A HISTORIOGRAFIA E A APRENDIZAGEM HISTÓRICA: AS REFLEXÕES ORIUNDAS DA NOVA DIDÁTICA DA HISTÓRIA [NEU GESCHICHTSDIDAKTIK] ALEMÃ.
O Texto historiográfico na reflexão didática
Pensar a
constituição da ciência histórica remete-nos a refletir sobre o paradigma da
modernidade, no qual diversas ciências se estabeleciam após o processo do
Iluminismo. A ciência da História se estabelece no século XIX em torno de um
objeto específico: o passado. O modus
operandi de se tratar esse passado é instituído a partir de uma metodologia
que, a partir do manuseio das fontes históricas, direcionava o historiador para
a materialização do seu ofício: a narrativa historiográfica.
A estrutura do
conhecimento histórico encontra-se dispersa e em uma linha tênue entre: res gestae [ações humanas no passado] e
rerum gestae [a escrita propriamente dita da história]. Obviamente que as ações
humanas armazenadas na memória se encontram em uma quantidade amplamente maior
do que se é produzido historiograficamente.
Compreende-se que
historiografia, aqui, é entendida como um conjunto de enunciados narrativos de
fatos, com bases empíricas fundamentadas, a partir de uma metodologia que é a
base epistemológica do pensamento histórico em sua estrutura científica.
Opera-se um salto qualitativo e quantitativo proporcionado por escolas e
paradigmas historiográficos durante os séculos XIX e XX.
Contudo, nesse
percurso há um nítido processo de descentralização do direcionamento da
produção do conhecimento histórico. A disciplina histórica centra seu interesse
em protocolos de cientificização e erudição, deixando muitas vezes de lado de a
saber que a mesma é enraizada nas necessidades vitais do agir racionalmente do
ser humano e que, dessa forma, seria a
priori uma condição efetiva reconstruir tal aspecto por meio da própria
narrativa historiográfica.
Consequentemente
a produção do conhecimento histórico, mediante a historiografia, precisa suprir
uma necessidade de orientação temporal no presente. O conhecimento histórico
precisa acertar as contas com a sociedade, cumprindo, assim, sua função vital,
capacitando o agente histórico de pensar historicamente, situando-o frente aos
problemas do passado, resignificando tais conceitos substantivos no presente e
proporcionando a capacidade de orientação nas suas ações futuras.
As experiências
do tempo precisam ser interpretadas, com a finalidade de suprir as carências
temporais nas quais os sujeitos estão envoltos. Sendo assim, a historiografia
[ou a escrita da história] precisa assumir sua tarefa historicamente
estabelecida, que seria, por meio da convenção metódica da construção
narrativa, produzir sentidos:
“Para a
historiografia como produto narrativo, argumenta-se que, mesmo se todo
conhecimento histórico é inevitavelmente situado, é necessário trabalhar em
direção a um entendimento mais complexo dos modos com os quais os relatos
históricos são impregnados pelas diversas conotações do tempo presente”
[Martins, 2017, p. 142].
O que de fato
ocorre é que a função da escrita histórica é complementar com relação à prática
historiográfica. Para Certeau [2017, p. 109] ela é particularizada sob dois
aspectos: por um lado “ela exorciza a morte introduzindo-a no discurso”. Por
outro lado:
“[...] tem uma
função simbolizadora; permite a uma sociedade situar-se, dando-lhe, na
linguagem, um passado, e abrindo assim um espaço próprio para o presente:
“marcar” um passado é dar um lugar à morte, mas também redistribuir o espaço
das possibilidades, determinar negativamente aquilo que está por fazer e,
consequentemente, utilizar a narratividade, que enterra os mortos, como meio de
estabelecer um lugar para os vivos. A arrumação dos ausentes é o inverso de uma
normatividade que visa ao leitor vivo, e que instaura uma relação didática
entre o remetente e o destinatário”.
Compreende-se
que, dessa forma, que “o conjunto do passado das ações humanas nada mais é do
que um acervo morto. Sua transformação em história é sua vivificação pela
atuação direta do interesse racional do presente” [Martins, 2017, p. 126]. Toda
a produção de conhecimento mediante a prática historiográfica precisa ter em
seu norte a função social e didática que é particular da própria disciplina
histórica. Isto é, dotando de significado o conhecimento histórico para o ser
em sociedade.
O processo de
consolidação da ciência da História no século XIX, resulta em um caráter
ambíguo: se, por um lado, a disciplina se consolida na pesquisa e em cadeiras
na academia, acaba afastando a história científica do público em geral. Se
tomarmos seu processo de consolidação, dentro dos padrões científicos,
percebe-se que a disciplina histórica consegue se consolidar mediante dois
aspectos:
“A
profissionalização dos historiadores decorre, num primeiro momento, de uma
operação de delimitação, da definição de uma norma legítima que marque os
contornos de uma comunidade científica que garanta a validade do saber
histórico. Essa clausura se efetua em dois planos: a organização do ensino e a
codificação do método” [Dosse, 2010, p. 27].
Em algum momento
teórico da construção historiográfica deixou-se de pensar a relação didática
que o texto histórico devia possuir com seus leitores, ou seja, deixou de
centrar seus objetivos nos aspectos práticos do saber histórico. Dessa forma,
passou a não encontrar mais a relação entre a história e a vida concreta ou sua
utilidade para o cotidiano dos seres em sociedade.
Rüsen [2006, p.
8] aponta que durante o século XIX, quando os historiadores delinearam os
contornos de “sua disciplina, eles começaram a perder de vista um importante
princípio, a saber, que a história é enraizada nas necessidades sociais para
orientar a vida dentro da estrutura tempo”. Logo, é inequívoco pensar uma
univocidade na trajetória do pensamento histórico, desde sua constituição, como
um artefato na biblioteca das ciências da humanidade, até seu desdobramento
como disciplina estabelecida e consolidada nas salas de aula, espaços públicos,
e sua própria prática científica.
Se, por um lado,
os domínios de Clio se consolidam ao lado dos mais diversos paradigmas
científicos da modernidade, a mesma acaba se distanciando de seu significado
vital e a função social que mantém com o presente.
A consolidação
científica leva a história a um processo de rompimento com a dimensão
utilitária-didática do saber histórico. Dimensão didática essa que está
intrinsicamente ligada às funções do conhecimento histórico e a sua relação com
a vida prática. Dessa forma, torna-se necessário pensar novamente uma
reconciliação entre o conhecimento histórico – em sua forma especificamente
protocolada por padrões cientificistas – e as suas conexões didáticas com a
sociedade.
É a partir de
tais apontamentos que um grupo de pesquisadores na Alemanha, no final da década
de 1960 e também nos anos 1970, se debruça a pensar uma virada paradigmática ao
pensar a relação entre a ciência histórica e a vida. Nesse sentido, busca-se
[re] estabelecer as conexões entre a historiografia com a sociedade que é seu
fundamento de ser e existir.
A Historiografia “útil”: conhecimento
histórico à serviço da vida
Segundo Jörn
Rüsen [2010b, p. 51], no âmbito dos processos de formação histórica a própria
ciência da história torna-se um “caso didático especial”. Tendo assim, “a
própria história como ciência também é um processo de aprendizagem que precisa
ser organizado didaticamente”. Dessa maneira, compreende-se que a
historiografia, “pela sua narratividade, ela fornece à morte uma representação
que, instalando a falta na linguagem, fora da existência, tem valor de
exorcismo contra a angústia” [Certeau, 2017, p. 111]. Torna-se necessário,
contudo, pensar essa relação entre o que a ciência histórica pode ser útil em fornecer
significado identitários à vida prática, na complexa relação que é produzida
entre o ser e o tempo.
Para Rüsen,
ciência histórica e vida prática estariam interligadas em uma totalidade onde
uma seria conditio sine qua non de
existir da outra. Em uma constituição dialética o conhecimento histórico se
originaria nos interesses [1], ou as carências de orientação no tempo
historicamente determinadas socialmente pelo contexto histórico. Após o
conhecimento histórico iria buscar seus fundamentos nas ideias históricas [2]
acerca do passado, ou seja, aquilo que é conteúdo substantivo do passado
humano, presente principalmente nas fontes históricas. Prosseguindo, tais
ideias históricas, precisariam perpassar pelos procedimentos metódicos [3] da
assimilação do passado histórico. O conhecimento histórico se materializaria em
uma narrativa histórica, adquirindo assim o seu caráter formal [4] de
apresentação, e por fim retornaria a responder as carências de orientação da
qual foi oriundo adquirindo seu caráter funcional [5] de orientação existencial
e constituinte da identidade humana no tempo.
Desse modo, se
constitui historicamente e consolida na Alemanha a perspectiva de uma matriz
disciplinar que tem por objetivo investigar a aprendizagem da consciência histórica
da sociedade. A didática da história concentra suas investigações acerca dos
interesses, formas e funções do conhecimento histórico na sociedade. A partir
da matriz pode-se definir que a razão de ser do conhecimento histórico surge na
vida prática, e é no retorno aos problemas práticos da vida que ele fundamenta
toda produção do conhecimento histórico:
“A ciência
histórica surge da vida prática e se torna viva para o homem quando ela, em sua
potencialidade racionalizadora, consegue estabelecer sentido de orientação para
os homens, isto é, quando supre carências de orientação que não puderam ser
suprimidas por outras formas não sistemáticas de histórias [função de
orientação]. Se a ciência histórica surge da vida prática dos homens, das
carências de orientação temporal, se ela atende a demandas de orientação do
tempo presente, uma das tarefas da didática da história é investigar quais são
esses interesses que permeiam as investigações científicas da história” [Saddi,
2010, p. 218].
No decorrer de
sua constituição científica, a ciência histórica acaba se afastando das
necessidades práticas, e de sua função social. Essa trajetória consolida um
afastamento da dimensão didática imanente ao ofício historiográfico. A
centralidade da produção do conhecimento histórico desloca-se da aprendizagem
para o método:
“É a própria
didática que se vê expulsa da especialidade. Ela é relegada ao plano externo. A
didática é reduzida à função de aplicação ou ‘transposição’ da historiografia
científica nos livros didáticos, na historiografia popular [de divulgação] ou
algo parecido. Isso afasta a auto compreensão profissional dos historiadores,
para a qual a historiografia é uma práxis própria do pensamento histórico,
distinta da práxis de pesquisa” [Rüsen, 2012, p. 29].
Todo esse
processo pelo qual passa a produção do conhecimento em história, resulta em um
processo ambíguo: se por um lado a disciplina se consolida na pesquisa nas
cátedras das academias, acaba afastando a história científica do público em
geral. Não se encontrava mais conexão entre a história e a vida concreta ou sua
utilidade para o cotidiano social. Assim sendo, o processo de constituição da
ciência histórica “que poderia aprofundar sua aproximação à Vida, por meio da
sistematização do pensamento histórico, utilizou esse atributo para dela se
distanciar” [Alves, 2013, p. 55].
Portanto,
“cientificização como progresso da racionalização metódica deveria ser vista
também como ‘progresso’ da irracionalidade nos princípios cognitivos do
conhecimento histórico” [Rüsen, 2012, p. 22], ocasionando em um processo que
Rüsen designa como uma “desdidatização” do próprio conhecimento histórico.
No desenrolar de
sua constituição científica, a disciplina histórica produz diretamente uma
“instrumentalização da historiografia pela pesquisa” o que “compromete seu
impacto sobre a orientação histórica” [Rüsen, 2012, p. 25]. Ocasiona-se desta
forma, uma perca do potencial didático. Contudo, “a historiografia tem de
apresentar [mediante pesquisa] o tempo interpretado de maneira que se torne
parte da vida, que recebe dela direcionamento temporal efetivo, ao ser
transposta para as intenções concretas do agir dos sujeitos” [Rüsen, 2010a, p.
29].
A didática da
história, enquanto um campo de investigação contribuiu para uma reflexão sobre
relação entre o conhecimento histórico e a sua relação com a vida prática,
transformando o conhecimento histórico em vetor para a aprendizagem histórica.
Tais conexões podem ser estabelecidas também, a partir da relação entre a
historiografia [enquanto produto da prática do historiador] e as funções que
ela desempenha no agir humano no tempo:
“A historiografia
abriria a seus destinatários o processo temporal interno de formação da
humanidade, no qual se inserem como contemporâneos e por intermédio do qual
poderiam adquirir sua identidade histórica e as orientações temporais de sua
vida prática, nela possibilitadas” [Rüsen, 2012, p. 25].
Para Cerri [2013,
p. 38] o caráter “inerentemente didático do trabalho do historiador” é “a
criação de formas de apresentação do conhecimento produzido para suprir as
necessidades de orientação que se originam da vida prática”. Quando tomamos a
matriz disciplinar de Rüsen, como referência, podemos estabelecer claramente
que o conhecimento histórico se origina das carências de orientação, presentes
na vida prática e não das convenções metódicas, as quais os historiadores
submetem ao produzir suas narrativas.
O conhecimento
histórico, em sua história acerca de sua constituição e transmissão esteve
sempre atrelado às funções que deveria desempenhar na realidade histórica a
qual se originava:
“Antes que os
historiadores viessem a olhar para seu trabalho como uma simples questão de
metodologia de pesquisa e antes que se considerassem ‘cientistas’, eles
discutiram as regras e os princípios da composição da história como problemas
de ensino e aprendizagem. Ensino e aprendizagem eram considerados no mais amplo
sentido, como o fenômeno e o processo fundamental na cultura humana, não
restrito simplesmente à escola” [Rüsen, 2006, p. 8].
A teoria da
história de Rüsen, oriunda desse momento de virada paradigmática alemã,
contribui para superar o caráter meramente existencial da narrativa
historiográfica e de sua constituição teórica, e direciona sua crítica para
questionar os pressupostos funcionais de orientação no tempo que o conhecimento
histórico é constituinte. Ao desenvolver sua teoria da história Rüsen está em
busca principalmente de quais seriam “os critérios de sentido que orientam o
agir, objetivamente inseridos nas circunstâncias da vida” [Rüsen, 2010a, p.
135].
O ofício
historiográfico precisa reencontrar suas conexões com seus princípios
didáticos, tomando como pressuposto a função social do conhecimento histórico,
e a sua relação com a vida prática:
“O princípio da
condição didática de uma reflexão do historiador está nisso: considerar que o
seu trabalho e o resultado de seu trabalho inserem-se numa dinâmica social da
qual ele participa como sujeito, sobre a qual ele não têm controle individual,
porque essa dinâmica o constituiu antes que ele fosse um historiador” [Cerri,
2013, p. 31].
Em síntese, o
discurso histórico opera como um código cultural na sociedade e no indivíduo. É
preciso, estar atento às condições originárias de produção do conhecimento
historiográfico, e saber onde e como a experiência do presente influenciou
determinado modo de se pensar o passado. Corroborando a ideia de que “refletir
sobre o uso prático do saber histórico é um requisito básico da ciência
histórica” [Rüsen, 2010a, p. 15].
Considerações Finais
As discussões
construídas até o presente momento buscaram apresentar um panorama da relação
entre a historiografia e a aprendizagem histórica. O conjunto dos apontamentos
direciona a pensar o estatuto da própria historiografia na constituição de sua
efetivação como um fator de aproximação entre o conhecimento histórico e o ser
em sociedade.
A começar pela
delimitação do que seria a historiografia tal termo parece estar longe de ter
uma definição simples. Comumente designada como a escrita da História [res gestae], ela é resultado de uma
operação metódica regulada por acadêmicos que pressupõe uma formação mais
especializada acerca do conhecimento histórico. Todavia, é preciso estabelecer
as conexões entre o saber historiográfico produzido a partir da ciência dos
historiadores e as suas conexões na vida prática, onde é transposto os esforços
dos historiadores em construir suas narrativas.
Para Klaus
Bergmann [1990, p. 35] a “Ciência Histórica é uma instituição ou instância
surgida no decorrer do processo histórico, que está preocupada em elaborar
lembranças e memórias, tendo em vista o futuro e a prática social cotidiana”.
Ela é oriunda das necessidades de orientação de cada sociedade inserida em seu
contexto histórico, de onde precisa, estabelecer vínculos com seu caráter
funcional de orientação.
Desde a
constituição da ciência histórica, os paradigmas historiográficos, e as escolas
de pensamento procuraram produzir seus saberes, a partir de delimitações que
procurassem solidificar sua estrutura de pensamento com a sociedade que lhe
demandava os problemas práticos. Para citar um exemplo, basta pensar na
contribuição que os historiadores alemães desempenharam na constituição do
Estado nacional moderno no processo de unificação ocorrido no século XIX. Em
síntese a historiografia sempre precisa reencontras as suas conexões com a vida
prática, produzindo efeitos no agir humano.
Assim sendo, o
conhecimento historiográfico deve ser um fator constituinte para uma práxis social, constituída a partir das
necessidades de orientação temporal e efetivada a partir do conhecimento
histórico. Tal práxis pressupõe um
intercâmbio entre o conhecimento histórico [teoria] e o agir, impulsionado pela
assimilação [ou a partir do âmbito teórico rüseniano: aprendizagem] de histórias
que forneçam sentido às indagações do tempo presente.
Para tanto,
toma-se como ponto de partida que a constituição do aprendizado histórico
pressupõe a formação de três operações presentes na consciência histórica:
experiência, interpretação e orientação. Aponta-se que:
“O aprendizado
histórico é uma das dimensões e manifestações da consciência histórica. É o
processo fundamental de socialização e individualização humana e forma o núcleo
de todas estas operações. A questão básica é como o passado é experienciado e
interpretado de modo a compreender o presente e antecipar o futuro” [Rüsen,
2006, p. 16].
É a partir da
constatação de tais fatores que a didática da história surge, como um esforço
de sistematização, aproximação, e conexão da historiografia com as
contingências do agir humano na história. A didática da história forneceria, em
síntese, elementos para uma reflexão acerca dos princípios didáticos presentes
na própria ciência histórica:
“A Didática da
História é indispensável para a Ciência Histórica exatamente por causa do fato
de ela indagar sobre e problematizar este significado e, destarte, se opor ao
perigo de a Ciência Histórica se isolar das necessidades legítimas de uma
orientação histórica daquela sociedade que, em última análise, a sustenta”
[Bergmann, 1989, p. 34].
Pode-se dizer que
as teorias advindas da virada paradigmática alemã nos anos 1960 e 1970, deram
um contributo significativo para se reencontrar as conexões entre o saber
histórico e a sua dimensão utilitária para a vida. Buscando fornecer uma nova
dinâmica ao se pensar a organicidade do pensamento historiográfico e sua
inserção no seio social, a didática da história estabelece-se como um campo que
busca construir aproximações entre a historiografia e os problemas históricos
que cada período histórico demanda.
Referências
Flávio José
Dalazona é Mestrando do Programa de Pós-Graduação em História da Universidade
Estadual do Centro Oeste [UNICENTRO].
ALVES, Ronaldo
Cardoso. História e Vida: encontro epistemológico entre Didática da História e
Educação Histórica. História & Ensino, Londrina, v. 19, n. 1, p. 49-69,
jan./jun. 2013. [artigo]
BERGMANN; Klaus.
A História na Reflexão Didática. Revista Brasileira de História. São Paulo, v.
9 nº 19, p. 29-42, 1990. [artigo]
CERRI, Luis
Fernando. O historiador na reflexão didática. História & Ensino, Londrina,
v. 19, n. 1, p. 27 – 47, jan/jun. 2013. [artigo]
CERTEAU, Michel
de. A Escrita da História. 3. ed. Rio de Janeiro, Forense: 2017. [livro]
DOSSE, François.
História e Historiadores no século XIX. In: MALERBA, Jurandir [Org.]. Lições de
história: o caminho da ciência no longo século XIX. Rio de Janeiro: Editora
FGV, 2010. [livro]
MARTINS, Estevão
de Rezende. Teoria e Filosofia da História – Contribuições para o ensino de
História. Curitiba: W&A Editores, 2017. [livro]
RÜSEN, Jörn.
Aprendizagem histórica: fundamentos e paradigmas. Curitiba: W. A. Editores,
2012. [livro]
___________.
Didática da História: passado, presente e perspectivas a partir do caso alemão.
Práxis Educativa, Ponta Grossa – PR. v.1, n.2, 2006. [artigo]
___________.
História viva: teoria da história: formas e funções do conhecimento histórico.
Brasília: Editora Universidade de Brasília, 2010a. [livro]
__________. Razão
Histórica: teoria da História: fundamentos da ciência histórica. Brasília:
Editora Universidade de Brasília, 2010b. [livro]
SADDI, Rafael. O
parafuso da didática da História: o objeto de pesquisa e o campo de
investigação de uma didática da história ampliada. Acta Scientiarum. Education, v. 34, n. 2, p. 211-280, 2010. [artigo]
Flavio, parabéns pelo texto e as reflexões postas nele! Me pergunto, em certa retórica, como é possível que ainda estejamos ensinado conteúdos de história de forma tradicional, sem qualquer relação com a vida, a consciência histórica e a cultua social de nossos alunos. Como podemos buscar mudar esse quadro? Abcs
ResponderExcluirEverton Carlos Crema
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ExcluirOlá Professor Everton, agradeço suas palavras em relação ao meu trabalho. Referente à sua questão acho importante pensar o ensino de História em um quadro estrutural que engloba desde a produção do conhecimento à figura singular do aluno, não como um sujeito passivo, mas um sujeito que sofre as ações da história, age sob determinados conceitos e produz sua história. Quando tomamos a estrutura do ensino em seu quadro geral percebe-se claramente uma matriz universalizante de conceitos e também de conteúdos a serem transmitidos, via currículo e livro didático. Ainda que tais componentes sejam, todavia, importantes na estrutura escolar como um todo, no caso específico do ensino da História é preciso ir além, rompendo com tais barreiras, construindo um ensino pautado nas particularidades de cada município, estado ou região. É preciso tomar a história, para além do universal, e contemplar a singularidade dos indivíduos que sofrem e agem, dentro do tempo em casos particulares e concretos, produzindo diversas experiências pedagógicas voltadas para o que há de carências em determinada sala de aula. Sendo assim, tornar-se-ia possível construir um quadro de valorização da sua consciência histórica e tomando-a como partida para solucionar os desafios de ensinar uma história com relação à vida. Entendo que as diversas realidades de um Brasil multifacetado dificilmente consigam contemplar tal quadro, e que também a realidade dos professores é dinâmica e dificultosa no que se refere às condições sociais do ensinar. Mas é preciso, esforçar-se e continuar um processo de reflexão e ação que visa aproximar a história das necessidades da vida dos agentes históricos.
ExcluirEspero ter sanado as suas questões Professor Everton!
Removi o comentário anterior por ter esquecido de colocar meu nome no final da resposta.
Flavio José Dalazona
Flavio, transpondo suas reflexões para a sala de aula e levando em consideração a importância das carências de orientação temporal que você ressalta, qual método é, na sua opinião, mais eficaz na prática para medirmos essas carências nos alunos?
ResponderExcluir-Albano Gabriel Giurdanella
Olá Albano! Agradeço sua questão, me leva a refletir uma série de pontos. Primeiramente é difícil estabelecermos um método (universal) no que se refere principalmente à medir às carências de orientações temporais de sujeitos que encontram-se singularmente no tempo. Um meio mais palatável de ser utilizado é o contato com a sala de aula e também com os alunos medindo suas opiniões acerca da história e também sobre fatos históricos.Uma importante ferramente é a produção de narrativas e medir a partir delas suas interpretações e falhas e também acertos sobre a sua interpretação gerada a partir de sua consciência histórica. Creio eu ser um caminho mais condizível até com a própria abordagem historiográfica pautada a partir da produção de narrativas.
ExcluirEspero poder ter respondido sua questão.
Flávio José Dalazona