A ONHB E O ENSINO DE HISTÓRIA
DO BRASIL: A EXPERIÊNCIA DO MARISTA ESCOLA SOCIAL SANTA MÔNICA
Introdução
Desde 2009, a Universidade Estadual de Campinas [UNICAMP]
desenvolve um projeto de extensão denominado “Olimpíada Nacional em História do
Brasil”, que será abordada neste texto como ONHB. É desenvolvida pelo
Departamento de História por docentes, alunos da pós-graduação e de graduação,
com apoio do Ministério da Ciência, Tecnologia, Inovações e Telecomunicações
[MCTIC], por meio do edital de Olimpíada Científicas do Conselho Nacional de
Desenvolvimento Científico e Tecnológico [CNPq] [ONHB, 2020].
Diferente de outras Olimpíadas científicas destinadas às escolas
da rede básica, a ONHB possui como objetivo não somente avaliar o melhor
desempenho dentre as instituições, mas também incentivar a pesquisa em
História, a leitura e interpretação, análises e discussões coletivas,
interdisciplinaridade, bem como o desenvolvimento de habilidades na
aprendizagem em História. Por isso, figura-se não somente como uma competição,
outrossim como um incentivo à aprendizagem em História.
A ONHB proporciona um conhecimento histórico nacional por meio da
inclusão digital. O grau de dificuldade das questões aumenta a cada fase,
exigindo cada vez mais atenção e interpretação por parte dos alunos e tutores.
Com isso, os educandos passam a ter contato com produções históricas que muitas
vezes ficam restritas apenas ao ambiente acadêmico. Além disso, a ONHB faz com
que os alunos participantes percebam que músicas, poemas, material
jornalístico, bancos de dados, entre outros, também são documentos históricos,
e os põe em contato direto com tais materiais.
Em 2019, o Marista Escola Social Santa Mônica, da cidade de Ponta
Grossa – PR participou pela primeira vez da ONHB, em sua 11ª edição, com a
composição de 5 equipes, sendo 2 do Ensino Fundamental Anos Finais e 3 do
Ensino Médio, cada segmento com uma professora orientadora. A proposta de
participação no projeto partiu do articulador das Ciências Humanas da escola,
que por meio das transposições realizadas em sala de aula percebeu a
necessidade do letramento histórico e da motivação para aprender História do
Brasil. No decorrer do trabalho será abordado sobre como o formato da ONHB e a
maneira como ocorreram as discussões sobre a História do Brasil por meio das
questões foi significativo para a experiência dos educandos e das educadoras
que orientaram o processo.
O Marista Escola Social Santa Mônica e a ONHB
O Marista Escola Social Santa Mônica está localizado em Ponta
Grossa, no bairro Santa Mônica desde 1998. A instituição atende crianças,
adolescentes e jovens em situação de vulnerabilidade social e compromete-se com
a oferta de educação gratuita, de qualidade e defesa e promoção dos direitos
das crianças e adolescentes, para os educandos do Ensino Fundamental e do
Ensino Médio.
E é nesse sentido que a ONHB contribui de forma ímpar para a
reflexão sobre alguns desafios concernentes à Educação de forma geral, levando
os educandos a serem protagonistas do próprio conhecimento e a construí-lo
conjuntamente, de forma não tradicional, pois não vivencia-se o conhecimento
como na sala de aula e não hierárquica, possibilitando um diálogo aberto de
educandos e educadores.
Como citado acima, a escola contou com a participação de 5
equipes, sendo 2 do Ensino Fundamental Anos Finais e 3 do Ensino Médio. Os
educandos foram escolhidos inicialmente pela afinidade com a disciplina e o
comprometimento/responsabilidade na condução de suas atividades, pois é uma
habilidade que a ONHB exige não somente dos educandos, mas também dos
educadores.
A ONHB é composta por seis fases online, com duração de uma semana
cada, compostas por 10 questões e algumas tarefas. As respostas são enviadas
somente pelo site e obtidas pelos participantes por meio do debate com os
colegas de equipe, pesquisa em livros, internet e a orientação dos professores.
Cada questão traz 4 alternativas, e mais de uma alternativa pode estar correta,
cabendo às equipes selecionar a alternativa que considera a mais adequada em
resposta à questão.
A ONHB proporciona um conhecimento histórico nacional por meio da
inclusão digital. O grau de dificuldade das questões aumenta a cada fase,
exigindo cada vez mais atenção e interpretação por parte dos alunos e tutores.
Com isso, os educandos passam a ter contato com produções históricas que muitas
vezes ficam restritas apenas ao ambiente acadêmico. Além disso, a ONHB faz com
que os alunos participantes percebam que músicas, poemas, material
jornalístico, bancos de dados, entre outros, também são documentos históricos,
e os põe em contato direto com tais materiais.
Para refletir sobre a experiência e a relação com o ensino de
História do Brasil, serão abordadas as especificidades de cada segmento e as
problematizações realizadas.
A experiência da ONHB no Ensino Fundamental Anos Finais
O ensino de História deve buscar a emancipação do sujeito e a
percepção da identidade de si mesmo e dos grupos nos quais está inserido, pois
“aprender é a aquisição de competências, a partir da apropriação
[interpretação] da própria experiência” [Rüsen, 2012, p.76]. Portanto, será
abordado como esse processo foi abordado através da ONHB no Ensino Fundamental
Anos Finais.
As equipes foram denominadas: Equipe Violetas [8º ano] e Equipe
L’Hermitage [9º ano], orientadas pela educadora do segmento. A maior
dificuldade encontrada foi em entender a dinâmica das respostas das questões,
pois não existe somente uma correta, mas sim a que está mais completa em
relação as outras, variando assim a pontuação recebida por cada resposta. Outro
desafio foi em relação aos conteúdos, pois os educandos do 8º ano ainda haviam
estudado muito pouco sobre história do Brasil, comparado aos educandos do 9º,
por exemplo.
Realizando um levantamento prévio de percepções acerca da história
do Brasil, percebeu-se que os educandos se entusiasmavam pouco com a temática,
visto que eram atraídos por guerras, mitologia, e outros temas que foram
levantados como mais interessantes. Porém, desde o primeiro momento, vendo a
História a partir de músicas, trechos de filmes, pinturas e todas as fontes
históricas trabalhadas na edição, levou-os a outro olhar sobre a história do
Brasil.
De acordo com os conceitos teóricos da Educação Histórica, é
importante notar que a ONHB viabiliza a compreensão de noções históricas, que
de acordo com Barca [2001] seria de verdade, mudança e permanência,
significância, evidência [interpretação de fontes], empatia [compreensão] e
variância na narrativa. Como afirmou Miranda [2013] quando consideramos o
incentivo à divulgação científica, o contato com fontes primárias, secundárias
e análises historiográficas, a ONHB é uma possibilidade para que os estudantes
realizem progressos em Educação Histórica. Porém, isso só é possível se a
partir da problematização das questões, essas noções e outros conceitos
históricos importantes forem tratados.
Exemplifica-se as possibilidades e o que foi tratado, a partir da
questão 21, da segunda fase. A questão abordava sobre o samba-enredo do Grêmio
Recreativo Escola de Samba Estação Primeira de Mangueira do carnaval de 2019.
Para entender a necessidade de pesquisa e análise da fonte nesta questão foi
colocado um texto de apoio juntamente com o samba-enredo, e as alternativas
eram as seguintes: [a] O samba-enredo aborda o processo de ocultamento da
agência das minorias nas narrativas dos eventos históricos; [b] Os compositores
evocam a invisibilização e silenciamento das mulheres negras na sociedade
brasileira; [c] O “herói emoldurado” é referência somente àqueles que lutaram
nas batalhas históricas do Brasil; [d] Trata-se de um samba-enredo que tem como
tema central as lutas que não aparecem na chamada “história oficial”. O
objetivo dos educandos era analisar a fonte em questão, o texto de apoio, e
voltar no conhecimento acerca da história do Brasil, para pensar em qual
alternativa mais se adequaria à proposta da música. Para isso, as discussões
aconteciam conjuntamente entre 8º e 9º ano, e nem sempre chegavam em um uma
única resposta, o que é justificado porque as alternativas não necessariamente
estão erradas, somente não são as mais completas. Nessa questão, a alternativa
‘a’ era a mais completa, porém a ‘b’ e ‘d’ também estavam corretas.
Dessa forma, em todas as discussões foi ressignificado o erro, e
transformado em análise, debate, crítica e diferentes olhares para uma mesma
questão. Rüsen [2012] aborda quatro tipos de consciência histórica, sendo esses
a tradicional, exemplar, crítica e genética. Sabe-se que os educandos já vêm
com narrativas advindas de suas vivências nos diversos grupos sociais, e é
neste sentido que as aulas de História são um esforço em trabalhar essas
concepções a partir do conhecimento científico. Por isso, percebe-se a partir
das questões e nas discussões na ONHB o esforço em levar os educandos a uma
mudança de uma consciência exemplar/crítica para a genética, conseguindo
compreender as diferentes versões e pontos de vistas da história, bem como os
diversos usos que podem ser feitos da mesma.
Apesar de os educandos terem alcançado até a 2ª fase [8º ano] e 3ª
fase [9º ano] durante o ano percebeu-se como esses educandos mudaram suas
ideias, conseguiram se adequar mais às propostas de leitura crítica e
problematização em sala de aula, e ademais, passaram a se interessar muito mais
pela História do Brasil.
Não cabe à proposta deste texto realizar uma reflexão aprofundada
sobre a consciência histórica ou sobre as noções históricas, mas levantar as
possibilidades proporcionadas pelo projeto da ONHB, e as expectativas em
relação à História que acontecem por meio deste.
Panorama das especificidades da ONHB no
Ensino Médio
No Ensino Médio,
optamos por formar equipes com membros da mesma classe e conseguimos formar
três grupos, sendo uma da 1ª série [Tebbas], uma da 2ª série [Mênfis] e outra para a 3ª série [Gizé]. Os educandos
foram escolhidos pela professora, que utilizou como critério: a participação em
sala de aula, o comprometimento dos educandos com debates e análise de diversas
fontes, bem como o interesse dos educandos em participar do evento. Para o
último critério foi necessário realizar – em todas as 6 turmas do Ensino Médio
– uma explicação breve sobre a ONHB, a fim de motivá-los a participar do
evento. Além do auxílio da educadora desse segmento, as equipes foram amparadas
pela assessoria do articulador de Ciências Humanas que atua na instituição.
Cabe ressaltar, que tal experiência também foi de aprendizado para a educadora,
que por mais que soubesse da existência da ONHB, não tivera oportunidade de se
inscrever em edições anteriores.
Como o trabalho
coletivo e o espírito de equipe são os princípios norteadores da ONHB, nos
propusemos, enquanto professores orientadores, a explicar a complexidade das
atividades propostas durante todas as cinco fases da Olimpíada. Buscou-se ainda
reforçar as aptidões de colaboração e debate, incentivando todos os grupos a se
superarem por meio do estudo. Com essa postura, procuramos auxiliar na construção
do pensamento crítico, conferindo aos educandos um grau inicial de autonomia
intelectual para análise dos fatos históricos apresentados em cada fase
trilhada da Olimpíada.
Motivados pela
competição, os três grupos se uniram para realizar discussões sobre as
questões. Os encontros presenciais e virtuais foram extremamente proveitosos,
contudo, houve alguns conflitos intelectuais, visto que as múltiplas
interpretações abriam brecha para certos desentendimentos, que foram mediados
pelos educadores. Os esforços promovidos entre ambas as partes fizeram que os
grupos chegassem até a 4ª fase.
As atribuições
conferidas aos professores correspondiam a organizar levantamentos diários
sobre as dificuldades de cada atividade semanal, bem como indagar os educandos
a buscarem conhecimentos além das fontes base inseridas pelos organizadores em
cada fase da Olimpíada, incentivando assim, a atividade de pesquisa. Para que
isso fosse possível, foi preciso buscar outros horários de trabalho e estudo
com os alunos, bem como a utilização de demais meios tecnológicos. Assim,
educadores e educandos estiveram mais próximos além do espaço de sala de aula,
mantendo ativo um intercâmbio de diálogo e informações. Pois, assim como relata
Circe Bittencourt, concorda-se que:
“Em História, não
se entende como apreensão de conteúdo apenas a capacidade dos alunos de dominar
informações e conceitos de determinado período histórico, mas também a
capacidade das crianças e jovens de fazer comparações com outras épocas,
usando, por exemplo, dados resultantes da habilidade de leitura de tabelas,
gráficos e mapas ou de interpretação de textos.” [BITTENCOURT, 2011, p.106].
Ao abordar outras
fontes e metodologias de pesquisa, conseguimos oferecer um leque de
possibilidades para interpretações mais densas, tanto para a compreensão do
conteúdo histórico, quanto para utilizar os conhecimentos obtidos na análise do
mundo em que vive. Desta forma, os alunos estão mais capacitados para
acompanhar os avanços e retrocessos das transformações sociais e culturais, por
meio de um processo ativo e dinâmico, permitindo as [re]construções sobre a
realidade política e social, ampliando as capacidades de aprendizado.
Na ONHB, as
fontes históricas são utilizadas como um ponto de apoio para a produção do conhecimento
histórico. Esta ferramenta, mobiliza o conhecimento que os educandos já possuem
e permite que seja possível encontrar diferenciações e leituras distintas de
diversos materiais analisados por meio de uma plataforma virtual.
Nessa
perspectiva, nota-se a utilização de um acervo digitalizado de documentos
históricos, sendo que muitos desses materiais são inéditos, tanto para
professores quanto para alunos. Assim, a Olimpíada proporciona com que os
participantes tenham contato direto com diversas fontes históricas [materiais,
iconográficas, entre outras]. Ademais, aproxima o educando as práticas
metodológicas de um historiador em seu ofício.
Como salientado
por Marc Bloch:
“[...] a educação
da sensibilidade histórica nem sempre está sozinha em questão. Ocorre de, em
uma linha dada, o conhecimento do presente ser diretamente ainda mais
importante para a compreensão do passado” [BLOCH, 2001, p. 66]
Tal questão nos
leva adentrar um novo estágio de conhecimento de temas históricos e
historiográficos sobre a divulgação e o ensino de História do Brasil,
principalmente ao promover interpretações de documentos questionáveis sobre um
mesmo evento histórico, bem como dar visibilidade temas históricos que estão
além do livro didático, promovendo a divulgação da história de regiões e fatos
‘esquecidos’ pelo discurso oficial.
O conteúdo
presente na ONHB caracteriza os processos históricos brasileiros, incluindo
espacialidade e temporalidade, incorporando questões historiográficas,
favorecendo e ampliando o foco para a História do Brasil que muitas vezes se
encontra à sombra da História Geral.
Além disso,
diferente de outras olimpíadas científicas, que geralmente acontecem em um
período e estimulam a rapidez e a agilidade em seu desenvolvimento, a ONHB
incentiva a interpretação e o pensamento crítico ao abarcar diferentes fontes.
Evidencia-se a diversidade de autores e a variedade de documentos históricos
propostos como análise. Com isso, nota-se que a ONHB encoraja a produção de
conhecimento científico e a obtenção de um olhar mais crítico quanto os
acontecimentos [e a suas repetições ao longo da história] da sociedade e mostra
um lado da história que muitas vezes não é abordado nos livros didáticos. Posto
isto, salienta-se assim, o desafio e a necessidade de encontramos, enquanto
docentes, meios para a qualificar a práxis pedagógica em sala de aula
Considerações Finais
“O passado é, por
definição um dado que nada mais modificará. Mas o conhecimento do passado é uma
coisa em progresso, que incessantemente se transforma e aperfeiçoa” [Bloch,
2001, p. 75].
A partir dessa
premissa reforça-se a necessidade de estimular o conhecimento histórico, a fim
de olhar o passado não apenas como algo estático, mas sim, como algo a ser
problematizado, por meio de formulação de hipóteses.
Compreendemos que
a ONHB dá um passo à frente para atender essa necessidade. A Olimpíada
contribui para instigar a busca pelo conhecimento e a despertar o interesse
para a História do Brasil, que muitas vezes não é vista como atraente aos educandos.
Pensando nisso, alegamos que cabe aos educadores buscarem uma renovação das
práxis pedagógicas, a fim de tentar – tomando como exemplo conhecimentos
obtidos na ONHB – inovações e outras metodologias que passam a vir a estimular
o gosto pela a história, principalmente para os educandos que não participaram
da ONHB.
Enquanto
professores orientadores atuantes na 11º ONHB, ressaltamos alguns aspectos
positivos, principalmente no que tange ao envolvimento dos educandos que
passam, a partir dessa experiência, a se reconhecerem como sujeitos
construtores de conhecimento. O intercâmbio ativo, entre estudantes e
professores nos seguimentos citados, proporcionou a construção do trabalho em
equipe, reforçando e reconhecendo a importância da ciência e do conhecimento
histórico.
Entretanto, como
aspectos negativos considera-se a acessibilidade dos educandos, já que poucos
têm oportunidade de participar e a falta de tempo hábil na escola para debater
de forma presencial as questões, apesar do tempo que foi proporcionado pela
escola e os meios digitais. Além disso, para maior compreensão dos educandos em
eventos tal qual a ONHB é imprescindível que as escolas, bem como os
educadores, invistam em qualificar o Ensino de História em sala de aula. Dessa
forma, a ONHB não precisa ser somente um projeto de algumas semanas, mas algo
para redirecionar as práticas docentes e o ensino de História, possibilitando a
elaboração de uma didática que vá ao encontro das necessidades dos educandos e
que esteja além do ensino tradicional.
Referências
Priscielli do Carmo Rozo Cerdeira da Rosa é docente de História do
Ensino Médio, no Marista Escola Social Santa Mônica e mestranda vinculada ao
programa de Pós-graduação Mestrado Profissional em Ensino de História
[ProfHistória-UEPG].
Ruhama Ariella
Sabião Batista é docente de História do Ensino Fundamental Anos Finais, no
Marista Escola Social Santa Mônica e doutoranda vinculada ao Programa de
Pós-graduação Doutorado em Educação [UEPG].
BARCA, Isabel. Educação Histórica: Uma nova área de investigação. Revista da Faculdade de Letras - HISTÓRIA.
Porto: III Série, vol.2, 2001. [livro]
BITTENCOURT,
Circe. Ensino de história:
fundamentos e métodos. 2.ed. São Paulo: Cortez, 2008. [livro]
BLOCH, Marc. Apologia da história, ou, O ofício de
historiador. Rio de Janeiro: Jorge Zahar Ed., 2001. [livro]
MIRANDA, Ridson de Araújo. Projeto
“ONHB na E.E.M. Tenente Mário Lima”: do ensino de História à educação
histórica/Augusto Ridson de Araújo Miranda. Monografia [Especialização]. Universidade
Estadual do Ceará, Centro de Educação, Especialização em Metodologias do Ensino
de História, Fortaleza, 2013.
ONHB. Página inicial do
site oficial da Olimpíada Nacional em História do Brasil. UNICAMP, 2020.
[internet]
RÜSEN, Jorn. Aprendizagem histórica: esboço de uma teoria. In:
RÜSEN, Jorn. Aprendizagem histórica.
Curitiba: W. A. Editores, 2012. P. 69-111. [artigo]
Caras autoras,
ResponderExcluira experiência de vocês como professoras de história mostra alguns paralelos com as minhas práticas, também como professor. Participei da ONHB de 2019, e estou participando da Pré-ONHB deste ano. Da primeira vez, fui com uma equipe de duas alunas voluntárias e um voluntário. Nesta de 2020, em razão da Covid-19, estamos participando na categoria "Zap-Zap", no total de dois grupos, somando 7 alunas/os e eu. Notei precisamente o que foi comentado na parte sobre Ensino Fundamental: as/os estudantes, que eram de 8º ano e agora estão no 9º, se saíram muito melhor, tanto no desempenho como no afinco. Contudo, notei uma persistência, e encaminho minha pergunta: em alguns momentos, não havia consenso sobre qual alternativa marcar e, as vezes, mais raramente, não havia sequer uma ideia de qual marcar, por parte dos estudantes. Como foi a dinâmica de escolher a alternativa mais correta nos casos de suas equipes? Até que ponto ia a interferência do professor-orientador nesta escolha?
Obrigado pela atenção.
Guilherme Garcia Sumariva
Professor de História - Esteio/RS
P.S.: Caso tenham interesse de trocar ideias, eis meu e-mail: guilherme.sumariva@gmail.com . Produzo, também, um podcast chamado "Acontece no Ensino", falando sobre boas práticas de nossa rede. Seria interessante um episódio especial falando sobre a ONHB.
Boa tarde, Guilherme.
ExcluirPrimeiramente, obrigada pelo seu relato. Considero muito válida e importante a troca de experiência entre nós professores.
No grupo do Ensino Médio, a qual sou responsável, não tivemos tantos embates. Quando iniciamos a Olimpíada, deixamos definido um critério de desempate nas questões que pudessem levantar dúvidas. Após debates sobre as questões, decidia-se pelo voto maioria (geralmente ficavam com 2 questões em dúvida) entre os próprios alunos. Tentei - na medida do possível - deixar os alunos 'livres' para fazerem as próprias escolhas, conferindo a eles certo grau de autonomia. Procurei orientá-los na análise dos documentos e nas suas interpretações. Mas, confesso que é difícil não se evolver com os desafios postados nas fases da Olimpíada.
Devido ao Covid-19, também estamos participando da Pré-Olimpíada e pude perceber que os alunos que tiveram uma experiência anterior com a Olimpíada conseguem ter uma leitura mais aguçada para algumas fontes e noto um protagonismo maior.
Priscielli do Carmo Rozo Cerdeira da Rosa.
Boa noite, Guilherme.
ExcluirA minha experiência foi exatamente no Ensino Fundamental II, em que os alunos do 8º ano ainda tinham tido pouco contato com a história do Brasil, principalmente mais recente, devido a organização do nosso currículo também. Coincidentemente, quando houveram divergências de opiniões eram entre os dois grupos, até pela afinidade que eles criaram dentro dos grupos, então o que eu fazia era mediar e fazer com que os dois grupos refletissem se suas escolhas faziam sentido e se apresentavam como as respostas mais completas, se positivo, não fazia com que marcassem igual, pois acho que a autonomia deles foi importante neste sentido. Estamos participando da modalidade individual da Pré-ONHB neste ano e tem sido bem interessante, pois estamos tendo a possibilidade de discutir via Teams com os educandos, e praticamente não houve divergência de opinião depois da discussão das questões. Também estamos conseguindo discutir todos juntos, equipes e educadoras do EFII e EM. Está sendo uma ótima experiência!
Obrigada pela sua participação e interesse pelo nosso trabalho, a ONHB realmente é empolgante para o nosso trabalho como professores!!
Meu e-mail é ruhama.sabiao@gmail.com e estou disponível para debates e para contribuir da forma como puder!
Abraços,
Ruhama Ariella Sabião Batista.
Prezadas Colegas, participo com meus alunos do ensino fundamental desde 2017 da ONHB, sou da rede básica de Canoas, RS. No ano passado conseguimos ir até a 4 fase, com um grupo, pois tínhamos inscritos 3. A experiência da ONHB é fantástica, facilita muito a aprendizagem, e ainda pelo fato de ser no início do ano, aproveito vários materiais, em especial as diversas fontes. Esse ano estamos inscritos na pré-ONHB e na própria ONHB. O meu questionamento é se a experiência da ONHB alterou a didática de sala de aula? E, em quais sentidos? Abs, e parabéns por terem trazidos essa temática. abs
ResponderExcluirBoa tarde, Allyson.
ExcluirPrimeiramente, obrigada pelo seu relato e por ler nosso texto.
No Ensino Médio, consegui ampliar meu leque de fontes utilizadas em aula. Após participar da Olimpíada, me desprendi um pouco das fontes escritas e comecei a trazer mais análise de imagens para dentro da sala de aula. Notei que algumas turmas em que ministro aula foram mais receptivas a esta abordagem.
Enquanto docente a ONHB me permitiu analisar a minha prática e buscar outras fontes para deixar a aula mais dinâmica e atraente.
Priscielli do Carmo Rozo Cerdeira da Rosa.
Boa noite, Alysson.
ExcluirAgradeço pelo seu comentário e ficamos felizes em compartilhar desta experiência com outros educadores que participam da ONHB.
Respondendo a sua pergunta, com certeza mudou bastante. Apesar de eu já trabalhar muitas fontes visuais e audiovisuais em sala de aula, acho que o que mais mudou foi trazer uma análise das fontes para as avaliações sabe. Os educandos tiveram muita dificuldade de analisar essas fontes no início, mas depois, entendendo a proposta, conseguiram se sair bem e avançar muito na leitura de fontes históricas. Esta é uma das contribuições, mas mudou muito a minha forma de entender a aprendizagem histórica também, levando para a sala de aula essa mistura de pesquisa, análise, descrição etc., assim como já é frequente para nós na universidade.
Novamente obrigada pelo contato!
Abçs,
Ruhama Ariella Sabião Batista.