfabetizados, estabelecendo, em
cooperação com a mídia, a existência de um discurso histórico dominante, que
formará a consciência e a memória coletiva da sociedade. [...] não relativizam
a realidade e trabalham com a ausência de rupturas e resistências. As
dificuldades e obstáculos do cotidiano estão ausentes dos textos. Os currículos
e programas das escolas públicas, sob qualquer forma que se apresentem [guias,
propostas, parâmetros], são produzidos por órgãos oficiais. Que os deixam
marcados com suas tintas, por mais que os documentos pretendam representar o
conjunto dos professores e o ‘interesse dos alunos’. E por mais que tais grupos
reivindicam participação na elaboração de instrumentos de trabalho, ela tem se
restringido a leitura e discussões posteriores à sua elaboração”. [Barbosa,
2006]
A abordagem didática do local promove a aproximação entre a
ciência da história, a história escolar e a vida prática dos estudantes
[Barbosa, 2006]. O recorte nesta escala menor permite “a reconhecerem as diferentes
experiências históricas das sociedades e, a partir desse entendimento,
compreender as situações reais da sua vida cotidiana e do seu tempo” [Caimi,
2010]. A imersão na historicidade do lugar onde veem o mundo fazem perceber o
presente como direcionador das questões históricas [Neves, 1997]. Os sujeitos
da aprendizagem tomam ciência de suas carências [Rüsen, 2001].
O que a ciência história oferece aos leigos depois de transposta
didaticamente é a ampliação dos referenciais de experiências passadas de
maneira a dispor de mais possibilidades de orientação [Rüsen, 2001]. O ensino de história produz uma identidade
social transformadora via método histórico [Neves, 1997].
A identidade social é a percepção do sujeito que se define e
reconhece na ação [Neves, 1997]. É o
reconhecimento de si como como sujeito da história e, portanto, também objeto
dela [Neves, 1997]. A narrativa da história local até aqui proposta é produtora
de identidade social para a participação política [Barbosa, 2006]. Identidade esta que também é produzida via
território, uma vez que “não há como desvincular nossa história dos lugares em
que vivemos, não há como arrancar de nossa identidade os espaços que nos
[de]formaram” [Leite, 2015]. Identidade que não é fixa e nem definitiva, que se
altera nas disputas de poder no interior das relações sociais, e que se
reelaboram no movimento da narrativa da história [Rüsen, 2001].
A história tem raízes profundas na vida prática [Rüsen, 2001], e é
na escala local onde a ligação história e ação é mais forte, logo é
indissociável história local e práxis social [Neves, 1997]. As operações da
consciência histórica são produtos da vida prática concreta [Rüsen, 2001].
A luz das discussões feitas até o presente momento podemos
concluir que o ensino de história local é um ato político [Neves, 1997] que
pretende fornecer elementos de redirecionamento mediante ampliação das
perspectivas de experiências pretéritas ligadas ao presente de forma que se
abram novas expectativas de futuro.
Conclusões
A efetivação do direito a educação passa
obrigatoriamente pela sistematização das práticas pedagógicas. Serão elas que
de fato iram cumprir a atividade fim da instituição escolar. Uma parte
importante desse processo é a dos professores, é desejável que estejam
integrados a comunidade escolar. Vivenciar a mesma realidade, conhecer a
cultura do aluno, compreender seus signos culturais. Isto é de suma importância
para assegurar a aprendizagem do aluno. O processo educativo é transpassado por
várias questões a história da comunidade, a classe social do estudante, as
relações familiares, entre outros. Ao estar inserido neste universo o professor
pode melhor conduzir o processo de ensino-aprendizagem. Está proximidade entre
escola, seus alunos e a comunidade produzem um ambiente propício à
aprendizagem.
Contudo as práticas pedagógicas em muitos
casos são descoladas da realidade dos alunos, pouco fazem uso de tal saber na
execução das atividades. O processo de aquisição do conhecimento é realizado de
forma exclusivamente reprodutivista, não reflexiva e descontextualizada da
realidade do aluno. Não há uma preocupação de durante o processo inserir os
alunos nas práticas sociais daquela comunidade. Ao investir no ensino de
história local a escola se conecta realidade do aluno e contribui para a
construção de uma identidade social-política transformadora da realidade.
A história local fornece um arsenal
teórico-metodológico empírico que complexifica a consciência histórica dos
alunos de maneira a orientar as ações em prol dos interesses dos estudantes
daquela comunidade. Podendo eles manejarem estas armas de modo mais fecundo nas
lutas sociais contra a hegemonia e a opressão. Mais do que possibilidade de
currículo, uma estratégia política frente a crise que vivemos na atualidade.
Referências
Ms. Cláudio Correia de Oliveira Neto é mestre em História e
especialista em Educação de Jovens e Adultos, é professor de Bens Culturais da
Igreja no Seminário de São Pedro.
BARBOSA, Vilma de Lurdes.
Ensino de história local: redescobrindo sentidos. SAECULUM – Revista de
História. João Pessoa, jul./dez. 2006. [artigo]
CAIMI, Flávia Eloisa.
Meu lugar na história: de onde eu vejo o mundo? In: OLIVEIRA, Margarida Maria
Dias de. [Org]. História: ensino fundamental. Brasília : Ministério da Educação,
Secretaria de Educação Básica, 2010. 212 p.: il. [Coleção Explorando o Ensino;
v. 21]. [livro]
HAESBAERT, Rogério. Desterritorialização: entre redes e os
aglomerados de exclusão. In: CASTRO, Iná Elias de. Et al. [Org]. Geografia:
conceitos e temas. 7ªed. Rio de Janeiro: Bertrand Brasil, 2005. [livro]
HAESBAERT, Rogério. Viver
no limite. Rio de Janeiro: Bertrand Brasil, 2017. [livro]
LEITE, Lúcia Helena Alvarez. Educação Integral, territórios
educativos e cidadania: aprendendo com as experiências de ampliação da jornada
escolar em Belo Horizonte e Santarém. Educ.
rev. no.45 Curitiba Jul./Set. 2012 [artigo]
LEITE, Lúcia Helena Alvarez.
Escola: Espaços e tempo de reprodução e resistências da pobreza. Brasília: MEC,
2015. 15p. [Curso de Especialização Educação, Pobreza e Desigualdade Social –
Módulo III]. Disponível em http://egpbf.mec.gov.br/ Acesso em 15 jul. 2016. [internet]
NEVES, Joana. História
Local e Construção da Identidade Social. Seaculum – Revista de história
jan.dez. 1997. [artigo]
RÜSEN, Jörn. Razão histórica: teoria da história- fundamentos da
ciência histórica. Brasília: Editora UnB, 2001. [livro]
Olá...
ResponderExcluirPrimeiro, parabéns pelo texto. Uma discussão bacana e também interessante.
As discussões sobre História Local e Ensino de História me interessam de perto. Temos uma disciplina obrigatória no curso de graduação em História da universidade onde atuo que trata exatamente dessa questão...
Acredito que algumas questões podem contribuir com a reflexão: Além das contribuições de Flávia Caimi e Joana Neves, com as quais eu concordo, penso que algumas outras questões poderiam também ampliar as reflexões, a saber:
a) penso que uma das primeiras questões é a compreensão sobre o que é “Local” o que se entende por “local”, ou seja, “Local” para quem e em relação a quê?;
b) ao colocarmos “História local” as mesmas questões precisam ser enfrentadas (O que se entende por “História local”; é “História local para quem e para quê?)
c) Ligada à questão acima (letra “b”) algumas reflexões sobre os significados atribuídos à História local, precisam ser problematizados, como: (1) História local como “história pequena” – ou seja, é local, porque é de um bairro, uma escola, uma vila ou algo nesses termos... assim, seria “o tamanho” um elemento definidor?; (2) – É história local por que é “história do entorno”, uma história próxima. Todavia, é próxima a quem? Qual o referente para assegurar que essa “proximidade” é suficiente para defender a história local como tal?; (3) outro significado atribuído é que se “entende” a história local um tanto determinada pela dimensão geográfica, ou seja, tem uma delimitação espacial definida e por ela determinada, e sempre pequena; (4) outro significado é que, também costuma se pensar o que se chama de história local como um desdobramento da história “não local”(?), global, mundial, seja qual for o conceito, ou seja, ocorreu um determinado fato/acontecimento (considerado história nacional/mundial/global) e a história local seria um desdobramento – em “miniatura” dela... em síntese, como enfrentar esses desafios. Caso a discussão lhe interessa, deixo uma sugestão de texto (sobre essas questões colocadas e com algumas referências que podem também ajudar). História e história local: desafios, limites e possibilidades (artigo publicado na Revista História Hoje).
No mais, parabéns pelo texto.
Erinaldo Cavalcanti, grato pelas colocações.Na graduação e em especial na pós-graduação da UFRN há muito esta discussão e disciplinas especificas acerca desta temática. Esta é apenas uma sessão de um trabalho maior onde a discussão de escala também esta inserida e em diálogo com o conceito de território educativo. Creio que a discussão conceitual que você levantou é importante inclusive para tirar a História Local de um lugar periférico para o centro da discussão. Alagar o conceito de local e problematiza-lo é fundamental para avanços metodológicos.
ExcluirGrato.
Atenciosamente.
Cláudio Correia de Oliveira Neto
Quais contribuições para a aprendizagem podem existir a partir da presença da História Local nos currículos dos municípios?
ResponderExcluirQuais contribuições para a aprendizagem podem existir a partir da presença da História Local nos currículos dos municípios?
ResponderExcluirANDERSON DANTAS DA SILVA BRITO
ANDERSON DANTAS DA SILVA BRITO, obrigado pela questão. Como defendi no texto creio que o ensino de História Local pode contribuir para que os estudantes possam desenvolver habilidades e competências capazes de ajudar na transformação social de sua localidade. A História Local serve de ferramenta para que os alunos enquanto cidadão possam compreender como se dá o jogo do poder local para a partir de tais conhecimentos, habilidades e competências eles possam participar deste jogo ativamente promovendo transformações sociais. Então a História Local pode nos auxiliar a analisar porque um determinado grupo se perpetua no comando político do município ou que problemas são perenes ou intermitentes naquela localidade e que atitudes foram ou não tomadas para solucionar a questão.
ExcluirEspero ter respondido a contento sua questão.
Cláudio Correia de Oliveira Neto.
Tenho muito acordo com o texto. Como articular as determinações de um currículo único (BNCC) com as possibilidades de abordagem da História local? Carla Martins de Oliveira
ResponderExcluirCarla Martins de Oliveira, obrigado pela questão. Desde que o ENEM foi instituído como a principal forma de ingresso no ensino superior que a História Local sofre um duro golpe, já que eram os vestibulares locais que estimulavam a presença da História Local nos currículos. E agora temos a BNCC que dá outro duro golpe no Currículo de História em geral uma vez que a versão "vencedora" consagrou um conteúdo eurocêntrico, quadripartite e tradicionalista. A História Local para sobreviver na Educação Básica precisa de professores e professoras que acreditem nela como abordagem metodológica e pedagógica.Isto feito os professores e professoras devem focar nas competências da BNCC (1. Pela identificação dos eventos considerados importantes na história do Ocidente (África, Europa e América, especialmente o Brasil), ordenando-os de forma cronológica e localizando-os no espaço geográfico. 2. Pelo desenvolvimento das condições necessárias para que os alunos selecionem, compreendam e reflitam sobre os significados da produção, circulação e utilização de documentos (materiais ou imateriais), elaborando críticas sobre formas já consolidadas de registro e de memória, por meio de uma ou várias linguagens. 3. Pelo reconhecimento e pela interpretação de diferentes versões de um mesmo fenômeno, reconhecendo as hipóteses e avaliando os argumentos apresentados com vistas ao desenvolvimento de habilidades necessárias para a elaboração de proposições próprias) e usar a História Local (sujeitos, narrativas e fontes) como instrumentos para desenvolver estas competências. Espero ter respondido a contento sua questão.
ExcluirCláudio Correia de Oliveira Neto
Concordo com OLIVEIRA NETO quando enfatiza que "O ensino de história local também é interessante do ponto de vista narrativo. O enfoque localizado oportuniza o aluno a perceber o seu próprio grupo social como participante da história o que implica em se perceber como sujeito da própria história." - Esse olhar do estudante protagonista da História que se reconhece como sujeito social e histórico participante evidencia a relevância da História Local para tal processo.
ResponderExcluirANDERSON DANTAS DA SILVA BRITO
ANDERSON DANTAS DA SILVA BRITO, obrigado pelo comentário. Esta despersonalização da Narrativa Histórica e dos Sujeitos Históricos (nossos alunos e alunas) é gravíssimo, lembro-me de uma aluna do terceiro ano do ensino médio que se assustou quando eu disse que nós eramos a sociedade. Ela me contou que sempre lia e perguntava a si quem era essa tal de sociedade e com a minha afirmação ela entendeu o que era e o mais importante que ELA ERA TAMBÉM A SOCIEDADE. Precisamos trazer nossos alunos e alunas para próximo da história e sua condição de sujeito.
ExcluirCláudio Correia de Oliveira Neto
Olá! Claudio. Penso que no ensino de História Local, pela relação direta e experiência e memória de nossos alunos, os conteúdos da mesma, se tornam uma excelente oportunidade de despertarmos o interesse e validade do conhecimento histórico para nossos alunos, despertar um interesse, semear. Você concorda? Abcs
ResponderExcluirEverton Carlos Crema
Everton Carlos Crema, concordo. Tenho sempre tido bons resultados com meus alunos e alunas, não só por ser conteúdos e contextos próximos a realidade deles e delas como também valorizar a História de Vida dos estudantes e suas narrativas.
ExcluirCláudio Correia de Oliveira Neto
Olá, Parabéns pelo texto! Tenho muito interesse sobre o Ensino de História Local. Concordo quando você diz que "A história local ... Mais do que possibilidade de currículo, uma estratégia política frente a crise que vivemos na atualidade".
ResponderExcluirO texto é bem contextualizado de muita riqueza na produção. Irei destacar dois recortes que me chamaram a atenção para possíveis apontamentos. Sendo o primeiro,
“Ao negarem a participação popular na história, os livros didáticos induzem o aluno das camadas populares a pensar que sua história não tem valor, que sua história não é história, que só as iniciativas dos grupos dominantes são dignas de registro, de estudo, são exemplos. Sendo induzido a desvalorizar o seu passado, o aluno tenderá também a subestimar o seu papel na manutenção e/ou transformação do presente, o que conduz ao fatalismo, ao sentimento de impotência de transformação do mundo, e a aceitação das elites para a direção da sociedade” [Davis apud Barbosa, 2006]
Diante dessa negação que provocou esse profundo desinteresse pelo ensino de história. O que podemos fazer enquanto professores para estimular esse interesse? Já que somos obrigados a seguir um currículo excludente? Um projeto político pedagógico que não contempla essa temática (dando mais importância as disciplinas de português e matemática)? E um tempo insuficiente na sala de aula para aprofundarmos discussões e planejarmos ações que podem fazer da história local um ato político?
Luziane Laurindo dos Santos
Luziane Laurindo dos Santos, obrigado pelas questões. Obviamente não há receitas prontas. O que posso falar é das experiências que tenho tido acerca disto. Eu prezo por ouvir os alunos e suas histórias, aplicar questionários de perfil, fazer linhas de tempo da história de vida dos estudantes, biografia dos estudantes, pesquisar as representações que eles tem sobre o conteúdo, investigar seus saberes prévios, inventários de dúvidas e curiosidades deles. Baseados nestes dados traço uma ligação entre os interesses de aprendizagem deles e nossos objetivos de ensino e construo um programa de estudos. Outra estratégia é usar a História Local (sujeitos, narrativas e fontes) como instrumentos para desenvolver as competências da BNCC. Exemplo ao trabalhar ocupação das Américas questiono sobre como contar ou saber de uma história tão antiga, o que nos leva a discutir cultura material e daí como contar a história pessoal ou local a partir da cultura local. Outra possibilidade quando discutimos a II Guerra uso jornais locais. Mas o mais importante é ouvir os alunos e suas histórias e trabalhar na conexão delas com a prescrição da BNCC. Espero te respondido a contento.
ExcluirCláudio Correia de Oliveira Neto.
“Entendemos, assim, que o conhecimento da história local através da escola potencializa uma práxis social, pois, como afirma Rodrigues: [...] o cidadão, embora pertencendo à Nação, tem no município suas raízes. É nela que ele nasce, cria seus filhos, trabalha; a relação fundamental da vida do cidadão ocorre, portanto, no município. Então comecemos por ensinar nossos alunos a acompanhar os administradores municipais, em sua atuação política; comecemos por ensiná-los a conviver com a realidade concreta dos municípios, pelo conhecimento da vida política, administrativa, cultural e social de onde ele vive. Será através desse conhecimento que o cidadão poderá dimensionar sua real parcela de influência na transformação da realidade vivida. Tal envolvimento o levará à compreensão de sua importância e papel na transformação dos rumos da nação”. [Rodrigues apud Barbosa, 2006]
ResponderExcluirA escola é um campo de conflitos e disputas. A educação sempre esteve atrelada aos interesses das elites seja ela nacional, estadual ou regional. Como desenvolver atividades nesse sentido?
Luziane Laurindo dos Santos
Luziane Laurindo dos Santos, obrigado pela questão. Eu nestes casos de provocação política uso o confronto de narrativa. Exemplo: Aqui na minha cidade temos um teatro da década de 1930 muito bonito e construído nos padrões europeus da época e no site do teatro há uma narrativa bem tradicional dos grandes homens. Então levo aos alunos o texto do site e fontes sobre a história do teatro (fotos, jornais, textos acadêmicos) e eles então vão checando a narrativa do site e as fontes, e assim eles foram descobrindo que o teatro foi construído por retirantes, que o dinheiro era das obras contra a seca que foram desviados para o teatro, e toda uma história que não era contado pelo site. Vou questionando do porque o site não contar tais coisas e qual o interesse por trás daquela narrativa. E no fim eles a partir das fontes, das discussões e das próprias conclusões escrevem uma nova narrativa sobre o teatro. Desta forma eles se conscientizam das disputas de poder e participam dela ao construírem narrativas mais próximas de si, sem deixar de trabalhar conteúdos como República Nova, Era Vargas, Coronelismo.
ExcluirEspero que tenha respondido a contento.
Cláudio Correia de Oliveira Neto
Boa tarde!
ResponderExcluirO texto ajuda no diálogo com meu projeto de pesquisa, proporcionando reflexões densas sobre os limites e as possibilidades da História Local. Estou pensando sobre o uso de narrativas vivenciais dos sujeitos históricos locais como aporte pedagógico para ampliação, complexificação da consciência histórica de modo que a identidade social se construa.
O trecho em destaque é bastante significativo. “A luz das discussões feitas até o presente momento podemos concluir que o ensino de história local é um ato político [Neves, 1997] que pretende fornecer elementos de redirecionamento mediante ampliação das perspectivas de experiências pretéritas ligadas ao presente de forma que se abram novas expectativas de futuro.”
Uma questão latente é como os sujeitos da história local podem ser “escolhidos” para serem trabalhados nas aulas do ensino de história, fugindo da folclorização, exemplaridade e/ou personalismo?
Cristiana Romão da Silva
Cristiana Romão da Silva, obrigado pela questão. Creio que devemos começar por problematizar o conceito de Sujeito Histórico ou Sujeitos da História. Depois pensar a história vista de baixo, como os nossos alunos e alunas e seus ancestrais participaram da História Local. Podemos começar com os sujeitos próximos dos alunos (pais, avôs, bisavós e até onde a fontes permitirem ir). Outra possibilidade é que os estudantes indiquem os sujeitos de seu interesse ou pesquisem, debatam e elejam os sujeitos. É possível ainda construir com os alunos os critérios de elegibilidade de um sujeito histórico para estudo (fica a dica para um projeto interessante de pesquisa). Espero ter respondido a contento. Cláudio Correia de Oliveira Neto.
ExcluirCristiana Romão da Silva na minha especialização fiz uma pesquisa parecida com a que você pretende fazer. Segue o link espero que ajude https://drive.google.com/open?id=1LBsKUAYDqYPvqWKn72HmeVxMV3YCrq43
ExcluirQualquer coisa meu email: correia.claudio@rocketmail.com
Muito obrigada!Irei ver sua pesquisa.
ExcluirCristiana Romão da Silva
Bela reflexão que esse texto nos traz acerca da importância de se estudar o nosso local e toda sociabilidade. Assim, em uma passagem do texto, escrever a História local é vista como forma de resguardar uma:
ResponderExcluir"Identidade esta que também é produzida via território, uma vez que “não há como desvincular nossa história dos lugares em que vivemos, não há como arrancar de nossa identidade os espaços que nos [de]formaram” [Leite, 2015].
Tendo em vista essa passagem, podemos dizer que a maioria das monografias que são produzidas nas graduações são referentes ao estudo local de determinado estudante e que muitas vezes ao assumir a postura de professor da educação básica, esse mesmo professor não utiliza sua própria monografia para realizar alguma atividade diferente para suas turmas. Desse modo, minha pergunta é: Quais os desafios e as possibilidades de se trabalhar com a minha própria monografia em sala de aula? E como transformar o que foi escrito tão sistematicamente para um ensino de forma didática?
Jaciara Azevedo Rodrigues
Jaciara Azevedo Rodrigues, obrigado pela questão. Sua pergunta deveria ser a que todos os pesquisadores devem fazer desde o inicio de suas pesquisas. Há mais possibilidades do que desafios nesse processo. Creio que uma grande possibilidade é usar as suas fontes em sala de aula com os teus alunos. Procurar parcerias para transformar em outras linguagens e narrativas (transformar a pesquisa em quadrinho, música, poema, filme, imagem). Teoricamente a sua monografia é uma narrativa mas no formato acadêmico, a narrativa não muda apenas o formato.Espero ter respondido a contento. Cláudio Correia de Oliveira Neto.
ExcluirO ensino de História nas salas de aula possui grandes desafios, entre eles está o pensamento de "Disciplina decorativa" que muitos alunos ainda tem, inclusive você abordou no inicio do texto. No artigo você aborda a questão da História local e é citado algumas das dificuldades. Mas em sala de aula em si, quais os maiores desafios no momento de ensinar sobre a Historia Local?
ResponderExcluirRobson Araujo Pantaleão.
Robson Araújo Pantaleão obrigado pela questão. Creio que seja a gestão do tempo para realizar o planejamento, a aula e dá conta dos conteúdos. Como muitas vezes há pouco material bibliográfico da história local é preciso tempo garimpando material. Espero que tenha respondido a contento.
ExcluirClaudio Correia de Oliveira Neto
Olá Claudio, parabéns pela bela reflexão
ResponderExcluirO ensino de história local tem muitos ganhos ao alunado, como evidenciou no texto, no entanto, ao meu ver, é preciso considerar que as realidades locais não contêm em si a chave para sua explicação. Dessa forma, essa abordagem não ficaria muita restrita a realidade imediata?
Alcivan Tomaz de Freitas
Alcivan Tomaz de Freitas obrigado pela questão. Tudo depende da concepção de local que pode ser alargada e sempre relacionada ao contexto mais amplo ou intercalando com aspectos mais amplo e diversificado. Espero ter respondido a contento. Claudio Correia de Oliveira Neto.
ResponderExcluirOlá, Claudio!
ResponderExcluirPrimeiramente, parabéns pelo texto, achei incrível, me faltam adjetivos!!!!
Bom, eu faço graduação em história, estou no primeiro período e precisei me deslocar para outra cidade para conseguir fazer faculdade e chegando a esta me deparei com um projeto na área da história com o intuito de conhecer o passado histórico da cidade, as escolas municipais participam do projeto.
Enfim, na minha cidade não ocorre isso em todos os anos que tive a disciplina de história sempre foi com um olhar mais distante da minha realidade e creio que muitas pessoas não tiveram a oportunidade de aprenderem sobre a cultura local, minha pergunta gira entorno disso, como implementar esse ensino na atual rede publica de ensino, Uma vez que essa cada vez mais despreza a história?
Claraelisa Martins Mariano
Claraelisa Martins Mariano obrigado pela questão. Acho importante pensar que História é essa que as classes populares estão rejeitando e quais os motivos desta rejeição, nós historiadores e historiadoras temos que investir pesado em pesquisas neste sentido de investigar a história pública que circula, seus usos e recepções. Em seguida é necessário ouvir e integrar a comunidfazer no fazer história. Em uma pesquisa antropológica recente mostra que o fato de muitas vezes os professores não pertecerem a comunidade cria uma desconfiança por parte dos pais. Então é preciso o professor se integrar a comunidade e respeitar seus saberes e narrativas até se tornar um mediador. Sendo o mediador passa ajudar/orientar os estudantes a coletarem fontes sobre primeiro a sua própria história depois da familia, bairro até a história local. Em seguida passa a analisar o material coletado e confrontar com a historiografia local se houver. E por fim organizar a narrativa por linguagens do domínio dos alunos (música, quadrinho, fotografia, poesia e etc). É o caminho que estou traçando com bons resultados. Mas fazer só se aprende fazendo rs. Espero ter respondido a contento. Cláudio Correia de Oliveira Neto
ExcluirAqui o artigo acerca da pesquisa que citei acima https://brasil.elpais.com/brasil/2018/08/16/opinion/1534386391_575448.html
ExcluirCaro Cláudio Correia, boa noite!
ResponderExcluirPrimeiramente quero parabenizá-lo pela comunicação apresentada, trata-se de uma importante proposta de trabalho para o âmbito do ensino de história. Há alguns anos venho desenvolvendo projetos e debates acerca da da história local e regional no curso de história onde atuo, localizado no Sul do Pará, região da da Amazônia Oriental Brasileira, e tenho observado no âmbito da pesquisa que “o local e o cotidiano do aluno constituem e são constitutivos de importantes dimensões do viver, logo, podem ser problematizados, tematizados e explorados no dia da sala de aula, com criatividade, a partir de diferentes situações, fontes e linguagens” (FONSECA, 2012, p. 241). Contudo, como bem aponta a autora citada, uma dificuldade recorrente para os estudos de história local, são as fontes de estudo, pois “os documentos disponíveis aos professores, em geral, são constituídos de dados, textos, encartes, materiais produzidos por órgãos administrativos locais com o objetivo de difundir uma determinada memória. Assim, muitas vezes, professores e alunos tinham, como únicas fontes de estudo, evidências que visam à preservação da memória de grupos da elite local” (FONSECA, 2012, p. 240). Essa é uma dificuldade muito presente, principalmente nas pequenas cidades, onde há uma cristalização e rememoração constante de personagens e narrativas locais, o que ocasiona os “perigos de uma história única”, associada ao fato de muitos cidadãos não terem o hábito da leitura, pesquisa, nem formação acadêmica, o que ocasiona a “reprodução” e legitimação de tais memórias. Assim, tomando como referência a realidade estudada por você gostaria de saber como tem enfrentado os desafios das fontes de estudo para a história local analisada em sua pesquisa? Este foi um dos desafios enfrentados por nossa equipe de pesquisa no contexto dos projetos realizados, e como fruto de nossas pesquisas lançamos em 2019 uma coletânea intitulada Amazônia oriental Brasileira: história, migração e região”, reunimos na mesma pesquisados que há alguns anos vem historizando a região, e ajudando a desnaturalizar algumas narrativas e memórias existentes na e sobre a mesma. Para mais informações sobre este projeto e obra ver: https://www.editoracrv.com.br/produtos/detalhes/33688-amazonia-oriental-brasileirabr-historia-migracao-e-regiao
Mais uma vez parabenizo pelo texto e temática trabalhada,
Atenciosamente,
Lucilvana Ferreira Barros
Lucilvana Ferreira Barros parabéns pelo trabalho e obrigado pela questão. A metodologia que trabalho é a de criar polos de memória, pequenos arquivos temáticos onde os próprios alunos e membros da comunidade coletam e arquivam fontes originais ou cópias. A coleta começa com fontes pessoais da história de vida dos alunos e vai se alargando até as questões "mais históricas". A comunidade responde muito bem ao chamado, elas anseiam a ser ouvidos e participarem. Espero ter respondido a contento. Cláudio Correia de Oliveira Neto.
ExcluirOlá, Cláudio! Primeiramente parabéns pelo texto ,colocando em destaque o quanto é importante desenvolver trabalhos sobre a temática da História local e suas possibilidades. Há uma preocupação maior em relação as escolas estarem mais atentas para o desenvolvimento de trabalhos sobre a História local?
ResponderExcluirHenrique da Silva Filho obrigado pela questão. Infelizmente não vejo tal preocupação, falta apoio institucional e vontade. Dá muito trabalho usar a história local em especial se ela for relacionada a cidades interioranas, exige tempo e dedicação. Os projetos que fiz e acompanho em geral partem de interesse e esforço pessoal de professores e de ações de extensão universitária. E a BNCC junto com o ENEM minaram ainda mais o interesse pela abordagem.Outra questão é que em muitos casos não se ouve o aluno ou a comunidade e levam um pacote fechado, pronto e acabado para o aluno, que continua desconectado do conteúdo. A abordagem de história local só funciona se em conjunto com a comunidade, ainda que provocada pelo professor. Claudio Correia de Oliveira Neto.
ExcluirAntes de tudo quero parabenizá-lo pelo texto, bem desenvolvido e traz questões bacanas para o estudo de história local. Lendo outras perguntas dos participantes, suas respostas sanaram dúvidas em relação a história local e como utilizar alguns métodos em minha comunidade. Em relação desvalorização da história local pelos alunos, pela comunidade e pelo currículo. Concordo com que você trouxe em seu trabalho, realmente é algo que nós acabamos enfrentamos nosso dia a dia, por isso que o desenvolvimento de um trabalho, atividade ou projeto, depende muito do esforço do professor. Pois, o que eu vejo, é o desânimo da classe em relação a esse fato, pela falta de recursos, o apoio dos colegas e da direção.
ResponderExcluirNesse sentido, Cláudio, de que forma podemos trazer bons exemplos de uma história vista por baixo, de pessoas anônimas, de que forma podemos trabalhar essas questões?
Como podemos integralizar a história de pessoas comuns da comunidade e trazer o interesse por essa história?
Pois, realmente o que impera é as figuras dos homens ilustres e grandes coronéis.
Ana Lúcia Malta Nery dos Santos
Ana Lúcia Malta Nery dos Santos
ExcluirObrigado pelas questões. Devemos começar por nós mesmo. Fazer um trabalho de tentar conectar a nossa história pessoal a história local e a história geral. A partir deste exercício teremos mais clareza no processo que podemos adotar. A comunidade e os alunos tem muito a contar e devemos começar a ouvir. A identidade, se vê na história atrai as pessoas ainda mais para a história. Em uma escola da periferia de Natal RN a criação de uma árvore genealógica levou a descoberta de que a maioria ddescoberta que as família de muitos chegaram na época de 1930 devido uma seca que as trouxeram pra capital. Disto estudamos migrações e imigrações desafios e histórias destes sujeitos marginalizados. Mas não se iluda pois sempre haverá os que não participaram, mas não é motivo também de desesperança. A diversidade de temas e sujeitos é o caminho. Cláudio Correia de Oliveira Neto.
Olá Cláudio Boa noite, gostaria de parabenizar-lo pelo texto e pelas questões aqui apresentadas, bom acho de extrema importância a escola e os professores trabalharem a escola local, mais antes de tudo tornar seus alunos neutros, afinal pata trabalhar esse tipo de conteúdo é preciso que se mantenham as vezes imparcial, aí uma questão com o trabalhar nossos alunos para futuros trabalhos com história local...
ResponderExcluirAtt:Maria Evilene de Aquino ....
Maria Evilene de Aquino obrigado pela questão. A imparcialidade se dá com a construção de critérios de avaliação dos sujeitos, método de análise de fontes. E debates, eu uso uma técnica em especial a sala é divida em 2 cada um com um ponto de vista que elaboram um relatório pesquisa. No dia do debate os grupos sem aviso prévio mudam de lado tendo que defender o argumento oposto com base no relatório do oponente. Isto os obriga a se colocar no lugar do outro e desenvolver empatia. Cláudio Correia de Oliveira Neto.
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