DIÁLOGO NECESSÁRIO: FALANDO SOBRE TEA PARA PROFESSORES DE HISTÓRIA
Introdução
Uma das grandes
questões associadas à formação docente na atualidade diz respeito à necessidade
do professor conhecer os vários perfis do alunado e suas respectivas demandas
em sala de aula. A despeito disso, nas universidades, os acadêmicos dos cursos
de licenciatura não são preparados para lidar diretamente com alunos com
necessidades educativas diferenciadas – em geral só é oferecida a disciplina de
LIBRAS em obediência ao Decreto 5.626/05 –, cabendo a eles fazer, após a
graduação, um curso de especialização em educação inclusiva. Isso, inclusive, é
apoiado pela Lei de Diretrizes e Bases da Educação [LDB/1996, Art.59], que
trata sobre a necessidade do professor se capacitar para atuar com alunos com necessidades
educacionais especiais, para que ele possa não só identificar as demandas do
seu alunado, mas também a adaptar sua prática pedagógica a tais demandas
[BRASIL, 1996].
Com o objetivo de
contribuir para a ampliação da formação – acadêmica e/ou continuada – do
professor de História, este texto apresenta algumas reflexões sobre a educação
inclusiva, atribuindo destaque particular ao Transtorno do Espectro Autista
[TEA]. A motivação de propor um texto sobre esse tema para professores de
História já formados e em formação acadêmica partiu da detecção de que, apesar
dos muitos estudos já feitos, ainda existe um desconhecimento muito grande
sobre o TEA, e, sobretudo a respeito da relação entre crianças autistas e o
processo educacional em escolas regulares. Reiteramos que propor a discussão
sobre o tema posto em tela é também importante porque reafirma o que diz
Mazzotta [1993] de que a formação – acadêmica ou continuada – do professor não
pode está desvencilhada da realidade dos alunos.
O que é o Autismo?
Como foi dito
anteriormente, neste texto se refletirá sobre a educação inclusiva a partir do
Transtorno do Espectro Autista [TEA]. Antes de adentrar nesta reflexão
propriamente dita, faz-se necessário entender o que é o TEA. A comunidade
médica reconhece o Transtorno do Espectro Autista [TEA] como um tipo de
distúrbio que afeta o desenvolvimento da pessoa ligado às suas capacidades de
comunicação, interação e aprendizado. O autismo, como também é conhecido,
costuma se manifestar em seus portadores ainda na tenra infância geralmente a
partir dos três anos de idade, e é chamado de espectro porque possui diferentes
níveis de comprometimento ao desenvolvimento dos seus portadores. Para Grandin
& Scariano [1999]:
“O autismo é um
distúrbio do desenvolvimento. Uma deficiência nos sistemas que processam a
informação sensorial recebida fazendo a criança reagir a alguns estímulos de
maneira excessiva, enquanto a outros reage debilmente. Muitas vezes, a criança
se ‘ausenta’ do ambiente que a cerca e das pessoas circunstantes a fim de
bloquear os estímulos externos que lhe parecem avassaladores. O autismo é uma
anomalia da infância que isola a criança de relações interpessoais. Ela deixa
de explorar o mundo à sua volta, permanecendo em vez disso em seu universo
interior”. [Grandin & Scariano, 1999, p.18]
Para fins de
compreensão, o isolamento dos portadores do TEA mencionado na citação acima
pode ser entendido como um mecanismo de defensividade dos autistas, o qual é
acionado quando eles não conseguem processar os estímulos externos do ambiente
em que se encontram. Esse esclarecimento é importante para desconstruir uma
imagem estereotipada que algumas pessoas tomam como verdadeira de que os
autistas são indiferentes e avessos a demonstrações de afeto. Isso ainda é necessário, porque infelizmente,
se tem notado que, apesar das muitas iniciativas plausíveis, o desconhecimento
sobre o autismo ainda é muito grande, o que leva as pessoas a perpetuarem
estigmas sobre os portadores do Espectro. Por esta razão, a sociedade precisa
está ciente sobre o que é o autismo, pois esta é uma condição necessária para
que haja a inclusão desses sujeitos na sociedade.
Torna-se mister esclarecer que apesar de
defendermos a educação inclusiva na escola regular como um direito das pessoas
com TEA, reconhecemos que existem graus do autismo que demandam de uma atenção
mais individualizada. Em casos assim, crianças e jovens não conseguem obter
aproveitamento na escola regular, necessitando, por conseguinte, irem para uma
escola especializada.
Educação inclusiva
O acesso a uma
educação de qualidade que possibilite o pleno desenvolvimento de competências
cognitivas e sociais dos sujeitos deve ser um direito social indissolúvel e
disponível a todas as pessoas, independentemente da sua condição
socioeconômica, religião e/ou necessidades especiais. A década de 1990 marca a
adoção da educação inclusiva nos países ocidentalizados. [Lira, 2004] E na
atualidade, esta modalidade de educação pode ser ofertada tanto em escolas
especializadas como também em escolas regulares. Pois, como dispõe a Lei de
Diretrizes e Bases 9.394/96, a educação especial configura-se em uma garantia
de inclusão na sociedade brasileira.
Nesse sentido,
cabe destacar que o artigo 24 do Decreto nº 3.298/99, que por sua vez
regulamenta a lei nº 7.853/89, defende a igualdade no tratamento dispensado aos
alunos, inclusive àqueles com algum tipo de necessidade educativa especial
[Praça, 2011], evidenciando com isso que o que não pode ser feito pelo Estado
brasileiro, pelas escolas e muito menos pelos professores é negligenciar as
necessidades dos alunos no processo educacional.
Ressalta-se que
por muito tempo, chamaram de deficientes as pessoas com necessidades especiais,
inclusive aquelas relacionadas com a aprendizagem. Entretanto, em anos
recentes, no contexto da educação, a expressão “deficiente” foi substituída
por: “[...] pessoas portadoras de necessidades educativas especiais”. [BRASIL,
apud Fróes, 2007, p. 28]
No Brasil, é a
Política Nacional de Educação Especial na perspectiva da Educação Inclusiva,
publicada pelo Ministério da Educação no ano de 2008, que garante a educação
especial em todos os níveis da Educação Básica no País. [Praça, 2011] A
respeito desta modalidade de educação no Brasil, Rodrigues [2007, p. 45], nos
diz que ela corresponde a um:
“Modelo educacional que promove a educação
conjunta de todos os alunos, independentemente de suas capacidades ou estatuto
socioeconômico. A Educação Inclusiva tem por objetivo alterar as práticas
tradicionais, removendo barreiras à aprendizagem e valorizando as
singularidades dos alunos”. [Rodrigues, 2007, p. 45]
Adicionalmente, é
oportuno destacar que:
“Foi a partir das
últimas décadas do século passado, que a tendência da Educação Especial mudou
em função de novas demandas e expectativas sociais. Políticas públicas
começaram a entrar em vigor para garantir a todos os alunos acesso à
escolaridade regular, em salas de aulas comuns. [...] Começa a surgir, então,
um novo paradigma, o da inclusão”. [Giardinetto, 2009, p.34]
Apesar das suas
limitações no processo de aprendizagem, as crianças com necessidades educativas
especiais são no aspecto formal da nossa Constituição de 1988 - e também devem
sê-los no aspecto prático - contempladas com o direito de acesso à educação de qualidade,
assim como todas as outras pessoas do nosso País.
No Brasil, o
marco na luta pela inclusão de crianças com o Transtorno do Espectro Autista
[TEA] é a lei nº 12.764/2012, denominada de Lei Berenice Piana. Essa lei
garante a Política Nacional de Proteção dos Direitos da Pessoa com Transtorno
do Espectro Autista, que por sua vez determina que as crianças autistas devem
ser incluídas em todos os níveis da Educação Básica, com o direito de contar
com o amparo de profissionais capacitados para atendê-las satisfatoriamente no
espaço escolar. [Praça, 2011]
A inclusão de
crianças com necessidades educativas especiais, a exemplo das que possuem o
TEA, no ambiente escolar é muito importante. A justificativa dessa afirmação
encontra-se no fato de a escola ser, simbolicamente, o laboratório da
sociedade. Afinal, é no ambiente escolar que os indivíduos são iniciados à vida
social, além de serem também apresentados à diversidade característica do meio
em que eles vivem. Nessa perspectiva, defendemos que um modelo de sociedade
pode ser construído a partir de um modelo de escola; e por tal lógica, a
inclusão social se prefigura na própria inclusão escolar. Com efeito, se
queremos construir uma sociedade calcada no respeito à alteridade e na
igualdade de direitos, precisamos desde já construir um modelo de escola
inclusiva que, portanto, não apenas tolera,
mas que respeita a individualidade
dos alunos.
Notavelmente, no
âmbito desse processo surge a necessidade de adequar as práticas pedagógicas às
possibilidades e aos limites das crianças com necessidades educativas
especiais, a fim de que suas demandas no processo de ensino sejam atendidas a
contento.
Na escola regular
Por serem
importantes agentes de inclusão, os professores precisam desenvolver um olhar
mais reflexivo e sensibilizado acerca da realidade de inclusão de crianças com
necessidades educativas especiais na escola regular, buscando desse modo,
valorizar, antes das limitações, as potencialidades que elas possuem.
É inquestionável
que no contexto escolar a criança portadora do Transtorno do Espectro Autista
tem seu potencial de aprendizagem. A questão é que elas apresentam um ritmo de
aprendizado próprio e, portanto, diferente dos demais alunos, dado que o
portador do Espectro Autista aprende no seu próprio tempo e se desenvolve à sua
própria maneira - respeitar isso é de máxima importância. Em vista disso, os professores precisam saber
adequar os conteúdos curriculares, bem como suas práticas pedagógicas às circunstâncias
desses alunos, levando sempre em consideração as necessidades das crianças com
quem eles estão trabalhando, a fim de ajudá-las a se desenvolver cognitiva e
socialmente. A importância disso é apontada por Capelline [2001], para quem:
“As ações que
apresentam sucessos em sistemas inclusivos mostram que é imprescindível
alterações em suas práticas passando desde diminuição do número de alunos por
classe, aprendizado cooperativo, elaboração de projeto pedagógico, plano
individual de ensino, melhoria da formação profissional, valorização do
magistério, apoios centrados na classe comum e não via suplementação, com uma
pedagogia centrada na criança baseada em suas habilidades e não em suas
deficiências [...]”. [Capellini, 2001, p. 155]
Em adição, a
escola também precisa ser adaptada às necessidades desses alunos. Pois, a
infraestrutura física da instituição de ensino: “[...] interfere nas práticas
pedagógicas por não possibilitar uma arquitetura que estimule a autonomia do
aluno [...]”. [Silva, 2011, p.141] Serra [2004] apoia isso, quando contrasta integração e inclusão, dizendo que:
“A integração insere o sujeito na escola
esperando uma adaptação deste ao ambiente escolar já estruturado, enquanto que
a inclusão escolar implica em redimensionamento de estruturas físicas da
escola, de atitudes e percepções dos educadores, adaptações curriculares,
dentre outros. A inclusão num sentido mais amplo significa o direito ao
exercício da cidadania”. [Serra, 2004, p.27]
Atentar para a
diferença entre integração e inclusão é importante, porque não basta apenas
colocar a criança com TEA, ou com qualquer outra necessidade educativa
especial, em uma sala de aula e fingir que com isso se está promovendo a
inclusão. Ou seja, não basta apenas educar na perspectiva da integração; é
necessário também incluir – em todos os sentidos possíveis – o aluno com
necessidades educativas diferenciadas na sala de aula, a fim de que seu
desenvolvimento seja proporcionado. De fato, a inclusão envolve mais do que o
simples ato de inserir a criança na sala de aula de uma escola regular.
Em virtude da
falta de profissionais capacitados para trabalhar com crianças com TEA, não
basta as escolas disponibilizarem apenas salas multifuncionais ou recursos
pedagógicos de alta tecnologia, porque antes disso, elas precisam disponibilizar
também professores capacitados para trabalhar com esses alunos. A questão
colocada também aponta para a necessidade dos/as professores/as buscarem
capacitação profissional para tornarem sua prática pedagógica mais
significativa para seu alunado. Essa necessidade é existente para todos os/as
professores/as, sobretudo para os/as professores/as de História, que
desempenham o importante papel de lançar as bases para os alunos desenvolverem
consciência histórica e criticidade.
Os/as docentes
também precisam estar cientes de que um dos fatores determinantes do êxito no
processo de aprendizagem com crianças portadoras de necessidades educativas
especiais é o emprego de métodos adequados. É sabido que as tecnologias podem -
e em muitos casos devem - ser inseridas pelos/as professores/as como
ferramentas de apoio no processo ensino-aprendizagem. Quando aplicadas à
Educação Inclusiva, elas se revelam como importantes ferramentas para as
crianças com necessidades educativas especiais, visto que com elas torna-se
possível acessar com maior facilidade os conteúdos curriculares. Por esse
motivo, é possível afirmar que os recursos tecnológicos podem proporcionar – é
claro, a depender do caso -, muitas vantagens aos alunos com necessidades
educativas especiais, a exemplo dos portadores do TEA.
Por que
matricular crianças autistas em escolas regulares? A convivência com o
diferente faz bem para o nosso crescimento enquanto pessoa, nos ajudando
inclusive a estabelecer o respeito como elemento primário em nossas relações
sociais. Partindo dessa premissa, reconhece-se que a inclusão de crianças com
necessidades educativas especiais em uma escolar regular beneficia não somente
os incluídos, como também todos os
demais alunos que irão conviver com eles no espaço escolar, oferecendo a turma
como um todo: “[...] mais oportunidades de interagir e de aprender com a
diversidade”. [Sousa, 2008, p. 112]
Em consequência,
a inclusão pode também proporcionar aos alunos autistas:
“O estímulo às
suas capacidades interativas, impedindo o isolamento contínuo. Além disso,
[...] as habilidades sociais são passíveis de serem adquiridas pelas trocas que
acontecem no processo de aprendizagem social”. [Camargo, 2007, p. 20]
Por outro lado,
reconhecemos e reiteramos que existem crianças autistas que não conseguem se adaptar na sala de aula
regular. Em casos assim, o que deve ser feito é
matriculá-las em escolas especializadas. Pois, somente dessa maneira, as
necessidades educativas dessas crianças poderão ser atendidas adequadamente.
Isso nos ajuda a entender que a educação inclusiva numa escola regular é para
todos, mas ao mesmo tempo ela não é vantajosa para todos [PRAÇA, 2011], no
sentido de que há casos em que o desenvolvimento cognitivo e social de crianças
com necessidades educativas especiais pode ser mais exitoso em uma escola
especializada.
Considerações finais
Portanto, a
inclusão de pessoas com necessidades educativas especiais em escolas regulares
é uma necessidade que não pode ser desconsiderada, se queremos construir um
modelo de escola livre de discriminação e preconceito, onde as diferenças e o
tempo de aprendizagem dos alunos sejam valorizados, ao invés de condenados.
Fazer isso é muito importante para construirmos, por consequência, um modelo de
sociedade mais respeitosa e capaz de positivar as diferenças. Acreditamos que
nesse processo de construção de uma escola e de uma sociedade mais receptivas à
diferença, os/as professores/as, sobretudo os/as de História, são agentes de
importância pronunciada, visto que a atuação deles/as vincula-se diretamente à
construção da cidadania dos alunos a partir do reconhecimento do outro como
sujeito histórico. Por isso, proporcionar aos professores em formação
informações sobre o TEA e a relação dos seus portadores e o ensino regular é
tão fundamental para a elaboração de uma prática mais significativa.
Referências
Raimundo Nonato
Santos de Sousa – graduando em Licenciatura Plena em História, pelo Centro de
Estudos Superiores de Caxias, da Universidade Estadual do Maranhão – CESC/UEMA.
Atualmente, atua como pesquisador-bolsista PIBIC/UEMA e pesquisador-colaborador
UNIVERSAL/FAPEMA. E-mail: raimundo.045sousa@gmail.com
Maykon
Albuquerque Lacerda - graduando em Licenciatura Plena em História, pelo Centro
de Estudos Superiores de Caxias, da Universidade Estadual do Maranhão –
CESC/UEMA. É membro do Núcleo de
Estudos, Pesquisa e Extensão sobre África e o Sul Global – NEAFRICA. E-mail: maykonalbuquerquelacerda@gmail.com
BRASIL.
Ministério da Educação e do Desporto. Lei
de Diretrizes e Bases da Educação Nacional, nº 9394 de 20 de dezembro de
1996. [Lei]
CAPELLINI, Vera L. M. F. A inclusão de alunos com necessidades
educacionais especiais em classes comuns: avaliação do rendimento
acadêmico. 2001. 237 f. Dissertação [Mestrado em Educação Especial] – Centro de
Educação e Ciências Humanas, Universidade Federal de São Carlos, São Carlos,
2001. [Dissertação]
CAMARGO, Síglia P. H. Competência social, inclusão escolar e autismo: um estudo de caso
comparativo. 2007. 92 f. Dissertação [Mestrado em Psicologia] – Instituto de
Psicologia, Universidade Federal do Rio grande do Sul, Rio grande do Sul, 2007.
[Dissertação]
FRÓES, Maria A.
V. As produções acadêmicas em educação
especial: uma
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[Mestrado em Educação] – Faculdade de Educação, Universidade Federal de Juiz de
Fora, Juiz de Fora, 2007. [Dissertação]
GRANDIN, Temple;
SCARIANO, Margaret M. Uma menina
estranha: autobiografia de uma autista. São Paulo: Cia. das Letras,
1999. [Livro]
GIARDINETTO, Andréa R. dos S. B. Educação do aluno com autismo: um
estudo circunstanciado da experiencia escolar inclusiva e as contribuições do
currículo funcional natural. 2009. 194 f. Tese [Doutorado em Educação] –
Faculdade de Filosofia e Ciências, Universidade Estadual Paulista, Marília,
2009. [Tese]
LIRA, Solange M. de. Escolarização de alunos autistas: histórias de sala de aula. 2004.
151 f. Dissertação [Mestrado em Educação] – Faculdade de Educação, Universidade
do Estado do Rio de Janeiro, Rio de Janeiro, 2004. [Dissertação]
MAZZOTTA, Marcos J. S. Trabalho docente e formação de professores de educação especial. São Paulo: E.P.U., 1993. [Livro]
PRAÇA, Élida Tamara Prata de Oliveira. Uma
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Mestrado Profissional em Educação Matemática]: Universidade Federal de Juiz de
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Desenvolver a educação inclusiva: dimensões do desenvolvimento profissional.
In: RODRIGUES, D. [org] Investigação em educação inclusiva. Cruz Quebrada:
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SERRA, Dayse C. G. A inclusão de uma criança com autismo na escola regular: desafios
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Ciências e Humanidades, Universidade do Estado do Rio de Janeiro, Rio de
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SOUSA, Sônia B. Inclusão e aprendizagem do aluno com deficiência mental: expectativa
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Educação e Ciências Humanas, Universidade Federal de São Carlos, São Carlos,
2008. [tese]
SILVA, Fabrícia Gomes da. Inclusão escolar de
alunos com deficiência intelectual: o atendimento educacional especializado
[AE] em discussão. 2011. 169 p. Dissertação [Mestrado Acadêmico em Educação] -
Centro de Educação da Universidade Estadual do Ceará, 2011. [dissertação]
Boa tarde,
ResponderExcluirAchei o tema deste artigo muito pertinente, uma vez que ele é muito pouco discutido na academia, porém é de grande importância para nós educadores. Afinal, lembro-me bem de tanto nos estágios da graduação, quanto na escola (enquanto aluna) dei aula e estudei com alunos com TEA. No primeiro caso, fui em busca de pesquisas, e passei atividades mais lúdicas para o dito aluno (com desenhos, pois ele gostava bastante, e a prática da escrita dentro de suas limitações, felizmente foi uma prática bastante bem sucedida, o aluno que era bem quieto chegou até a participar de debates), porém ainda assim me senti insegura quanto a minha práxis, pois não há nenhuma orientação direta quanto a didática usada para com os alunos portadores de TEA. Já na escola em que estudei, o meu colega era simplesmente ignorado pela maior parte dos professores e passava o dia "passeando pela escola", apenas para matar o tempo.
Vendo dessa forma, diante do grande despreparo das escolas, na formação dos profissionais, e afins, como podemos aprimorar nossos conhecimentos acerca desse tipo de aluno?
Krishna Luchetti
Bom dia, senhora Krishna Luchetti. Muito obrigado pelas expressões e pelo seu relato. Fico extremamente feliz por saber que você buscou ter uma atuação significativa ao lidar com o aluno com TEA durante o estágio. Infelizmente, cabe a nós, professores, a responsabilidade de aprimorar nossos saberes acerca do TEA. Como foi dito no artigo, os cursos universitários de licenciatura, em regra, não proporcionam a qualificação do professor para o trabalho com esse e outros perfis do alunado, com o qual podemos nos deparar em sala de aula. Para a senhora ter uma ideia, eu só conheci o TEA no ano passado, por causa de duas colegas acadêmicas de Psicologia que estudam o autismo. Assim, enquanto as universidades não atentam para esse assunto, cabe a nós buscarmos conhecimentos (leia-se atualização profissional) em cursos de pós-graduação, artigos, eventos científicos, debates etc., a fim de adotarmos uma prática de ensino mais inclusiva.
ExcluirPor: Raimundo Nonato Santos de Sousa.
Olá, boa noite !
ExcluirPrezada, Krishna Luchetti, agradeço vossa consideração e questionamento pertinente. Em relação ao aprimoramento de conhecimento profissional para lidar com o alunado com TEA, infelizmente,até o momento, é viável a disponibilidade de cursos de capacitação presencial, e até mesmo à distância. Bem como, a execução de eventos científico-culturais, pois é uma temática ainda negligenciada e carente de aprofundamento e formação adequada. Ampliar e superar os desafios do ensino inclusivo ainda é uma tarefa árdua, porém possível!
Espero ter-lhe respondido!
Cordialmente,
Maykon Albuquerque Lacerda