DITADURA, REVOLUÇÃO E DEMOCRACIA: UMA PERSPECTIVA DO DEBATE DE CONCEITOS
NO ENSINO DE HISTÓRIA
Introdução
O
presente texto surgiu a partir de um debate entre os autores, no final de
fevereiro de 2020, acerca da importância do uso dos conceitos históricos em
sala de aula durante os estágios obrigatórios ao longo da graduação na
Universidade de Pernambuco. As escolas em que os estágios foram desenvolvidos,
em diferentes níveis sociais, apresentaram problemáticas semelhantes ao longo
das regências: a dificuldade do debate nas aulas de História, levando em
consideração os conceitos históricos.
Partimos
da perspectiva de que o uso de conceitos é essencial para a compreensão das
diversas temáticas abordadas, afinal, entendemos que o conhecimento conceitual
está intimamente relacionado à capacidade de análise dos eventos
históricos. Diante disso, não foi nosso objetivo aqui desenvolver um
debate aprofundado sobre o tema, mas estimular a discussão sobre os usos das
categorias em sala de aula.
Os
conceitos utilizados neste trabalho serão os de Ditadura, Revolução e
Democracia. Essa tríade foi escolhida tendo em vista as linhas de pesquisa dos
autores [História Contemporânea e História do Tempo Presente] e,
principalmente, a dificuldade dos estudantes debaterem temas como a Revolução
Russa, a Ditadura Civil Militar brasileira e os períodos democráticos na
atualidade. Compreendemos que esses conteúdos são relevantes, tanto para a
realização do quadro profissional em decorrência do cumprimento da grade
escolar, quanto para o desenvolvimento da consciência e análises históricas dos
estudantes.
Nossa
pesquisa baseou-se na aplicação de um questionário que inquiriu o conhecimento
dos abordados acerca dos três conceitos citados anteriormente. No entanto,
devido ao contexto da quarentena provocada pela pandemia do coronavírus, que
vivemos no período de realização deste trabalho, não foi possível realizar os
questionários em sala de aula. Esse fator nos obrigou a utilizar a ferramenta
de formulários virtuais produzidos pela Google e, visando produzir um conteúdo
mais abrangente, optamos por ampliar o recorte etário e de formação escolar,
participando tanto estudantes em período de conclusão do Ensino Médio quanto
aqueles que já o concluíram. Além disso, participaram também graduandos e
graduados de diversas áreas de formação.
Para
a análise das fontes, utilizamos como metodologia a análise categorial de
conteúdo, possibilitando nossa inferência às respostas dos participantes de
acordo com a frequência das palavras utilizadas e seus signos. [Bardin, 2016].
A escolha deste aporte metodológico se deu por ser um processo amplo de análise
difundido nas Ciências Sociais, que já tem seu espaço consolidado em pesquisas
históricas. Categorizar as respostas e seus significados foi, para nós, fator
importante para a construção de um método alinhado com o debate proposto, tendo
como problemática a superficialidade de discussões de conceitos históricos em
sala de aula.
É
importante afirmar também que entendemos o ensino não como um processo de
transferência de conhecimento, mas como uma construção entre educando e
educador [Freire, 1996]. Essa concepção nos guia a pensar o uso dos conceitos
históricos em sala de aula como categorias em transformação contínua e,
portanto, a necessidade de se estimular uma consciência crítica em relação aos
eventos históricos e suas perspectivas.
A
seguir, expomos os dados coletados, suas respectivas análises e,
posteriormente, apresentamos as definições dos conceitos, segundo nossa
perspectiva teórica. Em primeiro momento, abordamos o conceito de Ditadura e
suas variáveis no campo político e histórico; o conceito de Revolução atrelado
aos fatores políticos e sociais relacionando os temas; e, por fim, destacamos
as definições de democracia desde sua origem grega às perspectivas atuais. Por
fim, discutimos a necessidade da compreensão desses conceitos no aprofundamento
das temáticas tratadas em sala de aula, destacando concomitantemente sua
relevância para a construção da cidadania e participação política ativa dos
estudantes no meio social.
Ditadura:
as vertentes conceituais e a problemática em sala de aula
A
ditadura pode ser definida como uma forma de governo, exercida por uma ou mais
pessoas, que suprimem os direitos individuais e coletivos do povo, a partir do
estreitamento das relações entre os poderes executivos e legislativos,
monopolizando o poder e o exercendo sem restrições [Bobbio, 2016].
Segundo
Kalina Vanderlei Silva e Maciel Henrique Silva, o conceito de ditadura pode ser
classificado em três: a ditadura simples, a ditadura “cesarista” ou “bonapartista”
e o totalitarismo. A primeira diz respeito aos regimes dirigidos por um ditador
que utiliza os mecanismos tradicionais para a coerção social, como o exército,
a burocracia e o judiciário. Esses casos dizem respeito aos regimes ditatoriais
dos países pobres do final do século XX, como o governo de Papa Doc, no Haiti e
Idi Amin em Uganda [Silva; Silva, 2009].
A
segunda, por sua vez, está intimamente relacionada ao apoio popular e portanto,
necessita do cultivo da imagem do governante, a exemplo dos Estados Novos em
Portugal e no Brasil e do regime peronista na Argentina. A terceira, por fim,
tem o controle estatal [ou a tentativa dele] em todos os âmbitos da sociedade
como principal característica. Além disso, essa forma de ditadura também conta com
o apoio organizado de parte da população, como na Alemanha nazista e na Itália
fascista.
Ao
total, 30 pessoas responderam o formulário elaborado pela plataforma da Google
e a respeito do conceito de ditadura. Segundo as pesquisas, 20% dos
participantes não souberam explicar, 56,6% não definiram bem e 23,3%
responderam corretamente. Dessa forma, somamos aproximadamente 79,9% dos
entrevistados que ou não conhecem o conceito de ditadura ou não o aplicam de
forma adequada à sociedade.
A
maioria das respostas definiram algumas características do conceito de
ditadura, como a ausência de participação popular ou a repressão policial, no
entanto, a definição da categoria em si não pode ser generalizada em suas
características. Um dos participantes na pesquisa respondeu, por exemplo, que
ditadura “é o poder dos exércitos sobre o povo”, contudo, nem todas as
ditaduras são efetivadas pela classe militar. Em outro caso, registramos
a resposta: “Regime onde possui
um poder centralizador onde o líder governa de acordo com sua visão.” Porém,
nem todas as ditaduras possuem a figura de um líder autoritário, como o Estado
Novo português ou a Itália fascista.
Diante dessas problemáticas, notamos que a maior dificuldade dos
pesquisados não está, necessariamente, atrelada ao desconhecimento do conceito,
isto é, os entrevistados conhecem genericamente a ideia de ditadura e portanto,
destacam apenas características do que seria um regime ditatorial. Diante das
respostas, percebemos que as explicações estão intimamente atreladas ou ao
passado recente do Brasil [o que explica a associação do exército com regimes
antidemocráticos] ou aos grandes ícones ditatoriais da História [Nazismo e
Fascismo].
Sendo assim, é preciso que o[a] professor[a] de História, ao abordar
algum regime ditatorial, não apenas defina o conceito para aquele evento
histórico estudado, mas que aponte [ao menos de forma breve] outros casos e
suas especificidades, de maneira que o educando compreenda que não existe um
modelo único para o conceito de ditadura.
O conceito de Revolução em perspectiva histórica: um debate crucial para
a análise crítica no Ensino de História
Partindo da perspectiva de Norberto Bobbio [2016], a Revolução é uma
tentativa da derrubada de um poder instituído com o objetivo de transformar radicalmente
as estruturas políticas, jurídicas e econômicas de um determinado meio social.
Por ser um processo de transformação radical, a revolução dá-se a partir de um
movimento violento, a fim de causar uma ruptura no status quo. Tendo em vista
que os conceitos não são questões fixas, podendo mudar ou atrelar novos
significados no curso da história, Kalina e Maciel [2009] afirmam que a palavra
“Revolução” surge no período renascentista, que fazia alusão ao movimento dos
corpos celestes. Somente com a Revolução Inglesa, no século XVII, é que a
palavra passa a ter também uma conotação política, porém na época significando
um retorno à ordem política anterior, que no contexto citado seria o regime
monárquico. Os autores assim afirmam que “somente com a Revolução Francesa o
termo ganhou o significado que tem hoje: o de uma mudança estrutural,
convulsiva e insurrecional.” [Silva; Silva, 2009, p. 362].
Dentre as afirmativas acerca do conceito de Revolução, 46,6% das
respostas foram diretamente definidas por “não saber” ou anuladas por não
explicar o conceito de forma coerente e/ou coesa. Outros 33,3% apresentaram
questões pertinentes ao conceito, porém de forma parcial, pois introduziram
características, mas não definiram completamente. Com isso, 20% das respostas
foram satisfatórias, definindo de forma geral o conceito, mesmo que
superficialmente.
Ao analisar as respostas, percebemos que a maior dificuldade relacionada
a definição de Revolução está na associação dessas com outros fenômenos
sociais, como revolta, como a afirmativa a seguir: “É o protesto de uma parcela
da sociedade por seus direitos; fase de mudanças notáveis”.
O ato de protestar contra determinadas condições sociais está contido no
fenômeno revolucionário. No entanto, a revolução, como explanada anteriormente
difere de revolta porque essa, apesar de visar ou alcançar mudanças, não
alcançam as estruturas sociais, modificando-as, portanto, apenas
superficialmente.
A associação da transformação estrutural da sociedade com golpe do
estado também foi notada em nossas pesquisas, algumas respostas por exemplo,
afirmaram que revolução “É quando a população ou grupo derruba quem está no
poder”. No entanto, é importante lembrar que a derrubada de regimes, de maneira
geral, não está atrelada a atos revolucionários, haja vista, o
Golpe-Civil-Militar brasileiro no ano de 1964 que estabeleceu uma ditadura de
21 anos com base militar e apoio cívico-empresarial e religioso.
As dificuldades enfrentadas ao tentar conceituar revolução, em nossa
perspectiva, se dá devido à ausência de debates acerca desses regimes em sala
de aula. Discussões sobre a Revolução Francesa, A Revolução Russa ou a
Revolução Cubana são essenciais para que o estudante entenda o conceito e suas
especificidades, afinal, em cada evento histórico, ainda que preserve as
características basilares, o processo revolucionário ocorre de forma díspar.
Conceito Democracia e a importância do uso em sala de aula
Quando discutimos Democracia, se torna indispensável o debate acerca do
modelo grego [ou aristotélico] de democracia. “Demos”, em grego significando
povo, e “cracia” significando poder, ou seja, um poder do povo. Bobbio [2016]
afirma que, além do modelo grego de democracia, destacam-se mais dois: a teoria
medieval, pautada concepção romana de democracia em que o poder deriva do povo
e toma a forma de república, de forma representativa, ou do príncipe, com
decisões tomadas por delegações convocadas pelo soberano; e a teoria moderna,
pautada em Maquiavel, que nasce com o Estado moderno em formas de monarquias.
Partindo dessa concepção, o modelo grego seria apenas um formato de república.
A democracia se define, de forma geral, por um tipo específico de governo com
algum respaldo de participação popular. Dessa forma, há níveis de democracia e
seus modelos, como por exemplo: a democracia representativa, em que o povo
elege representantes para a tomada de decisões e a democracia direta, em que os
cidadãos participam diretamente, organizados em algum tipo de assembleia, nas
tomadas de decisões.
Dentre as respostas presentes em nosso questionário, 46,6% dos
entrevistados não conseguiram definir o conceito de democracia. 33,3% das
respostas não foram bem definidas, em que se apresentavam características de
modelos democráticos, enquanto 20% das respostas foram satisfatórias de acordo
com nossa análise. Tomando como exemplo respostas dos 33,3% que não definiram
bem o conceito, um dos participantes respondeu que democracia “é um sistema
político onde a população escolhe seus comandantes através de eleições”, ou
seja, nessa perspectiva o conceito de democracia foi reduzido ao poder do voto
na eleição de representantes, caracterizando um modelo democrático
representativo. Em contraponto, outro participante respondeu que “democracia é
a participação direta do povo no poder político de uma nação”, dessa forma o
entrevistado definiu uma característica presente no modelo de democracia
direta.
As problemáticas apresentadas nas respostas dos entrevistados nos levam
à inferência de que as dificuldades de se explicar o significado do conceito de
democracia residem na ausência dos debates em sala. Isto é, através das
respostas à essa pergunta no formulário, percebemos que a maioria dos que não
responderam satisfatoriamente e dos que não souberam responder, definem democracia
como eleições, república ou participação do povo na sociedade. Ou seja, assim
como nos outros dois conceitos, o significado da palavra, para os
entrevistados, se confunde com suas características gerais.
Considerações finais
Em nossa perspectiva, é necessário se entenda a importância da discussão
dos conceitos históricos em sala de aula para a construção de outros
conhecimentos históricos. Abordamos os três conceitos acima porque são mais
próximos ao nosso campo de trabalho e, portanto, conseguimos debatê-los com
mais facilidade. No entanto, a relevância dos conceitos o entendimento dos
eventos históricos não se resume a elas, pelo contrário, há inúmeras outras
categorias de análises essenciais para entender a História Antiga, Média,
Moderna e Contemporânea.
Cabe ao docente, portanto, o dever de aplicar os conceitos referentes
aos assuntos em classe, de modo que os estudantes aprendam as informações e
consigam aplicá-las em outros contextos, evidentemente, sem exercerem
etnocentrismo ou anacronismo.
Para tanto, recomendamos aos educandos que no preparo de suas aulas,
utilizem obras como a Enciclopédia de
Guerras e Revoluções do Século XX, Dicionário de Política e, principalmente, o Dicionário de
Conceitos Históricos escrito por Kalina Vanderlei Silva e Maciel Henrique
Silva. Esses livros, podem auxiliar os educadores a encontrar informações
suficientes para iniciar os debates em sala juntos os discentes.
Ademais, é importante também que os professores estimulem os estudantes
a desenvolverem um hábito de leitura, pois dessa forma poderá introduzir às
aulas textos transversais aos conteúdos da grade curricular, possibilitando uma
maior compreensão da temática estudada. Nessa perspectiva, os próprios verbetes
do Dicionário de Conceitos Históricos são uma excelente opção, pois além
de tratar dos conceitos com simplicidade, trazem a importância de estudar cada
um deles.
Referências
Edmilson Antonio da Silva Junior é
graduado em Licenciatura em História pela Universidade de Pernambuco [UPE] e
membro do Laboratório de Estudos da História das Religiões [LEHR – UPE], onde
atua como pesquisador desde 2016.
Rafael Cabral Godoy é graduando em
Licenciatura em História pela Universidade de Pernambuco [UPE] e membro do
Laboratório de Estudos de História do Tempo Presente [HTP – UPE], onde atua
como pesquisador desde 2017.
Bibliografia
BARDIN,
Laurence. Análise de Conteúdo.
Tradução Luís Antero Reto, Augusto Pinheiro. São Paulo: Edições 70, 2016.
BOBBIO,
Norberto. Dicionário de política.
13ª ed. Brasília: Editora Universidade de Brasília, 2016.
FREIRE,
Paulo. Pedagogia da autonomia: saberes
necessários à prática educativa. 25. ed. São Paulo: Paz e Terra, 1996.
SILVA,
Kalina Vanderlei; SILVA, Maciel Henrique. Dicionário de conceitos históricos. 2 ed., 2ª reimpressão. São
Paulo: Contexto, 2009.
Olá, Edmilson e Rafael!
ResponderExcluirParabéns pelo texto, que, dentre outros aspectos, foi a campo coletar dados quanto à concepção de estudantes e ex-estudantes sobre democracia, ditadura e revolução e, ao tabulá-los, forneceu-nos informações importantes. Vejam que mais de 33% não definiram bem a democracia, ao passo que quase 80% não têm discernimento sobre o conceito de ditadura. De fato, o cenário político do Brasil atual é sintomático neste sentido, e problematizar, portanto, esses conceitos de maneira substancial em sala de aula é um caminho possível e necessário para lançar luz sobre o tema.
Como sugestão, vocês poderiam se utilizar também do texto da Hannah Arendt intitulado "As origens do Totalitarismo". Ele elucida muitas questões tangentes à temática de vocês.
Um abraço,
Fábio Alexandre da Silva
Obrigado pelos elogios, Fábio. Vamos considerar sua indicação.
ExcluirEdmilson Antonio da Silva Junior
Rafael Cabral Godoy
Este comentário foi removido pelo autor.
ResponderExcluirTexto instrumental e muito bem construído. Parabéns aos autores!
ResponderExcluirA experiência bolchevique (especificamente pós-revolução) se enquadra no conceito de "ditadura direta" apresentado, tendo em vista que o poder ficou na mão do Partido e não, de fato, com os soviets?
A ditadura stalinista pode ser considerada um fenômeno totalitarista e, portanto, par ao nazi-fascismo teuto-italiano?
A situação da Bielorrússia e da Rússia atuais, por exemplo, com Lukashenko e Putin, podem ser consideradas democracias ou estão mais para "ditaduras cesaristas"? Obrigado!
PEDRO HENRIQUE SANTOS DE ALMEIDA
Olá, Pedro! Levando em consideração os conceitos por nós abordados, o processo histórico em que se formula a Rússia de 1917, como expressão popular em descontentamento com o regime, enquadra-se como uma Revolução (o que diferencia de um golpe, por não ser arquitetado apenas por uma elite política). Dessa forma, o período pós-revolucionário que se constitui na liderança do Partido Comunista da União Soviética foi se tornando um aparelho burocrático de governo, mas partindo do conceito não se encaixa necessariamente em uma ditadura. Portanto, comparar o governo de Stálin com o nazi-fascismo é, em primeiro lugar, ignorar as especificidades dos processos históricos e também uma distorção dos conceitos, combatidos por nós no texto em que produzimos.
ExcluirDestacamos que o czarismo foi um período específico da História, por isso deve-se tomar cuidado ao utilizá-lo, para não cairmos no anacronismo, que dificulta a análise dos fatos e da própria historiografia. Mas acreditamos que a Rússia de Putin se encaixa sim no conceito de democracia. Não com o objetivo de destacar qualidades de democracias, mas suas estruturas. É importante lembrar que existem diversos modelos democráticos (uns com maior praticipação popular, outros com menos) e esses modelos não ignoram em si o que conceituamos. O caso da Belarus de Lukashenko, temos pouco conhecimento do processo e infelizmente não podemos responder para não fazermos uma análise deturpada dos fatos. Mas, claro, podemos trazer em um outro momento após uma pesquisa. Obrigado pelo importante questionamento que com certeza contribui para o debate.
Edmilson Antonio da Silva Junior
Rafael Cabral Godoy
Primeiramente, parabéns pelo texto! Para maior eficácia do ensino de História, evidentemente o esclarecimento de tais conceitos é imprescindível, principalmente na atualidade, onde uma parcela do povo brasileiro ainda pede pela volta da Ditadura e onde o atual governo aprecia as características ditatoriais.Entao, quais são as sugestões para tratar de tais conceitos de forma menos subjetiva e mais correta possível diante da formação formação familiar de alguns alunos?
ResponderExcluirOlá, Ana Daniele! Acreditamos que o papel do professor de História é fundamental nesse processo e que os conceitos devem ser tratados de maneira contextualizada a medida que o educador avance com os conteúdos em História Contemporânea, de modo que o educando não passe a cometer anacronismos.
ExcluirEdmilson Antonio da Silva Junior
Rafael Cabral Godoy
Este comentário foi removido pelo autor.
ResponderExcluirTexto muito interessante.
ResponderExcluirGostaria de fazer uma pergunta, o Brasil passa por uma série de confrontos e crises políticas atualmente, o governo relativiza problemas sérios e afronta conceitos políticos e sociais com discursos que são, por vezes, sem fundamentação teórica. No entanto, esse método de se produzir "informação" ou de contrastar ao que vinha sendo tido como fato é adotado por grande parte da população em diversos aspectos, o relativismo de conceitos ou problemas sérios está cada vez mais habitual.
Partindo disso, como podemos lidar com a polarização, o pensamento negacionista e principalmente, com o descrédito á conceitos que são de suma importância para nós compreendermos a história?
- Iago Almeida Catunda
Olá, Iago! Acreditamos que o professor de História e mais amplamente, todos os professores das Ciências Humanas, possuem função combativa contra a negação de conceitos científicos, de modo que é tanto necessário combatê-los dentro de sala de aula, como fora dela, através de plataformas de divulgação científica nas redes sociais.
ExcluirÉ necessário voltar a Marc Bloch dia a dia em sala de aula e explicar "para que serve a História" a todas as crianças, adolescentes e jovens com os quais estivermos em contato.
Edmilson Antonio da Silva Junior
Rafael Cabral Godoy
Olá Edmilson e Rafael,
ResponderExcluirParabéns pelo texto!
Gostaria de saber sobre as possibilidades de articulação entre esse trabalho com conceitos proposto no texto e o combate ao revisionismo histórico que vem se difundido especialmente no Youtube, entendendo que diversos postulados revisionistas partem da ressignificação de conceitos, como, por exemplo, o conceito de civil-militar.
Att,
Elis Saraiva Santana
Olá, Elis. Há inúmeras possibilidades. Para uma explicação mais completa sobre sua pergunta, recomendamos a leitura de um capítulo de livro publicado por Edmilson, em edições passadas deste mesmo evento.
ExcluirBUENO, André; ESTACHESKI, Dulceli; CREMA, Everton; ZARBATO, Jaqueline. (Org.). Aprendendo História: Ensino. 1ºed.União da Vitória: Sobre Ontens, 2019, v. , p. 141-148.
Edmilson Antonio da Silva Junior
Rafael Cabral Godoy
Bom dia Edmilson e Rafael. Interessante a forma com que vcs explanam sobre a utilidade dos conceitos em sala de aula. Mais ou menos como aquilo que Reinhart Koselleck coloca quando trata da importância dos conceitos para a construção da personalidade dos sujeitos no presente.
ResponderExcluirSendo assim, gostaria lançar uma pergunta: Diante das definições apresentadas sobre o conceito de Ditadura, as práticas do atual governo brasileiro se assemelham ou se encaixam de alguma maneira a alguma dessas definições apresentadas no texto?
CRISTHIANO TEIXEIRA
Sim, Cristiano, acreditamos que as práticas e afirmações dos integrantes do governo atual se assemelham a práticas ditatoriais.
ExcluirEdmilson Antonio da Silva Junior
Rafael Cabral Godoy
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