A REBELIÃO CONTRA O LIVRO DIDÁTICO E CONTRA OS PRIMEIROS SABERES DA GRADUAÇÃO: APONTAMENTOS PARA PROFESSORES DE HISTÓRIA REFLEXIVOS E NÃO DOGMÁTICOS
Introdução
Em linhas gerais, os cursos de graduação de
História possibilitam aos seus ingressantes um conhecimento mediano ou até
baixo.
Até raso, como muitos críticos das Humanidades
alegam, a cada vez mais, inclusive na mídia. Nesse sentido, estamos em
descrédito perante parte da sociedade.
No entanto, é desta formação que a maioria dos
professores de História se vira e busca dar conta, na correria cotidiana, do
ato da docência em sala de aula.
Ainda mais, e contribui a esse estado de
coisas, o fato de que muitos estados aceitam estudantes de História como
professores. E não é para o estágio; é para ser professor.
Então, além daquele tipo de formação, que é
mediana, neste caso, ainda sequer ela está completa.
São as condições de vida dos professores e
daqueles que acreditam ser que os impele aos mais variados empregos, as formas
de empregabilidade, quase sempre precárias, a aceitar.
Por si só, estas condições oferecem indícios
de como anda a vida de professor, a docência, a condição da educação [nem se
fala em qualidade como sugere a perspectiva mais liberal] que chega aos alunos.
A isso somam-se outra série de fatores, como o
descaso dos governantes e a baixa remuneração oferecida aos professores, as
escolas paupérrimas, a desorganização posta na conta de diretores e
orientadores educacionais despreparados destas escolas, os alunos
indisciplinados e pouco propensos a aprender, a violência que dia a dia invade
a escola, a ausência de políticas públicas, as instituições que se perdem, como
a família etc.
Alheio a isso, ou a partir destas condições se
chega à sala de aula. Indiferente se se está preparado ou não, isso fica para
trás quando se aceita participar de uma seleção de contrato temporário ou
concurso público.
A formação precária, aquele conhecimento
mediano oferecido na graduação, a insegurança do iniciante [pois os estágios
pouco preparam para a sala de aula] devem dar conta. Se não, se reinventa.
Esta ocorre no dia a dia, no aperto e, na sala
de alunos indisciplinados, se se tiver estômago para isso, pois é para a pior
turma [na visão da escola] que é atirado o professor que recém chega a nova
escola.
Se a formação é incompleta e, muitas vezes
inadequada para adentrar a sala de aula, mesmo que a maioria dos professores de
História não o reconheça, o que se poderá fazer em sala de aula?
Nesta hora o livro didático pode ser o
salvador.
Este texto busca trazer apontamentos a
respeito da docência do autor, como partícipe do que foi escrito, exatamente
desta forma ou com semelhança nos processos expostos, mas que, chegado a este
momento, passa a questionar aqueles saberes de graduação, por que apenas
medianos e, por isso, se rebela também, contra o livro didático.
Por esta natureza do texto, mais vivencial, o
apoio da bibliografia de área que é fundamental em muitos casos, neste não se
valeu.
Esta empreitada busca abrir o diálogo, trocar
inquietudes e mesmo apontar fragilidades no processo formativo que acomete a
maioria dos professores de História, mas, aposta-se, muitos deles se
constrangem ao pensar em expor este dilema.
Sobre os
precários saberes de graduação
Quando adentra a graduação, na maioria dos
casos o aluno sequer é bom em História. E o que seria ser bom?
Ter um conhecimento mais enciclopédico ou de
almanaque, que sabia se virar sozinho, que decorou muita coisa, elaborou
esquemas que o ajudaram a memorizar parte do conhecimento mais factual da
História, menos de uma filosofia da História, por assim dizer, aqueles saberes
mais voltados a método, a estratégias de pesquisa e, sobre a própria
historiografia.
Por esta condição, e até pela imaturidade,
pois muitos dos alunos são jovens recém-saídos do Ensino Médio – tudo parece
ser novo e demonstra saber do mestre – há certo delírio e apego em demasia, a
tal babação do professor que fala exatamente aquilo que tem sentido a nós, numa
relação quase que, de psicólogo com o paciente que está sendo analisado.
Nesta relação de professor e aluno, que pode
ser perigosa, há espaço para a ideologização da aula; felizmente nem todos os
professores de graduação se aproveitam disso. Mas há aqueles que se valerão
desta condição e, de distanciamento aparente de saber, para passar a diante
aquilo que acreditam ser a versão correta da História.
Ao se pensar desta forma se vê a História como
se ciência exata fosse, e isso em versão vulgar das próprias ciências exatas.
Assim sendo, se o aluno pouco sabe de início,
se o professor se aproveita disso e tenta puxar para o seu lado, em meio a
própria dispersão que pode representar o curso, pois muitas grades são tão
includentes que, acabam por tratar de quase nada minimamente aprofundado. É
tudo como se fosse uma introdução. Mas pode ser pior, se ideologizada.
Mesmo o professor sério que busca introduzir o
seu aluno nos conhecimentos básicos da graduação corre riscos.
Os riscos são em nossas traduções, que muitas
vezes são equivocadas, e que revelam que não sabemos ler em outra língua [se
pedir textos em espanhol já se cria uma rebelião em sala de graduação, mesmo em
mestrado!]; por sua vez, estas quando chegam a nós, quase sempre estão
atrasadas, às vezes, décadas, pois a língua portuguesa acaba sendo das últimas
opções das grandes editoras de fora.
Por outro lado, em meio ao descompasso de
nossa débil formação, associado às condições expostas, em alguns professores
[os interessados e atualizados] e mesmo em alguns de seus alunos, cria-se uma
ideia de desespero que se deve ler tudo, até para se atualizar frente ao pavor
de décadas de atraso em relação ao que se lê nos Estados Unidos, por exemplo;
em consequência, lê-se muito, mas se lê em demasia fragmentos.
Ainda ocorre que se lê não se considerando a
escola do autor, mesmo sua vivência e, em alguns casos, a sua escolha política.
Em alguns casos, justamente por esta não se lê grandes contribuições. Entrou a
ideologização. O recorte político-partidário que muitas vezes domina
departamentos de História.
Nesta linha, e até pelos argumentos de
autoridade que se vale, a maioria dos alunos de graduação sequer se expõe; no
alegado debate que todo professor de História diz fazer não se deve ir além do
que o mestre pensa, raríssimos os casos que se aceita a contestação.
As formas de avaliação que são oferecidas aos
alunos pelos professores não possibilitam o questionar e, mesmo inovar ao
contestar trazendo outros autores, outros pontos de vista ao mestre, como se
espera em fazer ciência.
Seminários que não se foge aos textos
pré-selecionados, que não raro saem do texto literalmente e, descambam para
“debates” acalorados em sala: resultado, o aluno não volta mais a aula.
Outro: a produção de artigos que, se o aluno
for esperto e observar a reação do professor durante os seminários, entende que
na escrita também não deve transgredir aquele limite que, quase sempre é
dissimulado em estratégias mais populistas, como as rodinhas de conversa, o
café no bar, mas que não se deve fugir à cartilha velada.
Neste caso há outro problema. A correção do
trabalho do aluno é demasiado demorada. Passam-se meses e ao se consultar a
secretaria do curso ou o sistema eletrônico de notas da universidade não se
encontra; muitos dos professores não cumprem os prazos, não estipulam, desde o
início de seu curso, um cronograma.
Pior, não há retorno; se ocorre são depois de
meses, quase não se lembra do que se escreveu. O tal feedback inexiste, que é o
mais importante, pois na graduação, aprendendo o bê-á-bá, se deveria estimular
essa relação de professor-aluno, imprescindível na ideia de orientação, de
fazer ciência, de aprendiz e mestre. Sem dogmatismos e sem ideologização, se
fosse possível.
Aos que vão para as salas de aula por falta de
opção e até para se sustentar economicamente – esses são os que não tiveram
sorte de fortalecer relação com algum professor que tenha iniciação científica,
pois estes sortudos acabam fazendo mestrado e doutorado em um processo contínuo
se a universidade oferece – a dura realidade da sala de aula da Educação
Básica, que geralmente foge à regra dos escritos teóricos em educação, assusta.
Assim se expõe outra fratura da graduação, que
são os estágios de docência. São vagos, dispersos e inadequados em seus tempos,
as tais aulas de faz de conta que, preenchem os relatórios, as observações e as
práticas mesmo.
Defende-se que se amplie a carga horária de
estágio efetivo em sala de aula. De alguma forma – não se objetiva apresentar a
solução – se deveria pensar em ir introduzindo, paulatinamente, o graduando na
docência e, que este fosse se socializando junto a ressocialização de seu
mestre, se necessárias, nas salas de aula.
Se o aluno que se torna professor de História
e vai para uma escola pública, onde a maioria dos alunos está sem disciplina ou
que perderam a curiosidade de aprender [por conta dos professores anteriores],
e se vê despreparado, o que lhe restará para enfrentar as salas de aulas, se
nem preparar os planos de aula sabe e, pior, pouco sai de sua linha cômoda a
que foi estimulado a pensar de forma, quase sempre, fechada, desde o início de
sua graduação?
Rebelar-se contra
o livro didático é preciso!
Por isso, o livro didático salva o professor
que ainda não o é.
Nas condições a que se formam e são expostos
como já se afirmou, a maioria dos alunos de cursos de graduação em História, e
como chegam às escolas, estes apenas irão se tornar professores efetivos,
depois de vários anos nas salas de aulas.
Antes disso, o livro didático é
imprescindível. Nesse sentido, a funcionalidade do livro didático não se
questiona. A partir do livro didático as aulas podem ganhar dinamicidade e
organização, depende do professor de História.
A contribuição do livro didático é imensa
quando sugere as sínteses, a forma que se faz o recorte; as próprias
ilustrações presentes nos livros didáticos; os links sugeridos e, para além do
acesso à internet, no sentido de conexão a outras áreas, como a perspectiva da
interdisciplinaridade, a sair da escola como em visitas a espaços históricos e
de patrimônio, ao cinema; quando se sugere e se citam músicas e filmes, obras
de arte e, mesmo os trechos de obras de caráter acadêmico etc.
Então, em geração de alunos que é digital,
como a atual e, especialmente visual, o trato adequado do livro didático em
sala de aula pode dinamizar sobremaneira as aulas de História.
Contribui ao professor que se encontra
atarefado, por estar em mais de uma escola e, com isso ter de deslocar-se de
uma região para outra, o que, muitas vezes o impede de fazer o adequado e
fundamental plano de aula.
Este professor – para espanto dos teóricos de
educação descolados da realidade – nem sempre consegue realizar os planos de
aula, fazer o planejamento e cede lugar ao improviso quase sempre; a realidade
da escola também foge a teoria.
Existe distância significativa entre o que
escrevem e o que ela efetivamente é. E até por isso, o plano de aula quase
sempre não irá dar conta do que se apresenta ao professor em sala de aula.
Por isso, é a realidade que os forma, tanto ao
aluno quanto ao professor. E são as provações que lhes oferecerão as
oportunidades de crescer. Nesse sentido, para o mestre, a reinvenção cotidiana
é imprescindível.
E para além desta em sala de aula, no tempo
que dispor, daquilo que lhe é atribuído, por exemplo como preparação de aulas,
das “horas-atividade”, do período de intervalo na sala dos professores, no
deslocamento, deverá buscar sempre novas leituras.
Estas serão fundamentais quando o improviso
for necessário e o salvador da aula, para além do plano.
Também ajudarão quando das temíveis questões
dos alunos [principalmente para professores inseguros e despreparados] se
aproveitadas, podem gerar oportunidade para a transversalidade.
E mesmo a relação de grande parte dos
conteúdos ou a possibilidade de retomada, da síntese, processos benéficos a
ambos, aluno e professor e, fundamentais a aprendizagem.
O livro didático ajuda, até um momento. E até
pode ser ferramenta conjunta, junto a outras que o professor necessariamente
deverá lançar mão durante suas aulas.
Depois, todo professor que se prese e que
busca se libertar dos seus males de origem, daquilo que as suas realidades
apresentam, busca respostas aos questionamentos dos seus alunos que, apesar de
muitas vezes vagos e de certo modo, inocentes, instigam a repensar a própria
docência.
Mas por que se rebelar? Pelo bem das aulas,
pela essência da educação, que possibilite a abertura, a pluralidade do
pensamento, que os alunos saiam da escola com vontade de voltar a visitar os
seus antigos professores.
E o que fazer em
sala de aula, depois dessa confissão?
Confessado estas fraquezas, o que se pode
fazer, depois de anos como piloto de livro didático?
E o que fazer com ele? O livro é uma
ferramenta básica e, fundamental, pois dependendo da realidade dos alunos, da
escola, do que se pode oferecer, não é possível oferecer aos alunos outras
possibilidades de materiais; além do já exposto, ele é um guia e, pode ajudar
na disciplina, na organização da classe.
Que tipo de leitura pode auxiliar este
professor angustiado que, pensa ter culpa no cartório, ou o vício de formação
e, anseia liberar-se disso, até em benefício dos seus alunos e, sem a demagogia
que costuma acompanhar este tipo de preocupação se manifesta ao público?
A abertura é imprescindível no fazer ciência.
Quem ficar nas mesmas leituras tem a qualidade da profundidade, mas por outro
lado, nesse caminho muitos chegam ao dogmatismo e dele não saem; ao contrário,
buscam levar mais pessoas a esta caverna.
Um exemplo: por muito tempo e em alguns livros
didáticos e no automático do saber do professor História de Educação Básica que
não se preocupa em se atualizar permanecem uma verdade a respeito da Guerra do
Paraguai: que envolveu Brasil, Argentina e Uruguai contra o Paraguai; o
primeiro agiu como uma potência regional e cometeu massacres no último, que este
estava buscando a autonomia na região frente ao imperialismo da Inglaterra, que
financiou e, consequentemente, endividou o primeiro.
Há livros didáticos que se atualizaram. Outros
não. Mas, se o professor de História tiver interesse em contrapor versões, propor
mais de uma aos seus alunos, há obras que podem auxiliá-lo: Almeida [2006],
Baratta [2013], Doratioto [2012], Dourado [2010], Fausto [2018], Narloch
[2011], Rodrigues [2009], Salles [2017], Schwarcz [2015] e Whigham [2002],
dentre outros.
Para esse tema e outros, a partir do livro
didático que é, em geral, o único material que a maioria dos alunos têm acesso,
contextualizar e confrontar as versões deste com o trabalho que a
historiografia vem fazendo nos últimos anos. É uma forma de valorizar a aprendizagem
da turma, se aprofundar e até revisar ideias/verdades estabilizadas no ensino
que o próprio professor de História ao longo dos anos se acostumou a consolidar
na Educação Básica.
Ouvir os alunos, as questões destes; é
fundamental, sugere Seffner [2010].
Cada turma possui o seu saber: os saberes
populares que são passados de pai a filho, o próprio saber escolar, a despeito
das vulgarizações que muitos professores fazem, e o que a escola não tem
controle, felizmente, àquilo que o aluno pode acessar fora dela.
Em casa, na internet, nos noticiários, na
troca com seus colegas, na vivência e na comunidade de sentidos existente fora
da rede da escola, na família.
Estes saberes, de alguma forma deverão ser
valorizados e incorporados, no espaço que o professor de História pode oferecer
à versão dos alunos daquilo que a história oferece como possibilidade de
análise, que é a vivência comum de todos, no tempo presente.
Essencialmente e, a despeito do plano de aula
que este faz ou não, do que a escola adequa ou adapta e cobra, daquilo que a
legislação obriga alheia às transgressões que se pode perante as leis, este
professor deve priorizar aquilo que tem sentido e desperta a curiosidade de
aprender no aluno. E, talvez, isso tenha um início a partir da ideia de
ouvi-los.
Considerações
finais
A gratidão da/pela formação recebida, por mais
precária que/se foi, não deve ser esquecida; pois sem estes mestres que, mesmo
constrangidos por seu dogmatismo e até despreparo [são doutores que sabem muito
de conteúdo, mas que não sabem dar aula] ou pela sua militância, nos
introduziram neste mundo fascinante. Obrigado a todos!
Neste sentido, o escrito não tem a intenção da
delação e mesmo a exposição daqueles mestres iniciais. Ao contrário, é na
autocrítica e avaliação constante que se torna melhor ou menos pior professor.
Os alunos é que avaliam.
E todos os aprendizados são essenciais ao se
formar constante. E para a vida.
A docência é um reinventar constante. Por
isso, o professor, independente se piloto de livro didático ou mais reflexivo e
praticante do fazer as próprias aulas, em algum momento, estas práticas não
serão suficientes; demanda, por isso, a abertura, a leitura não dogmática, a
troca.
A troca de ideias e experiências, por isso,
são imprescindíveis, até para o bom convívio na escola, a busca por parcerias,
o olhar diverso e a contribuição desde fora, dos outros professores.
Junto a isso, faz-se mister observar e
pesquisar, buscar analisar, e escrever sempre, a respeito da própria prática.
Por fim, acredita-se que o professor de
História deveria buscar se libertar da pretensão de a tudo saber, mesmo de
querer ser a voz da informação sobre o cotidiano de notícias e fatos políticos
do país na escola, a consciência política de seus colegas de sala dos professores
ou mesmo tentar fazer do aluno seu discípulo.
Que procurasse se esforçar em buscar passar
pontos de vista diversos que, podem gerar possibilidades de interpretação, sem
se ater em demasia ao cumprir o conteúdo esperado para tal série.
Que se ressocializem a toda turma que entrem,
que se busque e que se investigue a respeito das temporalidades a que vivem e
que são expostos os seus alunos, nos diferentes tempos que a nossa sociedade se
assenta e se reproduz historicamente.
Referências
bibliográficas
Manoel Adir Kischener é Bacharel e Licenciado
em História, Mestre em Desenvolvimento Regional e Doutorando em História pela
Universidade Estadual de Maringá [UEM].
Com muitas referências explícitas, pois não se
caminha só, nem se forma, nem se rebela, nem se acomoda ou se conforma.
ALMEIDA, Rosely B. M. de. A presença indígena
na Guerra com o Paraguai [1864–1870]. Cuiabá: UFMT, 2006. [Dissertação de
Mestrado em História]. [dissertação]
BARATTA, María V. La Guerra del Paraguay y el
proceso de construcción de la identidad nacional argentina [1864-1870]. Buenos
Aires: UBA, 2013. [Tese de Doutorado em História]. [tese]
DORATIOTO, Francisco F. M. Maldita guerra:
nova história da Guerra do Paraguai. 2ª ed. rev., 5ª reimpr. São Paulo:
Companhia das Letras, 2012. [livro]
DOURADO, Maria T. G. A história esquecida da
Guerra do Paraguai: fome, doenças e penalidades. São Paulo: USP, 2010.
[Dissertação de Mestrado em História]. [dissertação]
FAUSTO, Boris. História concisa do Brasil [com
a colaboração de Sérgio Fausto]. 3ª ed. atual. e ampl., 1ª reimpr. São Paulo:
Editora da Universidade de São Paulo, 2018. [livro]
NARLOCH, Leandro. Guia politicamente incorreto
da História do Brasil. São Paulo: Leya, 2011. [livro]
RODRIGUES, Marcelo S. Guerra do Paraguai: os
caminhos da memória entre a comemoração e o esquecimento. São Paulo: USP, 2009.
[Tese de Doutorado em História Social]. [tese]
SALLES, André M. O conhecimento escolar Guerra
do Paraguai em livros didáticos e na fala de professores de História de escolas
de Educação Básica, no Brasil e no Paraguai. Recife: UFPE, 2017. [Tese de
Doutorado em Educação]. [tese]
SEFFNER, Fernando. Saberes da docência, saberes da
disciplina e muitos imprevistos: atravessamentos no território do ensino de
História. In: BARROSO, Véra L. M.; PEREIRA, Nilton
M.; BERGAMASCHI, Maria A.; GEDOZ, Sirlei T.;
PADRÓS, Enrique S. [Orgs.]. Ensino de História: desafios contemporâneos. Porto
Alegre: Edições EST, Exclamação, ANPUH-RS, 2010, p. 213-229. [artigo]
SCHWARCZ, Lilia M. As barbas do imperador: D.
Pedro II, um monarca nos trópicos. 2ª ed., 14ª reimpr. São Paulo: Companhia das
Letras, 2015. [livro]
WHIGHAM, Thomas L. The
Paraguayan War: causes and early conduct. Nebraska:
University of Nebraska Press, 2002. [livro]
Boa tarde!
ResponderExcluirMuito bom o texto Mestre! Mostrou uma realidade que muitos não estão dispostos a expor.
Com a experiência profissional que hoje carrega, somada à bagagem de conteúdo histórico que foi adquirindo depois de graduado, poderia orientar-nos dizendo como deve ser a busca, a procura do acadêmico, por conteúdo para graduar-se e lecionar História hoje?
Ou seja, o acadêmico de História, além do plano de sala de aula, além da grade curricular, pode fazer o que, como meio de aperfeiçoamento e implementação para estar em sala de aula após a graduação, no sentido de tentar minimizar a situação mostrada no texto?
Obrigada.
Atenciosamente, LIGIA HELENA DE SOUZA CHAVES BADAUY.
MANOEL ADIR KISCHENER
ResponderExcluirAgradecido, Ligia Badauy! Penso que o texto aponta alguns caminhos, que não deve ser uma regra, pois todos podem trilhar o próprio, até por isso a escrita é avessa dogmatismo.
Nesse sentido, penso que um caminho é justamente por aqui, evitar ler apenas uma linha, autores que satisfaçam determinados professores que gostamos e nos influenciamos, nossos orientadores, mesmo; quanto mais se lê, mais se conhece e, tornam-se menores as chances de se aprisionar (e quanto maior a bagagem, maiores serão as chances de se sair bem na hora que carece improviso, pelos imprevistos que a docência gera: ser colocado, em certo dia, em sala que não estava, turma outra, tema de estudo diverso etc. e, mesmo de outras áreas, quando falta professor, pode-se cair em qualquer sala).
Acredito que os estágios atuais são insuficientes, mas é o que se tem, por isso, se puder, se voluntarie (para além da ideia de voluntariado) para ter mais aulas, os cursinhos nas próprias universidades, se públicas podem ser um caminho, mesmo nas escolas públicas, pois faltam professores, então, se apresentar a escola, aulas de reforço, parceiras, tudo isso pode ser formativo, observa-se a realidade e, dela se sai, formado ou não.
Com isso, se conhece realidades diversas, distantes daquilo que se está acostumado, geralmente, que se vê e, até se ideologiza (a universidade é populista e pouco inclinada de fato as mazelas a sua volta) e, são aspectos formativos essenciais que não se vê e nem se adquire se se ficar apenas em sala de aula; buscar aquilo que nos humaniza, ainda mais, e nos ressocializa, e nos habilita a refletir, o que deve gerar a escrita, a reflexão constante, aquela livre que leva sempre a novos caminhos, pois desta realidade diversa nos alimenta, mesmo em teoria que, se constatará, uma apenas não dá conta.
Nas universidades públicas, acredito mais que nas privadas, seja possível fazer disciplinas de outros cursos, dentro da grande área de humanidades e sociais, e até nas exatas, pois seus métodos de pesquisa, quantitativos, podem se transformar em ferramentas também ao pesquisador de História, então, o aluno de História deve abusar desta possibilidade, se tiver tempo e interesse, pois continuamos fechados, talvez a área mais fechada da grande área de humanidades e sociais.
E por aí, vai.
Quais tem sido suas estratégias? Há alguma linha de encontro do que escrevi?
Abraços!
Boa noite. É exatamente essa ideia de não ler apenas uma linha, de buscar outros autores, que estou colocando em prática. Sou caloura, início de curso, mas mais adiante procurarei disciplinas de outros cursos. Grata pela atenção.
ExcluirLigia Helena de Souza Chaves Badauy.
MANOEL ADIR KISCHENER
ExcluirAgradecido, Ligia Badauy!
Desejo-lhe sucesso na caminhada! Abraços!
Olá Manoel, Precisamos falar sobre nossa formação, nossa profissão não como promessa e utopia, devemos apontar os acertos e erros de forma concreta e resolutiva. Pergunto sua experiência na docência modificou seu olhar sobre o ensino de história? Abcs
ResponderExcluirEverton Carlos Crema
MANOEL ADIR KISCHENER
ResponderExcluirAgradecido, Prof. Everton!
Com certeza mudou! Desde a primeira experiência tem sido uma transformação constante e, penso que a cada nova turma novos desafios surgem e, demandam novas estratégias, e faz com que o olhar seja sempre diverso. A ressocialização do professor, que por exemplo, sugere José de Souza Martins, ela impulsiona o professor a pensar sempre a partir da realidade que está vivenciando.
Acredito que, o professor também é fruto de seu tempo e, nesse sentido, precisamos estar atentos às transformações tecnológicas que têm avançado sobre todas as esferas da vida social, inclusive mediando e impondo novas formas de sociabilidade, o capitalismo contemporâneo, visto como um modo de vida, exige esta “atualização” constante e é nos impiedoso e excludente. O que o Sr. pensa?
Abraços!
Com certeza, nossas aulas melhoram e nós como pessoas nós tornamos melhores! Brinco com meus alunos....Aulas bem dadas são qualidade de vida, felicidade e menos Rivotril! Abcs, OBGD
ResponderExcluirMANOEL ADIR KISCHENER
ExcluirAgradecido, Prof. Everton! Interessante perspectiva, vou adotar! Abraços!