Jesus Hellen Leal Conceição e Jakson dos Santos Ribeiro


APRENDENDO SOBRE AS PRÁTICAS DE RESISTÊNCIAS ESCRAVAS NO MARANHÃO A PARTIR DE UMA SEQUÊNCIA DIDÁTICA PARA OS ALUNOS DO 8º ANO DO ENSINO FUNDAMENTAL



O presente ensaio trata-se de uma reflexão teórico-metodológico do uso da Sequência Didática [S. D] para o Ensino de História Local no Ensino Fundamental, especificamente em Caxias-MA. Desse modo, buscou-se apresentar as práticas de resistências escravas no Maranhão: mulheres e crianças enquanto sujeitos de exploração do trabalho escravo. Desse modo, a proposta é evidenciar a importância da História da Escravidão dentro da história local na sala de aula, portanto, podendo contribuir para o desenvolvimento do conhecimento dos alunos.
A utilização da sequência didática como recurso dentro da sala de aula, torna-se relevante, pois dinamiza o processo de aprendizagem da história local em sala de aula, como também volta-se para a valorização da identidade da cidade dentro de uma perspectiva histórica.

Além desses elementos, a função social e pedagógica dessa sequência se dá não apenas para entender a história de um lugar, mas para estimular uma interação maior do indivíduo com sua identidade, já que apresenta, resgata e valoriza uma história que é muitas das vezes silenciada pela historiografia, e não é apresentada nos livros didáticos da Educação Básica para os alunos.

Dessa maneira, baseado na relevância e importância para a sociedade, este meio didático-pedagógico, tem como objetivo apresentar, os aspectos da experiência escravista na cidade de Caxias - MA aos alunos do Ensino Fundamental Maior, assim como discutir o conceito sobre escravidão, o domínio senhorial e a resistência escrava em Caxias; além de apontar os discursos sobre o processo de abolição a luz da imprensa da época no Maranhão.

Nesse sentido, devemos salientar, que os escravos compuseram por muito tempo, a maior parte da mão de obra no Brasil, assim como também no Maranhão, por isso consideramos que através desta sequência didática que o aluno, pode compreender como esse processo foi experienciado em Caxias e no Maranhão.  Visto que, são poucos os trabalhos que exploram essa vivência histórica na cidade de maneira pedagógica.

S.D: As práticas de resistências escravas no Maranhão: mulheres e crianças enquanto sujeitos de exploração
A mulher escrava enquanto elemento importante para o entendimento da sociedade escravocrata, se estabeleceu dentro da realidade escravista, enquanto produtora de novas crianças e objeto dos interesses dos grandes proprietários.

Esta visão sobre a escravidão e sobre a escrava não é fácil, pois existe um dado limite teórico e contextual que impossibilita o entendimento de sua existência, já que são poucos os trabalhos que exploram sua vivência histórica, e no que diz respeito ao de cunho metodológico, existe a escassez de fontes que destaquem a sua existência e importância diante das transformações e aspectos sociais da sociedade escravista.

Dessa maneira, a mão de obra das mulheres negras escravas era destinada por seus senhores, principalmente para o trabalho doméstico, ou seja, do lar, e eram profissões que prezavam pela boa aparência, fazendo com que desta forma houvesse um meio de sociabilidade entre as escravas e os membros da casa do senhor.  De acordo com Joana de Moraes Monteleone [2019], a mesma considera que:

[...] esperava-se que as mulheres soubessem cuidar da roupa da casa, que incluía um sem número de remendos, recosturas e transformações - além de inúmeras lavagens e do tempo dispendido passando as roupas todas. Todo esse trabalho significava um treinamento desde a infância, para as meninas. Nas famílias mais abastadas, não era incomum contratar-se, entre os diversos criados da casa, uma costureira para cuidar das roupas da família. [...] Mesmo em famílias remediadas, os cuidados com a roupa tomavam grande parte do tempo dos afazeres domésticos. Os cuidados com as roupas e com os panos da casa estavam sempre nas preocupações das donas-de-casa, de suas criadas-escravas, mucamas, costureiras e lavadeiras. Apresentar-se socialmente com roupas adequadas fazia parte de um sistema de distinção social profundamente entranhado na sociedade do século XIX. [Monteleone, 2019, p. 1]. Nesse sentido, [Pereira, 2011, p. 05] afirma que:

 “[...] no contexto da escravidão, o papel de organização e cuidado da casa grande, ficou a cargo das mulheres negras, enquanto para as mulheres brancas a principal função dentro do lar era o de estabelecer a ordem e o bom funcionamento do lar”, ou seja, elas ficaram encarregas pela “boa administração do lar”. Além disso, as mulheres da elite também estavam bastante preocupadas com o seu modo de se vestir, prezavam pela boa aparência, já que representava uma distinção social frente as outras pessoas, e foram as escravas com o seu trabalho manual, que fizeram com que isto pudesse acontecer, sendo elas costureiras, rendeiras e engomadeiras.

Seguindo esta premissa, “algumas dessas mulheres procuravam aprimorar-se nas atividades – algo como especialização do serviço – de forma a se tornarem valiosas dentro da organização das famílias coloniais” [Silva, 2018, p.10], ou seja, desta maneira seria mais fácil conquistar alguns “privilégios”, como por exemplo, atuar somente no serviço em que se destacavam, sendo uma forma de amenizar os castigos, entre outros.
Neste sentindo, em meio ao processo de sociabilidades entre os senhores e a mulher escrava, existiam aspectos que pudessem se tornar laços afetivos, mas que apesar dessa relação de afinidade, não poderia acontecer um enfraquecimento de poder entre o senhor e a sua escrava. 
Em visto disso, faz parte lembrar que, a memória da escravidão, consequentemente com a do cativeiro, há a existência de mulheres negras escravas, mulheres estas que eram consideradas como “coisas”. Acerca desta questão, Chalhoub [1990], aponta que:

[...]Todos os direitos lhe eram negados. Todos os sentimentos, ainda os de família. Eram reduzidos à condição de coisa, como os irracionais, aos quais eram equiparados, salvas certas exceções. Eram até denominados, mesmo oficialmente, peças, fôlegos vivos, que se mandavam marcar com ferro quente ou por castigo, ou anda por sinal como o gado. [...] [Malheiro apud Chalhoub, 1990, p.36].

Nessa perspectiva, o indivíduo “coisificado” passaria a perder a sua existência enquanto sujeito, passando então a ser visto como um objeto, que poderia ser vendido, dado ou alugado na sociedade. O termo “coisa” também estar atrelado a condição da mulher em sua condição de escrava, no qual ela passa a ser propriedade e estar sob o poder do seu senhor, sendo desprovida de todos os seus direitos dentro da sociedade escravista.
Deste modo, "o tempo do cativeiro foi o tempo do estupro institucionalizado” [Assunção, 2010, p. 94], ou seja, foi o momento em que a realidade nas relações sexuais no Maranhão eram a de que mulheres escravas eram altamente violentadas e estupradas.  

“[...] As moças, no tempo do cativeiro, tinham que dormir com os filhos do senhor. De noite elas tinham que se preparar e ir pros quartos dos rapazes filhos dos senhores. [...] Tudo papai contava que se fazia de mal. [...] Avalie nesse tempo, Ave Maria! Que não tinha justiça não... Os pais obrigava, tornava das mãe de 10 anos, de 12 anos, pronto para eles, eles diziam que eram o dono na dormida, você tá entendendo? no quarto, na cama que eles dormiam com elas. Não tinha moça não senhor. Sofria.” [Assunção, 2010, p. 95].

Podemos perceber desse modo, como mulheres escravas eram obrigadas a manter relações sexuais com os senhores ou com os filhos do senhor, podendo as vezes, ser até mesmo, mais de um homem em um só ato sexual.

Na dinâmica colonial, a mulher escrava raramente deixava de trabalhar por conta de estar gestante, muitos menos por já ter concebido seu filho, pois a mesma trabalhava logo mesmo depois de ter tido o seu bebê. Algumas grávidas eram submetidas, inclusive à mesma rotina dura de trabalho durante os nove meses de gestação, sem direito a nenhum privilégio ou comodidade, como algumas horas de descanso ou até mesmo algum cuidado. Assim, Saint-Hilaire [2013] afirma que:

[...] Logo após os partos essas mulheres eram obrigadas a trabalhar nas plantações de cana, sob o sol abrasador, e, quando após afastadas de seus filhos durante parte do dia, era-lhes permitido voltar para junto deles levavam-lhes um aleitamento defeituoso; como poderiam as pobres crianças aleitamento defeituoso; como poderiam as pobres crianças resistir às cruéis misérias com que a avareza dos brancos cercava seus berços? [Saint-Hilaire apud Silva. p. 131].

No processo do sistema escravista há também a presença de crianças escravas, que assim como as mulheres escravas, também foram sujeitos vitimas de exploração dos seus senhores.   Nesse envolto, [Silva, 2013, p.112] aborda que:

[...] dessa forma, durante a infância, os senhores deviam cuidar para que o escravo adquirisse todos os saberes e artimanhas, que o tornarão um escravo útil, como se espera. A infância escrava era um período de “iniciação aos comportamentos sociais no seu relacionamento com a sociedade dos senhores”. A criança escrava estava sujeita, portanto, à exposição ao mundo do trabalho desde muito cedo, e o cotidiano puramente constituído de folganças, como em alguns casos se entrevê, estava longe de ser a sua realidade. [Silva, 2013, p.112]

Nesse sentido, o trabalho infantil vinha acompanhado pelo sofrimento, humilhação, castigos e outros agravos que estabeleceram o trabalho compulsório. Em vista disto, a infância escrava tornou-se um período de “iniciação de comportamentos sociais’’ no seu relacionamento com a sociedade em que estavam envolvidos os senhores. Ratificando essa questão, [Mawe, 1978] afirma que:

[...] os filhos dos escravos são criados com os dos senhores, tornam-se companheiros de folguedos e amigos e, assim, estabelece-se entre eles uma   familiaridade   que, forçosamente, terá de ser abolida na idade em que um deve dar ordens e viver à vontade, enquanto o outro terá de trabalhar e obedecer. [Mawe, 1978, p.72].
        
No final do século XVIII para o XIX, a participação da criança negra nesse âmbito escravista, crescia a medida que as faixas etárias iam elevando-se, e com isso, interligava-se assim que para os senhores, os pequenos escravos não eram algo desnecessário, portanto isto significa um outro âmbito de “coisificação”, ou seja, ocorria a anulação do corpo e da propriedade da mulher enquanto escrava, a tal ponto que o seu leite materno e a sua barriga para gerar criar não é seu, mas sim do seu senhor.

Dessa maneira, muitas dessas mulheres se tornavam amas de leite, relacionando-se dessa maneira com a família de seu senhor, sendo obrigadas a deixarem de dar leite para o seu filho, para dar leite para o filho do senhor.

No entanto, as crianças escravas sabiam que deviam servir aos seus respectivos donos, não como alguém que tinha alguma importância, mas como a sombra dos senhores. [Silva, 2013, p. 115] relata que:

Essa relação afetuosa entre a sinhá e a criança cativa deve ser tomada com cautela, uma vez que essa criança era vista quase sempre como uma espécie de “animal doméstico”. De qualquer forma, havia uma série de “choques” na transição da infância para a vida adulta, aqui manifestada pela vida produtiva do trabalho. [Silva, 2013, p. 115]

Reflexão metodológica
O interesse pela temática sobre as práticas de resistências escravas no Maranhão pensado a partir de uma Sequência Didática, se deu através da disciplina de Prática na Dimensão do Ensino de História do Maranhão, no qual foi trabalhado sobre a importância que se tem um material didático que abrange sobre o ensino de História Local na cidade de Caxias-MA.

Em vista disto, a sequência didática é uma metodologia alternativa didático-pedagógico que ajuda os professores no planejamento das aulas, assim como no desenvolvimento cognitivo do alunado, pois possibilita que tenham uma visão mais ampla do conteúdo a ser estudado.

Dessa forma, ao tratarmos da História da Escravidão, foi possível perceber como a sociedade brasileira girava em torno da existência masculina do escravo e abandona a presença da mulher e crianças escravas, e é exatamente por isso que são poucos os trabalhos que pensam as suas existências em meio ao sistema escravista brasileiro. Desse modo, a escolha da temática a ser trabalhada especificamente na cidade de Caxias-MA é uma maneira de analisar a sociabilidade e as práticas de resistências da mulher e crianças escravas no Maranhão por meio da Sequência Didática.

Desse modo, esta sequência teve como objetivo evidenciar os aspectos da escravidão, podendo portanto, os alunos aprenderem sobre a História Local no ambiente escolar, já que é de suma relevância estudar e pesquisar acercar da mulher e criança escravas, visto que constata-se que são sujeitos ocultos de análises historiográficos, pois são poucos os trabalhos que exploram suas existências históricas, sendo quase que inexistente os livros didáticos disponíveis que tratam a cerca deste assunto.

Conclusão
Nesse contexto, as mulheres negras escravas, sem dúvidas estavam colocadas em um nível social inferior, tanto por ser mulher, como por ser negra e, também escrava. Ser mulher, e ser escrava dentro de uma sociedade extremamente preconceituosa, opressora e sexista, é reunir todos os elementos favoráveis a exploração, tanto econômica quanto sexual, e também ser o alvo de humilhações da sociedade nos seus diferentes seguimentos. [Silva, 2010, p. 03]

Portanto, pode-se perceber a inserção dos laços do cotidiano presente na sociedade escravista, que envolvia a relação dos senhores e escravos, apesar de que além do trabalho escravo adulto, havia também o trabalho infantil das crianças negras. Estas que eram nascidas e criadas como escravas, sendo usadas desde a sua infância pelos senhores nas grandes fazendas, sendo altamente exploradas no âmbito escravista. E como meio de resistência a esse sistema escravocrata, as mães escravas, abortavam ou praticavam o infanticídio, consistindo assim como uma das várias causas de mortalidades dos pequenos escravos durante o século XIX.

Referências
Jesus Hellen Leal Conceição é graduanda em Licenciatura Plena em História, pelo Centro de Estudos Superiores de Caxias, da Universidade Estadual do Maranhão – CESC/UEMA. Membro do Grupo de Estudos do NEAFRICA - Núcleo de Estudos, Pesquisa e Extensão sobre África e o Sul Global.
Jakson dos Santos Ribeiro é Professor Adjunto I, Doutor em História Social da Amazônia pela Universidade Federal do Pará [2018]. Mestre em História Social pela Universidade Federal do Maranhão [2014]. Especialista em História do Maranhão pelo IESF [Instituto de Ensino Superior Franciscano] [2011]. Graduado no Curso de Licenciatura Plena em História da Universidade Estadual do Maranhão [Centro de Estudos Superiores de Caxias-MA] [2011]. Coordenador do Grupo de Estudos de Gêneros do Maranhão- GRUGEM/UEMA Coordenador do Laboratório de Teatro do Centro de Estudos Superiores de Caxias – CESC – Campus /UEMA.

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CARNEIRO, Sueli. Enegrecer o feminismo: a situação da mulher negra na América Latina a partir de uma perspectiva de gênero. In: ASHOKA EMPREENDEDORES SOCIAIS; TAKANO CIDADANIA [Orgs.]. Racismos contemporâneos. Rio de Janeiro: Takano Editora, 2003. Coleção valores e atitudes, série Valores; n. 1. [capítulo]
CHALHOUB, Sidney. Negócios da escravidão. In:_______. Visões da liberdade: Uma história das últimas décadas da escravidão na corte. São Paulo: Companhia das Letras, 1990. [capítulo]
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DRESCHER, Seymour. Abolição: uma história da escravidão e do antiescravismo. – São Paulo: Editora Unesp, 2011. [livro]
GIACOMINI, Sonia Maria. Mulher e escrava: Uma Introdução ao Estudo da Mulher Negra no Brasil. Rio de Janeiro: Vozes. 1988. [artigo]

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MONTELEONE, Joana de Moraes. “Costureiras, mucamas, lavadeiras e vendedoras: O trabalho feminino no século XIX e o cuidado com as roupas [Rio de Janeiro, 1850-1920]”. Revista Estudos Feministas, Florianópolis, v. 27, n. 1, 2019. [artigo]
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SILVA, Kathiusy Gomes da. Escravidão, escravizadas e a família escrava: mulher negra na formação da família escrava. XIX Encontro de História da ANPUH-MS. “História: o que é, quanto vale, para que serve?”. ANPUH, 2018. [artigo]
SILVA, Maria da Penha. Mulheres negras: sua participação histórica na sociedade escravista. Cadernos Imbondeiro. João Pessoa, v.1, n.1, 2010. [artigo]
SILVA, Rafael Domingos Oliveira da. “Negrinhas” e “negrinhos”: visões sobre a criança escrava nas narrativas de viajantes [Brasil, século XIX]. Revista de História, 5, 1-2 [2013], p. 107-134. [artigo]

8 comentários:

  1. Vocês demonstraram a importância de estudar e ensinar História da África e dos Afro-brasileiros, a partir da perspectiva do meio didático-pedagógico. A Lei nº 11.645/08 tem como objetivo garantir que os instrumentos de aprendizagem sejam disponibilizados para os estudantes brasileiros e é uma das maneiras de rompermos com a estrutura eurocêntrica e preconceituosa que até hoje caracterizou a formação escolar brasileira.

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    1. Ao pegar o sumário de um livro didático é possível perceber que são quase que inexistentes os conteúdos que abordam sobre a História da África e dos Afro-brasileiros, por isto é importante, que nós enquanto acadêmicos e professores incluam essa temática nas nossas aulas. Desconstruindo por exemplo os estereótipos sobre a África vista enquanto uma representação europeizada e racializada, vista como um local que somente existe pobreza, fome, AIDS e miséria, e que precisa ser “salvo” pelo colonizador europeu, pois quem são leigos ou desconhecem sobre este continente, rapidamente apresentam características que tornam este espaço como sendo homogêneo seja na cultura, sociedade ou nas relações presentes. A África é um continente que apresenta uma ampla diversidade cultural, linguística e religiosa, portanto, estudar a África é também entender o que há de África em nós.

      (Jesus Hellen Leal Conceição)

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  2. Ana Caroline da Silva Magalhães18 de maio de 2020 às 16:11

    A proposta sobre a Sequência Didática busca evidenciar questionamentos sobre a escravidão no Ensino Fundamental, onde você relata a criança e a mulher no meio escravista na cidade de Caxias-MA. Diante disso, como vocês buscam desenvolver essa temática dentro de sala de aula? E quais valores estão dispostos a resgatar?
    (Ana Caroline da Silva Magalhães

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    1. A sequência didática nos propõe trabalhar a História Local de Caxias-MA, perfazendo uma discursão sobre a escravidão na cidade, onde a mesma se perdurou durante os séculos XVIII e XIX. Dessa maneira, o desenvolvimento dentro da sala de aula desta sequência, se dá não apenas para entender a história de um lugar, mas para estimular uma interação maior do indivíduo com sua identidade, assim este meio didático-pedagógico, tem como objetivo apresentar através da sequência didática, os aspectos da experiência escravista na cidade de Caxias - MA aos alunos do Ensino Fundamental maior. Podendo então ser resgatado os valores, como os meios de sociabilidade que existiam entre os escravos, assim como discutir o conceito de escravidão, o domínio senhorial e a resistência escrava que houve em Caxias-MA, história esta é muitas das vezes silenciada pela historiografia, e não apresentada nos livros didáticos da Educação Básica para os alunos.

      (Jesus Hellen Leal Conceição)

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  3. Ana Caroline da Silva Magalhães18 de maio de 2020 às 16:25

    Sabemos que crianças, mulheres, idosos e dentre outros eram grupos historicamente excluídos de analises historiográficas, visto que esses sujeitos eram representados como objeto e assim tratados como agentes não transformadores de relações sociais. Dessa forma, paute aspectos que possa ser representado como meios de sociabilidades existentes no sistema escravista.
    (Ana Caroline da Silva Magalhães)

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  4. Ana Caroline da Silva Magalhães19 de maio de 2020 às 12:17

    Dê que maneira vocês planejaram a organização estrutural sequência didática?
    (Ana Caroline da Silva Magalhães)

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    1. Primeiramente nós consideramos analisar de maneira aprofundada a temática a nível de Brasil, para entender o contexto histórico da época e, assim aproximando até chegar em um nível local, que é a cidade de Caxias-MA. Usamos também recursos audiovisuais como jornais da época, imagens ilustrativas, assim como indicação de documentários e livros infanto-juvenis para assim aproximar a linguagem da faixa etária dos alunos do Ensino Fundamental Maior.

      (Jesus Hellen Leal Conceição)

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