Priscielli do Carmo R. Cerdeira da Rosa e Ruhama Ariella S. Batista


A ONHB E O ENSINO DE HISTÓRIA DO BRASIL: A EXPERIÊNCIA DO MARISTA ESCOLA SOCIAL SANTA MÔNICA



Introdução
Desde 2009, a Universidade Estadual de Campinas [UNICAMP] desenvolve um projeto de extensão denominado “Olimpíada Nacional em História do Brasil”, que será abordada neste texto como ONHB. É desenvolvida pelo Departamento de História por docentes, alunos da pós-graduação e de graduação, com apoio do Ministério da Ciência, Tecnologia, Inovações e Telecomunicações [MCTIC], por meio do edital de Olimpíada Científicas do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico [CNPq] [ONHB, 2020].

Diferente de outras Olimpíadas científicas destinadas às escolas da rede básica, a ONHB possui como objetivo não somente avaliar o melhor desempenho dentre as instituições, mas também incentivar a pesquisa em História, a leitura e interpretação, análises e discussões coletivas, interdisciplinaridade, bem como o desenvolvimento de habilidades na aprendizagem em História. Por isso, figura-se não somente como uma competição, outrossim como um incentivo à aprendizagem em História.

A ONHB proporciona um conhecimento histórico nacional por meio da inclusão digital. O grau de dificuldade das questões aumenta a cada fase, exigindo cada vez mais atenção e interpretação por parte dos alunos e tutores. Com isso, os educandos passam a ter contato com produções históricas que muitas vezes ficam restritas apenas ao ambiente acadêmico. Além disso, a ONHB faz com que os alunos participantes percebam que músicas, poemas, material jornalístico, bancos de dados, entre outros, também são documentos históricos, e os põe em contato direto com tais materiais.

Em 2019, o Marista Escola Social Santa Mônica, da cidade de Ponta Grossa – PR participou pela primeira vez da ONHB, em sua 11ª edição, com a composição de 5 equipes, sendo 2 do Ensino Fundamental Anos Finais e 3 do Ensino Médio, cada segmento com uma professora orientadora. A proposta de participação no projeto partiu do articulador das Ciências Humanas da escola, que por meio das transposições realizadas em sala de aula percebeu a necessidade do letramento histórico e da motivação para aprender História do Brasil. No decorrer do trabalho será abordado sobre como o formato da ONHB e a maneira como ocorreram as discussões sobre a História do Brasil por meio das questões foi significativo para a experiência dos educandos e das educadoras que orientaram o processo.

O Marista Escola Social Santa Mônica e a ONHB
O Marista Escola Social Santa Mônica está localizado em Ponta Grossa, no bairro Santa Mônica desde 1998. A instituição atende crianças, adolescentes e jovens em situação de vulnerabilidade social e compromete-se com a oferta de educação gratuita, de qualidade e defesa e promoção dos direitos das crianças e adolescentes, para os educandos do Ensino Fundamental e do Ensino Médio.

E é nesse sentido que a ONHB contribui de forma ímpar para a reflexão sobre alguns desafios concernentes à Educação de forma geral, levando os educandos a serem protagonistas do próprio conhecimento e a construí-lo conjuntamente, de forma não tradicional, pois não vivencia-se o conhecimento como na sala de aula e não hierárquica, possibilitando um diálogo aberto de educandos e educadores.

Como citado acima, a escola contou com a participação de 5 equipes, sendo 2 do Ensino Fundamental Anos Finais e 3 do Ensino Médio. Os educandos foram escolhidos inicialmente pela afinidade com a disciplina e o comprometimento/responsabilidade na condução de suas atividades, pois é uma habilidade que a ONHB exige não somente dos educandos, mas também dos educadores.

A ONHB é composta por seis fases online, com duração de uma semana cada, compostas por 10 questões e algumas tarefas. As respostas são enviadas somente pelo site e obtidas pelos participantes por meio do debate com os colegas de equipe, pesquisa em livros, internet e a orientação dos professores. Cada questão traz 4 alternativas, e mais de uma alternativa pode estar correta, cabendo às equipes selecionar a alternativa que considera a mais adequada em resposta à questão.

A ONHB proporciona um conhecimento histórico nacional por meio da inclusão digital. O grau de dificuldade das questões aumenta a cada fase, exigindo cada vez mais atenção e interpretação por parte dos alunos e tutores. Com isso, os educandos passam a ter contato com produções históricas que muitas vezes ficam restritas apenas ao ambiente acadêmico. Além disso, a ONHB faz com que os alunos participantes percebam que músicas, poemas, material jornalístico, bancos de dados, entre outros, também são documentos históricos, e os põe em contato direto com tais materiais.

Para refletir sobre a experiência e a relação com o ensino de História do Brasil, serão abordadas as especificidades de cada segmento e as problematizações realizadas.

A experiência da ONHB no Ensino Fundamental Anos Finais
O ensino de História deve buscar a emancipação do sujeito e a percepção da identidade de si mesmo e dos grupos nos quais está inserido, pois “aprender é a aquisição de competências, a partir da apropriação [interpretação] da própria experiência” [Rüsen, 2012, p.76]. Portanto, será abordado como esse processo foi abordado através da ONHB no Ensino Fundamental Anos Finais.

As equipes foram denominadas: Equipe Violetas [8º ano] e Equipe L’Hermitage [9º ano], orientadas pela educadora do segmento. A maior dificuldade encontrada foi em entender a dinâmica das respostas das questões, pois não existe somente uma correta, mas sim a que está mais completa em relação as outras, variando assim a pontuação recebida por cada resposta. Outro desafio foi em relação aos conteúdos, pois os educandos do 8º ano ainda haviam estudado muito pouco sobre história do Brasil, comparado aos educandos do 9º, por exemplo.

Realizando um levantamento prévio de percepções acerca da história do Brasil, percebeu-se que os educandos se entusiasmavam pouco com a temática, visto que eram atraídos por guerras, mitologia, e outros temas que foram levantados como mais interessantes. Porém, desde o primeiro momento, vendo a História a partir de músicas, trechos de filmes, pinturas e todas as fontes históricas trabalhadas na edição, levou-os a outro olhar sobre a história do Brasil.

De acordo com os conceitos teóricos da Educação Histórica, é importante notar que a ONHB viabiliza a compreensão de noções históricas, que de acordo com Barca [2001] seria de verdade, mudança e permanência, significância, evidência [interpretação de fontes], empatia [compreensão] e variância na narrativa. Como afirmou Miranda [2013] quando consideramos o incentivo à divulgação científica, o contato com fontes primárias, secundárias e análises historiográficas, a ONHB é uma possibilidade para que os estudantes realizem progressos em Educação Histórica. Porém, isso só é possível se a partir da problematização das questões, essas noções e outros conceitos históricos importantes forem tratados.

Exemplifica-se as possibilidades e o que foi tratado, a partir da questão 21, da segunda fase. A questão abordava sobre o samba-enredo do Grêmio Recreativo Escola de Samba Estação Primeira de Mangueira do carnaval de 2019. Para entender a necessidade de pesquisa e análise da fonte nesta questão foi colocado um texto de apoio juntamente com o samba-enredo, e as alternativas eram as seguintes: [a] O samba-enredo aborda o processo de ocultamento da agência das minorias nas narrativas dos eventos históricos; [b] Os compositores evocam a invisibilização e silenciamento das mulheres negras na sociedade brasileira; [c] O “herói emoldurado” é referência somente àqueles que lutaram nas batalhas históricas do Brasil; [d] Trata-se de um samba-enredo que tem como tema central as lutas que não aparecem na chamada “história oficial”. O objetivo dos educandos era analisar a fonte em questão, o texto de apoio, e voltar no conhecimento acerca da história do Brasil, para pensar em qual alternativa mais se adequaria à proposta da música. Para isso, as discussões aconteciam conjuntamente entre 8º e 9º ano, e nem sempre chegavam em um uma única resposta, o que é justificado porque as alternativas não necessariamente estão erradas, somente não são as mais completas. Nessa questão, a alternativa ‘a’ era a mais completa, porém a ‘b’ e ‘d’ também estavam corretas.

Dessa forma, em todas as discussões foi ressignificado o erro, e transformado em análise, debate, crítica e diferentes olhares para uma mesma questão. Rüsen [2012] aborda quatro tipos de consciência histórica, sendo esses a tradicional, exemplar, crítica e genética. Sabe-se que os educandos já vêm com narrativas advindas de suas vivências nos diversos grupos sociais, e é neste sentido que as aulas de História são um esforço em trabalhar essas concepções a partir do conhecimento científico. Por isso, percebe-se a partir das questões e nas discussões na ONHB o esforço em levar os educandos a uma mudança de uma consciência exemplar/crítica para a genética, conseguindo compreender as diferentes versões e pontos de vistas da história, bem como os diversos usos que podem ser feitos da mesma.

Apesar de os educandos terem alcançado até a 2ª fase [8º ano] e 3ª fase [9º ano] durante o ano percebeu-se como esses educandos mudaram suas ideias, conseguiram se adequar mais às propostas de leitura crítica e problematização em sala de aula, e ademais, passaram a se interessar muito mais pela História do Brasil.

Não cabe à proposta deste texto realizar uma reflexão aprofundada sobre a consciência histórica ou sobre as noções históricas, mas levantar as possibilidades proporcionadas pelo projeto da ONHB, e as expectativas em relação à História que acontecem por meio deste.

Panorama das especificidades da ONHB no Ensino Médio
No Ensino Médio, optamos por formar equipes com membros da mesma classe e conseguimos formar três grupos, sendo uma da 1ª série [Tebbas], uma da 2ª série [Mênfis] e outra para a 3ª série [Gizé]. Os educandos foram escolhidos pela professora, que utilizou como critério: a participação em sala de aula, o comprometimento dos educandos com debates e análise de diversas fontes, bem como o interesse dos educandos em participar do evento. Para o último critério foi necessário realizar – em todas as 6 turmas do Ensino Médio – uma explicação breve sobre a ONHB, a fim de motivá-los a participar do evento. Além do auxílio da educadora desse segmento, as equipes foram amparadas pela assessoria do articulador de Ciências Humanas que atua na instituição. Cabe ressaltar, que tal experiência também foi de aprendizado para a educadora, que por mais que soubesse da existência da ONHB, não tivera oportunidade de se inscrever em edições anteriores.

Como o trabalho coletivo e o espírito de equipe são os princípios norteadores da ONHB, nos propusemos, enquanto professores orientadores, a explicar a complexidade das atividades propostas durante todas as cinco fases da Olimpíada. Buscou-se ainda reforçar as aptidões de colaboração e debate, incentivando todos os grupos a se superarem por meio do estudo. Com essa postura, procuramos auxiliar na construção do pensamento crítico, conferindo aos educandos um grau inicial de autonomia intelectual para análise dos fatos históricos apresentados em cada fase trilhada da Olimpíada.

Motivados pela competição, os três grupos se uniram para realizar discussões sobre as questões. Os encontros presenciais e virtuais foram extremamente proveitosos, contudo, houve alguns conflitos intelectuais, visto que as múltiplas interpretações abriam brecha para certos desentendimentos, que foram mediados pelos educadores. Os esforços promovidos entre ambas as partes fizeram que os grupos chegassem até a 4ª fase.

As atribuições conferidas aos professores correspondiam a organizar levantamentos diários sobre as dificuldades de cada atividade semanal, bem como indagar os educandos a buscarem conhecimentos além das fontes base inseridas pelos organizadores em cada fase da Olimpíada, incentivando assim, a atividade de pesquisa. Para que isso fosse possível, foi preciso buscar outros horários de trabalho e estudo com os alunos, bem como a utilização de demais meios tecnológicos. Assim, educadores e educandos estiveram mais próximos além do espaço de sala de aula, mantendo ativo um intercâmbio de diálogo e informações. Pois, assim como relata Circe Bittencourt, concorda-se que:

“Em História, não se entende como apreensão de conteúdo apenas a capacidade dos alunos de dominar informações e conceitos de determinado período histórico, mas também a capacidade das crianças e jovens de fazer comparações com outras épocas, usando, por exemplo, dados resultantes da habilidade de leitura de tabelas, gráficos e mapas ou de interpretação de textos.” [BITTENCOURT, 2011, p.106].

Ao abordar outras fontes e metodologias de pesquisa, conseguimos oferecer um leque de possibilidades para interpretações mais densas, tanto para a compreensão do conteúdo histórico, quanto para utilizar os conhecimentos obtidos na análise do mundo em que vive. Desta forma, os alunos estão mais capacitados para acompanhar os avanços e retrocessos das transformações sociais e culturais, por meio de um processo ativo e dinâmico, permitindo as [re]construções sobre a realidade política e social, ampliando as capacidades de aprendizado.

Na ONHB, as fontes históricas são utilizadas como um ponto de apoio para a produção do conhecimento histórico. Esta ferramenta, mobiliza o conhecimento que os educandos já possuem e permite que seja possível encontrar diferenciações e leituras distintas de diversos materiais analisados por meio de uma plataforma virtual.

Nessa perspectiva, nota-se a utilização de um acervo digitalizado de documentos históricos, sendo que muitos desses materiais são inéditos, tanto para professores quanto para alunos. Assim, a Olimpíada proporciona com que os participantes tenham contato direto com diversas fontes históricas [materiais, iconográficas, entre outras]. Ademais, aproxima o educando as práticas metodológicas de um historiador em seu ofício.

Como salientado por Marc Bloch:

“[...] a educação da sensibilidade histórica nem sempre está sozinha em questão. Ocorre de, em uma linha dada, o conhecimento do presente ser diretamente ainda mais importante para a compreensão do passado” [BLOCH, 2001, p. 66]

Tal questão nos leva adentrar um novo estágio de conhecimento de temas históricos e historiográficos sobre a divulgação e o ensino de História do Brasil, principalmente ao promover interpretações de documentos questionáveis sobre um mesmo evento histórico, bem como dar visibilidade temas históricos que estão além do livro didático, promovendo a divulgação da história de regiões e fatos ‘esquecidos’ pelo discurso oficial.

O conteúdo presente na ONHB caracteriza os processos históricos brasileiros, incluindo espacialidade e temporalidade, incorporando questões historiográficas, favorecendo e ampliando o foco para a História do Brasil que muitas vezes se encontra à sombra da História Geral.

Além disso, diferente de outras olimpíadas científicas, que geralmente acontecem em um período e estimulam a rapidez e a agilidade em seu desenvolvimento, a ONHB incentiva a interpretação e o pensamento crítico ao abarcar diferentes fontes. Evidencia-se a diversidade de autores e a variedade de documentos históricos propostos como análise. Com isso, nota-se que a ONHB encoraja a produção de conhecimento científico e a obtenção de um olhar mais crítico quanto os acontecimentos [e a suas repetições ao longo da história] da sociedade e mostra um lado da história que muitas vezes não é abordado nos livros didáticos. Posto isto, salienta-se assim, o desafio e a necessidade de encontramos, enquanto docentes, meios para a qualificar a práxis pedagógica em sala de aula

Considerações Finais
“O passado é, por definição um dado que nada mais modificará. Mas o conhecimento do passado é uma coisa em progresso, que incessantemente se transforma e aperfeiçoa” [Bloch, 2001, p. 75].

A partir dessa premissa reforça-se a necessidade de estimular o conhecimento histórico, a fim de olhar o passado não apenas como algo estático, mas sim, como algo a ser problematizado, por meio de formulação de hipóteses.

Compreendemos que a ONHB dá um passo à frente para atender essa necessidade. A Olimpíada contribui para instigar a busca pelo conhecimento e a despertar o interesse para a História do Brasil, que muitas vezes não é vista como atraente aos educandos. Pensando nisso, alegamos que cabe aos educadores buscarem uma renovação das práxis pedagógicas, a fim de tentar – tomando como exemplo conhecimentos obtidos na ONHB – inovações e outras metodologias que passam a vir a estimular o gosto pela a história, principalmente para os educandos que não participaram da ONHB.

Enquanto professores orientadores atuantes na 11º ONHB, ressaltamos alguns aspectos positivos, principalmente no que tange ao envolvimento dos educandos que passam, a partir dessa experiência, a se reconhecerem como sujeitos construtores de conhecimento. O intercâmbio ativo, entre estudantes e professores nos seguimentos citados, proporcionou a construção do trabalho em equipe, reforçando e reconhecendo a importância da ciência e do conhecimento histórico.

Entretanto, como aspectos negativos considera-se a acessibilidade dos educandos, já que poucos têm oportunidade de participar e a falta de tempo hábil na escola para debater de forma presencial as questões, apesar do tempo que foi proporcionado pela escola e os meios digitais. Além disso, para maior compreensão dos educandos em eventos tal qual a ONHB é imprescindível que as escolas, bem como os educadores, invistam em qualificar o Ensino de História em sala de aula. Dessa forma, a ONHB não precisa ser somente um projeto de algumas semanas, mas algo para redirecionar as práticas docentes e o ensino de História, possibilitando a elaboração de uma didática que vá ao encontro das necessidades dos educandos e que esteja além do ensino tradicional.

Referências
Priscielli do Carmo Rozo Cerdeira da Rosa é docente de História do Ensino Médio, no Marista Escola Social Santa Mônica e mestranda vinculada ao programa de Pós-graduação Mestrado Profissional em Ensino de História [ProfHistória-UEPG].

Ruhama Ariella Sabião Batista é docente de História do Ensino Fundamental Anos Finais, no Marista Escola Social Santa Mônica e doutoranda vinculada ao Programa de Pós-graduação Doutorado em Educação [UEPG].

BARCA, Isabel. Educação Histórica: Uma nova área de investigação. Revista da Faculdade de Letras - HISTÓRIA. Porto: III Série, vol.2, 2001. [livro]

BITTENCOURT, Circe. Ensino de história: fundamentos e métodos. 2.ed. São Paulo: Cortez, 2008. [livro]

BLOCH, Marc. Apologia da história, ou, O ofício de historiador. Rio de Janeiro: Jorge Zahar Ed., 2001. [livro]

MIRANDA, Ridson de Araújo. Projeto “ONHB na E.E.M. Tenente Mário Lima”: do ensino de História à educação histórica/Augusto Ridson de Araújo Miranda. Monografia [Especialização]. Universidade Estadual do Ceará, Centro de Educação, Especialização em Metodologias do Ensino de História, Fortaleza, 2013.

ONHB. Página inicial do site oficial da Olimpíada Nacional em História do Brasil. UNICAMP, 2020. [internet]

RÜSEN, Jorn. Aprendizagem histórica: esboço de uma teoria. In: RÜSEN, Jorn. Aprendizagem histórica. Curitiba: W. A. Editores, 2012. P. 69-111. [artigo]

6 comentários:

  1. Caras autoras,

    a experiência de vocês como professoras de história mostra alguns paralelos com as minhas práticas, também como professor. Participei da ONHB de 2019, e estou participando da Pré-ONHB deste ano. Da primeira vez, fui com uma equipe de duas alunas voluntárias e um voluntário. Nesta de 2020, em razão da Covid-19, estamos participando na categoria "Zap-Zap", no total de dois grupos, somando 7 alunas/os e eu. Notei precisamente o que foi comentado na parte sobre Ensino Fundamental: as/os estudantes, que eram de 8º ano e agora estão no 9º, se saíram muito melhor, tanto no desempenho como no afinco. Contudo, notei uma persistência, e encaminho minha pergunta: em alguns momentos, não havia consenso sobre qual alternativa marcar e, as vezes, mais raramente, não havia sequer uma ideia de qual marcar, por parte dos estudantes. Como foi a dinâmica de escolher a alternativa mais correta nos casos de suas equipes? Até que ponto ia a interferência do professor-orientador nesta escolha?

    Obrigado pela atenção.

    Guilherme Garcia Sumariva
    Professor de História - Esteio/RS

    P.S.: Caso tenham interesse de trocar ideias, eis meu e-mail: guilherme.sumariva@gmail.com . Produzo, também, um podcast chamado "Acontece no Ensino", falando sobre boas práticas de nossa rede. Seria interessante um episódio especial falando sobre a ONHB.

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    1. Boa tarde, Guilherme.

      Primeiramente, obrigada pelo seu relato. Considero muito válida e importante a troca de experiência entre nós professores.
      No grupo do Ensino Médio, a qual sou responsável, não tivemos tantos embates. Quando iniciamos a Olimpíada, deixamos definido um critério de desempate nas questões que pudessem levantar dúvidas. Após debates sobre as questões, decidia-se pelo voto maioria (geralmente ficavam com 2 questões em dúvida) entre os próprios alunos. Tentei - na medida do possível - deixar os alunos 'livres' para fazerem as próprias escolhas, conferindo a eles certo grau de autonomia. Procurei orientá-los na análise dos documentos e nas suas interpretações. Mas, confesso que é difícil não se evolver com os desafios postados nas fases da Olimpíada.
      Devido ao Covid-19, também estamos participando da Pré-Olimpíada e pude perceber que os alunos que tiveram uma experiência anterior com a Olimpíada conseguem ter uma leitura mais aguçada para algumas fontes e noto um protagonismo maior.

      Priscielli do Carmo Rozo Cerdeira da Rosa.

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    2. Boa noite, Guilherme.

      A minha experiência foi exatamente no Ensino Fundamental II, em que os alunos do 8º ano ainda tinham tido pouco contato com a história do Brasil, principalmente mais recente, devido a organização do nosso currículo também. Coincidentemente, quando houveram divergências de opiniões eram entre os dois grupos, até pela afinidade que eles criaram dentro dos grupos, então o que eu fazia era mediar e fazer com que os dois grupos refletissem se suas escolhas faziam sentido e se apresentavam como as respostas mais completas, se positivo, não fazia com que marcassem igual, pois acho que a autonomia deles foi importante neste sentido. Estamos participando da modalidade individual da Pré-ONHB neste ano e tem sido bem interessante, pois estamos tendo a possibilidade de discutir via Teams com os educandos, e praticamente não houve divergência de opinião depois da discussão das questões. Também estamos conseguindo discutir todos juntos, equipes e educadoras do EFII e EM. Está sendo uma ótima experiência!

      Obrigada pela sua participação e interesse pelo nosso trabalho, a ONHB realmente é empolgante para o nosso trabalho como professores!!

      Meu e-mail é ruhama.sabiao@gmail.com e estou disponível para debates e para contribuir da forma como puder!

      Abraços,

      Ruhama Ariella Sabião Batista.

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  2. Prezadas Colegas, participo com meus alunos do ensino fundamental desde 2017 da ONHB, sou da rede básica de Canoas, RS. No ano passado conseguimos ir até a 4 fase, com um grupo, pois tínhamos inscritos 3. A experiência da ONHB é fantástica, facilita muito a aprendizagem, e ainda pelo fato de ser no início do ano, aproveito vários materiais, em especial as diversas fontes. Esse ano estamos inscritos na pré-ONHB e na própria ONHB. O meu questionamento é se a experiência da ONHB alterou a didática de sala de aula? E, em quais sentidos? Abs, e parabéns por terem trazidos essa temática. abs

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    1. Boa tarde, Allyson.

      Primeiramente, obrigada pelo seu relato e por ler nosso texto.
      No Ensino Médio, consegui ampliar meu leque de fontes utilizadas em aula. Após participar da Olimpíada, me desprendi um pouco das fontes escritas e comecei a trazer mais análise de imagens para dentro da sala de aula. Notei que algumas turmas em que ministro aula foram mais receptivas a esta abordagem.
      Enquanto docente a ONHB me permitiu analisar a minha prática e buscar outras fontes para deixar a aula mais dinâmica e atraente.

      Priscielli do Carmo Rozo Cerdeira da Rosa.

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    2. Boa noite, Alysson.

      Agradeço pelo seu comentário e ficamos felizes em compartilhar desta experiência com outros educadores que participam da ONHB.

      Respondendo a sua pergunta, com certeza mudou bastante. Apesar de eu já trabalhar muitas fontes visuais e audiovisuais em sala de aula, acho que o que mais mudou foi trazer uma análise das fontes para as avaliações sabe. Os educandos tiveram muita dificuldade de analisar essas fontes no início, mas depois, entendendo a proposta, conseguiram se sair bem e avançar muito na leitura de fontes históricas. Esta é uma das contribuições, mas mudou muito a minha forma de entender a aprendizagem histórica também, levando para a sala de aula essa mistura de pesquisa, análise, descrição etc., assim como já é frequente para nós na universidade.

      Novamente obrigada pelo contato!

      Abçs,
      Ruhama Ariella Sabião Batista.

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