APRENDIZAGEM E CONSCIÊNCIA HISTÓRICA: APLICABILIDADE DA TEORIA DE JÖRN RÜSEN
A utilização de
aulas tradicionais e expositivas ainda se encontra em voga na sociedade
contemporânea, no entanto, evidentemente nota-se a sua insuficiência para o
aprendizado dos alunos nas escolas. A busca por novas metodologias que venham a
contribuir para a qualidade educacional se faz imperativa, contudo, são poucos
os docentes que se “aventuram” nesta missão. Professores de disciplinas
teóricas como é o caso da história, acomodam-se com a conjuntura e se
satisfazem com a “decoreba” dos alunos, algo que não resulta em conhecimento
histórico e científico.
O filósofo e
historiador alemão Jörn Rüsen, ao analisar uma conjuntura análoga no século XIX
na Alemanha, identificou tais problemáticas, desempenhando assim, estudos que
visavam estruturar uma aprendizagem histórica que possibilitasse uma
conscientização histórica nos discentes, a qual orientaria a vida prática no
decurso do tempo.
Seus estudos
influenciam na contemporaneidade brasileira, onde inúmeros pesquisadores
verificam a ausência de um sentido prático no ensino e buscam em sua filosofia
da História, os subsídios necessários para conduzir e efetivar o
desenvolvimento do pensamento crítico e racional nos alunos. Ponderando o exposto, o presente artigo tem
como objetivo geral analisar a aplicabilidade da filosofia da História de Rüsen
no ensino de história. Como objetivos específicos, foram designados:
compreender a filosofia da História de Rüsen e seus princípios; identificar a
conjuntura do ensino de história na contemporaneidade brasileira; e evidenciar
como a didática da História auxilia no ensino.
Para alcançarmos
nossos objetivos supracitados, empregamos neste artigo, o método dedutivo, bem
como a análise bibliográfica por intermédio de uma pesquisa qualitativa de caráter
exploratório, utilizando-se amplamente de um referencial teórico-conceitual.
Neste seguimento, fundamentamos em autores que debatem acerca da filosofia da
História de Rüsen, como o próprio historiador, além de Geyso Germinari [2012] e
Luis Fernando Cerri [2001]. Ademais, empregamos historiadores que abordam sobre
o ensino de história, como Circe Maria Fernandes Bittencourt [2008], Jairo
Carvalho do Nascimento [2006] e Carla Bassanezi Pinsky [2010]. Salienta-se
que as fontes documentais e bibliográficas se encontram disponibilizadas em
determinados endereços eletrônicos e bibliotecas físicas.
A filosofia da
história de Jörn Rüsen
Jörn Rüsen
desempenha estudos nos campos da teoria e metodologia do ensino de história,
sobretudo, propenso a integrar a ciência especializada com a vida prática, como
sucedeu com sua filosofia sobre a consciência histórica. Com o intuito de
elucidar sobre a consciência histórica, Rüsen identifica o termo
“racionalidade” como a gênese conceitual e, destarte, expõe:
“O que é a forma
racional do trato interpretativo do homem consigo mesmo e com seu mundo e como
esta se distingue das demais? Na linha de Jürgen Habernas, Wolfgang Welsch
formulou a seguinte resposta: a racionalidade está presente sempre que
“assertivas são criticáveis e fundamentáveis com base nas suas próprias
pretensões de validade” [Rüsen, 2010, p. 151].
A racionalidade é
inerente a capacidade argumentativa de um indivíduo, o qual encontra-se apto a
criticar determinadas problemáticas, fundamentado em suas argumentações. Assim,
impetrando a racionalidade, o sujeito adquire aptidão para conscientizar-se
historicamente e por sua vez, torna-se competente a identificar o sentido
prático da história em sua vida.
Para Rüsen [2010,
p. 57] a consciência histórica é intrínseca ao homem, caracterizando-se como
“[...] a suma das operações mentais com as quais os homens interpretam sua
experiência da evolução temporal de seu mundo e de si mesmos, de forma tal que
possam orientar, intencionalmente, sua vida prática no tempo”. Em outras
palavras, o historiador ambiciona que os sujeitos interpretem a história e as
experiências do passado para que possam fundamentar e conduzir sua vida prática
no presente, assim como no futuro.
O narrar
histórias se concebe em uma aquisição cultural que corrobora a capacidade dos
indivíduos em rememorar o passado, evidenciando sua importância no escopo de
orientar a vida prática do presente e do futuro. Em suma, é mediante o
rememorar as experiências, narrar o passado e interpretá-lo que o agir consciente
se estabelece e influi na vida prática dos sujeitos.
Articulando com
Rüsen, o historiador Geyso Germinari [2012] explana acerca de três
especificidades da narrativa histórica, sendo a primeira, salientar que a mesma
não é análoga à lembrança, mas sim, uma rememoração de um passado distante, o
qual transpassa as memórias individuais. Rüsen [2010, p. 63] distingue expondo
que a lembrança “[...] flui natural e permanentemente no quadro de orientação
da vida prática atual e preenche-o com interpretações do tempo”, enquanto que
“Só se pode falar
de consciência histórica quando, para interpretar experiências atuais do tempo,
é necessário mobilizar a lembrança de determinada maneira: ela é transposta
para o processo de tornar presente o passado mediante o movimento da narrativa.
A mera subsistência do passado na memória ainda não constitutiva da consciência
histórica. Para a constituição da consciência requer-se uma correlação expressa
do presente com o passado – ou seja, uma atividade intelectual que pode ser
identificada e descrita como narrativa [histórica]” [Rüsen, 2010, p. 64].
Aludindo a
segunda especificidade da narrativa histórica, Germinari [2012] elucida que
incide na sua influência no presente e futuro mediante as experiências do
passado, constituindo assim, uma consciência histórica fundamentada na
competência narrativa, como pressupõe Rüsen. A competência narrativa é definida
por Rüsen [1992, p. 29)]como uma “[...] habilidade da consciência humana para
levar a cabo procedimentos que dão sentido ao passado, fazendo efetiva uma
orientação temporal na vida prática presente por meio da recordação da
realidade passada”.
Consoante
Germinari [2012], o ato de “dar sentido ao passado” na competência narrativa
articula-se em outras três competências, sendo elas: a competência da
experiência, a qual “[...] supõe uma habilidade para viver experiências
temporais [p.1160]; a competência da interpretação, apenas analisando as
diferenças entre as experiências das três dimensões temporais; e a competência
de orientação, caracterizada “[...] pela capacidade de utilizar o todo temporal
na orientação da vida prática contemporânea” [p. 1161].
A terceira
especificidade da narrativa histórica segundo Germinari [2012, p. 1161], “[...]
refere-se ao elemento que dá unidade interna às três dimensões temporais, no
processo de representação da continuidade, mediante a narrativa histórica”, ou
seja, interpretar as mudanças sucedidas nas dimensões temporais para se
orientar de modo assertivo a vida prática. Rüsen ratifica o exposto por
Germinari e explana que
“Os homens têm de
interpretar as mudanças temporais em que estão enredados a fim de continuarem
seguros de si e de não terem de recear perder-se nelas, ao se imiscuírem nelas
pelo agir, o que precisam fazer, para poderem viver. A resistência dos homens à
perda de si e seu esforço de auto-afirmação constituem-se como identidade
mediante representações de continuidade, com as quais relacionam as
experiências do tempo com as intenções no tempo: a medida da plausibilidade e
da consistência dessa relação, ou seja, o critério de sentido para a
constituição de representações abrangentes da continuidade é a permanência de
si mesmos na evolução do tempo” [Rüsen, 2010, p. 66].
No
desenvolvimento da consciência histórica mediante a representação de
continuidade, Rüsen [2010, p. 61] estabelece ainda diferentes patamares de
consciência, designadas de “tipologia geral do pensamento histórico”. Assim,
têm-se quatro tipologias de consciência histórica, sendo elas: a Tradicional, a
Exemplar, a Crítica e a Genética.
Na tipologia
tradicional da consciência histórica, o passado possui uma ligação concatenada
com o presente e o futuro, tendo em vista, segundo Rüsen [in Barca;
Martins; Schmidt, 2010, p. 64] a “[...] totalidade temporal que faz
significativo o passado e relevante a realidade presente e a sua extensão
futura como uma continuidade de modelos de vida e os modelos culturais
pré-escritos além do tempo”. Assim, o sujeito conhece seu passado e apenas o
estende ao presente e futuro, sem que desempenhe qualquer interpretação e
pondere as intenções no tempo.
Na tipologia
exemplar, Rüsen [in Barca; Martins; Schmidt, 2010, p. 66] elucida que as
experiências relevantes do passado “[...] serão interpretadas como caso de
regras gerais, e formam-se, na interação entre generalizações de regras e
isolação de casos, como condição necessária para um emprego prático na vida da
adquirida competência de regras de juízo”. Destarte, as experiências
significativas do passado são empregadas pelo sujeito como exemplos para
explicar e influenciar suas ações no presente e no futuro.
A tipologia
crítica estabelece uma ruptura com o passado, reconstituindo as três dimensões
temporais, pois segundo Rüsen [in Barca; Martins; Schmidt, 2010, p. 67],
a história “[...] funciona como a ferramenta com a qual se rompe, ‘se destrói’,
se decifra tal continuidade – para que perca seu poder como fonte de orientação
no presente”.
Por intermédio da
tipologia genética, Rüsen estabelece que os sujeitos
“[...]
compreendem sua identidade como “desenvolvimento” ou como “formação”, e ao
mesmo tempo, com isso, aprendem a orientar temporalmente sua própria vida
prática de tal forma que possam empregar produtivamente a assimetria
característica entre experiência do passado e expectativa de futuro para o
mundo moderno nas determinações direcionais da própria vida prática” [Rüsen in
Barca; Martins; Schmidt, 2010, p. 69].
Ponderando as
supracitadas tipologias, conclui-se que estas incidem em processos de
desenvolvimento da consciência histórica, onde a tradicional e a exemplar
compõem os estágios menos desenvolvidos, enquanto a crítica e a genética se
concebem nas mais desenvolvidas deste processo.
Sintetizando, a
consciência histórica para Rüsen [2010] é adquirida mediante a narrativa das
experiências do passado e, se efetiva no agir por intermédio do conhecimento
histórico transpassado pela fala, onde o sujeito conhece o passado,
interpreta-o mediante as intenções no tempo e emprega todo o conhecimento
histórico na vida prática do presente e na perspectiva do futuro.
A aplicabilidade
da teoria de jörn rüsen na aprendizagem
Em preponderância, as aulas de história são reputadas pelos alunos
como “distantes” de sua realidade, cansativas, conteudistas e fundamentadas na
memorização de datas, nomes e fatos, o que resulta na insuficiência de empenho
dos estudantes, mediante uma metodologia com práticas pedagógicas tradicionais.
Acerca da disciplina de história, o historiador Jairo Carvalho do
Nascimento [2006, p. 01] corrobora expondo que no senso comum, “[...] a
disciplina História é uma “matéria fácil”, “qualquer um” pode lecionar;
resume-se a decorar datas, nomes importantes e fatos políticos de relevância”.
Ademais, pode-se considerar que até mesmo os professores desta disciplina a
ponderam mediante essa concepção e encontram-se exauridos para o ensino.
Não obstante, a historiadora Carla Bassanezi Pinsky [2010, p. 09]
salienta que a “[...] velha História de fatos e nomes já foi substituída pela
História social e Cultural”. Diante disto, a historiadora Circe Maria Fernandes
Bittencourt, explana que:
O conhecimento histórico não se limita a apresentar o fato no
tempo e no espaço acompanhado de uma série de documentos que comprovam sua
existência. É preciso ligar o fato a temas e aos sujeitos que o produziram para
buscar uma explicação. E para explicar e interpretar os fatos, é preciso uma
análise, que deve obedecer a determinados princípios. Nesse procedimento, são
utilizados conceitos que organizam os fatos, tornando-os inteligíveis
[Bittencourt, 2008, p. 183].
Mediante essa conjuntura e as elucidações de Cerri, Pinsky e
Bittencourt, verifica-se o imperativo dos professores de história em
avigorar-se e aprimorar suas práticas para alterar essa mentalidade do senso
comum, no entanto, conforme reitera Nascimento [2006, p. 01], “fazer do ensino
de História um mecanismo dinâmico para envolver os alunos na construção do
conhecimento é um desafio para todos os professores.” Destarte, Pinsky [2010,
p. 32] adverte que “[...] capacitar os estudantes para perceber a historicidade
de concepções, mentalidades, práticas e formas de relações sociais é justamente
uma das principais funções das aulas de História”.
Cerri [2001, p. 110] reitera que “[...] a história que o aluno usa
é diferente daquela que o professor ensina, que por sua vez é diferente do que
funcionários dos Ministérios de Educação e acadêmicos formadores de professores
apregoam”. Dessa forma, é evidente que o aluno perca seu interesse na
aprendizagem histórica, a qual se resume de fato, em decorar “datas, nomes e
fatos”, sem que apresente “nada” de benéfico para suas necessidades práticas.
Postas essas considerações, verifica-se a importância da história,
não apenas para a formação do aluno nas escolas, mas para o seu cotidiano e sua
vida prática, como sugere Rüsen [2010]. Emana então, a necessidade de despertar
o interesse e a atenção dos estudantes para o aprendizado dessa disciplina,
além de convencer os professores “tradicionais” a empregarem novas formas de
ensino. Adaptar-se à nova realidade do aluno é imprescindível ao professor,
para que suas aulas promovam um ensino de qualidade, bem como a conscientização
dos discentes.
Neste contexto, a didática da história proposta pelo autor,
atenta-se a um aprofundamento do conhecimento histórico nas necessidades
sociais, propenso a orientar a vida prática dos sujeitos nas dimensões
temporais. Rüsen [2015, p. 248] estabelece ainda que a didática da história
incide no âmago da aprendizagem histórica, ponderando que “ela produz de modo
científico [especializado] o conhecimento necessário e próprio à história,
quando se necessita compreender os processos de aprendizagem e lidar com eles
de modo competente”.
Além disso, o historiador afiança que a aprendizagem e a
consciência histórica constituem objetos da didática da história, ponderando
que ambas viabilizam uma relação intrínseca entre a teoria e a prática. Dessa
forma, tal disciplina especializada busca por intermédio da aprendizagem
histórica impetrar a consciência histórica, com o intuito de orientar a vida
prática dos discentes tanto no presente quanto no futuro. Insta salientar que a
consciência histórica não deve ser entendida somente como um conhecimento que
alude as experiências do passado, mas sim, “[...] como um conjunto coerente de
operações mentais que definem a peculiaridade do pensamento histórico e a
função que ele exerce na cultura humana”, conforme complementa Rüsen [2010, p.
37].
Diante disso, a didática da história é quem possibilita a
compreensão da importância e relação da aprendizagem histórica com a vida
prática dos sujeitos e, devido à isso, Rüsen [2010, p. 40] sintetiza que a
“didática da história [...] pode demonstrar ao historiador profissional as
conexões internas entre história, vida prática e aprendizado”, viabilizando,
por sua vez, a consciência histórica, a qual fomenta uma orientação existencial
nos sujeitos.
Rüsen [2010, p. 79] elucida que não podemos “[...] considerar a
aprendizagem histórica somente como um processo de aquisição de conhecimentos”,
tendo em vista que não aproveitar-se-ia de “[...] um importante potencial de
aprendizagem: a percepção ou experiência da história”. Em outras palavras, a aprendizagem
histórica deve ser explanada como um processo contínuo, onde através da
narrativa, as experiências do passado são expostas e, deste modo, interpretadas
com relação as questões cotidianas, contribuindo como uma orientação que
subsidia no agir dos discentes no tempo presente e na perspectiva do futuro,
procedimentos que viabilizam o desenvolvimento da consciência histórica.
A proposta de Rüsen com a didática da história visa atender a
demanda de Cerri, sobretudo ao passo em que orienta a vida prática do aluno, a
qual sucede-se, em preponderância, fora da sala de aula. Concomitantemente, a
teoria de Rüsen conscientiza historicamente os discentes, elucidando que aquilo
que foi apreendido durante as aulas de história, é possível empregar em seu dia-a-dia,
seja em uma discussão com amigos e familiares ou em problemáticas maiores, como
as questões políticas, econômicas e sociais do país.
É diante desta estrutura que se evidencia a importância em se
aplicar a teoria de Rüsen no ensino de história, tendo em vista os subsídios
que a mesma fornece para auxiliar a vida prática dos alunos. Assim, o passado
não se concebe apenas como uma lembrança ou memória estática, mas como um
arquétipo que ao ser interpretado, auxilia no presente e no futuro.
Em síntese, a relação entre as dimensões temporais que Rüsen
cognomina de consciência histórica é manifestada por grupos e indivíduos
através da narrativa e, doravante a averiguação dos acontecimentos históricos
transpassados por ela, torna-se plausível ao indivíduo uma compreensão sobre a
sociedade em que se encontra, bem como administrar suas práticas na perspectiva
do futuro que ambiciona.
Com a aplicabilidade de uma didática da História que promova a
conscientização histórica nos alunos, tem-se um ensino que realmente se
preocupa com os estudantes e com o futuro da nação, o qual visa resolver as
demandas que a sociedade impõe sobre os indivíduos, tornando-os cidadãos
conscientes e racionais, competentes a solucionar as problemáticas do presente
e acautelar suas ações para que os desastres da história não se reproduzam no
futuro.
Referências
Mestre em História pela Universidade Estadual do Centro-Oeste
[UNICENTRO]. Graduado em Pedagogia pelo Centro Universitário Internacional
[UNINTER], Filosofia pelo Centro Universitário de Araras Dr. Edmundo Ulson
[UNAR], História pela Universidade Luterana do Brasil [ULBRA] e Ciências
Sociais pela Faculdade Guarapuava [FG]. Especialista em Docência do Ensino
Superior e Educação a Distância com Ênfase na Formação de Tutores pela
Faculdade São Braz [FSB]; Gestão da Educação do Campo pela Faculdade de
Administração, Ciências, Educação e Letras [FACEL]; Educação Especial e
Inclusiva, Metodologia do Ensino de Filosofia e Sociologia e Ensino Religioso
pela Faculdade de Educação São Luís [FESL]. Graduando em Serviço Social pelo
Centro Universitário Internacional [UNINTER[. Membro do grupo de Estudos em
História Cultural da Universidade Estadual do Centro-Oeste [UNICENTRO].
Professor de Filosofia e Sociologia contratado pela Secretaria de Educação do
Estado do Paraná e professor celetista das disciplinas de Filosofia, História e
Sociologia no Colégio Imaculada Virgem Maria. Tem experiência nos níveis de
Ensino: Fundamental, Médio e Profissional nas áreas de Ensino Religioso,
Fundamentos do Trabalho, História, Filosofia e Sociologia.
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2010. [livro]
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V.1, Nº1, 15 jul./dez. 2006. [artigo]
RÜSEN, Jörn.
El desarrollo de la competencia narrativa en el aprendizaje histórico: una
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RÜSEN, Jörn. Razão Histórica: teoria da história - fundamentos da ciência
histórica. 1ª reimpressão. Brasília: Editora UNB, 2010. [livro]
RÜSEN, Jörn. Teoria da História: Uma teoria da história como ciência. Curitiba:
Editora da UFPR, 2015. [livro]
Olá Nikolas. Inicialmente o parabenizo pela construção do seu texto, muito interessante a proposta de articular a tipologia da consciência histórica de Rüsen ao ensino de História.
ResponderExcluirAo ler o seu texto, me surgiram algumas dúvidas:
* a Didática da História é o único meio de construção de sentido da aprendizagem histórica?
* O aluno precisa de conhecimento histórico e o ensino de História para desenvolver uma "conscientização histórica" e sua consciência histórica?
* A consciência histórica genética é sempre melhor dos que as demais? E qual é o papel das demais dimensões da consciência histórica (tradicional, exemplar, crítico) no processo de formação da consciência histórica? Elas não são relevantes?
* Por fim, como você diferenciaria, em termos práticos, a dimensão crítica e genética.
Abraços
Wilian Bonete
Boa noite, Wilian. Obrigado pelas considerações.
ExcluirPrimeiramente, a sequência implica uma crescente complexidade. As etapas na evolução humana também podem ser descritas em termos de uma crescente capacidade para ordenar a
complexidade.
A aprendizagem histórica pode se explicar como um processo de
mudança estrutural na consciência histórica. A aprendizagem histórica implica mais que um simples adquirir de conhecimento do passado e da expansão do mesmo.
A dimensão genética é baseada em transformações dos modelos culturais e de vida alheios em outros próprios e aceitáveis, além de propor a aceitação de distintos pontos de vista em uma
perspectiva abrangente do desenvolvimento comum. A dimensão crítica é amparada em desvios problematizadores dos modelos culturais e de vida atuais e sua orientação na vida exterior busca a delimitação do ponto de vista próprio frente às obrigações preestabelecidas. As orientações tradicionais apresentam a totalidade temporal que faz significativo o passado e relevante a realidade presente e a sua extensão futura como uma continuidade dos modelos de vida e os modelos culturais prescritos além do tempo.
Para embarcar em uma investigação sobre a consciência histórica e
sua relação essencial com a consciência moral, é necessário primeiramente
esclarecer as bases, isto é, um marco teórico que deva ser construído e que defina o campo de ação e explique em termos conceituais quais são as questões básicas a analisar.
Até mais, sucesso!
Nikolas Corrent
Olá Nikolas,
ResponderExcluirPrimeiramente, o parabenizo pelo texto.
Gostaria de saber se você possui e pode compartilhar algum plano de aula ou relato de experiência prática de uma aula baseada na aplicação desse conceito de consciência história.
Att.,
Renan Bolonha Sancio
Boa noite, Renan. Agradecido pela solicitação.
ExcluirUm dos exemplos práticos é o uso da televisão como material didático-pedagógico visando auxiliar o ensino de História, visto que é preciso analisar a capacidade da televisão em despertar, ampliar e cultivar a consciência histórica dos telespectadores. Refletir e escrever sobre consciência histórica e televisão, aplicadas a sala de aula, é falar sobre ensino de história e as transformações desse campo de conhecimento ao longo do tempo. Se a consciência histórica está assentada nas experiências mais simples e prosaicas sua ligação com a televisão é óbvia e objetiva por uma série de motivos. São eles:
1. A televisão é um elemento do dia-a-dia. (frequência).
2. Grande número de pessoas assiste televisão todos os dias. (memória e identidade)
3. O conteúdo televisivo é todo expresso em linguagem moderna e acessível.
4. Como dito anteriormente, a televisão busca atingir o patamar simbólico e emocional, o que conquista e atrai as pessoas.
Bom evento!
Nikolas Corrent
Obrigado pelo esclarecimento!
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